1x03 - KATHELYN (SEASON FINALE)
Alguns dias depois
do incidente e do mandado
de prisão na clínica de aborto, o chefe do distrito era notificado de um assassino
que andava à na solta na cidade.
E conforme o período de 72 horas houvesse passado,
havia um alvoroço
de onde estava a Anne.
A mãe da garota viera procurá-lo na delegacia, desesperada, querendo qualquer notícia que fosse
— Não se preocupe, ainda que ela tenha fugido, faremos o favor de encontrá-la.
Ainda que eu mergulhasse no mais profundo mar, eu sei que ele lá estás.
Não, ele não podia
declarar isso para um jornal.
Ele era um policial. E tinha as suas
limitações.
Seu trabalho
era somente encontrar
aquela garota. Não havia, conforme
seus vídeos e diários, motivo algum para que ela
deixasse a cidade.
Teria morrido? Alguém
teria levado?
Sem saber o que aconteceu, resolveu silenciar sobre.
A esse momento já estava sobremaneira desconfiado de Roger.
Ele fazia as perguntas.
Mas parecia que nenhuma resposta colaborava.
Às nove horas, ao redor do parque e das redondezas, um helicóptero percorria a cidade atrás de
Anne.
O policial
se lembrava de um romance
que lera sobre
desaparecimento no Alaska,
e que tinha mais sentido do
que esse sumiço da garota.
“Mas isso não é possível”.
— E são essas as palavras
que a polícia tem a vocês hoje –
conclui aos jornais
de bairro, se retirando, deixando uma dezena de
jornalistas intrigados, e uma dezena de mentes ansiosas.
— Eu realmente preciso encontrá-la – disse o policial
seriamente quando passou pelo delegado. Ele sentiu muita firmeza nisso.
Foi que o policial
foi até a sua mesa até
no distrito. É preciso começar.
A questão é que não havia nada. Nenhuma prova,
nenhuma pista, nenhuma
suspeita. Eventualmente vinha à sua mente a imagem dos rapazes do
parque.
Não, mas não era possível,
eram rapazes cristãos,
não fariam tal coisa.
Dizem que no fundo nós nunca nos conhecemos como seres humanos,
que não conhecemos sequer o
nosso irmão.
Meditou enquanto o assunto continuou. Mas um outro tema o alarmaria.
Um sujeito suspeito, um suposto serial killer, foi visto na casa da
montanha hoje cedo. Vestia um capuz preto e suspeita-se que queria tirar a vida de alguém na cidade
de Rock. O que ocorre
naturalmente, uma série de acontecimentos em que nem há tempo para pensar.
Viu que nessa hora só havia uma opção. Parar tudo o que fazia. Analisar ponto a ponto, chave a chave, questão por questão antes de agir.
Na manhã seguinte, quando o policial meditava na cafeteria que estava sozinho, pode escutar um barulho do fundo do recinto.
Ignoraria-o se o mesmo não tivesse continuado.
Sua mente procurava se concentrar nos acontecimentos anteriores. “Um dos pontos mais difíceis
de dominar, a mente”
Até que, um pouco desconfiado, decidiu
sair do seu lugar para ir até onde o barulho
vinha.
E conforme foi se aproximando, notou que no quarto de onde vinha os ruídos na
verdade tinha um homem, que falava só e arrumava umas coisas.
Não soube quem era, e antes de identificar, apunhalou a arma. E era Roger, que tomou um susto
quando o viu.
— Ei, Brenner, você quase me mata de susto, o que quer fazer?
— A menos que tenha cometido
um crime, não há porque
ter medo. Ou vai me dizer que esse é o caso?
Roger se calou
por uns instantes.
— Não, de jeito maneira.
O policial exibiu
um largo sorriso,
ainda não pensava
que estava diante de ti quem havia dado um sumiço na Anne. O que foi
um grande alívio para Roger.
Foi um segundo que ele pensou, céus, onde
ela poderia ter se metido.
— Sabe, sente-se um pouco Roger,
sabe porque você ainda não se destaca
com mulheres?
— Ah, por quê?
— Porque você tem medo.
