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Relações Perigosas - Capítulo 45

Novela de Felipe Porto
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VALE A PENA LER DE NOVO: RELAÇÕES PERIGOSAS
 
     
 
 
     
  NO CAPÍTULO ANTERIOR DE "RELAÇÕES PERIGOSAS":

Giovanna — Achei que o Otávio ia passar a noite aí.

Otávio entra no carro e vai embora. Lentamente, Giovanna se aproxima do casebre. Ela procura e pela parede de madeira, até que encontra um buraco. Ela olha. PV dela: o interior está escuro e ela vê um homem.

Giovanna — Quem tá aí?

Silêncio.

Giovanna — Responde.

Jardel — (Off) Giovanna?! Sou eu, Jardel! Me ajuda!

Giovanna — (Baixo) Jardel?

Na surpresa de Giovanna.

...

Bianca olha para Gregório desacordado no chão. Ela se aproxima dele, pega os seus braços e com certa dificuldade, começa a arrastar o corpo em direção à poltrona.

Corte descontinuo: Bianca ajeita Gregório desacordado na poltrona.

Bianca deixa Gregório ali, enquanto vai até o balcão, abre sua bolsa e tira uma pistola de dentro dela. Bianca vai até Gregório e coloca a pistola na mão dele, como se fosse ele a atirar. Bianca coloca a sua mão sobre a mão de Gregório que está segurando a pistola.

Bianca — Desculpa meu amor. Eu juro que não queria que as coisas terminassem assim.

Com a mão que está livre, Bianca pega os cabelos de Gregório e ergue a cabeça dele para frente. Bianca olha para Gregório com melancolia.

Bianca coloca o seu dedo sobre dedo de Gregório que segura o gatilho.

Bianca olha para Gregório desacordado e coloca o cano do revólver na boca dele. Closes alternados: Bianca com lágrimas nos olhos e Gregório desacordado com o cano da pistola na boca, sendo segurada por ele e por Bianca. Instantes. Bianca fecha os olhos, aperta o gatilho e a arma dispara. O sangue espirra no rosto de Bianca e ela abre os olhos. Fecha no rosto de Bianca, todo respingado de sangue.

 
     
 
     
     
     

CAPÍTULO 45 (PENÚLTIMO CAPÍTULO)
 
     
 

CENA 01. sobrado de gregório. sala. Interior. Noite.

Abre em um plano geral da sala: Gregório morto na poltrona com a cabeça jogada para trás. Nos aproximamos até chegarmos em seu braço, caído ao lado da cadeira e na sua mão que segura a pistola.

Lentamente Bianca, já limpa do sangue, desce as escadas. Ela se aproxima de Gregório e enxuga as lágrimas.

Bianca — A gente se vê por aí, meu amor.

Bianca faz menção de tocar no rosto de Gregório, mas se contém. Então ela se afasta e olha para a poça de sangue que se formou no chão em volta da poltrona.

Bianca caminha até a porta de saída e apaga algumas lâmpadas, deixando o ambiente a meia-luz. Ela olha para Gregório morto mais uma vez e sai para a rua. Em Gregório morto na poltrona.

CENA 02. casebre. frente. Exterior. Noite.

Continuação da cena 30 do capítulo anterior.

Giovanna com o ouvido colado na parede de madeira.

Giovanna — Jardel? O que tá acontecendo? Como você foi parar aí?!

Jardel — Me tira daqui, Giovanna!

Giovanna vai até a porta. Força, mexe no cadeado que tranca a porta, mas não consegue abrir.

Giovanna — Tá difícil abrir!

Giovanna para, pensativa.

Giovanna — Eu vou arrumar um jeito de abrir essa porta. Eu já volto.

Giovanna vai para a beira da rua e começa a correr, se afastando do casebre.

CENA 03. carro de bianca. ambiente. Interior. Noite.

Música: Instrumental Triste.

Bianca dirige e chora copiosamente. Ela bate no volante com raiva e enxuga as lágrimas.

Bianca — Agora é tarde pra arrependimentos, Bianca. Já tá feito... Já tá feito.

Bianca volta a chorar e dá um grito, num misto de dor e desespero. Bianca olha para frente e vê um carro parado por causa do semáforo vermelho. Ela pisa no freio em cima do carro da frente. Bianca respira fundo, nervosa.

CENA 04. casebre. frente. Exterior. noite.

Giovanna se aproxima do casebre com uma machadinha.

Giovanna — Jardel?! Eu vou tentar quebrar o cadeado!

Giovanna começa a bater no cadeado com a machadinha repetidas vezes, até que ele se quebra. Giovanna abre a porta e entra.

