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Quando Ana Olhou para a Direita: Capítulo 05

Minissérie de João Paulo Coca
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QUANDO ANA OLHOU PARA A DIREITA - CAPÍTULO 05


A FORÇA DE UMA DEUSA GREGA
 

Após aquela noite de quinta-feira cheia de altos e baixos, além de poucas horas de sono, Ana passaria o dia todo à base de café para se manter alerta, pois precisava retomar as investigações sobre o caso das jovens. Infelizmente, ela não tinha nenhum caminho a seguir naquele momento.

Sua assistente, Letícia, disse que havia recebido as gravações de cerca de dez comerciantes locais, além de uma câmera de segurança pública da região do galpão.

— Muitas câmeras dos comércios da região são apenas enfeite ou estavam desligadas naqueles dias que solicitamos — disse Letícia com um tom de voz nada animador. — Vamos ter que começar pelo que temos.

— Se é isso que temos, é isso que veremos... O dia todo! — exclamou Ana com uma pausa levemente dramática.

Para facilitar a busca por pistas, as duas criaram um raio de alcance das câmeras e marcaram suas posições no mapa do bairro que Letícia havia impresso no dia anterior. Dessa forma, podiam criar possibilidades de rotas que um veículo deveria percorrer para entrar ou sair daquele galpão.

Depois de organizarem o esquema de pesquisa, era hora de começar a assistir vários de dias de gravação, sem saber sequer o que procuravam nas imagens. Após algumas horas, elas conseguiram eliminar algumas câmeras que não fariam diferença na busca, restando apenas três que ficavam mais próximas da única entrada do local do crime.

— Está gostando da programação da TV de hoje? — brincou Ana, fazendo menção às horas que as duas estavam na frente da tela do computador.

— Estou adorando! ­— respondeu Letícia, de forma cínica. — Não vejo a hora de irmos ver a continuação desse filme no cinema.

Já cansada de ficar sentada e precisando ver a luz do dia, Ana convidou Letícia para uma pausa.

— Vamos fazer uma pausa para o almoço? Eu pago! ­­

— Se você vai pagar, eu não posso recusar — respondeu Letícia, já saltando da cadeira, sem perder tempo.

Naquele dia, a salada não foi a opção de almoço de Ana. O cheiro que vinha do restaurante mineiro da esquina era irresistível e as duas acabaram passando do limite na quantidade de comida.

            — Nossa, Ana! Eu não deveria ter comido tanto — reclamou Letícia, desabotoando o primeiro botão de sua calça jeans. — Mas aquele feijão tropeiro era quase tão bom quanto o da minha mineiríssima, avó Amélia.

            — Estava delicioso mesmo, mas eu me acabei de verdade foi naquela carne com mandioca e arroz. E eu nem corri na minha esteira hoje pra equilibrar essa tragédia.

            Após lamentos, as duas ainda compraram um sorvete de um ambulante que atravessou o caminho delas enquanto voltavam para a delegacia.

            Com as energias renovadas, mas com um leve sono pós-almoço, as duas retomaram sua missão de encontrar alguma pista nas gravações. Como reduziram a busca em três câmeras, suas chances eram maiores.

            — Olha essa caminhonete preta! ­— Ana apontou para a tela.

            — O que tem ela? — respondeu Letícia, voltando o vídeo alguns segundos para pausar no veículo.

            — Abre as outras duas câmeras nesse mesmo horário — sugeriu Ana. — Tenho a impressão que vi ela voltando nas outras.

            Enquanto Letícia procurava o momento exato, Ana procurava a localização no mapa e calculava quanto tempo ela levaria para passar nas câmeras seguintes.

            — Na câmera 2, você vai avançar uns 30 segundos de diferença dessa. Na câmera 3, quero que avance mais ou menos 1 minuto.

            Letícia abriu as duas câmeras, colocou os vídeos nos pontos calculados por Ana e deu play. Exatamente como ela calculou, a caminhonete preta passou pelas 3 câmeras que seriam o caminho mais próximo para o galpão. Mas isso não provava nada, até porque não tinham imagens em frente ao portão do galpão.

