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HOT 3!

Difusão: Sangué, Fé e Cura - 1x02

Série de Breno Roque
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1x02 - A CASA DO MANDATO

O dia seguinte brilhava como se noite anterior nada tivesse acontecido.

Anne não havia voltado para casa mas talvez estivesse tudo bem, pensou a mãe, muito provável que tivesse ido dormir na casa do namorado.

Ela ligou, ela não atendeu, e mandou uma mensagem para o rapaz, que ainda não respondera mas ela caíra, de tão cansada que estava.

Era uma boa família, se ajudavam, e suas atitudes de vinham destacando-a nos últimos tempos.

Era uma polêmica menina, não tinha medo de nada, e nem de ninguém.

Realizava movimentos contra a Igreja Católica porque era contra muita coisa, mas muitos achavam que ela devia amenizar. Ficaram sabendo que em uma cidade próxima, Buenos Aires, feministas tentaram invadir uma Igreja para destruí-la, e imaginavam que ela fosse fazer igual.

E a Igreja Católica tinha uma influência na cidade de Rock, seja pela suas festas ou movimentos na comunidade, todos conheciam e respeitavam.

Nessa história Brenner não estava nem lá nem cá, havia deixado o fervor religioso que tinha para se dedicar a outras coisas, mas sabia do que acontecia, dos eventos que tinha naquela Paróquia, às vezes ia em festividades, bebia, comia, e tinha até uma admiração por uma menina de lá.

Até numa noite friorenta, quando foi até a Igreja para ver os amigos, numa noite de quermesse, estava ela, linda, a menina que admirava discutindo-se sabe o que com as colegas.

Seus amigos Roger, Marcos e Vinícius notaram seu interesse a apostaram que ele fosse falar com ela, e torcendo para que a sua namorada não ficasse sabendo.

Ele pensou, andou e sim, era aquele o momento, foi até a garota, uma menina de óculos muito esperta que, como captou ao entrar na conversa, discutia sobre a terrível feminista que ameaçava destruir o templo, uma certa menina justamente problemática.

— Mas isso não é coisa que se faça! dizia ela em sua convicção.

— Eu concordo plenamente contigo pronunciou Brenner ao entrar na conversa, o pão e o vinho na mão para socializar, procurando os olhos, mostrando que naquele momento aquele assunto era o último que ele estava interessado.

Interessado estava nela, naquele perfil de menina crítica, mas pacífica, atraente, de olhos observadores e cabelos longos.

Ela se voltou para ela mas pouco deu importância.

É.

Foi que seus amigos de longe riram como nunca. Ele nunca teria uma chance com ela daquele jeito.

Héricles segurava o riso e dizia: sai daí cara.

— Eu acho que sobretudo as pessoas precisam se respeitar.

Ela o escutou e concordou, se desfazendo dela. Sabia que ele era o policial novo da cidade e aquilo tudo, mas não ligava. Enfim disse mais alguma coisa, inventou uma desculpa, disse que ia comer algo, e foi se retirando.

Brenner ficou sem jeito, e quando voltou, seus amigos riam como nunca.

— Vocês são uns filhos da mãe.

— Essa foi demais! Mas deixa só a Kathelyn saber disso haha! – gargalhava Vinícius, ele sempre contava uma piada para descontrair o policial desde quando ele olhava de forma desconfiada para Roger.

— Não sem antes eu torcer seu pescoço!

Roger por um momento se sentiu bem. Respondendo aos risos (para a sua sorte), eles riram muito, aquela noite foram contando piadas e por uns minutos Brenner se esqueceu do episódio do parque.

E os dias assim seguiam na cidade, cheio de boas pessoas, cheio de boas histórias, cheio de boas crônicas.

**

O parque Armani amanheceu com um vento forte. Amanhecia vazio como de costume. A brisa que sacudia as árvores junto ao barulho do rio dava um aspecto sombrio. Os pássaros iam de galho a galho, dando vida à região isolada e quase morta. O que dava mais impacto no cenário era talvez o corpo de uma menina, os cabelos loiros espalhados pela face, deitada contra a grama e protegida somente por seus jeans e jaqueta. O galho que caíra ao chão feria o seu rosto, e uma mínima gota de sangue escorria em sua face alva. Aos poucos alguns insetos caminhavam sobre si, e na hora décima a luz do Sol resplandeceu sobre sua aparência.

 

O dono da delegacia sabia que seus policiais não eram de se atrasar. Estranhou porém faltando dez minutos para as nove ainda não tivessem chegado e aguardou.


Ah, noite anterior houvera festa na Paróquia da cidade, mas não devia ser por isso que eles se atrasavam.


