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Relações Perigosas - Capítulo 30

Novela de Felipe Porto
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VALE A PENA LER DE NOVO: RELAÇÕES PERIGOSAS
 
     
 
 
     
  NO CAPÍTULO ANTERIOR DE "RELAÇÕES PERIGOSAS":

Marcelo — E cadê esses boia-fria que cortam a cana? Não vi poucos deles por aqui.

Leandro — Devem tá cortando cana em outro lugar. (Tom) Meu celular tá tocando, continua caminhando que eu já te alcanço.

Marcelo — Tudo bem.

Música: Instrumental Suspense.

Leandro para e Marcelo segue caminhando. Leandro saca uma pistola das suas costas e mira em Marcelo que segue caminhando. Tempo em Leandro mirando em Marcelo.

Leandro  — (Baixo) Já que você gosta tanto de terra, eu vou te mandar pra baixo dela.

Leandro dispara um tiro nas costas de Marcelo que cai de bruços no chão.

...

Bianca e Gregório sentados à mesa, tomando um café. Escuta-se o barulho de um tiro e Bianca se arrepia.

Gregório — Que foi?

Bianca — Acho que ouvi tiro.

Gregório — Foi impressão sua.

Bianca — To nervosa com essa reabertura das investigações da morte do Coimbra.

Gregório — Não precisa se preocupar, Bianca.

Bianca — Eu tenho minhas dúvidas.

Gregório — Confia em mim. Alcides, Coimbra, Ana Carolina, todas as pessoas que poderiam nos prejudicar já estão mortas.

Bianca — Você tá esquecendo do Wagner. Esse tá bem vivo e pode nos complicar e muito.

Gregório — O Wagner sabe de muita coisa sim, mas esse aí é carta fora do baralho. Ele foi muito bem recompensado no passado e além do mais, tá fora do Brasil há anos! Não se dignou a vir nem quando a Heloísa, uma das filhas dele desapareceu naquele acidente com o iate.

Bianca — Tomara que você esteja certo.

Em Bianca preocupada. [Instrumental off].

...

A campainha toca insistentemente. Bernardo vem do seu quarto, bufando.

Bernardo — Já to indo! Não pode esperar um pouco?!

Bernardo abre a porta e se surpreende.

Bernardo — (Surpreso) Você?

E então, revelamos Wagner (55 anos, magro, cabelos escuros e levemente calvo), parado na porta com uma mala aos seus pés.

Wagner — Que cara é essa? Depois de tanto tempo você não vai nem dar um abraço no seu pai?

Em Bernardo surpreso e em Wagner sorrindo. Fade Out.

 
     
 
     
     
     

CAPÍTULO 30
 
     
 

CENA 01. ap de luísa. sala. Interior. Dia.

Continuação da última cena do capítulo anterior.

Bernardo olha surpreso para Wagner.

Wagner — Quer ficar brincando de estátua, vai lá pro centro da cidade!

Bernardo — (Surpreso) Eu não imaginava te ver por aqui.

Wagner — Mas aqui to eu. Me dá um abraço.

Bernardo e Wagner se abraçam.

Bernardo — Fez boa viagem?

Wagner — Fiz, Bernardo. (Tom) Cadê todo mundo? Sua mãe, ela tá em casa?

Bernardo — Não tá. Entra que muita coisa aconteceu nos últimos meses.

Wagner pega sua mala e entra. Bernardo fecha a porta.

Wagner — Fiquei curioso agora. Me conta o que aconteceu.

Bernardo — Senta que vai ser melhor.

Wagner e Bernardo sentam no sofá.

Bernardo — A mãe foi presa.

Wagner — (Surpreso) Presa?! A Luísa?! Eu não acredito numa coisa dessa. Conta direitinho essa história, filho.

Bernardo começa a falar sem áudio.

CENA 02. ap de otávio. sala. Interior. Dia.

Continuação da cena 27 do capítulo anterior.

Otávio com a porta aberta, encarado Giovanna. Ele lentamente fecha a porta da rua.

Otávio — Você quer o quê?

Giovanna — Você ouviu muito bem, Otávio. Eu quero a separação.

Otávio se aproxima de Giovanna.

Otávio — Eu não vejo motivos pra gente se separar.

Giovanna — Como não, Otávio? Nosso casamento já deu o que tinha que dar, a gente não vem se entendendo há muito tempo.

Otávio dá um sorriso debochado.

Otávio — E a culpa disso é de quem? Minha?

Giovanna — Não, Otávio! A culpa não é de ninguém! Aliás, a culpa é de nós dois! O nosso casamento foi entrando em declínio até que se tornou insustentável. A gente vive na mesma casa, mas não convive, não partilha das mesmas coisas. Nós estamos aqui presentes em corpo, mas não em alma.

Otávio — Fale isso por você.

