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Passos da Paixão - Capítulo 33

Novela de Édy Dutra
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PASSOS DA PAIXÃO - CAPÍTULO 33

 
 
 
 
 
NO CAPÍTULO ANTERIOR:
 

JÚLIO: - E então, o que você tem para falar, Marília?

MARÍLIA: - Parece até coisa de gente louca, mas... Ultimamente eu tenho tido sonhos estranhos. Na verdade, tenho sonhado muito com o acidente...

ILZA: - Hoje eu até me assustei com o grito dela.

JÚLIO: - E então?

MARÍLIA: - Eu lembro que, logo depois da colisão, eu vi uma pessoa se afastando do local do acidente.

SÍLVIA: - Você viu?

MARÍLIA: - Até tentei chamar por essa pessoa, por socorro, mas não consegui.

JÚLIO: - Eu não estava sozinho lá mesmo.

MARÍLIA: - É isso que eu quero te perguntar, Júlio. Hoje eu sonhei de novo com o acidente e vi uma mulher loura, cabelos ondulados, saindo de perto dos carros. Ela estava assustada, aflita. Você se lembra de alguma coisa?


JÚLIO
: - Era a Rosana!



 

 

 


 

CENA 01. CASA SÍLVIA. INT. DIA. 

Continuação do capítulo anterior. Júlio confirma ser Rosana a mulher que Marília viu no carro. 

JÚLIO: - Era a Rosana! Era ela quem estava fugindo de lá!

SÍLVIA: - Finalmente!

JÚLIO: - Marília, eu esperava por essa confirmação há anos!

ILZA: - Mas por quê?

JÚLIO: - Eu nunca consegui provar que a Rosana estava comigo no carro. Era ela quem estava dirigindo o veículo na hora do acidente. Mas ela pouco se feriu. Não sei como, ela conseguiu trocar de lugar comigo, me colocando como motorista e fugiu! Por sorte, você viu e agora vem nos dar essa notícia!

SÍLVIA: - Finalmente é a sua chance de provar a inocência, meu amor!

JÚLIO: - E colocar aquela bandida na cadeia!

MARÍLIA: - Nem eu tinha noção de que isso era tão importante para você.

ILZA: - Eu fico até constrangida, pois te acusamos de ser um assassino. Nos perdoe, por favor.

JÚLIO: - Não precisa me pedir perdão não. Vocês estavam acreditando numa mentira, como todo mundo acreditou.

SÍLVIA: - Eu sempre confiei em você, Júlio. Mesmo sabendo que a Rosana tinha participação nisso.

JÚLIO: - Agora a gente pode provar. Marília, você aceita dar um depoimento na polícia sobre isso?

MARÍLIA: - Claro! O que eu mais quero agora é esclarecer essa história de uma vez por todas.

JÚLIO: - Vamos colocar a Rosana na cadeia. Onde ela estiver escondida, nós vamos achá-la. Agora ela não tem saída. É o fim! 

CENA 02. APTO SANDRA E TARSO. QUARTO. INT. DIA. 

Tarso veste seu terno para sair. Sandra entra no quarto.

SANDRA: - Pensei que fosse mais tarde para a empresa. Depois do evento de ontem...

TARSO: - Eu também pensei, mas tenho muitos compromissos.

SANDRA: - Hoje vai estrear uma peça de teatro que me parece ser muito boa. É daquela atriz que faz o papel de vilã na novela e (pausa)

TARSO (interrompe): - Não sei se vou poder ir, querida.

SANDRA: - Ah não?

TARSO: - Não me espere nem para o jantar. Não sei que horas estarei liberado. 

Tarso se perfuma. Sandra o observa. Ele se aproxima dela, a beija rapidamente na boca, um selinho e sai. Sandra fica pensativa.

SANDRA: - Sei bem o compromisso que você vai ter, Tarso...

CENA 03. CASA MAURO. INT. DIA.

Celeste faz um trabalho da faculdade na mesa da sala de jantar. Leocádia está próxima, observando a filha.

LEOCÁDIA: - É trabalho sobre o quê, Celeste?

CELESTE: - Mídia digital, mãe.

LEOCÁDIA: - E por que você não usa o computador do escritório?

CELESTE: - Eu preciso escrever todas as informações no caderno primeiro, para depois passar pro computador. É mais fácil de organizar.

Celeste deixa a caneta cair no chão. Ao invés de juntar, ela pega outra caneta no estojo.

LEOCÁDIA: - Por que você não pega a caneta que caiu?

CELESTE: - Porque ela caiu no chão.

LEOCÁDIA: - Sim, isso sei. Era só você pegar e continuar escrevendo.

CELESTE: - Mas é melhor pegar essa aqui que é nova e está limpa.

LEOCÁDIA: - O chão está limpo também. Consequentemente a sua caneta que caiu também está.

CELESTE (se altera); - Não está, mãe! O chão nunca está limpo! Sempre há bichinhos, micróbios, bactérias que podem causar inúmeras doenças na gente.

LEOCÁDIA: - Celeste, calma! Você precisa enfrentar esses seus medos. 

Leocádia pega a caneta do chão e coloca nas mãos de Celeste, que joga a caneta longe. 

CELESTE (levanta-se): - Não! Agora vou ter que lavar as mãos com álcool! Estou contaminada, mãe!

LEOCÁDIA (segura Celeste): - Não, Celeste! Você não vai! Você precisa superar isso!... Nada está contaminado! A caneta está limpa, a sua mão está limpa! Veja, não tem nada!

CELESTE: - Eu preciso lavar, mãe!