CENA 05. casebre. ambiente. Interior. Noite.

Giovanna entra e corre até Jardel que está no chão, amarrado.

Giovanna — Jardel!

Jardel — Giovanna! Que bom que ver você.

Giovanna — Eu achava que você tinha me abandonado.

Jardel — Sério que você pensou isso?

Giovanna — Você queria o que? Você some, as suas roupas somem, você me deixa aquele bilhete. O que você queria que eu pensasse?

Jardel — Eu nunca ia te abandonar, Giovanna. Eu te amo.

Música: Say You Say Me - Lionel Richie.

Giovanna e Jardel se beijam forma apaixonada e intensa. Tempo no beijo até que ele cessa.

Giovanna — Então me explica como isso tudo aconteceu. A letra daquele bilhete era sua!

Jardel — Aquela letra era minha sim, mas foi o Otávio que me obrigou a escrever tudo aquilo.

Giovanna — E por que você não se negou?

Jardel — Porque ele tava com uma arma apontada pra minha cabeça! Ele planejou tudo!

Giovanna — Você tem razão. Não tinha como você reagir.

Jardel — (Continua) Ele aproveitou que o prédio não tinha porteiro e ninguém ia ver ele entrando e saindo... As roupas ele me fez colocar tudo num saco, levou junto e jogou no meio da estrada.

Giovanna — Mas ninguém viu vocês saindo?

Jardel — Até viram, mas ele foi discreto. Ele planejou tudo da forma mais fira e calculista possível. Ele sabia que aquele bilhete ia te deixar abalada.

Giovanna — E assim eu ia voltar pra ele rastejando...

Jardel — E depois ia me matar, sumir com o meu corpo e ninguém nunca ia desconfiar de nada.

Giovanna — (Perplexa) O Otávio é um psicopata!

Jardel — Ele tá completamente louco! Me amarrou e me surrou durante esse tempo todo!

Giovanna acaricia Jardel, com pena.

CENA 06. rio de janeiro. ambiente. Exterior. Dia.

Música continua. Stock-shot da cidade ao amanhecer. [Música off].

CENA 07. casa de ana carolina. quarto de marcelo. Interior. Dia.

Marcelo em pé, falando ao celular. Milena na cama, vai acordando aos poucos.

Marcelo — (Cel) Quando foi isso? Tá bom, pode deixar que eu vou ajudar no que vocês precisarem. A gente se encontra na capela.

Marcelo desliga o celular.

Milena — Capela? Ou é casamento ou/

Marcelo — (Corta) Velório.

Milena senta na cama.

Milena — (Surpresa) Quem morreu?!

Marcelo — Meu tio Gregório. Foi encontrado essa madrugada com um tiro na cabeça.

Milena — Tiro?! Como foi isso?

Marcelo — Não sei direito. Parece que foi suicídio.

Milena — Suicídio? Eu nunca pensei que ele fosse capaz de fazer uma coisa dessas.

Marcelo — Nem eu. Mas a verdade é que eu não to reconhecendo mais ninguém nessa história toda.

Milena — O que você vai fazer?

Marcelo — Vou auxiliar a Tarsila nesses tramites burocráticos de enterro e liberação do corpo.

Milena — Onde o corpo tá agora?

Marcelo — Passando por pericia criminal. Parece que os médicos passaram o final da madrugada e o início dá manhã colhendo informações sobre a causa da morte.

Milena — Tá. Eu vou pra casa. Depois você me liga avisando quando e onde vai ser o enterro?

Marcelo — Ligo sim.

Milena dá um beijo em Marcelo e sai.

CENA 08. universidade. área externa. Exterior. Dia.

Bernardo, surpreso, diante de Juliana.

Bernardo — Que surpresa ver você aqui. Veio ver alguma coisa.

Juliana — Alguma coisa não: você.

Música: Meu Novo Mundo - Charlie Brown Jr.

Bernardo — Você veio me ver?

Juliana — É Bernardo. Eu andei pensando e percebi que eu não posso te rotular. Todo mundo merece uma chance, principalmente se ela não fez nada de errado.

Bernardo — Eu to gostando muito de você. Já te disse isso.

Juliana — Eu sei. E eu também to gostado de você. Por isso que eu to aqui me abrindo pra você.

Bernardo — Pode confiar em mim. Eu prometo que não vou te decepcionar.

Bernardo delicadamente puxa Juliana e a beija. Ela corresponde. Tempo no beijo dos dois. [Música off].

CENA 09. cemitério. ambiente. exterior. Dia.

