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Passos da Paixão - Capítulo 18

Novela de Édy Dutra
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PASSOS DA PAIXÃO - CAPÍTULO 18

 
 
 
 
 
 
NO CAPÍTULO ANTERIOR:
 

LAERTE: - E onde é que você vai mesmo, Melissa?

MELISSA: - Na praia, papai. Num quiosque com o pessoal.

A campainha toca. Melissa atende a porta, recepcionando Júlio.

MELISSA: - Pois não?

JÚLIO: - Boa noite... Você deve ser a filha da Sílvia. Ela está?

Sílvia se aproxima e fica em choque ao ver Júlio.

 

 

 

CENA 01. CASA SÍLVIA. INT. NOITE. 

Continuação do capítulo anterior. Júlio chega na casa de Sílvia e Melissa o recepciona. Sílvia totalmente surpresa.

JÚLIO: - Então, a Sílvia está em casa?

MELISSA: - Está sim. (vira-se para chamar) Ah, aí está você. Esse homem aqui quer falar contigo, mãe.

JÚLIO: - Como vai, Sílvia?

LAERTE (se aproxima de Sílvia): - O que esse cara está fazendo aqui?

MELISSA: - Bom, eu vou saindo. Até depois pessoal!

Melissa sai, Júlio a observa.

JÚLIO: - Bela menina vocês tiveram. (entra na casa)

LAERTE: - Mas o que você quer aqui na minha casa, Júlio?! Eu pensei que tivesse tido uma conversa definitiva com você!

JÚLIO: - Eu sei, Laerte, que não estou fazendo o que combinamos, mas meus ideais falaram mais alto.

SÍLVIA: - O que foi que vocês combinaram?

JÚLIO: - Seu marido me ofereceu uma boa quantia de dinheiro para que eu fosse embora, me afastasse de você.

SÍLVIA (encara Laerte): - Você fez isso mesmo?

LAERTE: - Eu só estava protegendo a minha família.

JÚLIO: - Eu aceitei a grana, mas resolvi não fugir. Não posso errar novamente. Eu não vou fazer rodeios. Não quero atrapalhar a felicidade do casal.

LAERTE: - Você fez isso a partir do momento em que saiu da cadeia.

SÍLVIA: - Para Laerte!... (a Júlio) O que você quer, Júlio?

JÚLIO: - Eu vou usar esse dinheiro que o Laerte me deu para investir num bom negócio.

SÍLVIA: - E que negócio é esse?

JÚLIO: - Eu fui atrás da Tereza Sampaio para que ela retorne com a marca CarioLinda.

SÍLVIA: - Você quer investir em moda, é isso?

LAERTE: - Que ideia mais fajuta...

JÚLIO: - Eu ainda não desisti do meu objetivo de vingança, que é ver a Rosana no chão. O jeito mais fácil de se aproximar dela é entrando no mundo onde ela vive hoje, que é o mundo da moda.

LAERTE: - Graças aos desenhos da Silvinha...

JÚLIO: - Por isso que eu pensei na Tereza. A grife dela já foi de renome. Agora, com esse dinheiro, que pode ser pouco, mas é o suficiente pra começar, a CarioLinda pode retornar e fazer frente à Gonzales Fashion.

SÍLVIA: - Júlio, isso é uma loucura! A GF é poderosa e as criações são fantásticas. A CarioLinda era muito modesta.

JÚLIO: - Você está esquecendo que os desenhos e criações da GF são seus, Sílvia?... e foi por isso que eu vim até aqui. A Tereza já aceitou a minha proposta. Agora eu vim aqui saber se você aceita entrar com a gente nesse projeto. Vamos resgatar a CarioLinda, e também lançar o seu nome, Sílvia, como grande criadora da marca.

Sílvia se mostra surpresa com a proposta.

SÍLVIA: - Eu? A estilista?

JÚLIO: - Sim! A Tereza já está de acordo em ter alguém que faça esse trabalho pra ela. Ela tem contatos influentes, pode nos ajudar a expandir o nome, eu cuido da administração. A gente tem tudo pra dar certo.

LAERTE: - Sílvia, não caia nessa conversa! Está na cara que ele só quer usar você para atingir a Rosana. Júlio, deixa a Sílvia fora desse seu plano insano de vingança.

JÚLIO: - Laerte, é a chance da Silvinha de realmente ter o seu talento reconhecido! Não vamos deixar que essa oportunidade passe!... (a Sílvia) A proposta está feita, Silvinha. Você sabe onde me encontrar. Por favor, pense bem.