Giovanna — Ah para! Não vem querer dar uma de marido zeloso e presente agora!

Otávio — Eu não to entendendo o porquê disso agora.

Giovanna — Não é agora, essa ideia já vem me rondando há muito tempo. Agora eu decidi pedir a separação.

Otávio — E quem disse que eu vou te dar?

Giovanna — (Surpresa) Como é que é? Você vai me prender nessa casa? Você como advogado deve saber muito bem que não existe esse negócio de não querer dar a separação! Eu entro no litigioso se você preferir.

Otávio — Isso vai levar anos.

Giovanna — Não importa! Se você não me der o divórcio eu entro na justiça e contrato um advogado mil vezes melhor que você. (Tom) Você não vive jogando na minha cara que esse apartamento é seu? Pois então! Eu vou sair dele.

Otávio — E vai morar com o Jardel, seu amante?

Na surpresa de Giovanna.

CENA 03. CANAVIAIS. ambiente. EXterior. Dia.

Continuação da cena 29 do capítulo anterior.

Abre em Leandro apontando uma pistola na direção onde Marcelo está caído de bruços. Leandro vai apertar o gatilho mais uma vez. Escutam-se vozes e rapidamente Leandro esconde a arma. Leandro corre até Marcelo e ao mesmo tempo alguns homens e mulheres se aproximam.

Homem — O que aconteceu aqui?

Leandro — Não faço ideia. A gente tava visitando as terras quando de repente ele foi atingido por um tiro!

Mulher — Tem umas partes que tiveram problema com esses grileiro, mas engraçado que aqui não é área de conflito.

Leandro — Será que meu primo tá morto?

Homem — Não sei, mas ele não tá nem sangrando.

Leandro — (Estranhando) Verdade...

Marcelo começa a se mexer e aos poucos se vira de barriga para cima. Ele abre os olhos.

Leandro — Você não foi atingido?

Marcelo e Leandro se encaram.

CENA 04. casa de ana carolina. sala. Interior. Dia.

Heloísa entra da rua, furiosa e atira a bolsa longe. Ela dá um grito.

Heloísa — Que ódio daquela mulher! Com quem ela pensa que tá se metendo? Acha que vai ficar me chantageando e eu não vou fazer nada?

Aparecida vem da cozinha.

Aparecida — Dona Clara, será que eu poderia/

Heloísa — (Corta) Faz o que você quiser, mas me deixa sozinha.

Aparecida volta para a cozinha.

Heloísa — Eu não posso deitar que essa doutorazinha de merda faça o mesmo que o Bernardo. Chantagem é igual câncer: se a gente não arrancar logo esse mal, ele só se espalha.

Heloísa pega sua bolsa que está atirada no chão.

Heloísa — (Sorri) Já sei o que eu vou fazer com você dra. Regina.

CENA 05. tijuca. praça. Exterior. Dia.

Música: Me Chama - Babi Hainni.

Daiane e Rudá sentados em um banco, aos beijos. Pessoas circulam pelo local.

Rudá — Esse negócio de namorar em banco de praça é tão ultrapassado. Parece ser coisa que os nossos avós fariam.

Daiane — (Ri) E onde você queria estar?

Rudá cochicha no ouvido de Daiane, que ri.

Daiane — Safadinho você, hein?

Rudá — Você não curte?

Daiane — Adoro, gato. Mas hoje vai ter que ficar no namoro que a tradicional família brasileira, curte: só beijinho. Eu tenho ensaio na gafieira do Seu Coisinha em 1 hora.

Rudá — Uma hora dá tempo e sobra.

Daiane — Você não tinha que tá trabalhando?

Rudá — Aproveitei que o Marcelo viajou e dei uma escapadinha pra poder te ver.

Daiane — (Brinca) Que malandro.

Os dois se beijam. [Música off].

CENA 05. delegacia. sala de visita. Interior. Dia.

Luísa sentada diante de Seu Coisinha. Um segura a mão do outro.

Luísa — Que bom que você veio me visitar, Duarte. Tava sentindo a sua falta.

Seu Coisinha — Eu também tava, minha amiga. Aproveitei que os ensaios de hoje são só daqui uma hora e vim te visitar. (Tom) Quer dizer... Bom você me entendeu.

Luísa — (Sorri) Sim e eu fico feliz.

Seu Coisinha — Alguma novidade no seu caso?

Luísa — Parece que o advogado que o Marcelo contratou pra cuidar do meu caso não tava fazendo nada pra me tirar daqui.

Seu Coisinha — É mesmo?

Luísa — Sim, mas não foi isso que me deixou mais preocupada e sim uma coisa que o Rogério me falou.

Seu Coisinha — Quem é Rogério?

Luísa — O segundo marido da Bianca Giacomelli. (Tom) Eu acho que ela sabe do romance da filha dela com o Marcelo.