Caixão de Gregório sendo conduzido até a cova. Caixão fechado. Espalhados pelo local: Marcelo, Milena, Tarsila, Luísa, Wagner, Bernardo, Yasmin, Karina, Seu Coisinha e o padre.

Milena e Marcelo observam Tarsila perto do caixão.

Milena — Duas mortes na família em tão pouco tempo. Eles tão precisando de uma sessão de descarrego.

Marcelo — De novo caixão fechado. Igual o velório do Leandro.

Milena — Claro. Você queria o quê? Ele se matou com um tiro na boca. O rosto dele deve tá todo desfigurado.

Marcelo — Que horror.

Marcelo olha para Karina, que é a mais abalada e a que mais chora dentre todos. Ela está junto de Yasmin, que a consola.

Marcelo — Eu tenho pena é da Karina. Tenho a impressão que ela é a única daqui que tá realmente sofrendo com a morte do Gregório.

Milena — Ela vai superar.

Corta para Luísa e Seu Coisinha.

Luísa — Eu to achando essa história de suicídio muito estranha.

Seu Coisinha — Você desconfia demais das coisas.

Luísa — E quase sempre eu to certa.

Seu Coisinha — O que você tá achando aconteceu?

Luísa — Não to achando nada. Só não consigo encontrar motivos pro Gregório querer se matar.

Seu Coisinha — Eu também não. Mas a gente não sabe o que tava acontecendo com ele.

As pessoas param perto da cova.

Luísa — Deus me perdoe pelo que eu vou falar agora, mas que o Diabo o carregue. O mundo tá muito melhor sem ele. Ele e a Bianca provocaram muito mal pra muita gente.

Seu Coisinha — Por falar em Bianca. Olha que tá chegando.

Luísa vê Bianca se aproximando. Furiosa, Tarsila vai até Bianca.

Tarsila — (Furiosa) O que você tá fazendo aqui?!

Closes alternados entre Bianca e Tarsila.

CENA 10. casebre. ambiente. Interior. Dia.

Giovanna abraçada em Jardel.

Jardel — Amanheceu, Giovanna! É melhor você sair daqui antes que o Otávio volte.

Giovanna — Eu não vou te deixar aqui.

Jardel — Corre pra buscar ajuda da polícia.

Giovanna dá um beijo em Jardel e se levanta.

Giovanna — Eu prometo que vou ser o mais rápida possível.

Giovanna sai do casebre. Em Jardel aflito.

CENA 11. casebre. frente. Exterior. Dia.

Giovanna sai do casebre e pega o celular.

Giovanna — (Olha) Sem sinal.

Giovanna segue caminhando.

Giovanna — Vai ter que ser a pé mesmo. Mas eu vou te salvar.

Giovanna acelera o passo. Um carro passa a toda velocidade por ela. O carro para na frente do casebre e Otávio desce de dentro dele. Giovanna não é mais vista. Otávio vê a porta aberta.

Otávio — Não acredito que ele fugiu!

Otávio corre para o interior do casebre.

CENA 12. casebre. ambiente. Interior. Dia.

Otávio entra e respira aliviado ao ver Jardel amarrado.

Jardel — Achou que eu tivesse fugido?

Otávio — Por que a porta ta aberta? Quem teve aqui? Responde seu merda!

Otávio dá um soco em Jardel.

Jardel — Não interessa!

Otávio — (Irritado) Quer pagar de esperto, de machão? Vamos ver onde vai parar essa valentia toda depois que eu enfiar uma bala bem no meio do seu rabo.

Jardel — Eu não tenho medo das suas ameaças.

Otávio — Pois deveria ter. Porque hoje você vai morrer.

Detalhe em Jardel tentando se desamarrar de forma discreta. Closes alternados. Muita tensão.

CENA 13. cemitério. ambiente. exterior. Dia.

Bianca e Tarsila se encaram e aos poucos vão chamando a atenção das demais pessoas.

Bianca — Eu vim prestar a minha solidariedade a família.

Tarsila — Então tá aqui o meu agradecimento.

E Tarsila dá um tapa no rosto de Bianca. Reação de todos os presente. Karina vai até Tarsila.

Karina — Mãe o que você tá fazendo?! Para!

Tarsila — Não se mete.

Yasmin — (Puxa Karina) Vem.

Yasmin afasta Karina de Bianca e em seguida vai até Milena e Marcelo.

Yasmin — Milena, porque ela deu esse tapão na cara da mãe?

Milena — Longa história, querida. Mas to achando que logo logo você vai saber tudo.

Bianca se recompõe e encara Tarsila.

Bianca — Eu entendo a sua revolta. Você tá emocionalmente abalada.