SÍLVIA: - Está certo.

JÚLIO: - Boa noite.

Júlio vai embora.

LAERTE: - Mas isso é um absurdo! Esse homem não tem vergonha na cara! Você não vai aceitar essa proposta, Sílvia. Não vai!

SÍLVIA: - Eu ainda não sei, Laerte. Eu preciso pensar... (vai para o quarto)

LAERTE (a si mesmo): - Alguma coisa precisa ser feita.

CENA 02. RESTAURANTE PRATO CHEIO. INT. NOITE.

Guilherme atende uns clientes, enquanto Heloísa o observa no balcão do caixa. Ele se aproxima do balcão.

GUILHERME: - A conta da mesa quinze, Heloísa, por favor.

HELOÍSA: - só um minuto, querido.

Heloísa entrega o papel com a conta para Guilherme. Quando ele segura o papel, ela segura a mão dele.

GUILHERME: - Heloísa!

HELOÍSA: - Pele macia, Gui... Só as mãos que são assim ou tem outras partes que também tem esse veludo delicioso.

GUILHERME (se soltando): - Você parece que está ficando louca? Para com isso... Você é minha madrasta.

HELOÍSA: - Mas posso ser muito mais coisas se você quiser.

Guilherme se afasta. Heloísa se abana, sente calor. Enquanto isso, Karina vai passando pelo balcão.

HELOÍSA: - Ei, Karina, tem cliente lá na mesa nove, minha filha. Não dá pra deixar esperando muito tempo não!

KARINA: - Eu só fui retocar a maquiagem. Já estou indo!

Karina chega à mesa, onde estão Tarso e Sandra.

KARINA: - Boa noite! Posso anotar os pedidos?

Tarso se impressiona com a beleza de Karina, que também se mostra interessada. Os dois trocam olhares, Sandra não percebe.

SANDRA (olhando o menu): - Eu vou querer frango ao molho madeira. E você, querido?

TARSO: - O mesmo que você, meu amor.

KARINA: - Logo o maitre vai vir para oferecer as bebidas... Desejam mais alguma coisa?

SANDRA: - Para mim, mais nada... Aliás, eu vou ao toalete.

Sandra se levanta e sai.

KARINA: - O senhor deseja mais alguma coisa?

TARSO: - Seu nome e seu telefone.

KARINA: - Um pouco de vergonha na cara também cairia bem. Com a esposa do lado, o senhor não tirou os olhos de mim.

TARSO: - Impossível não reparar na sua beleza. Você é linda demais.

KARINA: - Assim o senhor me deixa sem graça.

TARSO: - E você vai me deixar sem seu telefone?

Karina, discretamente, anota o número num pedaço de papel e deixa sobre a mesa. Tarso guarda.

TARSO: - Amanhã à noite, Karina, venho te buscar.

KARINA: - Não, aqui não.

TARSO: - Que horas você sai?

KARINA: - Amanhã próximo desse horário. Mas eu não vou pra casa não.

TARSO: - E eu nem quero que você vá pra casa. Eu te acompanho aonde você for. Mas depois, você vem comigo... Eu posso te oferecer muita coisa se você me der o que eu quero de você.

Karina lança um sorriso para Tarso e se afasta. O meitre se aproxima da mesa, Tarso disfarça. Sandra volta ao seu lugar.

SANDRA: - Adorei essa recepcionista. Muito bonita, simpática, atenciosa.

TARSO: - Achei comum...

SANDRA: - Eu que tenho uma loja de decoração, sei que uma boa recepção é tudo!... Essa moça é muito boa no que faz... Mas então, o que pediu de bebida?

TARSO: - Vinho branco. Sei que você gosta.

SANDRA: - Ótimo!... Ai querido estou adorando esse nosso programinha de casal. Teatro, jantar fora. Faz tempo que a gente não ficava a sós.

TARSO: - Uma folga pra nós dois. Aline e Talles às vezes deixam a mente da gente um tanto embaralhada. (risos)

SANDRA: - Jovens, querido... Milhares de ideias, hormônios, tudo ao mesmo tempo. São agitados por natureza...

CENA 03. PRAIA. QUIOSQUE. INT. NOITE.

A turma está reunida. Numa das mesas, Gaby conversa com Diogo.

GABY: - E aí, Diogo, como anda o trabalho lá no escritório do seu pai?

DIOGO: - A mesma coisa de sempre. Cobranças e mais cobranças. Aquilo lá é um saco.