LEOCÁDIA: - Você precisa é ser forte e aprender a lidar com esses seus medos! Lembra do que a doutora Marcela falou! É preciso enfrentar! 

Celeste aos poucos cede, sentando na cadeira novamente. Leocádia busca a caneta no chão e coloca sobre a mesa. 

LEOCÁDIA: - Continue o trabalho, filha, com esta caneta.

Celeste encara a caneta e em seguida, Leocádia, que lhe observa atenta, dando força.

LEOCÁDIA: - Você consegue, filha. Supere o seu medo!

Celeste, ainda um pouco resistente, aos poucos aproxima sua mão da caneta, até pegá-la totalmente e voltar a escrever. Leocádia abraça Celeste.

LEOCÁDIA: - Você conseguiu, filha! Você conseguiu!

CELESTE: - Está difícil, mãe, mas eu não vou desistir.

LEOCÁDIA: - Não desista, Celeste! Não desista! Estou tão orgulhosa de você, minha filha... 

As duas sorriem, felizes. 

CENA 04. RESTAURANTE PRATO CHEIO. INT. DIA. 

Guilherme está no balcão, ao telefone. 

GUILHERME (ao telefone): - Que ótimo, dona Leocádia! Obrigado pela notícia! (desliga) 

Heloísa se aproxima dele.

HELOÍSA: - O que aconteceu, Gui?

GUILHERME: - A Celeste teve uma crise, mas conseguiu superar. Ela está sendo forte! Estou tão feliz!

HELOÍSA: - Bom, eu não sei do que se trata, mas fico feliz em saber que você está feliz.

GUILHERME: - Preciso avisar o Mauro sobre isso.

HELOÍSA: - Acho melhor você esperar um pouquinho... Por que, ao que me parece, ele está bem interessado em outro assunto. 

Heloísa faz sinal indicando a mesa de Mauro. Ele está sentado com Tereza, conversando, clima romântico. 

TEREZA: - Estou ficando mal acostumada com você me trazendo para almoçar aqui.

MAURO: - Você merece. E eu gosto da sua companhia. Comer sozinho não tem graça.

TEREZA: - Não tem graça mesmo! É bom estar com quem à gente gosta.

MAURO: - Quem a gente ama. 

Tereza se surpreende, baixa o olhar, um tanto envergonhada. 

MAURO: - Não quis deixar você encabulada.

TEREZA: - Eu só fiquei surpresa com o que você disse.

MAURO: - Acha que eu fui apressado em dizer que estou amando você?

TEREZA: - Não! Quero dizer, não sei... ai, você me deixou confusa!

MAURO (risos): - Você fica ainda mais linda assim, sem jeito.

TEREZA: - Para... Eu fiquei assim porque também estou gostando de você e não sei se é cedo demais para dizer que é amor. Mas é uma sensação tão gostosa. Coração bate forte só de olhar para você. E olha que nos conhecemos há anos, mas eu nunca te olhei com esses olhos que eu olho agora, sabe? Está sendo diferente.

MAURO: - Eu digo o mesmo para você. 

(sobe trilha “Cuidando de Você” - Luiz Melodia) 

MAURO (segura a mão de Tereza): - Tereza, eu sofri uma desilusão muito grande na vida. Quem eu amava, não me amava. Eu perdi a confiança no amor. Mas aí você apareceu e eu senti um novo frescor de vida. Pensei até que pudesse ser por causa da carência, falta de afeto, mas não... A cada dia que passa, você toma conta dos meus pensamentos mais e mais.

TEREZA: - Eu também sofri uma desilusão amorosa que me deixou bem abalada. Mas aí o destino colocou você no meu caminho e eu fiquei assim agora, encantada. Parece a primeira vez em que eu tomei champanhe, na escolha da Miss Guanabara... Não vou dizer o ano, ok? (risos)

MAURO: - Você é sempre tão alto astral, tão companheira. Eu quero ficar com você, Tereza. Quero ter a chance de ser feliz novamente com alguém que realmente quer isso também.

TEREZA: - Mauro, isso é tão lindo!

MAURO: - Lindo é o meu amor por você... Eu quero ficar junto com você, Tereza. Pra valer. 

Mauro se aproxima de Tereza e a beija, apaixonado. (fade out trilha “Cuidando de Você” - Luiz Melodia) 

CENA 05. BÚZIOS. POUSADA. QUARTO. INT. DIA. 

Renato sai do banheiro do quarto da pousada, após o banho, enrolado na toalha. Estranha não ver Ivan no local. 

RENATO: - Ivan? 

De repente, Ivan entra no quarto, trazendo um envelope.

RENATO: - Onde você estava?

IVAN: - Fui atrás de um lugar para imprimir as fotos que tiramos na praia. Ficaram lindas. 

Ivan tira as fotos do envelope e mostra para Renato. São fotos dos dois juntos, abraçados e outra até se beijando na beira da praia. 

RENATO: - Lindas mesmo. Você sabe mesmo manusear bem essas câmeras fotográficas.

IVAN: - Escolhe uma foto.

RENATO: - Pra quê?

IVAN: - Escolhe logo! 

Renato escolhe uma foto onde os dois estão juntos, de mãos dadas. 

RENATO: - Essa...

IVAN: - Então agora eu vou escrever uma declaração pra você. Para que você nunca esqueça desses momentos que a gente passou aqui.

RENATO: - Ivan, não precisa.

IVAN: - Precisa sim. Isso que a gente está vivendo não vai se repetir, Renato. É bom que fique eternizado nas fotos e nas palavras... 

