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Funerária Dois Irmãos: Capítulo 03

Novela de Marcelo Caronesi
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FUNERÁRIA DOIS IRMÃOS - CAPÍTULO 03




 

            Odílio está na sala, montando uma estante; ao seu lado, uma caixa de ferramentas, pregos, parafusos, chave de fenda, martelo. Um rádio sobre a mesinha toca a música “Saudosa Maloca”, da banda Demônios da Garoa. Odílio tem cara irritada e resmunga enquanto executa o trabalho. De repente, há um barulho na porta. Odilon chega carregando duas sacolas de feira.

         – Que demora do caramba! Tava aonde? – questiona Odílio.

         – Que pergunta? Eu fui na prefeitura e depois no mercado, Jorge.

         Odílio dá um salto, empurrando Odilon contra a parede. Com o antebraço, ele força o pescoço de Odilon, que fica com o rosto vermelho; as sacolas caem, laranjas, maçãs, tomates e cebolas rolam pelo chão.

         – Você louco, seu filho da puta?

         – Me solta – diz Odilon com muita dificuldade.

         – Você quer que descubram a gente, seu desgraçado?

         – Tá me faltando ar...

         Odílio se afasta. Odilon se curva, puxando o ar. Ele está com o rosto quase roxo. Ele senta-se no chão, com as costas encostada na parede, tentando respirar.

         – Tenha calma... Eu me esforçando pra acostumar com os nossos nomes.

         – Você espera que eu tenha calma com você como? Você é um paspalho. Só faz merda – reclama Odílio, agarrando os próprios cabelos loiros e assanhando-os.

         – Não vai se repetir.

         – Você já disse isso um monte de vezes. E naquele dia no bar? A sorte foi que não tinha ninguém perto – reclama Odílio.

         Odilon se levanta. Ele vai até Odílio e estende a mão.

         – Confie em mim. Vai dar tudo certo, meu irmão.

         Odílio aperta a mão de Odilon, mas ainda bastante irado.

         – Odílio, eu tenho boas notícias. Consegui falar com o prefeito. Me recebeu no gabinete dele. Ele quer falar com nós dois.

         Odílio se afasta, se segurando na parede.

         – Puta que pariu! Ele descobriu. Ou está desconfiado. Ele vai reunir a gente lá e a polícia vai esperando a gente do lado de fora.

         – Sossega, meu amigo. Ele só quer conversar como os novos empresários da cidade. Ele até disse que tava chateado, porque já tinha duas semanas que tamo aqui e a gente ainda não tinha ido lá pra conhecer ele. Ele ficou feliz da gente ter escolhido São Pedro da Cachoeira como lugar pra investir no nosso negócio.

         – Eu vou levar o meu revólver. Eu não vou desprevenido. Não, não. De jeito maneira – diz Odílio, balançando a cabeça.

         – Você paranoico – ironiza Odilon.

         – Por que ainda não liberaram os documentos? Por que ele quer que vá nós dois lá? Certamente porque desconfiaram que tem dois ladrões na cidade dele e combinou com o delegado pra pegar a gente lá.

         – Fique calmo. Eu marquei com ele pra quinta-feira à tarde, lá pelas três horas. Eu vou, você vai, e ninguém vai levar arma nenhuma – diz Odilon, rindo.

escrita por
Marcelo Caronesi

elenco
Odilon
Odílio
Tereza
delegado Ferreira
Onça-parda

tema
Canções de Assassinato 

intérprete
Confraria da Costa

direção
Carlos Mota

produção
Bruno Olsen
Cristina Ravela

Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


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