GABY: - Ah, mas pelo menos você ganha bem.

DIOGO: - Bem mal, você quis dizer, não é?... Eu não sei o que é ter grana há um bom tempo. Meu pai não valoriza o meu trabalho. Poxa, eu quero ter os tênis da hora, a roupa de grife.

GABY: - Ai Diogo, mas eu também não tenho nada disso... Estou ralando pra conseguir uma campanha na carreira de modelo, trabalho no restaurante. Mas a vida é assim.

DIOGO; - Mas eu não quero esperar a vida fazer por mim, Gaby. Eu preciso de grana pra fazer o que quiser. E essa grana vai ter que vir.

Enquanto nisso, em outra mesa, Marcinha, Talles e Melissa conversam.

MARCINHA: - E por que o Guilherme não veio?

TALLES: - Esqueceu que ele precisa ficar no restaurante?

MARCINHA: - É mesmo... A gente precisa marcar um jantar ou almoço lá no Prato Cheio. Que tal?

MELISSA: - Eu nunca fui lá. Dizem que é bem chique.

MARCINHA: - É um dos melhores do Rio, Melissa. Vai gostar quando for.

Ao longe, Duda e Pedro vão se aproximando do quiosque.

DUDA: - Desculpa te deixar esperando. Você me ligou e eu nem estava pronta ainda. Precisei terminar uns desenhos.

PEDRO: - Não precisa se desculpar não, está tudo bem.

DUDA: - O quiosque é logo ali. A turma já deve estar esperando a gente.

Pedro e Duda chegam, juntos. Talles não gosta.

DUDA: - Olá pessoal, boa noite! Esse aqui é o Pedro, eu o convidei pra vir junto, se enturmar com a gente.

TALLES (hostil): - O que você está fazendo com esse neguinho, Duda?

MARCINHA: - Talles, o que é isso?!

DIOGO: - Ei, Talles, segura a onda!

TALLES: - Fala Duda!

DUDA: - Talles, olha o que você está falando! O Pedro é meu amigo.

PEDRO: - Eu sabia que não deveria ter vindo.

DUDA: - Não, Pedro, você deveria vir sim. Fazer amigos, conhecer gente nova.

TALLES: - Só não precisava chegar dando em cima da namorada dos outros!

PEDRO: - Namorada?

TALLES (puxa Duda para o seu lado): - Sim, namorada... Vem, Duda, vamos conversar.

Talles leva Duda para um canto.

MELISSA: - Não dá bola pro Talles, Pedro. Ele não quis falar por mal.

PEDRO: - Não sei não. Ele não foi muito com a minha cara.

GABY: - Mas eu fui. Eu sou a Gaby.

PEDRO: - Prazer.

MARCINHA: - Eu me chamo Márcia, mas todo mundo me conhece por Marcinha. Essa aqui é a Melissa e ele é o Diogo.

DIOGO: - Fala parceiro!

MARCINHA: - De onde você é Pedro?

PEDRO: - Sou da Gávea.

Enquanto os jovens conversam, Talles discute com Duda.

DUDA: - Que showzinho ridículo você deu agora, Talles.

TALLES: - Ridícula foi você chegando toda faceira do lado desse escurinho aí.

DUDA: - Para de falar assim, garoto!

TALLES: - Não fui com a cara desse Pedro.

DUDA: - E pode ter certeza que depois da sua atitude idiota, ele também não foi mais com a sua cara.

TALLES: - E você? Como fica nessa história?

DUDA: - Eu fico do lado de quem tem educação e age com respeito... Se você quiser me tratar como sua namorada, pelo menos aja como um namorado decente... Agora vamos voltar pra lá e ficar de boa com a galera. Com toda a galera.

Duda se afasta. Talles vai atrás dela, mas não se aproxima de Pedro. O grupo conversa, animado.

CENA 04. CASA MARÍLIA. INT. NOITE.

Fernando e Bruno ansiosos pela resposta de Marília.

FERNANDO: - E então, Marília, aceita jantar comigo?

BRUNO: - Ou vai jantar comigo?

MARÍLIA: - Com nenhum dos dois.

BRUNO / FERNANDO (juntos): - Como é que é?

MARÍLIA: - Não gente, não vou jantar com vocês. Eu agradeço às visitas surpresas, as flores lindas... Mas hoje não rola jantar.

AMÁLIA: - Não deram sorte, queridos...

FERNANDO: - Mas nem uma saída, um sorvete?

BRUNO: - Marília, eu voltei pro Brasil pra ver você!