            Continuaram assistindo as gravações, porém, agora, de olho naquele veículo. Para a surpresa das duas, cerca de meia-hora depois, aparentemente, a caminhonete fez o caminho reverso que elas haviam visto. A partir dessa única pista, Ana solicitou que Letícia marcasse no mapa as opções de rota que a caminhonete preta poderia fazer vindo daquela direção para que pudessem acompanhá-la em outras câmeras e tentar identificar a placa do veículo.

            Enquanto se dedicavam às gravações, receberam também o exame toxicológico das jovens. O exame deu negativo para álcool, drogas e entorpecentes. Esse fato descartava as opções de envolvimento com o tráfico de drogas, também diminuía muito as chances do crime ter relação com prostituição.

            — Nossa vida está ficando cada vez mais difícil! — disse Ana, chateada, colocando os papéis em cima da mesa.

            Enquanto ela contava para a assistente sobre os novos exames e ter que descartar algumas possibilidades de investigação, o telefone de sua mesa tocou.

            — Alô! — Ana atendeu ao telefone. — Sim, é ela! — Como vai, doutor? Recebi seu relatório.

            — Estou ligando, detetive, pois lembrei que, alguns meses atrás, nossa equipe avaliou um caso parecido. O corpo de uma jovem encontrada também com a boca, mãos e pés amarradas, aparentemente usando o mesmo tipo de corda, muitos hematomas pelo corpo. — Informou o médico legista.

            — Nossa! — disse Ana, espantada. — Quem era o responsável pelo caso? Talvez eu consiga alguma coisa.

            — Não me lembro do nome do detetive para encontrar o relatório. Mas o corpo foi encontrado em uma casa abandonada. Ficava próximo ao terminal de Jabaquara.

            — Obrigada! Isso já me ajuda muito, doutor.

            — Estamos à disposição, Ana!

            Após desligar o telefone, Ana se sentou rapidamente de frente pare seu computador. Com uma pesquisa rápida sobre a equipe do 35º DP de Jabaquara no sistema, ela identificou os detetives que atuavam na região. Imediatamente ligou para a delegacia para falar com um dos detetives. A secretária a transferiu para o Detetive José Monteiro.

            — Boa tarde! Meu nome é Ana Torosídis, sou detetive do 11º DP. Estou investigando um caso de assassinato e aparentemente os traços do crime são parecidos com um caso aí da região há alguns meses.

            — Olá, detetive! Qual seria o caso? — respondeu o Detetive Monteiro

            — Sobre isso que gostaria de uma informação — disse Ana com uma pequena pausa. –Não sei qual o caso, mas o legista me disse que uma garota foi encontrada morta próximo ao terminal do Jabaquara amarrada, com vários hematomas há alguns meses.

            — Ah, sim! Eu fui responsável pelo caso — respondeu o detetive prontamente. — Mas o caso foi encerrado. Com certeza, era dívida de drogas — completou sua fala com tom arrogante.

            — Mas conseguiram prender alguém pelo crime? — questionou Ana.

            — Prender? Nem sempre se prende os bandidos, querida. Ainda mais, quando a pessoa morta não tem família para ficar na sua cola. Certo? — disse Monteiro em tom sarcástico.

            Constrangida com a declaração do detetive, Ana disse:

            — Obrigada pelo seu tempo, detetive, mas preciso continuar meu trabalho.

            Antes mesmo de o detetive responder, Ana desligou o telefone com força, causando espanto na assistente que estava ao lado.

            — Uou! O que aconteceu?

            — Esse tal de Monteiro é um babaca!

            Após descrever a conversa do telefonema para Letícia, Ana pediu a ela que tentasse encontrar algo sobre esse caso. Com o nome do detetive, seria mais fácil. Enquanto a assistente pesquisava sobre os casos do Detetive Monteiro, Ana retornou seus olhares ao mapa de câmeras para continuar o trabalho anterior.

            — Encontrei! — disse Letícia. — Aparentemente, esse tal de Monteiro arquiva muitos casos.

            — O que diz o relatório do caso?

            — Diz que a jovem tinha cerca de 18 anos, foi encontrada amarrada e já sem vida. — Letícia lia o relatório enquanto passava o dedo pela tela do computador. — Motivo da morte... envolvimento com tráfico de drogas.

            — Aponta algum dado no exame toxicológico? — perguntou Ana.

            — Diz apenas que foram encontrados rastros de algum entorpecente não identificado.