Renato sorri, se afasta, vai se secar. Ivan senta-se à mesa, com um bloco de folhas e caneta. Coloca a foto ao lado, a observa por alguns instantes e começa a escrever. 

CENA 06. LAGOA RODRIGO DE FREITAS. EXT. DIA. 

Geórgia faz caminhada na orla da Lagoa. Fábio vem correndo no sentido contrário. Fábio avista Geórgia e decide se aproximar. Ele caminha lado a lado com ela. 

FÁBIO: - Que surpresa boa!

GEÓRGIA: - Oi Fábio!... Me seguindo é?

FÁBIO: - Eu? Claro que não... Estava aqui fazendo meu exercício diário. E você?

GEÓRGIA: - Dando uma caminhada. É bom para a saúde né? Preciso me cuidar.

FÁBIO: - Como se precisasse... Você é ótima, com todo o respeito.

GEÓRGIA: - Me galanteando?

FÁBIO: - Estou?

GEÓRGIA: - Acho que sim.

FÁBIO: - É estou. 

Geórgia para. Fábio também.

GEÓRGIA: - Acho que você esqueceu que eu tenho marido.

FÁBIO: - Esqueci completamente. Acho que ele também esqueceu que tem uma mulher linda e a deixou sozinha em pleno Rio de Janeiro! 

Geórgia ri. 

FÁBIO: - Vai rolar uma exposição muito bacana, de uma artista plástica que está voltando... Está a fim de ir comigo?

GEÓRGIA: - Quando?

FÁBIO: - Hoje à noite. Em Ipanema.

GEÓRGIA: - Tá certo, eu aceito.

FÁBIO: - Passo na sua casa para buscar?

GEÓRGIA: - Nos encontramos em frente à galeria. Acho que sei onde fica.

FÁBIO: - Tudo bem...

GEÓRGIA: - Posso voltar para a minha caminhada?

FÁBIO: - Pode claro. Então nos vemos à noite! 

Geórgia sorri, simpática e sai. Fábio fica pensativo, com sorriso na boca.

CENA 07. DELEGACIA DE POLÍCIA. INT. DIA.

Na delegacia movimentada, Sílvia, Júlio e Ilza aguardam sentados do lado de fora de uma sala. Estão com expressão ansiosa.

Dentro da sala, Marília dá seu depoimento ao delegado sobre o acidente que vitimou Gustavo. O escrivão registra todo o relato.

DELEGADO: - Então você estava no carro que foi atingido...

MARÍLIA: - Eu e meu noivo, Gustavo, estávamos indo para o aeroporto. Nós iríamos viajar para Miami. A gente estava conversando, quando de repente (pausa/emociona-se) Desculpa.

DELEGADO: - Não se preocupe. Quando estiver pronta, continue.

MARÍLIA: - A gente estava conversando quando o carro onde estava o Júlio veio em nossa direção. Os carros se chocaram, o nosso capotou na pista e eu desacordei... Quando eu voltei, um pouco zonza, eu vi uma pessoa próxima do outro carro, e logo em seguida, saindo apressada, como se estivesse fugindo. E de uns tempos pra cá, eu comecei a relembrar algumas coisas do acidente, até que...

DELEGADO: - Até que...?

MARÍLIA: - Até que eu lembrei que essa pessoa que fugia do local do acidente é uma mulher.

DELEGADO: - Mulher essa que, pelo depoimento do Júlio, é Rosana Gonzales.

MARÍLIA: - Era uma mulher loira, cabelos ondulados. Lembro claramente. Eu tentei chamar por ela, pedir ajuda, mas ela saiu apressada, como se estivesse fugindo. Enfim, delegado. O Júlio foi acusado de ser o responsável por tudo, mas agora eu acredito que ele pode estar falando a verdade quando diz que a Rosana estava com ele, que ela estava dirigindo o carro.

DELEGADO: - Por enquanto, apenas hipóteses. Não há nada concreto até então... Mas o seu depoimento será analisado junto com as outras provas da época do acidente.

MARÍLIA: - Peço, por favor, delegado, que analise tudo com cuidado. É importante desfazer essa injustiça com o Júlio. 

Do lado de fora, Sílvia se mostra impaciente.               

SÍLVIA (levanta da cadeira): - Não dá mais pra ficar esperando.

JÚLIO: - Calma, Sílvia. Não pode entrar na sala.

SÍLVIA: - Mas eu preciso dizer o que eu sei! Com o meu depoimento, e mais a declaração da Marília, a gente vai poder incriminar a Rosana!

ILZA: - E o que você sabe, Sílvia?

SÍLVIA: - Eu vou dizer, dona Ilza. Eu vou dizer... 

CENA 08. VILA ISABEL. RUA. EXT. DIA. 

Melissa retorna do mercado com sacolas de compras. Laerte aborda a moça, pegando uma das sacolas. 

MELISSA: - Laerte!

LAERTE: - Laerte? Eu sou seu pai, Melissa.

MELISSA: - Eu sei, de criação.

LAERTE: - Mas sou... Suponho que você já saiba de toda a história. Mas não quero que isso atrapalhe a nossa relação.

MELISSA: - Não vai atrapalhar não, pai.

LAERTE: - Sua mãe está em casa?

MELISSA: - Não está não. Ela e o Júlio saíram às pressas para a delegacia.

LAERTE (surpreso): - Delegacia?

MELISSA: - A Marília Pereira, a famosa ex-modelo, esteve lá em casa. Parece que ela se lembrou de mais alguém no dia do acidente dela... O tal acidente que o Júlio foi acusado de ter sido culpado.