MARÍLIA: - Sinto muito, mas não dá rapazes. Não dá... (sobe as escadas para o seu quarto)

FERNANDO: - Bom, neste caso, eu vou indo...

Fernando sai.

AMÁLIA: - Gente, nunca dois homens fizeram isso por mim.

BRUNO: - Sua irmã continua com a mesma marra de sempre.

AMÁLIA: - E você a mesma cara de pau... Pensa que eu não sei que você está namorando aquela artista plástica, loirinha...

BRUNO: - E daí?

AMÁLIA: - E daí que você vem até aqui chamar a minha irmã pra sair...

BRUNO: - Você sabe que eu nunca esqueci a sua irmã. Eu sou capaz de qualquer coisa para ter a Marília do meu lado.

AMÁLIA: - Eu sei, Bruno, eu sei. Mas se a Marília não tem olhos pra você, não há nada que se possa fazer.

BRUNO: - Mas ela ainda vai ficar na minha, pode ter certeza. Esse mauricinho aí vai perder feio. Eu estou disposto a conquistar a Marília e usarei todas as armas.

AMÁLIA: - Depois do Gustavo, ela nunca mais teve alguém.

BRUNO: - Agora terá. A mim. Eu serei o homem da Marília.

AMÁLIA: - E a sua namorada?

BRUNO: - A Valquíria é só um passa tempo. Ela tem grana e pra mim está sendo conveniente. Mas depois que eu estiver com a Marília, adeus.

AMÁLIA: - Se você está pensando que vai colocar a mão na grana da minha irmã está muito enganado, ouviu?

BRUNO: - Não se preocupe, Amália. A sua parte não vai chegar perto dos meus olhos. Ou pensa que eu não sei que você cobiça a riqueza da sua irmã.

AMÁLIA: - Assim você me ofende.

BRUNO: - Não posso fazer nada se você se ofende com a verdade...

Amália fica séria. Bruno sorri, cínico e vai embora.

AMÁLIA: - Bruno... Voltou com tudo mesmo.

CENA 05. CASA MAURO. SALA. INT. NOITE.

Rosana comemora o sucesso da nova coleção com Mauro, os dois sentados no sofá.

MAURO: - Eu não sei o que seria da GF sem você na equipe, Rosana. A nova coleção da GF está bombando na internet, amanhã vai estar em todas as revistas.

ROSANA: - Ai, Mauro, eu estou tão feliz! Tudo dando certo na nossa vida! A GF fazendo sucesso, meu talento sendo reconhecido. Nosso casamento cada vez mais cheio de amor (beija Mauro)

MAURO: - Só falta um filho pra coroar esse momento, não acha?

ROSANA (finge): - Claro. Mas não agora, não é? Eu ainda quero conquistar mais coisas na minha profissão.

MAURO: - Há tempos que você vem adiando a ideia de ser mãe.

ROSANA: - Acho que ainda não superei o trauma de ter perdido nossa filha. Mas vai passar, querido. Só preciso de mais tempo.

MAURO: - Tudo bem, meu amor. Eu sei respeitar o seu tempo. Quando for a hora, a gente vai ter o nosso filho.

ROSANA: - Isso, meu amor. Eu te amo tanto!

Os dois se beijam.

MAURO: - Eu vou pro quarto. Quero ainda acessar meus e-mails e dar uns telefonemas antes de ir pra cama.

ROSANA: - Eu já subo em seguida.

Mauro se afasta. Rosana a sós na sala.

ROSANA: - Se o Mauro insistir mais uma vez nessa porcaria de filho, eu não sei o que vou fazer. Deus me livre uma criança!... O que eu preciso é me arranjar, fazer um pé de meia... Se bem que ele nunca vai me largar. Eu sou a diva que ele sempre quis!... (levanta-se) Vou pro meu banho de saias.

Quando Rosana vai saindo, Leocádia entra na sala. Rosana para. Leocádia a encara. (fade in “Infiltrado” – Bajofondo)

ROSANA: - Você foi a única que não me deu os parabéns pelo lançamento da coleção, sogrinha... Nem no almoço, lá no restaurante.

LEOCÁDIA: - Parabéns, Rosana. Você tem conseguido ótimos resultados na GF.

ROSANA: - Eu sei. Se não fosse eu, talvez a Gf estaria no ostracismo.

LEOCÁDIA: - Nossa, tão dona de si, assim?

ROSANA: - Anda duvidando do meu talento, dona Leocádia?

LEOCÁDIA: - Do seu talento eu não duvido, já do seu caráter.