Inquieto, levantou— se para guardar o distintivo que Hernandes fizera o favor de esquecer, e dentro de uns cinco minutos, ah, lá estavam, pode avistar o carro com Brenner e sua patrulha chegando.


A
viatura foi estacionado e a “tropa” seguia para o batalhão.

— É bom recebê-los em um novo dia, senhores – num modo diferente de dizer bom dia. A delegacia naquela manhã tinha no momento casos não muito graves. Um delinquente levara um biscoito do mercado Hennessey, era menor, ficaria uns dois dias preso e seria liberado. Já a clínica Baby’s parecia suspeita de aborto, entre outras atrocidades com crianças.

Era um caso que passaria para Brenner.

Aborto ainda não era legalizado em Rock, e a denúncia era de malvadezas com crianças. A quem tinha perdido um filho, talvez não fosse um caso fácil.

— Olá, bom dia, caras o rapaz de riso animado e disposição a um novo dia chegará. Ainda tinha orgulho de ter o distintivo, o delegado Antônio se lembrava dos primeiros dias em que entrara para a polícia.

Quando algo nos é novo, que energia positiva colocamos!

— Bom dia, Brenner se posicionou fico feliz que esteja animado para um dia de serviço. Bem, olha, o que temos aqui não é muito de se agradar.

— Vamos lá, ora! Trabalho é trabalho.

Apanhou as folhas que relatavam o assunto. Seus olhos devoravam o conteúdo. A disposição e a energia para mais um dia de trabalho era sobremaneira indispensável.

O rapaz com a equipe se acomodava na sala. Todos se aprontavam. Ele levava a mão à cintura e se atentava ao conteúdo.

Ah, sim, via o caso de um delinquente. E da clínica de aborto, não podia aceitar que fizessem atrocidades com crianças.

— Talvez eles trabalhem com magia negra, Brenner comentou o superior.

— Não diga seus olhos cerravam.

— Foram encontrados alguns corpos nas redondezas. “Como eram capazes?!”

Os demais escutavam, tomavam um café, estavam no aguardo da ordem.

— Está bem, senhores, se aprontem, mais tarde teremos uma saída.

Os subordinados obedeceram, foram para suas mesas, enquanto Mike e Handerson iriam fazer uma ronda.

Brenner era um cara muito responsável. Os viu se retirarem e focou nos seus compromissos, agilizando algumas das funções que exerceria ali. O mais severo provavelmente o caso da clínica.

Era daqueles que estava sempre se desafiando a alçar voos mais altos.

E claro! Podia aceitar prender traficantes que sonhavam um dia ter um comércio forte, prender alguém por agressão, era bem certo que faria um trabalho muito bem feito, só não sabia até onde iria se controlar com quem mexia com crianças.

Podia aceitar algumas vadiagens da cidade que viera, mas não questões dessa natureza. Agora ele era um policial, tinha a sua autoridade, era preciso mostrar aqueles criminosos quem mandava naquele território.

Analisando porém a fundo, viu como cruel era o que lidava, mal podia imaginar seu estado emocional ao abrir a porta e ver uma criança às descrições do detetive. Pois ele se emocionou, notou, ao discorrer o que acontecia.

Num segundo que olhou para fora e, e vendo uma mãe levando uma criança à escola, notou que era um dia comum. Coisas assim eram preciso enfrentar.

Pensou e concluiu, se posicionar, invadir, declarar que é a polícia, identificar os suspeitos, levá-los à delegacia, fácil.

Não havia informação de que estavam armados, portanto, parecia mais simples ainda.

“Que o Senhor esteja comigo quando eu passar por aquela porta.”

Checando no mapa a localização, viu que a referida casa se localizava o campo mais pobre de Rock’s City, onde se ouvia algumas histórias como tráfico de drogas e outros pequenos crimes, uma região que normalmente os policiais evitavam. Um lugar sem estrutura ou aparência, que cheirava o crime e com poucos moradores. E, dos casos relatados, nunca ninguém foi preso.

E quando ia num nível mais a fundo em seus pensamentos sobre, seu telefone o interrompe, soando aturdidamente.

— Delegacia...

O delegado atendeu por ele, e aguardou uns minutos antes de alguém do outro lado da linha responder.

Era comum receber ligações de todos os tipos. De agressão à mulher, de crianças que eram terríveis na escola, de garotinhas de quinze anos que sumiam por três dias.

— A quem, Anne? – fora essas palavras que Brenner ouvia, e voltou a concentração à expressão de Handersey e o que ele conversava, parecia tão importante quanto o que fazia. Tentou raciocinar e, sim, ah, Anne. Brenner a conhecia, sabia que era uma garota problemática. O que poderia ter acontecido?