Seu Coisinha — Será? Mas se soubesse, ela iria fazer alguma coisa pra separar os dois. A Bianca não ia querer que a filha dela se envolvesse com o filho da Ana Carolina!

Luísa — Você acha que eu não sei disso? Aqueles dois juntos é um tapa na cara da Bianca. Todas os desafetos que ela e a Ana carregaram durante uma vida toda foi convertida em amor pelos filhos. Irônico, você não acha?

Seu Coisinha — Eu não acho nada, Luísa.

Luísa — Estando aqui presa fica difícil pra mim ver como tá tudo. Eu precisava de alguém lá de dentro pra me contar o que tá acontecendo.

Seu Coisinha — Mas você já não tem o marido da Bianca como informante?

Luísa — Mas ele não sabe do que eu sei. Do que nós sabemos! (Tom) Duarte, bem que você poderia/

Seu Coisinha — (Corta) Nem completa, Luísa. Eu não vou me aproximar daquela gente.

CENA 06. ap de otávio. sala. Interior. Dia.

Continuação da cena 2. Giovanna e Otávio se encaram. Ela ainda surpresa.

Otávio — Você achou que eu não soubesse de nada, Giovanna?

Giovanna — (Desconcertada) Eu.../

Otávio — Foi ele que andou colocando coisas na sua cabeça? (Ri) Como foi que vocês se conheceram? Há quanto tempo tão tendo um caso? (Grita) Hein sua vagabunda?! Responde!

Giovanna — (Grita) Me respeita! Se eu tive que procurar outro homem foi por sua culpa!

O ritmo de discussão vai crescendo.

Otávio — (Inconformado) Minha?! Você é uma piranha que se deita na cama com outro e a culpa é minha?!

Giovanna — Sua sim! Pela sua ausência, pela sua falta de afeto! Eu fui procurar em outros braços o que eu não tinha com você.

Otávio — (Ironiza) Ah coitadinha! Você quer amor, Giovanna? Desde quando você é essa tola romântica? Essa não é você.

Giovanna — Bem se vê que você não me conhece, Otávio. Eu admito que já dei muita importância pro dinheiro, pro status, mas foi você quem me influenciou de forma negativa. Dinheiro é bom sim, mas não é o principal na nossa vida.

Otávio — Você não vai começar com esse papinho/

Giovanna — Não dizem que o amor transforma? Eu descobri uma nova forma de ver o mundo.

Otávio — (Ri) Como você é ridícula. Quem você pensa que é pra vir com essa conversa?

Giovanna — Alguém muito melhor que você. Alguém que encontrou nos braços de outro homem o verdadeiro amor. Um homem que é muito melhor que você, Otávio.

Otávio — Isso, vai lá correndo pro teu novo macho, vai.

Giovanna — (Superior) Vou sim. E pra sua informação, o Jardel é muito mais homem que você.

Otávio esbofeteia Giovanna. Ela põe a mão no rosto e os dois se encaram.

CENA 07. canaviais. ambiente. Exterior. Dia.

Continuação da cena 03. Leandro e mais algumas pessoas em volta de Marcelo caído no chão. Um homem estende a mão e Marcelo se levanta.

Leandro — Eu vi você levar um tiro. É milagre isso?

Marcelo — Não, Leandro. É colete mesmo.

Marcelo tira a jaqueta de jeans e vemos que ele tá com um colete à prova de balas. Leandro fica surpreso.

Leandro — (Surpreso) Por que você tá usando isso?

Marcelo — Justamente por causa disso. Quando eu encontrei com o Agenor lá em baixo, ele me falou desses problemas que tiveram por aqui.

Leandro — (Confuso) Mas esses coletes não se usam por cima da roupa? Por que você colocou por baixo da jaqueta?

Marcelo — Ah não sei! Vai ver esse é um modelo mais moderno.

Leandro — É vai ver. (Tom) Mas já tava tudo resolvido e além do mais a gente não ia ir pras regiões que tiveram o conflito de terras.

Marcelo — Eu sei, mas achei melhor prevenir do que morrer cravejado de balas.

Leandro — (Incrédulo) Eu não to acreditando nisso.

Marcelo — Nem eu! Foi muita sorte eu ter colocado isso.

Leandro — (Sussurra) Ou azar.

Marcelo — E como o Agenor disse que você não quis colocar... (Tom) Imagina só se fosse você que tivesse tomado esse tiro. Estaria morto agora.

Leandro — Realmente, Marcelo, você tem uma sorte impressionante.

Marcelo — Você quer continuar com andando por aqui?

Leandro — Não. Ficou perigoso. Vamos logo que acho melhor a gente visitar a fábrica logo e voltar pra Rio o quanto antes.

Marcelo e Leandro voltam a caminhar. Em Leandro decepcionado.

CENA 08. ap de luísa. sala. Interior. Dia.