ROSANA: - O que a senhora quer dizer com isso, hein?!

LEOCÁDIA: - Não precisa ficar nervosa não, Rosana... Eu não quero dizer nada. Aliás, eu quero sim. Eu estou com os dois olhos bem abertos pra você. Aquela história de surpresa, da Celeste trabalhar na GF... Não me desceu, sabia?

ROSANA: - Então tome um copo d’água e um remedinho pra digestão, que vai lhe fazer bem. Não posso fazer nada se a senhora não sabe lidar com a verdade dos fatos.

LEOCÁDIA: - A verdade ainda não chegou, Rosana. Ela vai aparecer. E aí nós veremos quem sabe e quem não sabe lidar com ela.

Leocádia sai. Rosana na sala, bufando de raiva.

ROSANA: - Velha asquerosa! Quer me derrubar. Ah, mas ela que não se meta comigo. Mais uma dessas e ela vai ter o que merece.

(fade out “Infiltrado” – Bajofondo)

CENA 06. APTO RAQUEL E ADÔNIS. INT. NOITE.

Raquel, Adônis e Valquíria conversam, à mesa de jantar. Já realizaram a refeição, estando agora num cafezinho.

ADÔNIS: - E suas telas, Valquíria? Quando verei novas peças?

VALQUÍRIA: - Aguarde, Adônis. Estou planejando uma pequena exposição com novas telas. O Bruno está me dando a maior força.

RAQUEL: - Você percebeu que de dez palavras que você fala, oito são o nome do Bruno? As outras duas são amor e paixão (risos) Você realmente está apaixonada!

VALQUÍRIA: - Estou mesmo amiga. Você sabe que eu me entrego pra valer. Já quebrei a cara muitas vezes, mas o Bruno é diferente. Sinto que tem verdade no nosso relacionamento.

RAQUEL: - Que bom amiga. Eu me preocupo com você.

VALQUÍRIA: - Eu sei disso... Já me salvou de algumas roubadas! (risos) Mas pode ficar tranquila, porque o Bruno é pra casar.

ADÔNIS: - Falando em casar, e o Fernando que nunca mais se arrumou com alguém depois que se separou.

VALQUÍRIA: - E vou te contar que ele está muito mais bonito agora do que quando jovem.

RAQUEL: - Eu também acho, Val. Fernando está um gato.

ADÔNIS: - Ei! Eu estou aqui!

RAQUEL: - Adônis, não há motivos para ter ciúmes... Eu estou casada com você. E sou muito feliz.

ADÔNIS: - Mesmo eu não tendo toda a grana dele?

RAQUEL: - Claro, Adônis! Não me casei com você por dinheiro, oras! Gosto de você e não do seu dinheiro.

VALQUÍRIA: - Sentimento é tudo mesmo, Raquel. Mas dinheiro não pode faltar, senão a relação desanda.

RAQUEL: - Claro, Val, eu entendo. Mas eu nunca coloquei o financeiro na frente do amor. E é assim que eu acho que todo o casal deve ser.

ADÔNIS: - Será que é por isso que o Fernando está solteiro ainda? As mulheres se aproximam dele pelo financeiro e não pelo amor?

RAQUEL: - Pode ser. Mas o Fernando tem outro fator que complica a situação dele, chamado Maria Helena.

VALQUÍRIA: - Nossa! Esse fator complica a situação, a vida de qualquer pessoa! (risos)

ADÔNIS: - Unanimidade aqui que Maria Helena é osso duro de roer.

VALQUÍRIA: - Pobre da Marcinha que mora lá, convive com aquele gênio difícil da Maria Helena todos os dias.

RAQUEL: - Mas a Marcinha puxou a mim. Tem um bom equilíbrio e senso de controle. Só assim mesmo pra aguentar uma avó daquelas. (risos)

CENA 07. MANSÃO LINHARES. QUARTO. INT. NOITE.

Maria Helena e Orestes conversam. Orestes já deitado na cama. Maria Helena preparando-se para deitar.

ORESTES: - Já vi em três telejornais hoje o lançamento da nova coleção da Gonzales Fashion. Tudo bem bonito.

MARIA HELENA: - Estava tudo muito bonito mesmo. Mas o evento não chegará aos pés do que a Áurea está preparando.

ORESTES: - Será um marco na história da empresa. Acho que nunca investimos tanto numa coleção quanto agora. Estér está radiante.

MARIA HELENA (deitando-se): - Estér... Ela não faz mais que a obrigação dela.