Ela era como todos naquela cidade, detalhe que também tivera um contato com o sobrenatural, e caminhava com Deus quando era mais nova.

Não bastasse cresceu uma menina independente, muito esperta e que questionava tudo.

O mal era que era contra a tudo que fazia na cidade. Tinha uma inteligência que assustava, e ah sim, se desapareceu por dois dias, deve estar tramando alguma coisa. E, pela expressão do detetive, se levantou para averiguar o que acontecia.

O detetive escutou, ainda na linha, fez anotações, e pronunciou para Brenner assim que encerrou.

— Não parece ser nada demais, mas…

Fez o detetive uma pausa antes de continuar, foi o tempo o bastante para Brenner se lembrar do episódio do parque.

Mas?

— A garota problemática da cidade parece estar desaparecida.

A última vez que ela fez algo semelhante levantou— se para uma breve pausa  estava organizando um protesto – era bom saber bem o que acontecera para evitar trabalho desnecessário para a polícia.

— Pela expressão da mãe – continuou o detetive dessa vez parece algo mais grave.

— É preciso aguardar o prazo de 72 horas para abrir um chamado.

— Mas isso tem quatro dias. Se preocupou.

— Ok. Ok. Vamos averiguar.

A namorada de Brenner era uma garota formada e decidida.

Diziam por aí que atrás de um grande homem há uma grande mulher. Ela se perguntava se tinha esse crédito atrás do delegado.

Ele fazia por merecimento, e sim, às vezes precisava de um apoio, mas era um grande cara.

Se preocupou porém um pouco quando recebeu a ligação de que seu namorado cumpriria um mandato.

De um certo modo, o policial estava atravessando o desconhecido. Havia uns dias que não tinham uma relação.

Da janela do seu quarto, viu na rua que Roger passava. Como sempre sozinho. Mas dessa vez ele parecia um pouco estranho.

Ignorou esse pensamento, e levando seu olhar sob a lua, viu o céu estrelado e toda a beleza do firmamento. Quis que toda aquela beleza arrebatasse a sua preocupação.

Em torno das dezenove horas, embora pelo tempo parecesse o meio da madrugada (devido o vazio das ruas), se ajuntou a patrulha de Brenner perto da clínica.

Desceram, armados e equipados como soldados do GOE. A rua estava deserta e parecia um tanto abandonada.

— Mike – acenava Brenner, estendendo a arma para que de pronto ele a apanhasse. Dentro de si havia uma sensação que ele não bem explicava, mas estava pronto para não recuar.

Apanhou o revólver e foram rapidamente para a entrada da morada.

Os últimos respingos de chuva caíam na rua molhada. Nunca ali fizera tão frio.

As mãos negras do policial se estendiam sobre a metralhadora. Não havia tempo para recuar, embora ele fosse mais capaz do que pensar, o medo bateu à porta.

Mas ele não deu espaço, quando viu, era como se estivesse num outro espírito, num estado que não temia a morte, e que seus olhos mostravam bem.

Era a primeira vez que estivesse em uma missão com armas, portanto, não gostaria de errar.

— Escutem, eu e Mike vamos pelas laterais. Entrarei primeiro, vocês vasculhem todos os quartos. Não atirem, a menos que necessário. Nossa missão é ainda resgatar os bebês.

— Bebês?

— Exato, eles fazem atrocidades com crianças.

O carro ficou para trás uma bela picape, da cor preta e avançavam com suas botas contra o piso molhado, o vento gélido contra o corpo, dispostos a tudo.

O olhar de Marcus expressava um pouco de temor.

Até que, sem delongas, rápidos e prudentes como cobras, estavam posicionados.

— Um, dois, três…

Entrariam violentamente, sem ou pudor no final da contagem.

A noite negra cobria as suas faces, e sob o comando de Brenner, invadiram ao término da contagem em seu término.

Gritos, alvoroço, surpresa.

— Polícia, polícia! Mãos para o chão!!!

Entraram, erguendo a metralhadora com espírito de morte e trazendo todo o alvoroço, os olhos dele mostravam como estavam tensos, ao mesmo que a voz grave do comandante trazia pavor e autoridade.

Os presentes se rendiam, foram pegos completamente de cheio, não podiam reagir.

— Mãos para o chão, mãos para o chão!!

Enquanto os outros dois policiais rendiam os demais, ordenando que fossem ao chão e erguessem as mãos, ele foi adiante na casa, buscando algo a mais a encontrar.

— Polícia! Polícia! e a gritaria se intensificava.