Bernardo e Wagner sentados no sofá, conversando.

Wagner — Eu não acredito que a sua mãe tenha feito uma coisa dessas, Bernardo.

Bernardo — Nem eu, pai. Armaram pra cima dela.

Wagner — Mas quem? A Luísa não é do tipo de pessoa que coleciona inimigos.

Bernardo — (Desconversa) Pois é, mas eu acredito na inocência dela.

Wagner — E a Clarinha como é que tá? Se casou mesmo com o filho da Ana Carolina?

Bernardo — Casou.

Wagner — Que loucura isso, né? O Marcelo ser encontrado logo após a morte da Ana. Uma pena ela não poder ter revisto o filho.

Bernardo — É, muita coisa aconteceu desde a morte da tia Ana e da volta do Marcelo.

Wagner — To vendo. (Tom) E a Helô? Não encontraram mesmo o corpo dela? Eu queria ter vindo pro funeral simbólico que vocês fizeram, mas a sua irmã insistiu tanto pra eu não vir que eu resolvi acatar o pedido dela. A polícia já parou com as buscas?

Bernardo — (Levanta/Desconversa) Eu vou ligar pra minha irmã. Pedir pra ela vir até aqui.

Wagner — Isso! Quero ver ela. Ela mudou muito desde a última vez que eu vi ela?

Bernardo — (Levemente irônico) Você não imagina o quanto.

Bernardo pega o celular e leva até o ouvido.

Bernardo — (Cel) Maninha, que bom falar com você.

CENA 09. casa de ana carolina. quarto de marcelo. Interior. Dia.

Heloísa falando a celular.

Heloísa — (Cel) Agora não, Bernardo. To ocupada!

Bernardo — (Off) Vem aqui pra casa. Tenho um assunto do seu interesse pra resolver com você.

Heloísa — (Cel/Animada) É sobre o rastreamento dos e-mails?

CENA 10. AP DE LUÍSA. SALA. Interior. Dia.

Bernardo falando ao celular. Wagner no sofá, observando.

Bernardo — (Cel) Exatamente sobre isso.

Heloísa — (Off) Ótimo! Logo logo eu to aí.

Bernardo desliga o celular.

Bernardo — (Para Wagner) Ela tá vindo.

CENA 11. ap de otávio. sala. Interior. Dia.

Continuação da cena 06. Giovanna com a mão no rosto, encara Otávio.

Giovanna — Você doido?!

Otávio — Doida tá você se pensa que vai fazer isso.

Giovanna — Você não vai me impedir de acabar com esse casamento. (Por cima) E experimenta encostar o dedo em mim mais uma vez pra ver se eu não coloco uma Maria da Penha em cima de você.

Otávio fica incomodado.

Otávio — Isso não vai ficar assim, Giovanna.

Giovanna — Pode ter certeza que não. Isso tudo vai mudar e pra muito melhor.

Otávio encara Giovanna mais uma vez e sai para a rua, batendo a porta. Giovanna suspira aliviada.

Música: Say You Say Me - Lionel Richie.

Giovanna — (Sorri) Consegui! Consegui!

Giovanna pega o seu celular e leva até o ouvido.

Giovanna — (Cel) Alô? Jardel? (Feliz) Eu consegui, meu amor. Eu pedi a separação do Otávio.

Na felicidade de Giovanna.

CENA 12. rio de janeiro. ambiente. Exterior. Dia.

Música continua. Stock-shot de paisagens naturais do Rio de Janeiro. Último take é o da fachada de casa de Giancarlo. [Música off].

CENA 13. casa de giancarlo. quarto de milena. Interior. Dia.

Milena coloca roupas dentro de uma mala que está sobre a cama. Divinéia a ajuda.

Milena — Não precisa me ajudar, Divinéia. Eu posso arrumar a minha mala sozinha.

Divinéia — Não me custa nada ajudar. Assim você não esquece de nada.

Milena — Até porque se eu esquecer, já era. Dubai é bem longe.

Divinéia — Taí um motivo pra eu te ajudar. (Tom) Ta levando casaco?

Milena — (Ri) Acho que não faz frio em Dubai essa época do ano, mas vou ver como andava o tempo.

Divinéia — Me diz uma coisa, Milena. Lá não tem homem-bomba, não? (Faz sinal da cruz) Deus me livre e guarde você voar pelos ares por causa desses extremistas loucos!

Milena — (Ri) Não precisa se preocupar, aquela região não é tão perigosa assim. Se bobear é mais segura que o Rio de Janeiro.

Divinéia — Não só que o Rio, minha filha. Eu tenho uma sobrinha que tá estudando lá no Rio Grande do Sul e disse que Porto Alegre tá tão violenta quanto aqui.

Milena — Pra você vê! Pra que se preocupar com um homem-bomba se a gente pode morrer de bala perdida aqui mesmo.