ORESTES: - Por que está dizendo isso, Maria Helena? A Estér é uma ótima artista, além de uma funcionária muito competente na empresa. E merece todo o reconhecimento por isso.

MARIA HELENA: - Pelo menos no lado profissional ela merece ser reconhecida, porque no pessoal...

ORESTES: - Lá vem você de novo com essa história. Não cansa não?

MARIA HELENA: - Acontece que eu acho impossível você ver o comportamento da sua filha e não fazer nada, achar isso normal.

ORESTES: - Mas a minha filha é normal, Maria Helena!

MARIA HELENA: - Normal... Mulher com mulher, normal. (ri, debochada) Agora ela anda sempre juntinho da Marcinha. Leva pra passear, fazer compras, ensinar as técnicas do trabalho... A Estér quer influenciar a Marcinha.

ORESTES: - Do que você está falando?

MARIA HELENA: - Quer! A Estér que influenciar a Marcinha de forma negativa... Mas isso eu não vou permitir, jamais!

ORESTES (vira para o lado): - Eu vou dormir porque não quero discutir com você há essa hora, Maria Helena. Boa noite.

MARIA HELENA: - Pode dormir, pode dormir... Se você não vai fazer nada pela sua neta, para que ela tenha uma vida decente, diferente da sua filha rebelde, eu farei!... A Marcinha não vai herdar nada da Estér. Nada.

CENA 08. CASA MAURO. QUARTO CELESTE. INT. NOITE.

Celeste arruma a cama para se deitar. A janela do quarto está aberta. Celeste se aproxima, fecha a janela e se deita na cama para dormir.

Ela fecha os olhos por um instante, mas abre em seguida. Levanta-se da cama e vai até a janela. Abre e fecha novamente e volta para a cama. Deita-se. Fica pouco tempo com os olhos fechados, abrindo-os em seguida. Mais uma vez, se levanta da cama e volta para a janela, abrindo e fechando.

CELESTE: - Eu não consigo dormir assim...

Celeste deita-se na cama, mas desta vez nem fecha os olhos. Levanta-se, vai até a janela e novamente abre e fecha, agora um pouco mais frenética. Leocádia entra no quarto da filha.

LEOCÁDIA: - Mas que barulho é esse, minha filha?

CELESTE: - Eu não consigo dormir, mamãe. Essa janela...

Celeste abre e fecha a janela, sem parar. Leocádia se aproxima e fecha a janela.

LEOCÁDIA: - Pronto, minha filha, pode dormir agora.

CELESTE: - Você fechou tudo mesmo, mamãe?

LEOCÁDIA: - Sim, Celeste. Agora durma. Amanhã você tem faculdade.

Celeste deita na cama. Leocádia cobre a filha com o cobertor, a beija.

LEOCÁDIA: - Bons sonhos.

Leocádia se afasta devagar, expressão um tanto consternada.

LEOCÁDIA (a si mesma): - O que será que essa menina tem? Essas manias não terminam nunca!...

CENA 09. TRANSIÇÃO DO TEMPO. AMANHECER / CASA SÍLVIA. INT. DIA.

Imagens do Rio ao amanhecer. Corta para casa de Sílvia. Na sala, Melissa está assistindo TV, no sofá. Sílvia vem do quarto.

SÍLVIA: - Melissa quero que você vá até o Bar do Noel e reserve dois almoços. Pra você e para o seu pai.

MELISSA: - E você, não vai comer?

SÍLVIA: - Não. Eu tenho um assunto importante pra resolver e não vai dar tempo. Já estou até atrasada. Eu como na rua.

MELISSA: - Ih... Você anda toda esquisita, mãe. Cheia dos compromissos importantes, ninguém pode saber. E ontem, quem era aquele cara que veio aqui? A senhora parecia que tinha visto um fantasma!

SÍLVIA: - Você anda muito abusada, menina! Não tem nada de fantasma, nada disso. Melissa faz o que eu te pedi, por favor?

MELISSA (levanta-se): - Tá bom...

Melissa sai de casa, cruza com Laerte que vai entrando.

LAERTE: - Aonde a Melissa vai?

SÍLVIA: - Ela vai deixar reservado os almoços de vocês lá com a Janice e com o Alceu. Eu estou de saída.

LAERTE: - Aonde você vai?

SÍLVIA: - Eu vou até o hotel falar com o Júlio.

LAERTE: - Meu Deus, Sílvia! Você vai mesmo insistir nessa história?!

SÍLVIA: - Eu não sei!... Eu ainda não decidi. Mas eu vou pensando no caminho.