            — E isso foi motivo pra ele decidir o envolvimento com tráfico? — comentou Ana, indignada com a situação. — Que absurdo!

            — O caso foi encerrado após dois meses, sem nenhum culpado — finalizou Letícia em tom de desânimo.

            Ana não poderia interferir naquele caso ou pedir sua reabertura, não era parte de sua jurisdição. Precisava se contentar com o que tinha naquele momento, apenas uma caminhonete preta que havia ido e voltado pelo mesmo caminho.

            A semana havia sido cansativa e pouco produtiva. Ana precisava se distrair e chamou Letícia para saírem à noite. As duas já haviam saído algumas poucas vezes para beber, já que ir a baladas não fazia parte de seus costumes noturnos.

            — Vamos sair pra beber e dançar hoje! — disse Ana com as palmas das mãos unidas, como se implorasse à amiga. — A gente precisa e merece!

            — Não sei, Ana. Eu moro longe. Até eu chegar em casa, me arrumar...

            — Que isso! — interrompeu Ana. — Você fica na minha casa, te empresto uma roupa. O Perseu não vai se importar em termos uma hóspede essa noite.

            — Então tudo bem! Vamos nos acabar de dançar essa noite — respondeu Letícia com um grande sorriso e fazendo uma espécie de dancinha com as mãos.

            Após organizar tudo e finalizar o dia, as duas foram para o apartamento de Ana se arrumarem para a noite.

            — No-nossa! Que lugar lindo, Ana! — disse Letícia, muito espantada com aquele apartamento espaçoso e muito bem decorado. — Você é tão rica! — completou em tom de deboche

            — Eu não sou rica. Meu pai é rico.

            — Dá na mesma! — retrucou Letícia, já caminhando pelo local, admirando cada canto do acabamento.

            Ao ouvir uma voz diferente do habitual, Perseu veio correndo e ensaiou uns breves latidos, mas logo desistiu quando Letícia começou acariciá-lo na cabeça. Pouco depois voltou a se deitar em seu local preferido, o sofá da sala.

            — Aqui, toma! Fique à vontade, o banheiro é à esquerda. — Ana entregou uma toalha à amiga, apontando em direção a um pequeno corredor. — Depois você escolhe o que quiser no guarda-roupas. — Isso não seria um problema, visto que ambas vestiam números próximos.

            As duas se arrumaram, mas nada de salto alto ou maquiagens glamurosas. A noite exigia conforto, principalmente para os pés. Chamaram um taxi pelo aplicativo enquanto desciam pelo elevador. Trocaram algumas palavras com o simpático Sr. Pedro na portaria, depois embarcaram no táxi em direção à famosa Rua Augusta.

            Ao chegarem ao seu destino, agradeceram ao motorista, que estava de ótimo humor, mesmo tendo já trabalhado por mais de 12 horas naquele dia. Como não tinham destino certo ao descerem do carro, resolveram caminhar pelos bares e baladas, até encontrarem a melhor opção.

            — Não vou perder tempo! ­— disse Letícia, caminhando em direção a um vendedor ambulante. — Boa noite, o senhor tem Skol Beats? Prefiro a vermelha!

            O velho revirou a caixa de isopor abarrotada de gelo, como urso polar pescando seu almoço. Ergueu sua mão com duas long-necks vermelhas para a alegria de Letícia, que comprou logo ambas.

            Antes do primeiro gole, as duas brindaram suas garrafas, como um sinal de quem precisava esquecer a semana de trabalho e apenas se divertir naquela noite de sexta-feira. Continuaram caminhando pela eclética Rua Augusta, famosa por seus bares e baladas dos mais diversos gêneros. No mesmo quarteirão, passaram por um bar com show de jazz ao vivo e também por mini baile funk dentro de um galpão com a fachada toda grafitada.

            Desde o início da caminhada, o único incômodo daquela noite era o assédio vindo de alguns homens, que insistiam em se aproximar, mesmo sendo dispensados gentilmente com um sorriso. Esse tipo de ação já estava tirando Ana do sério, então resolveram entrar em uma casa de shows que parecia estar super animada. O local tinha dois ambientes distintos. Na frente, um bar rústico com um show ao vivo de uma dupla sertaneja, onde as duas ficaram por um tempo sentadas em uma banqueta ao lado de um dos vários balcões do local.