Brenner notava que estava fazendo um bom trabalho, treinara bem seus rapazes e eles estavam atuando como fantasmas.

Mike manipulava bem a arma, sempre com o olhar à espreita e de prontidão.

E agilidade ali era preciso. As paredes eram escuras e o local era de pouca iluminação. Nunca se sabia o que poderia acontecer caso houvesse um erro.

Não bastou, caminhando entram os cômodos e vendo um ambiente sombrio e com roupas de crianças, Brenner caminhou e viu que havia um líder, que tentou reagir, o que restou ineficiente. O golpeou, gritando em seguida de levá— lo ao chão, pressionando sua face contra o piso, numa força própria que se impressionou. Parecia sentir— se mais ousado.

O clima estava terrível, quando Marcus aparecia, dizia “Brenner, o que mais encontrou? Já vimos tudo” – voltava Marcus prontamente à espera das próximas ordens – estão todos rendidos e tudo está vasculhado, porém gostaríamos que verificasse o que tem dentro de uma sala que encontramos.

Brenner olhava para trás, quase não o escutara a metralhadora nas costas, tamanha ira que pressionava a face do sujeito contra o chão, procurando algemá-lo.

— Positivo, soldado.

Ele se levantou, estava um pouco desordenado de fúria, ordenou que mobilizasse o líder, e foi ao restante da casa ver se faltava algo.

Ainda havia o cheiro estranho para suportar.

Foi quando caminhando até a sala dos fundos, procurando o que mais para provar a denúncia, viu uma sala onde a dois passos já presenciava algo estranho. Estava em tamanha desordem, como em construção, pouca iluminação, e para matar a curiosidade, indo até ela, sentiu-se mal com o que viu, a ponto de quase cair para trás. No centro do cômodo, pendurado na lâmpada de ponta-cabeça, havia um bebê de poucos meses, seu corpo pendido e morto, um orifício no corpo que mostrara o que fizeram com ele, talvez com ele ainda vivo.

Não pode descrever o pavor e o ódio que o sobreveio, como uma força superior que não pudesse controlar.

Com toda a revolta e sede de justiça, foi de encontro ao líder para espancá-lo até a morte..

— O que fizeram com aquela criança, seu monstro infeliz?

O líder sorriu, sarcástico, os policiais notavam a chegada do superior, que não resistiu ao sarcasmo, e partiu aos murros para cima do rapaz, gritando o que você fez, o que você fez com tom de indignado de choro e raiva.

Recebendo socos que iam lhe tirando a respiração, o líder foi desmaiando.

— Eu…—  não pode terminar, Brenner esmurrava suas costelas, esmurrava, um pouco de emoção lhe acompanhava.

Ouvia— se os gemidos de agoniado na casa fria.

Os policiais olhavam, Mike guardava à cintura a pistola erguida, e vendo que o chefe espancava com uma fúria que não parecia ser dele, resolveu retê— lo. Um pouco mais mataria o sujeito a pancadas.

— Ei, Brenner.

Foi preciso Mike ir até ele, separá-lo como uma briga violenta de escola, levantá-lo pelas costas, e mantê-lo contra seu corpo com força, ordenando que levassem o líder para a viatura; Brenner se agitava, caso o soltasse, poderia matá-lo.

— Ele ainda tem direito a um advogado.

E foi preciso manter Brenner inerte até ele se acalmar. 

Não demorou muito para que outras viaturas chegassem. Os integrantes da clínica eram individualmente levados para ser interrogados. O líder precisou do ambulatório para voltar a respirar. A noite às três horas daquela madrugada parecia não terminar nunca. Brenner descansava, voltando a si, deixaram— no enquanto terminavam o serviço. Foi quando seu superior apareceu, sentando— se ao seu lado, perguntando se tudo já estavam em ordem.

Ele notou o movimento, mas se mantinha inerte, os olhos fixos no horizonte.

— Sabe o que eu lembrei quando eu vi aquela criança pendurada, general? – fez uma pausa – eu, eu me lembrei do meu filho.

O general escutou e respeitou, fazendo uma pausa.

— Você fez um ótimo trabalho.

Os integrantes da clínica seguiam presos. A alma de policial nunca esteve tão fria, parecia mais fria do que aquela madrugada. Por um momento ainda, por algum motivo, se lembrou de Anne, e deixou que a noite obscura levasse seus pensamentos.

Série de
Breno  Roque

Elenco
Brenner Roger Kathelyn Anne Vinícius
Tema Prelude and Action Intérprete Kevin MacLeod

Criação e edição da abertura

Daniel Montagner

Direção
Carlos Mota

Produção
Bruno Olsen


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


REALIZAÇÃO



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