O amigo se sentou,
percebeu que o policial tinha
uma história. E naquela fala lenta e olhar observador, demoraria um tanto.
— Quando eu conheci a Kathelyn, tinha acabado de voltar pra faculdade,
tinha uma reputação bacana e havia me destacado na polícia. Então acho que algum momento
ela pensou que...
— Que você era o cara.
Ele sorriu.
— Sim, sim, exato.
— E você é o cara?
— Bom – seu sorriso já falou
por si.
— Mas, é isso cara. As mulheres não gostam de caras que
tenham medo. Precisa ter uma
vida ousada. E você não necessariamente tem. Aprenda que já morreu tudo o que
já aconteceu até aqui. O passado, as gangues, se desprenda disso. Coloque um
sorriso no seu rosto e vá conhecer uma garota.
Ele parou por um minuto.
— Você acha que...
— Eu acho que você precisa
de uma namorada, alguém pra te amar e cuidar
de ti. Ter seus momentos e compartilhar seus anseios, é ótimo ter Kathelyn ao meu
lado, por exemplo.
— Certamente Brenner, vou pensar no seu conselho.
— Sim, claro.
E viu que o amigo
havia terminado, comentou:
— Acho que me vou, cara.
E se foi. Roger ficou somente o observando, ponta a ponta,
gesto a gesto.
Roger se levantou e quis fugir
do olhar do policial.
— Se cuide.
Brenner somente assentiu. O comportamento de Roger já dizia algo. Ficou
em silêncio, olhando seu amigo deixar e sala e deixá-lo só.
**
Quem sabe tomado por um senso de humor, naquela manhã saiu cedo para ir
atrás de um suposto assassino.
Era um homem que no mínimo fazia uma brincadeira, saía de capuz a
cobrir o rosto a assustar quem passasse
na rua à noite. O que ele teria feito
até o momento não passava de boatos.
E manhã ouvia-se que o sujeito estava em uma casa da região. Era
abandonada, quase de propriedade pública devido a um processo que tramitava, e
que eventualmente era invadida para ser feito alguma coisa.
Foi com seu carro até as proximidades. Ah aquela casa clássica que entrava com os colegas quando adolescente, ora meditando, falando da vida, beijando garotas.
Era um prazer entrar ali agora como um adulto, com uma missão a cumprir. Mas talvez aquela emoção tenha tinha tirado um pouco a maturidade.
— Ei, assassino envolto
em um capuz preto, o que faz nessa residência?
Entrou com uma mão nas algemas
e outra pronta para empunhar
a arma, com olhar erguido e
um riso quase sarcástico no rosto.
Sabia que era preciso tomar cuidado quando
se perdia o medo, pois era ali que se corria
o perigo.
O silêncio em retorno à sua voz era absoluto. Era um dia tão bonito,
por um segundo esqueceu que buscava um suposto assassino, e nem parecia um dia
tenso, diante das belas luzes do Sol entre as janelas, e que iluminava a
encantada cidade.
Até que foi surpreendido por um golpe tão forte que não pôde
conter.
Foi levado ao chão por um homem todo envolto de preto, qual tentou
relutar mas que por alguns instantes o paralisou.
Rugia de raiva, seus olhos não conseguiam expressar o que
via, somente um homem com o rosto coberto e, ah, por que meu Deus, não o matava
logo?
Aqueles instantes diante do suposto assassino o fez questionar sua
carreira como policial, na sua vida em que ponto
estava, e reagindo
como pode para se livrar
dele e de seus pensamentos (que pareciam piores do que estar
mobilizado), o sujeito o deixou, largando-o e correndo para a janela, na qual
saltou e correu mato adentro.
Ficou uns segundos
ainda deitado, quando
levantou e foi até a janela, viu somente uma movimentação nas árvores, mas não foi
atrás. Era um sujeito de superior força física, estava aprendendo as artes
marciais, mas por um lado se sentiu meio derrotado.
Foi atrás somente
com seus olhos, e
vendo que não havia mais o que
agir ali, se virou e foi até sua casa.
Kathelyn estava deitada esperando seu namorado chegar.