LAERTE: - Você vai cometer um grande erro aceitando essa proposta, Sílvia. Vai ser um risco para a nossa família você se envolvendo nessa vingança do Júlio.

SÍLVIA: - Eu sei. Eu vou pensar nisso também... Agora, Laerte, por favor, mantenha segredo sobre isso. Se eu não aceitar, pelo menos o Júlio vai seguir com o plano dele sem riscos, sem meu nome estar envolvido. Ninguém pode saber.

LAERTE: - Não se preocupe. Da minha boca essa história vão vai se espalhar.

SÍLVIA: - Eu vou procurar não demorar. Toma as rédeas por aqui.

Sílvia sai. Laerte fica pensativo.

LAERTE: - Pode deixar, Sílvia, que eu tomarei as rédeas por aqui mesmo.

CENA 10. ESCRITÓRIO GF. SALA ROSANA. INT. DIA.

Rosana, sentada em sua mesa, fica observando uma foto de Fernando no computador.

ROSANA: - Fernando... Fernando... Nome bonito. Combina com Rosana. (ri)

Vitinho, eufórico, entra na sala de repente. Rosana fecha a foto.

ROSANA: - Não existe mais porta, nem telefone! Vai entrando assim na minha sala como se fosse o ar!

VITINHO: - Desculpa, mamade. Mas é que eu não consegui pensar em mais nada diante da notícia que eu tenho pra te dar!

ROSANA: - Fala logo, Vitinho!

VITINHO: - Jack McMarrison acabou de entrar em contato.

ROSANA: - Jack quem?

VITINHO: - Jack McMarrison, organizador da semana de moda brasileira em Nova York! Madame, ele ficou sabendo do lançamento da GF, achou as criações fantásticas e está te convidando para ser o grande nome da próxima edição da Semana da Moda Brasileira em Nova York!

ROSANA (eufórica): - Não acredito! Vitinho! Eu sempre quis entrar arrasando em Nova York, mas não imaginava que fosse desse jeito! Que maravilha!

VITINHO: - Então, ele está esperando a sua resposta!

ROSANA: - Entra em contato com ele agora, diz que eu aceito! Anda logo!

VITINHO: - Claro, madame! Nós vamos para Nova York!

Vitinho sai. Rosana fica em estado de graça. (fade in “Me Segura” – Eduardo Dussek)

ROSANA: - Nova York! Meu Deus, eu a estrela de um evento de moda em Nova York! Nada vai me derrubar! Nada! (volta para o computador, abre a foto de Fernando) Você surgiu na minha vida e me trouxe sorte... Fernando! (ri)

CENA 11. AGÊNCIA CLASSIC MODELS. SALA MARÍLIA. INT. DIA.

(fade out “Me Segura” – Eduardo Dussek) Marília está em sua sala, com Paula e Gaby.

MARÍLIA: - Então, Gaby, eu te chamei aqui porque surgiu uma campanha para uma rede de farmácias e acho que você pode fazer.

GABY: - Bah, gente, que fosse pra papel higiênico de cachorro! Eu faço sim!

PAULA: - Eu tenho aqui o contrato, você lê tudo direitinho e depois assina e me entrega. (entrega para Gaby)

GABY: - Pode deixar, guria, vou ler tudo. Muito obrigada!

Gaby sai da sala contente.

MARÍLIA: - Tô pra ver modelo mais feliz que essa! (ri)

PAULA: - Ficou toda animada quando eu liguei...

MARÍLIA: - Paula, agora precisamos selecionar as modelos para o desfile da Áurea Calçados.

PAULA: - Eu já preparei uma pequena lista. Veja se está boa.

Paula deixa a lista sobre a mesa de Marília.

MARÍLIA: - Eu vou olhar depois, obrigada... E suas aulas de dança, como vão?

PAULA: - Não fui mais.

MARÍLIA: - Mas por quê? Você estava tão feliz!

PAULA: - É que aconteceram algumas coisas, ou melhor, algumas pessoas e aí (pausa)

MARÍLIA: - Como assim, algumas pessoas?

PAULA: - Ai entrou um cara muito chato na turma e aí eu perdi a vontade de fazer aula com ele lá. A gente já se conheceu numa situação péssima. Aí ficar olhando pra cara dele sempre, não dá.

MARÍLIA: - Mas pensa bem, Paula. Só por causa de uma pessoa, você vai deixar de fazer o que gosta?

Paula fica pensativa. Neste instante, Fernando entra na sala de Marília.