            As amigas ficaram ali por cerca de uma hora e meia conversando, rindo, bebendo algumas cervejas e dispensando caras que se aproximavam. Ana percebeu um homem se aproximando das duas. Era um sujeito muito bonito, braços fortes, cabelo e barba perfeitamente recortados por um barbeiro profissional.

            — Ora, ora! Uma deusa grega e uma deusa de ébano! ­­— disse o homem, lançando um belo sorriso para as duas.

            Letícia revirou os olhos e olhou para a amiga, claramente esperando que Ana respondesse ao cortejo do bonitão.

            — Como deusas, pleiteamos que vocês, meros mortais mantenham distância ­— disse Ana, erguendo seu copo como se o objeto fosse um cedro real. — Seus belos olhos primatas não têm a capacidade de apreciar todo o esplendor e magnificência de deusas como nós ­— completou enquanto apontava com a outra mão para a amiga e para si mesma.

            Sem entender algumas das palavras ditas por Ana, o rapaz acabou ficando sem reação e se afastou das duas sem nem olhar pra trás. Aquele momento foi um estopim de gargalhadas para as amigas que pediram mais uma cerveja e foram direto para o outro ambiente do local, onde um DJ fazia a galera pular bastante com músicas eletrônicas. As duas se acabaram de dançar por mais de duas horas, esquivando-se de alguns caras como se eles nem existissem.

            Entre um feixe de luz e outro, Ana percebeu um homem tentando beijar uma moça, aparentemente mais jovem. A moça se esquivou, deu um pequeno sorriso e saiu andando em meio à pista de dança. Ainda dançando, Ana acompanhou a moça por alguns instantes apenas com os olhos e percebeu que o homem fazia o mesmo caminho, até que ele a puxou pelo braço e a beijou à força. Dessa vez, a jovem não teve tempo suficiente para se esquivar, pois estava presa pelo braço, então tentava se desviar os beijos apenas mudando o rosto de um lado para o outro.

            Irada com aquela cena, Ana imediatamente partiu em direção a eles. Estendeu a palma da mão no peito do cara com força suficiente para o afastar da jovem, que aproveitou o momento para se desvencilhar das mãos do homem.

            Mesmo com a música alta, a discussão era simples de entender, devido aos gestos e leitura labial.

— Tire a mão dela! — disse Ana com o dedo em riste, apontado para homem.

            — Sai fora! Sua louca! — respondeu o homem.

            Ele cometeu um grande erro quando deu um tapa na mão de Ana, mandando ela abaixar o dedo. Como uma velocidade tremenda, Ana pegou o braço do indivíduo ainda no ar e o torceu com tanta força, que fez aquele homem de 1,80 m se ajoelhar no meio da roda de pessoas que já havia se formado. Ana pôde ouvir alguns gritos de comemoração vindos da ‘plateia’, como se tivesse marcado um belo gol.

            Com várias expressões, o rosto do homem era um emaranhado de dor e vergonha por estar sendo imobilizado por uma mulher no meio da balada. Um segurança se aproximou de Ana e disse, disfarçando uma risada:

— Quer que eu assuma daqui?

— Claro! Por que não? — respondeu, soltando o braço do homem, que se manteve de joelhos ainda por alguns segundos.

Diante de alguns aplausos, Ana se virou para a jovem, perguntou se ela estava bem e voltou pra onde estava Letícia. A amiga estava eufórica com a situação e estendeu o copo acima da altura da cabeça, brindando à Ana pela atitude. Após alguns minutos, Ana chamou Letícia para irem embora, ela estava com muita fome.

Saíram da casa de shows de volta para a Rua Augusta. Letícia estava com o caminhar alterado devido ao álcool, mas nada que atrapalhasse a encontrarem uma lanchonete. Depois do fato que elevou seu nível de adrenalina, Ana já quase não sentia os efeitos das bebidas da noite.

Caminharam até a esquina, onde encontraram uma lanchonete bastante movimentada. Mesmo assim, acharam uma mesa vazia em um dos cantos. Ao se sentarem, o garçom passou pelas duas, deixou cardápios em cima da mesa e disse:

— Podem escolher e eu volto em um minuto.