Divinéia bate na madeira da cômoda três vezes. As duas riem e continuam fazendo a mala.

CENA 14. pousada. quarto. Interior. Dia.

Marcelo deitando em uma cama sendo examinado por um médico. Leandro e Agenor mais afastados.

Agenor — Eu disse pro senhor que era melhor se prevenir.

Leandro — Que bobagem! Vai me dizer agora que os boias-frias andam de colete à prova de balas.

Agenor — Não, Dr. Leandro. Mas eles sabem quais são os locais de risco. (Tom) Engraçado é que o lugar que o Dr. Marcelo foi atingido não era de risco, os conflitos foram mais pra lá.

Leandro — Vai ver nem você sabe onde é esse local de risco.

O médico para de examinar Marcelo.

Médico — Tá tudo perfeito. Você já tá pronto pra outra.

Marcelo — (Senta na cama) Não fala isso nem brincando.

Médico — Você tá liberado. Agora se vocês me derem licença, eu vou precisar atender outros pacientes.

Marcelo — Claro, doutor. Obrigado por ter vindo.

O médico sai do quarto.

Marcelo — Seu Agenor, como é que começou essa história toda?

Agenor — Quando invadiram parte das terras. Um grupo de sem-terra montou acampamento e só saíram à base do tiro, mas volta e meia eles voltam.

Marcelo — E o pedaço que eles ocuparam era muito grande?

Agenor — Até que não.

Marcelo — Então porque a gente não dá essas terras pra eles? Esse povo não tem quase nada.

Leandro — Você tá brincado, né Marcelo? Diminuir as terras significa diminuir os lucros. A Barão não é um empresa filantrópica e nem nós somos monges budistas. Se aqueles caboclos querem terras, pois que juntem dinheiro pra comprar uma.

Marcelo — Você não sabe o quanto é difícil juntar dinheiro pra comprar um pedaço de chão, Leandro.

Leandro — Não sei mesmo e essa conversa tá chata.

Marcelo — To com fome. Já tá quase na hora do almoço, né?

Agenor — Eu conheço um lugar que serve uma comida campeira ótima. Querem ir?

Marcelo — Quero. Vamos, Leandro?

Leandro — Vamos. Depois a gente visita a fábrica.

Os três saem do quarto.

CENA 15. ap de luísa. sala. Interior. Dia.

Wagner e Bernardo conversando. A campainha toca.

Bernardo — (Se levanta) Deve ser ela.

Bernardo abre a porta e Heloísa vai entrando. Ela fica olhando para Bernardo e não vê Wagner.

Heloísa — E aí, Bernardo? Vai me ajudar naquela história?

Bernardo — Não. Isso só foi uma desculpa pra fazer você vir.

Heloísa — (Não entende) Quê?

Bernardo — Olha só quem veio te visitar?

Bernardo aponta para Wagner, que se levanta do sofá. Heloísa se vira e finalmente vê o pai.

Wagner — Filha! Tava morrendo de saudade de você.

Na tensão de Heloísa.

CENA 16. fábrica barão do alambique. ambiente. Interior. Dia.

Marcelo, Leandro e Agenor caminham pela fábrica. Leandro de cara fechada, Marcelo olha para tudo ao seu redor e escuta Agenor falar atentamente.

Agenor — Vocês sabiam que a cachaça é a quarta bebida destilada mais produzia no mundo?

Marcelo — É mesmo?

Leandro — (Sério) E a Barão do Alambique uma das principais produtoras do Brasil.

Agenor — Exato.

Os três caminham um pouco e param diante de grandes tonéis. Um líquido passa entre grandes peneiras e caem nos tonéis.

Agenor — Depois que o caldo é extraído da cana, o liquido vem pra cá, onde o caldo é separado e decantado e onde todas as impurezas minerais do caldo são retiradas. Esse líquido nós chamamos de mosto.

Os três seguem caminhando e param diante de outro grande tonel. Agora o líquido é despejado através de um cano.

Agenor — O mosto que tava no outro tonel, vem pra cá. Aqui ele passa pelo processo de fermentação alcoólica, através de fungos microscópicos que transformam os açucares em etanol. Depois de 24 horas fermentando, o mosto se transforma em vinho.

Marcelo — (Brinca) Eu pensei que a gente produzisse cachaça e não vinho.

Agenor — (Ri) É, mas pro vinho se transformar em cachaça, ele precisa ser destilado. E isso é feito nos alambiques. (Tom) Vamos lá ver?

Os três caminham um pouco mais e param diante de vários alambiques.

Marcelo — Tem até aquela marchinha. (Canta) Se você pensa que cachaça é água. Cachaça não é água, não. Cachaça vem do alambique e água vem do ribeirão.

Leandro revira os olhos, entediado. Agenor dá uma risada.

Agenor — Isso mesmo, dr. Marcelo. A música tá totalmente certa.