LAERTE: - Mas o Júlio foi culpado. Até foi preso por isso!

MELISSE: - Parece que não era ele quem estava dirigindo o carro. E sim a Rosana. 

Laerte tenta esconder a apreensão. Os dois chegam a frente à casa de Sílvia. 

LAERTE: - Pronto, filha.

MELISSA: - Não quer entrar um pouco?

LAERTE: - Não, eu preciso resolver uns assuntos aí. (beija Melissa) fica bem, filha. 

Laerte sai, apressado. 

CENA 09. DELEGACIA DE POLÍCIA. INT. DIA. 

Marília vai levantando da cadeira para sair da sala, quando Sílvia entra apressada. 

DELEGADO: - O que foi?

SÍLVIA: - Eu preciso falar, delegado! Eu preciso falar senão vou explodir aqui!

DELEGADO: - Por favor, contenha-se. O que a senhora tem a dizer?

SÍLVIA (firme): - Era a Rosana quem estava dirigindo o carro na noite do acidente.

DELEGADO: - Mas o que leva você a ter certeza disso?

SÍLVIA: - A declaração dela mesma para mim na noite quando tudo aconteceu. 

FLASHBACK 

Rosana abre a porta de sua casa. É Sílvia, que entra apressada no local. 

SÍLVIA: - Rosana, você viu na TV o acidente que... (vê o ferimento no rosto de Rosana) O que aconteceu?

ROSANA: - Já está na TV o acidente?!

SÍLVIA: - Sim, já está... Rosana, esse ferimento na sua sobrancelha...

ROSANA: - Eu estava lá, Sílvia.

SÍLVIA (incrédula): - Como é que é?! Você estava nesse acidente? Mas como? Na TV falaram em três pessoas...

ROSANA: - Eu fugi.

SÍLVIA: - Mas fugiu por quê?! O Júlio foi levado para o hospital e um rapaz morreu!

ROSANA: - Eu fugi porque quem provocou esse acidente foi eu, Sílvia. 

Sílvia fica chocada. 

ROSANA: - ...Eu falei pro Júlio que estava grávida dele. Ele ficou feliz, mas mudou de comportamento quando eu disse que não iria ter essa criança... Quando eu falei pro Júlio que eu ia tirar a criança, a gente começou a discutir e eu acabei perdendo o controle do carro e... E invadi a outra pista.

SÍLVIA (incrédula): - Rosana! Por isso você fugiu! Não prestou socorro nem nada!

ROSANA (desesperada): - Eu não posso fazer isso! Não posso!... Eu serei presa se descobrirem a verdade! (pausa) Eu saí do volante e coloquei o Júlio no meu lugar.

SÍLVIA: - Ele vai levar a culpa por isso, sua desgraçada! 

Sílvia dá um tapa no rosto de Rosana, que não reage. 

VOLTA À CENA ATUAL 

Sílvia está firme em frente ao delegado.

SÍLVIA: - Eu não posso deixar que essa mulher fique impune. Foi a Rosana que causou o acidente que vitimou o noivo da Marília. A Rosana é a culpada de tudo!

DELEGADO: - Dona Sílvia, sente-se aqui na cadeira (a Marília) Obrigado pelo seu depoimento. Pode nos deixar a sós na sala. 

Marília se retira. 

DELEGADO (ao escrivão): - Alcides, registra tudo aqui... 

O escrivão prepara nova folha para digitar o depoimento de Sílvia. 

DELEGADO: - Por favor, dona Sílvia, comece contando de como você obteve essa declaração da Rosana.

SÍLVIA: - Eu estava em casa quando vi sobre o acidente na TV... Eu vi que era o carro do Júlio e o repórter tinha dito que era ele o culpado. Eu fiquei preocupadíssima e fui até a casa da Rosana para ver se ela sabia de alguma coisa. E pra minha surpresa, quando eu cheguei lá, ela estava com um ferimento na cabeça. 

Sílvia dá o seu relato para o delegado, que presta atenção em todos os detalhes. 

CENA 10. TRANSIÇÃO DO TEMPO. ANOITECER / CASA LAERTE. INT. NOITE. 

Imagens do Rio de Janeiro ao anoitecer. Corta para a casa de Laerte. Rosana e Laerte diante do noticiário, na TV. 

REPÓRTER (na TV): - E hoje à tarde, a polícia emitiu mais um mandado de prisão contra a estilista Rosana Gonzales. Desta vez, ela é acusada de provocar o acidente de carro que vitimou o empresário Gustavo Caetano, há mais de vinte anos. Noiva de Gustavo na época, a empresária Marília Pereira prestou depoimento na delegacia, esclarecendo fatos antes não apurados pela polícia. Junto com ela, estava Júlio, então acusado pela morte de Gustavo e Sílvia, companheira de Júlio e amiga de Rosana na época, que relatou que Rosana confessou a ela estar no volante do carro que causou o acidente. 

Rosana se irrita, desliga a TV. 

LAERTE: - Bem que a Melissa falou... É o fim, Rosana.

ROSANA: - Nunca! Mas nunca! Rosana Gonzales não conhece o fim, Laerte. Agora está sendo o meu começo.

LAERTE: - Que começo? Com a polícia na tua cola?

ROSANA: - É agora que a gente vai agir.

LAERTE: - Tem certeza que vai fazer isso? Vai usar a tua própria filha nesse plano maluco?

ROSANA: - A gente vai se dar bem, Laerte. A minha filha vai ser útil pra mim pelo menos uma vez na vida. E você vai me ajudar! Não pense em dar pra trás!