As duas olharam o cardápio rapidamente, pois não podiam perder tempo. O garçom realmente retornou em um minuto, como prometido.

— Eu vou querer esse número 7. — Ana apontou para o cardápio.

— Quero o número 4 — completou Letícia, entregando o cardápio ao rapaz.

— E para beber?

— Dois sucos de laranja, por favor! — respondeu Ana, também em nome da amiga, que ainda estava um pouco aérea.

Rapidamente o garçom já partiu em direção à cozinha, desviando-se de outras pessoas que procuravam lugar para se sentarem.

— Ana! Agora, me conta. O que foi aquilo lá dentro da boate?

— Nossa! Acho que instinto. Eu vi aquele cara agarrando a menina, eu fiquei puta de raiva. Eu tive que me segurar pra não quebrar o braço dele. Eu só conseguia pensar na naquelas duas jovens mortas por um babaca igual a esse.

— Acho que vou fazer umas aulas de defesa pessoal. ­— Letícia riu e simulou um pequeno golpe de karatê com as mãos.

— É sempre útil ­— respondeu Ana com o mesmo movimento da amiga.

Após algumas conversas sobre situações constrangedoras que elas já passaram devido a assédios masculinos, começaram a falar sobre casos em que trabalharam ou se lembravam em que muitos homens agrediram ou até mesmo mataram mulheres e saíram impunes.

Olharam pela janela da lanchonete. Havia um grupo de garotas de programa paradas na esquina. Ana fez um sinal com a mão, como se apontasse para as mulheres, e disse:

— Às vezes, penso como deve ser difícil a vida de prostituta. Noite após noite, enfrentando homens muitas vezes bêbados, agressivos e perigosos, sem nenhum respeito por elas.

Letícia acenou com a cabeça, concordando com Ana, enquanto ajudava o garçom a distribuir os pedidos na mesa.

— Lembro de um caso que estudei na faculdade de uma quadrilha que traficava pessoas, principalmente prostitutas, coitadas — comentou Letícia enquanto já mordia seu primeiro pedaço do sanduíche. — Nossa, esse sanduíche está delicioso! — completou com o canto esquerdo da boca sujo de maionese.

Enquanto Letícia já estava acabando seu sanduíche, percebeu que Ana estava em silêncio e pensativa, mal tinha mordido seu lanche, que esfriava no prato.

— Ana! Terra chamando Ana! ­— disse Letícia, rindo e estalando os dedos na frente dos olhos da amiga.

— Desculpe! Saí do ar por um instante — respondeu Ana, sacudindo a cabeça e voltando a voltando a atenção novamente ao sanduíche.

Após duas boas mordidas no seu lanche de bacon especial da casa e um gole em seu suco de laranja, Ana demonstrava em sua expressão facial que concordava com a amiga e que aquilo estava delicioso.

— Estava pensando aqui que tráfico de pessoas não foi uma hipótese que levantamos para o caso das garotas — disse Ana com a boca ainda cheia. — Vou levar isso em consideração, mas amanhã. Porque hoje só quero ir pra casa dormir.

Após as duas terminarem de comer, chamaram um taxi e retornaram para o apartamento de Ana por volta de 3h da manhã. Após Letícia tomar banho, foi a vez de Ana, que, ao terminar, passou pelo quarto de hóspedes, e Letícia já estava dormindo como se houvesse desmaiado em cima da cama. Ana foi para seu quarto em silêncio para não acordar Letícia; muito menos o companheiro, Perseu.

Na manhã seguinte, as duas acordaram por volta de 10h, tomaram uma dose de café e Ana chamou um táxi pelo aplicativo para levar Letícia para casa.

Encerra com a música: (Dona de Mim - Iza).


autor
João Paulo Coca

elenco
Giovanna Antonelli como Ana Torosídis
Sheron Menezzes como Letícia
Cauã Reymond como Felipe Morfeu
Otávio Muller como Antero Torosídis
Antônio Fagundes como Konstantinos
Alexandre Borges como Georgios
Miguel Falabella como Dimitri
Carmo Dalla Vecchia como Andreas Torosídis
Larissa Manoela como Helena Torosídis

trilha sonora
Dona de Mim - Iza

produção
Bruno Olsen
Cristina Ravela

Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


REALIZAÇÃO


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