Os três caminham mais um pouco e param diante de vários barris de madeira.

Agenor — Nesses barris a cachaça sofre por um processo de envelhecimento. (Tom) A legislação brasileira não exige que esse processo aconteça, mas o contato do destilado com a madeira dá um sabor melhor pra cachaça.

Marcelo — Nossa! Muito interessante mesmo, né Leandro.

Leandro — É.

Agenor — Depois a cachaça só precisa ser engarrafada que ela tá pronta pra ser distribuída e consumida.

Marcelo — Bacana. Gostei muito de vir aqui. Obrigado pela explicação, seu Agenor.

Agenor — Foi um prazer acompanhar vocês. (Tom) Vocês vão voltar para a pousada agora?

Leandro — Sim, mas só pra pegar as malas. A gente volta ainda hoje pro Rio.

Marcelo — Já? Pensei que a gente ia dormir aqui.

Leandro — Mudança de planos. A gente já viu tudo o que tinha que ver. Ainda dá tempo de pegar o jatinho e voltar pro Rio.

Marcelo — Se você acha melhor...

Agenor — Eu levo vocês até a pousada e depois até o jatinho.

Marcelo — Obrigado.

Os três seguem caminhando, enquanto mostramos uma visão aérea da fábrica e dos funcionários trabalhando e produzindo a cachaça.

CENA 17. AP DE OTÁVIO. SALA. Interior. Dia.

Giovanna sentada no sofá. Juliana entra da rua e larga sua mochila nos pés do sofá.

Juliana — Você em casa? Não foi trabalhar?

Giovanna — É que eu preciso conversar com você, Juliana.

Juliana — E é tão urgente assim que não dava pra esperar até à noite?

Giovanna — É sim. Senta aqui.

Juliana — (Senta) Credo, mãe. Ta me deixando tensa.

Giovanna — Não precisa. O que eu tenho pra te falar é rápido. Talvez você não tenha notado, mas eu e o seu pai andamos brigando muito ultimamente.

Juliana — Tenho percebido sim. O pai é uma pessoa difícil de se conviver, intransigente.

Giovanna — Pois é, filha. Foram anos e anos de influência negativa e eu resolvi me livrar de tudo isso.

Juliana — Como assim?

Giovanna — Eu pedi a separação dele.

Juliana fica um tempo em silêncio, surpresa.

Juliana — Nossa... Por mais que você não parecesse feliz, eu não imaginava que você fosse fazer uma coisa dessas.

Giovanna — Nem eu, Juliana. Mas aconteceram tantas coisas nesses últimos meses que me fizeram ver o meu relacionamento com seu pai e principalmente a vida de outra maneira.

Juliana — Tipo o quê?

Giovanna — Você promete não me julgar?

Juliana — (Sorri) Quem sou eu pra julgar alguém?

Giovanna — Eu to gostando de outra pessoa.

Juliana — (Surpresa) Sério?

Giovanna — Não foi nada planejado, as coisas foram acontecendo e quando eu vi, já tava envolvido com ele.

Juliana — Você tá feliz?

Giovanna — Poucas foram as vezes que eu estive tão feliz na minha vida.

Juliana — Isso é o que importa. Você já foi infeliz demais nesse casamento. Ele é meu pai, mas ele não te merece.

Giovanna com lágrima nos olhos, sorri e pega na mão de Juliana.

Giovanna — Você não sabe o quanto eu to feliz por você ter me compreendido.

Juliana — Você tem se mostrado uma boa mãe nesses últimos tempos.

Giovanna — To fazendo o possível pra melhorar.

As duas se olham e sorriem uma para a outra.

Juliana — O pai vai sair de casa?

Giovanna — Não. Eu que vou sair.

Juliana — Mas...

Giovanna — Ele não vive jogando na minha cara que o apartamento é dele? Que foi comprado com o dinheiro dele? Então que fique aqui. Eu não preciso dele.

Juliana — E você vai morar onde?

Giovanna — Com o Jardel, a pessoa com quem eu to me relacionando.

Juliana — E eu? Vou com você, né?

Giovanna — Por enquanto não dá, filha. O apartamento do Jardel é pequeno e/

Juliana — (Corta/Suplica) Por favor, mãe! Me leva junto! Eu não quero ficar sozinha com ele! Ele mal tá olhando na minha cara!

Giovanna — Eu sei, meu amor, mas é só por um tempo. Assim que der eu venho te buscar.

Juliana — Você promete?

Giovanna — Juro.

Giovanna abraça Juliana.

CENA 18. ap de luísa. sala. Interior. Dia.

Continuação da cena 15. Heloísa olha surpresa para Wagner. Bernardo observa tudo de longe.

Wagner — Que mania que vocês tem de ficarem me olhando como se eu fosse um fantasma! (Abre os braços) Me dá um abraço, filha.