LAERTE: - Sei não. Tá arriscado. 

Rosana abre sua bolsa e retira uma arma de dentro. Laerte se surpreende. 

LAERTE: - De onde você tirou essa arma, Rosana?

ROSANA: - Enquanto você foi atrás da Melissa, eu coloquei meu disfarce e fui encontrar uns parceiros aí, que estavam me devendo uns favores... Consegui essa arma e um carro pra gente colocar em prática o nosso plano.

LAERTE: - Você é louca!

ROSANA: - Não queira conhecer a minha loucura a fundo... (aponta a arma para Laerte) Vai me abandonar ou não?

LAERTE: - Estou com você até o fim.

ROSANA: - Ótimo!... Agora presta atenção no plano que a gente vai seguir. Não tem como dar errado. Vamos acertar o Júlio e a Sílvia em cheio e acabar com essa felicidade imunda deles. Pra sempre! 

CENA 11. GALERIA DE ARTE. EXT / INT. NOITE. 

Imagens da parte externa da galeria de arte onde está acontecendo à exposição de Valquíria. A rua é uma das mais movimentadas de Ipanema e o público se faz presente para prestigiar a exposição. 

Fábio está parado em frente ao local, ansioso. Geórgia se aproxima. 

GEÓRGIA: - Demorei?

FÁBIO: - Não, não mesmo. 

Fábio se encanta com a beleza de Geórgia, que veste um vestido curto, com estampas de rosa. 

FÁBIO: - Você está linda, Geórgia.

GEÓRGIA: - Obrigada! Você também, está muito bem vestido.

FÁBIO: - Vamos entrar?

GEÓRGIA: - Claro. 

Fábio acompanha Geórgia até o interior da galeria. O ambiente é espaçoso e colorido. Os quadros estão dispostos, alguns em cavaletes e outros suspensos por cabos de aço saídos do teto. Garçons servem drinks e canapés. 

Valquíria, trajando um vestido vermelho fogo, é fotografada por diversos jornalistas. 

VALQUÍRIA: - Essa exposição fala muito de sentimentos, de relações humanas. É um trabalho mais de reflexão onde todos conseguem se identificar. 

Bruno chega à exposição. Valquíria o vê. 

VALQUÍRIA (aos jornalistas): - Fiquem à vontade para fazer todos os registros... E obrigada pela presença! Com licença. 

Valquíria vai até Bruno. 

VALQUÍRIA: - Pensei que não viesse me ver.

BRUNO: - Acha mesmo que eu faltaria? Essa é a sua noite. Você merece. 

Os dois se beijam.

Do outro lado, Raquel e Adônis observam tudo. 

ADÔNIS: - Não falei pra você que eles iam ficar de boa?

RAQUEL: - A Valquíria não aprende mesmo... Esse cara não presta.

ADÔNIS: - Ela me parece bem feliz com ele.

RAQUEL: - Ela está sendo enganada por ele, isso sim.

ADÔNIS: - Lá vem o Fernando! 

Fernando se aproxima deles, com Marcinha e Orestes. 

FERNANDO: - Olá, boa noite!

RAQUEL: - Como estão?

ORESTES: - Tudo bem. Ótima exposição, não é?

ADÔNIS: - Finalmente a Valquíria usou as suas maluquices para alguma coisa.

FERNANDO: - Só escuto bons comentários sobre os quadros.

MARCINHA: - Tem cada tela linda... Não sabia que a Valquíria era tão talentosa.

ORESTES: - Ela sempre foi, só não exercitava tanto assim o seu talento. Talvez ela achou melhor fazer isso agora, mais madura. 

Estér e Bia chegam e se juntam ao grupo. 

ESTÉR: - Gente, quantos quadros lindos! Eu até estou pensando em comprar um.

FERNANDO: - Vai ser uma ótima aquisição.

BIA: - E eu tenho uma parede lá no apartamento que pede mesmo um quadro bacana.

RAQUEL: - A gente também poderia comprar um quadro, né Adônis? Precisamos mesmo dar um up na decoração lá de casa.

ADÔNIS: - Vamos ver, os valores, enfim...

MARCINHA: - E o Diogo, onde está?

ADÔNIS: - Ele disse que tinha um encontro com a galera.

MARCINHA: - Encontro com a galera? Ninguém me disse nada.

RAQUEL: - Talvez não seja a sua galera. Diogo tem saído bastante ultimamente. 

Estér e Bia trocam olhares.

ESTÉR: - E Maria Helena? Pensei que viria na exposição...

ORESTES: - Ela disse que não estava muito disposta. Dor de cabeça. Tomou um calmante e adormeceu. 

Bia e Estér se olham novamente, cúmplices.

Enquanto isso, Amália chega ao local, elegante. Bruno, de longe, a vê. Eles trocam olhares. Amália disfarça, e segue apreciando os quadros. 

Num outro ponto, Paula e André conversam. 

PAULA: - Eu sempre quis ter algum talento artístico. Acho tão bacana pessoas que tem esse dom de se expressar com a arte.

ANDRÉ: - Mas você tem um talento artístico. É uma ótima dançarina.

PAULA: - Tá falando isso porque é meu namorado.

ANDRÉ: - Não mesmo. Falo isso porque é verdade. Até a Raquel te elogia. Você melhorou e muito desde a primeira vez em que dançamos.

PAULA: - Eu não dançava nada! (risos) Você me incentivou bastante... Obrigada. 

Paula beija André.

Próximos deles, Geórgia e Fábio olham alguns quadros. 