MARÍLIA (surpresa): - Fernando!

FERNANDO: - Desculpa entrar aqui sem avisar. Mas a sua recusa de ontem, ao meu convite, não desceu assim tão fácil.

PAULA: - Convite?

MARÍLIA (sem jeito): - Ele me chamou para jantar, mas eu não aceitei...

FERNANDO: - Agora não tem saída. Hoje você vai sair comigo, Marília. E eu não aceito não como resposta.

Fernando encara Marília, com um leve sorriso.

CENA 12. HOTEL BARATO. QUARTO. INT. DIA.

Júlio e Tereza estão no quarto, conversando.

TEREZA: - Você sabe que eu mal dormi à noite pensando nesse projeto, no retorno da CarioLinda.

JÚLIO: - Você vai ver, Tereza. Será um retorno e tanto!

TEREZA: - Sei que não é da minha conta, mas de onde você tirou esse dinheiro para investir na minha grife? E por que em mim?!

JÚLIO: - Bem, eu já falei que as mulheres da minha família já eram fãs da marca. Com o tempo eu passei a admirar o seu trabalho. E hoje estou feliz em saber que vamos retornar juntos. (vai até a porta do quarto, abre, olha pelo corredor)

TEREZA: - E quando ao dinheiro?

JÚLIO (volta-se para o quarto): - Economias.

TEREZA: - Economizou bastante então... (risos) Não tem mulher pra gastar, não é? (risos)

JÚLIO: - É... Estou solteiro há algum tempo. (vai até a janela)

Júlio deixa a porta do quarto entreaberta.

TEREZA: - Engraçado! Eu também estou... Que coincidência, não? (aproxima-se de Júlio)

JÚLIO: - Acontece... Hoje está difícil de encontrar alguém bacana, que valorize o amor que a gente tem pra dar.

TEREZA: - Mas às vezes a pessoa surge quando a gente menos espera... E nos conquista de um jeito impossível de escapar.

Tereza fica cara a cara com Júlio. Os dois se olham. Tereza beija Júlio. Neste instante, Sílvia entra no quarto. (sobe trilha “Doce Castigo” – Nana Caymmi) Sílvia se mostra surpresa ao ver Júlio aos beijos com Tereza.

CENA 13. ESCRITÓRIO GF. EXT. DIA.

Rosana e Vitinho vão saindo do escritório, conversando animados.

VITINHO: - Contato respondido, convite aceito. Agora é só esperar o dia do embarque para o sucesso!

ROSANA: - A melhor notícia dos últimos tempos, Vitinho. Adorei! Agora vamos almoçar porque saco vazio não para em pé.

Os dois seguem andando, quando Laerte se aproxima.

LAERTE: - Rosana!

Rosana e Vitinho param, viram-se para trás.

VITINHO: - O que seria meu senhor?

LAERTE (ignora Vitinho): - Rosana, eu preciso falar com você.

VITINHO: - A madame agora está ocupada agora, meu senhor. Se quiser falar com ela, tem que marcar horário lá no escritório (pausa)

LAERTE (interrompe): - Fecha a boca, meu rapaz! O assunto não é com você!... Rosana, o que eu tenho pra falar com você é sério.

ROSANA: - Vitinho vai indo na frente para o restaurante, eu já chego lá.

VITINHO: - Madame, você vai ficar aqui com esse sujeito rude? Acabou de gritar comigo.

ROSANA: - Se você não me obedecer, quem vai gritar sou eu.

Vitinho encara Laerte e sai.

ROSANA: - O que você quer, Laerte.

LAERTE: - Como você já deve saber, o Júlio saiu da cadeia.

ROSANA: - Sim, eu já sei.

LAERTE: - E agora ele pode colocar em risco a felicidade da minha família. Ele está se aproximando da Sílvia.

ROSANA: - Olha só, Laerte, eu não tenho culpa se você não consegue segurar a sua mulher... Isso é problema seu e da sua família. Eu não tenho nada a ver com isso.

LAERTE: - Acho que você está esquecendo um pequeno detalhe.

ROSANA: - Qual?

LAERTE: - Que o Júlio ficando próximo da Sílvia, acaba consequentemente chegando próximo da Melissa. E aí que o seu segredo pode estar prestes a ser descoberto. O acordo maldito entre você e a Silvinha pode vir à tona com essa aproximação!

Rosana fica apreensiva.


LAERTE
: - Precisamos fazer alguma coisa para afastar o Júlio e a Sílvia.

 


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