Heloísa sorri, vai até Wagner e o abraça.

Heloísa — É que eu fiquei surpresa com a sua vinda. Você não disse nada. (Tom) Aconteceu alguma coisa?

Wagner — Aconteceu que eu fiquei muito tempo longe. Tava mais que na hora de voltar.

Bernardo se aproxima dos dois.

Bernardo — Vamos se sentar.

Wagner — Isso. A gente tem muito que conversar, não é mesmo?

Heloísa concorda. Wagner e Heloísa se sentam no sofá e Bernardo em uma poltrona.

Wagner — Como você tá diferente, Clara.

Bernardo — Eu digo isso pra ela o tempo todo.

Heloísa — Diferente como?

Wagner — Sei lá. Faz tanto tempo que eu não vejo vocês que você até parece outra pessoa.

Heloísa — Que bobagem, pai. (Tom) Também! Quando foi a última vez que a gente se viu?

Wagner — Quando eu não lembro, mas foi em Valência na Espanha, né?

Heloísa — Acho que foi.

Wagner — Estavam você e a Heloísa de férias. (Pausa) Me conta como foi esse acidente no iate da Ana Carolina? Como é que vocês me saem com o tempo estando ruim?

Heloísa — Foi uma fatalidade. E eu não quero falar sobre isso.

Wagner — Eu te entendo, Clara. Deve ser muito dolorido pra você.

Bernardo — Ela se martiriza todo dia por não ter conseguido salvar a irmã, não é?

Heloísa — (Séria) Eu não pude fazer nada.

Wagner — Eu sei, filha. Eu sei. (Tom) Mas vamos falar de coisa boa: do seu casamento com o Marcelo. Como isso aconteceu?

Heloísa — Ah pai, não sei direito. Acho que foi amor à primeira vista. Parece coisa de novela, mas é o que aconteceu.

Wagner — E você tá feliz?

Heloísa — Muito.

Wagner — E o Marcelo? A última vez que eu o vi ele tinha o quê? Uns 4 ou 5 anos? Agora tá um homem feito... A Ana Carolina que ia gostar de ter reencontrado ele.

Bernardo — A tia morreu um dia antes do Marcelo voltar.

Wagner — É, eu fiquei sabendo disso... Lamentável. (Tom) Vocês tão morando na casa que era da Ana, né?

Heloísa — Sim...

Música: Eu Sou Egoísta – Pitty.

Heloísa, Wagner e Bernardo continuam conversando em off.

CENA 19. rio de janeiro. ambiente. Exterior. Noite.

Música continua. Stock-shot do Rio de Janeiro à noite. [Música off].

CENA 20. ap de otávio. sala. Interior. Noite.

Juliana por ali. Otávio entra da rua.

Juliana — A mãe já foi.

Otávio olha para Juliana, não fala nada e sobe as escadas. Nela.

CENA 21. ap de jardel. sala. Interior. noite.

Sala pequena, com uma decoração moderna. Um sofá diante de uma TV, uma mesa de dois lugares e uma estante com um computador compõem o ambiente.

A campainha toca. Jardel vem da cozinha, sem camisa.

Jardel — Já vai!

Jardel abre a porta da rua e vê Giovanna, com uma mala. Ele sorri e ela retribui.

Música: Say You Say Me - Lionel Richie.

Giovanna — (Sorri) Tô aqui!

Jardel abraça e beija Giovanna com intensidade. Tempo, Giovanna entra, Jardel coloca as malas dela para dentro e fecha a porta.

Jardel — Agora você vai ficar junto de mim pra sempre.

Jardel a beija novamente e vai tirando a blusa dela. Giovanna sorri e ele a conduz até o sofá, fazendo com que ela se deite. Jardel joga seu corpo sobre o corpo dela e vai a beijando. Ambos vão tirando a roupa um do outro. [Música fade out].

CENA 22. casa de gregório. sala. Interior. Noite.

Gregório lendo um jornal. Leandro entra da rua, furioso.

Gregório — Ué?! Já de volta?! Vocês não iam voltar só amanhã?

Leandro — (Sério) Resolvi voltar logo. Não ia adiantar de nada ficar lá.

Gregório — Por quê? Aconteceu alguma coisa?

Leandro — Aconteceu que deu tudo errado.

Leandro sobe as escadas, com muita raiva. Em Gregório confuso.

CENA 23. casa de ana carolina. quarto de marcelo. Interior. Noite.

Heloísa falando ao celular.

Heloísa — (Cel) Não consegui! O que você quer que eu faça? Eu só to te pedindo mais um dia. Amanhã a noite eu te dou o dinheiro que você tá me pedindo.

Regina — (Off) Tudo bem, mas amanhã sem falta eu quero o meu dinheiro.

Heloísa — (Cel) Fica tranquila que amanhã você vai ter ele.