FÁBIO: - Gosta desse tipo de arte? Eu convidei você pra vir, mas nem perguntei se isso te interessa.

GEÓRGIA: - Eu acho interessante. Não tenho muitos quadros na minha casa não, mas gosto. Acho bonito, diferente.

FÁBIO: - Gosta mesmo?

GEÓRGIA: - Gosto.

FÁBIO: - Então eu vou comprar um pra você.

GEÓRGIA (surpresa): - Como é que é?! Não mesmo!

FÁBIO: - Claro, um presente.

GEÓRGIA: - Fábio, não precisa! Tá louco?

FÁBIO: - Louca está você, por recusar um presente assim. Vou comprar para você colocar na sua casa.

GEÓRGIA: - Eu não posso aceitar um presente desses. O que o meu marido vai pensar?!

FÁBIO: - Diga a ele que você mesma comprou, pronto.

GEÓRGIA: - Ah sim! Eu, Geórgia, me enlouqueci e saí comprando quadros nas galerias do Rio de Janeiro. Ótima desculpa.

FÁBIO: - Então diga que é um presente e pronto.

GEÓRGIA: - Você só pode ser maluco mesmo...

FÁBIO: - Eu estou sim, maluco, enlouquecido, fascinado... 

Os dois trocam olhares. Fábio se aproxima para beijar Geórgia, mas ela se esquiva. 

GEÓRGIA: - Bom, então vamos andar pela galeria. Já que você vai me dar um presente, quero escolher um quadro bem bonito.

FÁBIO: - Isso vamos andando... 

Os dois caminham por entre o público. Passam por Estér e Bia.

BIA: - Nem o Diogo, nem Maria Helena...

ESTÉR: - Aposto que eles estão juntos.

BIA: - E o que você vai fazer?

ESTÉR: - Se ela ficou em casa, é pra lá que nós vamos. É hoje que eu desmascaro aquela cobra... 

CENA 12. MANSÃO LINHARES. QUARTO MARIA HELENA. INT. NOITE.

Diogo e Maria Helena entram no quarto aos amassos. Maria Helena empurra Diogo, que cai na cama.

MARIA HELENA: - Hoje você ta que ta hein!

DIOGO: - A gente não pode perder tempo. Daqui a pouco o pessoal chega e aí (pausa)

MARIA HELENA (interrompe); - Eles não vão vir cedo. Conheço os meus... Depois da exposição vão jantar, jogar conversa fora está uma noite tão agradável... A gente vai poder aproveitar sem medo... Agora tira a roupa, vamos. Quero ver o seu corpo. 

Diogo tira a calça e a camisa, ficando apenas de cueca branca. 

MARIA HELENA: - Ah, o frescor da juventude... Que você conserve essa vitalidade por muito tempo ainda rapaz.

DIOGO: - Eu estou me dedicando... Faço academia e cuido da alimentação.

MARIA HELENA: - Ótimo!... Mente sã, corpo são. Agora vem cá. 

Diogo se aproxima de Maria Helena. Os dois de pé, cara a cara. Maria Helena vira de costas pra ele. 

MARIA HELENA: - Abre o meu vestido... Com a boca. 

Diogo coloca a boca no zíper do vestido, nas costas de Maria Helena e vai baixando. Ela sente lampejos, geme. Diogo baixa o vestido dos ombros, deixando cair até os pés. Maria Helena se vira para ele novamente, o abraça. 

MARIA HELENA: - Hoje eu quero ser a sua cadelinha... Me usa como se eu fosse a última mulher da face da terra. 

Diogo agarra Maria Helena pela cintura, a vira para a cama. Maria Helena se deita, Diogo fica sobre ela logo em seguida, beijando seu pescoço, seu colo. Maria Helena em êxtase. 

CENA 13. CASA JANICE E ALCEU. INT. NOITE. 

Sandra chega de surpresa à casa de Janice e Alceu. 

JANICE: - Sandra! Segunda visita hoje!

SANDRA: - Pra vocês verem como eu estou gostando de vocês e daqui de Vila Isabel.

ALCEU: - Impossível não gostar da Vila... mas você veio falar com a Karina? Ela tinha curso hoje.

SANDRA: - Não, hoje eu não vim falar com Karina. Vim aqui para convidar vocês para jantar comigo.

JANICE: - Nós dois?

SANDRA: - Isso... Venham, por favor! Meus filhos estão fora, com os amigos. Meu marido trabalha até tarde, reuniões de negócios, um saco. Eu não queria ficar sozinha... E pelo o que eu vejo, vocês também estão sozinhos aqui. Que tal a gente sair para conversar. Conheço cada restaurante bacana, vocês vão adorar.

JANICE: - Será? Ai, Sandra, eu nem tenho roupa pra sair assim, à noite.

SANDRA: - Janice, não vamos a nenhum baile de gala. Apenas sair para jantar. Tenho certeza que você tem modelitos ótimos no seu guarda-roupas... E então, Alceu?

ALCEU: - Eu acho boa a ideia. Trabalhamos tanto hoje no bar. É bom sair para dar uma relaxada.

JANICE: - Então vamos!

SANDRA: - Ótimo!

JANICE: - Vou me arrumar, é rapidinho.

ALCEU: - Eu também, não demoro!

JANICE: - Fique à vontade, Sandra. Qualquer coisa, só gritar! 

Janice e Alceu saem. 

SANDRA: - É uma pena amigos, mas talvez o jantar fique indigesto para vocês.

CENA 14. GALERIA DE ARTE. INT. NOITE.

Mauro e Tereza chegam juntos à exposição, atraindo olhares.