Estava ansiosa à sua espera,
quem sabe hoje tivessem um momentos juntos,
há muito ele só entrava e
saía de casa preocupado.
E após aguardar alguns instantes, ele bateu à porta.
Ela foi animada atende-lo. Seus cabelos caíam por suas costas, junto a uma pele morena bonita de ver, e um sorriso difícil de resistir.
Até que ele entrou. Trazia alguma coisa para comerem, mas por seu olhar via como estava desanimado.
O viu e o beijou. Esperou entrar, quem sabe dissesse algo.
“Quando você vai aprender que os problemas devem ficar da porta para fora?”
— Oie, e aí, como está? – perguntou
ela, sorrindo.
— Ah, um dia cheio de trabalho. E você?
Foi quando ela resolveu parar
tudo. Era preciso
dizer logo o que se passava. Era preciso
entrar na cabeça dela que alguém já levou o mundo nas costas em uma cruz, e que
ele não seria o herói que faria igual.
— Acho que hoje precisamos...
O policial ia dizer algo, comentar alguma
coisa sobre o espaço em que estavam,
mas foi interrompido. Ao canto estava sua namorada, maravilhosa e
sóbria, indignada e querendo dizer alguma coisa.
Pensou como as mulheres podiam
mudar de estado
de espírito com tanta facilidade. Há segundos ela sorria.
— Brenner, será que você não aprende?
Deixou uma sacola em cima da mesa. Parou tudo, se centrou nela:
— Sabe, há muito tempo você não me toca. Só
te vejo entrar e sair por essas portas preocupado, como se fosse resolver alguma
coisa – ela fez uma pausa considerável - está presente de corpo
mas de espírito muito distante. Sabe, eu sinto muito, Brenner. Mas você sozinho
não vai salvar essa cidade.
O discurso o pegou de surpresa. Se abalou um pouco, mas era verdade.
Não acabaria com todos os crimes, não encontraria da noite para o dia uma garota
desaparecida.
Mas ela sabia, olhando a fundo para ele, que a questão ia
além disso. Quem disse que eles havia superado a partida do filho?
Aliás, tudo começara errado, não? Não era para estar morando juntos,
nem transando fora de um casamento, e nem tendo filhos fora de época.
Era tempo de se dedicar
à carreira de policial, e ela, de bailarina.
Mas era difícil, o que acontecera pesara tanto. Eles respirou fundo,
foi até o canto, e precisava dizer:
— Você sabe que a questão vai muito além de querer
salvar uma cidade. Falo de nós, de alguma coisa que perdemos; eu sei que
nenhuma folha cai do céu sem a permissão de Deus. E eu sei que por algum motivo
ele não permitiu que viesse ao mundo com vida. Mas eu não entendo por qual
razão, nós tínhamos toda a estrutura, e um sonho de tê- la. O enxoval e tudo
estava tudo comprado.
Por uns instantes não conseguiu continuar. Uma
lágrima saía de seus olhos. Estava emocionado, quem sabe a vida adulta fosse de
um fardo maior que ele imaginasse.
Ela escutava-o
com olhar de ternura. Ainda
bem que tinha uma namorada essas horas! Era uma namorada que estava presente no
momento certo. Ela foi até ele e o abraçou por suas costas.
Era bom sentir o seu toque,
que alguém estava
ao seu lado.
Se sentou, ainda com a mão no queixo,
não parava de pensar. Os braços dela porém o abraçavam por trás dele, uma cena
de fotografia linda de se registrar.
— E eu, eu só queria que a cidade
de Roque fosse uma cidade melhor – desabafou.
O consolado, o beijou no pescoço. Ele fechou os olhos, se rendeu ao toque, ao beijo que a chamava, se virou a beijou
intensamente.
E, acolhido pelos braços dela, se entregou ao amor que o chamava, à morena que oferecia o melhor de si, em uma noite que parecia ser muito longa.
Breno Roque
Elenco Brenner Roger Kathelyn Anne Vinícius
Tema Prelude and Action Intérprete Kevin MacLeod
Criação e edição da abertura
Daniel Montagner
Carlos Mota
Bruno Olsen
Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.
REALIZAÇÃO

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