Marcelo entra.

Marcelo — Vai ter o que?

Heloísa desliga o celular.

Heloísa — Nada não. (Tom) Você não ia voltar só amanhã?

Marcelo — Ia, mas o Leandro mudou de ideia.

Heloísa — (Sorri) Que bom.

Heloísa beija Marcelo.

Marcelo — Quem era no telefone? Você parece tensa.

Heloísa — Impressão sua. (Desconversa) Meu pai tá no Brasil.

Marcelo — Verdade? Vou quere conhecer ele depois.

Meio tensa, Heloísa concorda.

CENA 24. rio de janeiro. ambiente. Exterior. Dia.

Música: More Than I Can Say - Leo Sayer.

Stock-shot do Rio de Janeiro ao amanhecer.

CENA 25. ap de luísa. sala. Interior. Dia.

[Música fade out]. Bernardo e Wagner vêm juntos da cozinha.

Wagner — Você também vai sair, filho?

Bernardo — Sim, vou pra faculdade. E você? Vai pra onde?

Wagner — (Sorri) Vou visitar velhos amigos.

Os dois saem para a rua.

CENA 26. casa de ana carolina. sala de jantar. Interior. Dia.

Heloísa tomando o café da manhã sozinha e pensativa.

Heloísa — Eu preciso encontra alguém que me consiga uma arma, mas quem?

Heloísa fica pensativa por um tempo, até que abre um sorriso.

Heloísa — Óbvio! Com eu não pensei nele antes? O Leandro me conseguiu a cocaína pra eu colocar nas coisas da mãe. Pode muito bem conseguir uma arma pra mim.

Marcelo entra da sala e se senta à mesa.

Marcelo — Dormi demais. Bom dia.

Heloísa — Bom dia. (Se levanta) Eu tenho que ir pra Barão. A gente se vê lá.

Heloísa sai e deixa Marcelo tomando o café da manhã.

CENA 27. casa de giancarlo. sala de jantar. Interior. Dia.

Giancarlo, Bianca, Rogério e Yasmin tomando o café da manhã. Milena entra da sala de estar.

Yasmin — Hummmm, olha ela! A nossa musa das Arábias!

Milena — (Ri) Levantou engraçadinha hoje, é? (Tom) Bom dia, gente.

Yasmin — É hoje que você viaja, né Milena?

Milena — Sim. No final da manhã.

Yasmin — Então eu não vou pra aula hoje. Quero te levar pro aeroporto.

Rogério — Só nos seus sonhos, Yasmin.

Milena — Nem você, nem ninguém vai me levar pro aeroporto. Eu vou sozinha.

Giancarlo — Antes de você embarcar eu ainda quero passar te passar mais algumas orientações.

Milena — Tudo bem.

Cleusa entra da sala de estar.

Cleusa — Com licença. (Para Bianca) Dona Bianca, tem visita pra senhora lá na sala.

Bianca — Pra mim? Mas eu não to esperando ninguém! (Tom) Quem é?

Cleusa — Não disse nomes, só que era um velho amigo da senhora.

Bianca — Velho amigo meu? (Se levanta) Vou lá ver quem é.

Bianca se levanta e vai para a sala de estar.

CENA 28. casa de giancarlo. sala. Interior. Dia.

Bianca vem da sala de jantar.

Bianca — Pois não?

Música: Instrumental Suspense.

Bianca vê Wagner, que sorri.

Bianca — (Surpresa) Wagner?

Wagner — Bianca Giacomelli! Há quantos anos a gente não se via, não é mesmo?

Na surpresa de Bianca.

CENA 29. barão do alambique. antessala. Interior. Dia.

Instrumental continua. Adelaide trabalhando. O elevador se abre e Leandro sai de dentro dele.

Adelaide — Bom dia, dr. Leandro. A Dona Clara tá na sua sala esperando pelo senhor.

Leandro — (Surpreso) Na minha sala? O que ela tá fazendo lá?

Leandro apressa o passo e entra em sua sala.

CENA 30. barão do alambique. sala de leandro. Interior. Dia.

Instrumental continua. Heloísa sentada na cadeira de Leandro, sorrindo. Leandro abre a porta abruptamente.

Leandro — (Fechando a porta) O que você tá fazendo aqui?

Heloísa — Queria te pedir um favor, mas como eu tava meio entediada de te esperar, resolvi fuçar as suas coisas.

Leandro — (Firme) Com que direito você mexeu nelas?

Heloísa se levanta e encara Leandro.

Heloísa — Eu já sei de tudo, Leandro. É você quem tá com o vídeo que mostra eu matando a Clara. (Alto) Eu sei que essa não é a única cópia, então e dá o vídeo original agora ou/

Leandro — (Corta) Ou então o quê? Você também vai me matar?

Na tensão entre os dois. Fade Out.

 
     

 

     



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