TEREZA: - E já na primeira aparição em público, o novo casal causa grandes burburinhos...

MAURO: - É o preço que se paga por ser famoso. Venha, vamos olhar os quadros e cumprimentar a artista.

Os dois caminham de mãos dadas por entre as pessoas. Enquanto isso, Estér conversa com Bia.

BIA: - Você tem certeza que quer fazer isso, Estér?

ESTÉR: - É claro que eu tenho. Eu sei que foi ela que armou pra gente, Bia. E está na cara que ela não veio para se encontrar com o Diogo.

BIA: - Mas pode ser que eles não estejam na mansão.

ESTÉR: - Maria Helena não iria frequentar motelzinho por aí, ser reconhecida. Eles só podem estar na mansão. E vai ser lá que eu vou pegar ela. Eu não, o papai. Quero que ele veja quem é a mulher que casou com ele... Bom, agora a gente vai fazer o seguinte...

Bruno e Amália conversam num canto, discretamente.

BRUNO: - Você veio mesmo...

AMÁLIA: - Eu não perderia essa exposição por nada... Fiquei com vontade de ver a cara de pateta da sua loirinha. (ri, debochada)

BRUNO: - Não fala assim. Ela está tão feliz hoje.

AMÁLIA: - E você tão irresistível... (cheira o pescoço dele) Perfume delicioso.

BRUNO: - Para, seja discreta.

AMÁLIA: - Eu queria gritar pra todo mundo que você é meu também, sabia?

BRUNO: - E arruinar a minha vida? Nem pense...

AMÁLIA: - E eu sei que você gosta de ser meu, gosta de ficar comigo... Três mulheres, Bruno. Como é que você dá conta?

BRUNO: - Eu nasci para ter posses, Amália, ser poderoso. Até parece que você não sabe.

AMÁLIA: - É tão poderoso que vive encostado na loirinha e ta louco para pegar a grana da minha irmã. Conta outra, Bruno. Te conheço e não é de hoje... Mas eu vou te dar um desconto, ta? Até porque, hoje você está um tesão. 

Valquíria recebe os cumprimentos de Mauro e Tereza. 

MAURO: - Parabéns, Valquíria. A sua exposição está sendo um sucesso.

VALQUÍRIA: - Eu fico muito agradecida pelos elogios e lisonjeada em ter vocês aqui.

TEREZA: - Eu vim de penetra, na verdade, já que o convite foi para o Mauro. Mas como nós estamos juntos agora...

VALQUÍRIA: - Claro! Fez muito bem em vir! E que bom que estão juntos! Formam um lindo casal! Eu também estou amando, como nunca!... Ele está aqui... (procura Bruno com os olhos) 

Valquíria vê Bruno e Amália juntos, conversando ao pé do ouvido, risos e troca de carícias, discretas. Valquíria muda expressão. 

TEREZA: - Onde ele está? 

Mauro percebe a mudança de Valquíria.

MAURO: - Você está bem, Valquíria?

VALQUÍRIA: - Estou sim, desculpe. Fiquem à vontade. 

Valquíria se afasta, olhar distante. Raquel se aproxima dela. 

RAQUEL: - Amiga, soube que está vendendo muitos quadros aqui... (percebe a expressão triste de Valquíria) O que foi Val?

VALQUÍRIA: - O Bruno... Estava cantando outra mulher.

RAQUEL: - O quê? Esse cara é um canalha!

VALQUÍRIA: - Eu preciso fazer alguma coisa. Isso não pode ficar assim.

RAQUEL: - Calma, Valquíria! Pensa bem no que você vai fazer.

VALQUÍRIA: - Eu não quero pensar, Raquel. Eu quero é agir. Estou farta disso tudo!

RAQUEL: - Calma!... Onde é que eles estão? 

Valquíria e Raquel procuram por Bruno. 

VALQUÍRIA: - Ele estava aqui agorinha mesmo com outra mulher. Safado. Ele me paga! Ele me paga! O Bruno é só meu, ele é só meu! 

Estér conversa Orestes. 

ORESTES: - Ir lá pra casa agora, Estér? A Maria Helena pode não gostar...

ESTÉR: - Mas papai, eu preciso buscar umas coisas que ainda estão lá. A Maria Helena deve estar dormindo, nem vai ver nada.

ORESTES: - Bom, é verdade... Sendo assim, vamos indo. Eu também já quero ir pra casa descansar.

ESTÉR: - Eu prometo que não demoro.

ORESTES: - Vou falar com o Fernando para ele nos levar.

ESTÉR: - Não precisa pai! O Fernando provavelmente vai querer ficar mais tempo na festa. Não vamos atrapalhar. A Bia foi falar com o Adônis. Ele nos dá uma carona. 

Bia e Adônis se aproximam. 

BIA: - O Adônis nos leva pra mansão.

ESTÉR: - E se não for abusar, Adônis, me ajuda a levar as sacolas até o apartamento da Bia?

ADÔNIS: - Não tem problemas. Vamos? 

Bia e Estér trocam olhares, confiantes. 

CENA 15. CASA SÍLVIA. QUARTO. INT. NOITE. 

Sílvia e Júlio conversam, deitados na cama. 

JÚLIO: - Nossa, hoje foi um dia cheio.

SÍLVIA: - Foi mesmo...

JÚLIO: - Eu não esperava a declaração da Marília e nem a sua, abrindo o jogo de vez para o delegado.

SÍLVIA: - Eu não poderia segurar mais esse segredo. Ainda mais agora, que a Rosana já mostrou as caras, já foi desmascarada. Eu daria tudo para saber onde ela está escondida agora...

JÚLIO: - Deve estar bem escondia mesmo. Há dias que ninguém sabe dela.

SÍLVIA: - O importante é que ela se foi e nos deixou em paz. Estamos livres para viver a nossa vida. (se recosta no peito dele) Eu, você, a nossa filha... Eu me sinto tão completa, sabe? Tão plena, tão feliz!

JÚLIO: - Eu também estou muito feliz em ter vocês aqui comigo. Eu nunca tive uma família. Pra mim este está sendo o melhor momento da minha vida. 

(sobe trilha “Codinome Beija-Flor” – Luiz Melodia) Júlio se ajeita na cama. Sílvia fica de frente pra ele. 

JÚLIO: - Eu amo você, Sílvia. Já falei isso várias vezes, mas eu falo de novo porque é um sentimento tão bom de sentir, de viver.

SÍLVIA: - Eu também te amo tanto, Júlio. Você é tão especial pra mim. Às vezes eu paro pra pensar pra ver se eu não estou sonhando. Eu fecho os olhos e abro de novo. E quando eu vejo que você está aqui, perto de mim, meu coração de enche de alegria por saber que é verdade. Não é sonho, é real.

JÚLIO: - É real, é tudo real. Meu amor, teu amor, nosso amor... É real, Silvinha. É real. 

Júlio e Sílvia se beijam, apaixonados. Aos poucos, vão se despindo de suas roupas. Sílvia se deita na cama, Júlio fica sobre ela. Os dois trocam olhares profundamente. Júlio beija Sílvia com carinho. 

JÚLIO: - Amo você.

SÍLVIA: - Amo fazer amor com você. 

Os dois se beijam, calorosamente, envoltos por abraços. 

(fade in trilha “Codinome Beija-Flor” – Luiz Melodia) 

CENA 16. BOATE GLAMOURIO. EXT/INT. NOITE. 

(fade out trilha “Codinome Beija-Flor” – Luiz Melodia)

Sandra estaciona o carro em frente à boate GlamouRio. 

JANICE: - É aqui o restaurante?

SANDRA: - Não é bem um restaurante, mas é um local que vocês precisam conhecer. Venham. 

Janice e Alceu saem do carro, acompanhando Sandra. 

ALCEU: - Boate?

JANICE: - Por que você nos trouxe aqui, Sandra?

SANDRA: - Eu trouxe vocês aqui porque vocês precisam saber de algumas coisas, coisas importantes.

JANICE: - Não to gostando disso não, Sandra.

SANDRA: - Por favor, Janice, Alceu. Venham comigo. 

Sandra entra na boate, acompanhada de Janice e Alceu. O local está bem movimentado. Walter (travestido de Waleska) sobe ao palco. 

WALESKA: - E agora, com vocês, a nossa musa de todas as noites! A garçonete mais quente do Rio de Janeiro! Karinaaa!!! 

Alceu e Janice olham surpresos para o palco. A música toca e Karina aparece vestindo uma minissaia e um top, justos, sensuais. Ela dança insinuante, olhando para o camarote onde está Tarso, bebendo drink. 

ALCEU: - É a nossa filha!

JANICE: - Não pode ser verdade!

SANDRA: - A Karina faz shows aqui na boate com essa roupa minúscula. E não é só isso... A Karina também é amante do meu marido, lá no camarote! 

Janice e Alceu enxergam Tarso no camarote. Alceu vira para o palco e grita. 

ALCEU: - Karina! 

A música para, de repente. Silêncio na boate. Karina se surpreende ao ver Janice, Alceu e Sandra no local. Tarso também se mostra surpreso. Encara Sandra do camarote, que lhe lança um olhar fulminante. 

KARINA: - Pai?! Mãe?!

ALCEU: - Vagabunda!

Karina fica aflita. Tarso e Sandra se encaram. 

CENA 17. MANSÃO LINHARES. SALA / QUARTO MARIA HELENA. NOITE. 

Estér e Bia chegam à mansão, junto com Orestes e Adônis. 

ESTÉR: - Vem, pai, quero te mostrar uma coisa.

ORESTES: - Estér pegue suas coisas logo, ok?

ESTÉR: - Eu pegarei, mas eu preciso mostrar uma coisa pro senhor, rápido.

Estér leva Orestes para o andar de cima.

ADÔNIS: - Será que vai demorar?

BIA: - Não sei, talvez sim. Mas é bom que você fique aqui também.

ADÔNIS: - Por quê? 

Estér e Orestes caminham pelo corredor, quando escutam as vozes de Maria Helena e Diogo. 

ORESTES: - O que é isso?

ESTÉR: - A Maria Helena está com alguém no quarto, pai. Você precisa ir até lá! 

Orestes vai até o quarto. Estér o segue. Maria Helena está deitada na cama, enquanto Diogo se veste.  

MARIA HELENA: - Pode pegar o seu dinheiro aí na mesinha. Tem uma gorjeta bem grande pelo serviço de hoje... Nesta noite você me deixou exausta rapaz.

DIOGO: - Só fiz o que a cliente me pediu... 

Quando Diogo vai pegar o dinheiro, Orestes e Estér entram no quarto. Maria Helena e Diogo se surpreendem. 

ORESTES: - Maria Helena?... Traidora! 

Maria Helena olha para Orestes apreensiva. Em seguida, vê Estér.

MARIA HELENA: - Estér? O que você está fazendo aqui?!

ESTÉR: - Acabou, Maria Helena. Você perdeu.
 

Estér encara Maria Helena, triunfante.

 


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