Tarsila — Mas eu não consigo entender essa sua cara de pau. Como você tem coragem de aparecer aqui depois de tudo o que você fez?!

Tarsila vai subindo o tom de voz, mas Bianca mantém o mesmo.

Bianca — Aqui não é o momento pra isso.

Tarsila — É o momento sim! Você e esse cretino (E aponta para o caixão) me enganaram durante anos! Veio se despedir do seu amante?! Pois eu não vou deixar!

Tarsila olha para todos os presentes.

Tarsila — Essa mulher aqui foi amante do meu marido durante muitos anos e agora tá aqui pra se despedir dele! Que lindo!

Marcelo se aproxima de Tarsila.

Marcelo — (Baixo) Tia, para com isso. Pensa na sua filha.

Tarsila — (Irritada) Me deixa, Marcelo! Eu to há muitos anos com essa mulher engasgada na minha garganta!

Bianca — Eu não vim aqui pra causar confusão, Tarsila.

Tarsila — Claro que não. Você veio se despedir do seu amante, não é? Mas você não vai precisar, porque você vai pra cova junto com ele, sua vagabunda.

Tarsila pega Bianca pelos cabelos e a empurra em direção à cova aberta.

Bianca — Me larga!

Tarsila — Vocês não se amavam tanto?! Então que fiquem juntinhos pra sempre!

Tarsila vai empurrar Bianca dentro da cova, mas é impedida por Marcelo e Bernardo.

Marcelo — Para tia! Eu entendo a sua raiva, mas agora não é a hora e nem o momento pra esse acerto de contas.

Bernardo — (Para Bianca) E você se não quiser ser enterrada também, é melhor ir.

Bianca se ajeita e concorda. Ela e Tarsila se encaram mais uma vez e Bianca vai se afastando do local.

Tarsila — Pode começar padre.

O padre abre a bíblia. Yasmin se aproxima de Milena.

Yasmin — É verdade isso? O Gregório e a mãe foram amantes?

Milena — É verdade sim. Foram durante muitos anos, mas depois a gente fala melhor sobre isso.

Corte descontínuo para o caixão de Gregório descendo até a cova.

CENA 14. estrada/casebre. ambiente. exterior. Dia.

Corta para o interior do carro da polícia: Carro em movimento. Nogueira dirige, Giovanna no carona e Perceu e mais outro policial no banco de trás.

Perceu — (Para Giovanna) Eu ainda acho que não era boa ideia a senhora ter vindo junto.

Giovanna — É um lugar muito isolado. Vocês iam perder muito tempo procurando e tempo sobrando é a última coisa que a gente tem.

Nogueira — Ela tem razão, Perceu. Ela vai ser de grande ajuda. (Para Giovanna) Mas quando a gente chegar lá, eu quero que a senhora fique dentro do carro.

Giovanna concorda.

Giovanna — (Aponta) É ali!

Nogueira para o carro.

Nogueira — Sem fazer alarde. Nós temos que pegar o suspeito desprevenido.

Perceu e o outro policial concordam. Os três descem do carro.

Corta para a frente do casebre.

Música: Instrumental Suspense.

Armados, Nogueira, Perceu e o outro policial, se aproximam lentamente do casebre.

Nogueira — Dr. Otávio Assunção! A casa está cercada! Liberte o refém e saia com as mãos pra cima!

CENA 15. casebre. ambiente. Interior. Dia.

Instrumental continua. Otávio com arma em punho. Jardel ainda amarrado.

Otávio — A polícia? Você acha mesmo que a polícia vai me impedir de fuzilar a sua cara?

Jardel — Você pode até me matar, mas não vai sair livre.

Otávio — Então nós dois vamos pro inferno. Cada um pro seu.

Otávio se aproxima da porta que está fechada.

Otávio — (Grita) Eu não vou me entregar!

Nogueira — (Off) Por favor! Coopere com a polícia.

Otávio ri.

Otávio — Cooperar. Até parece.

Jardel consegue se soltar das cordas e parte pra cima de Otávio, que está de costas.

Jardel — Você não vai conseguir sair impune, Otávio!

Otávio gira seu corpo e fica de frente para Jardel. Os dois brigando para ter a posse da arma.

Otávio — Se eu não vou sair em pune, você não vai sair vivo daqui.

A luta pela arma continua. Ora a arma aponta para Jardel, ora para Otávio.

Otávio — Sabe aquela historinha de que no final o bem sempre vence o mal? É mentira. (Pausa) Manda lembranças minhas pro capeta.

Jardel — O recado vai ficar pra depois.

Otávio — Isso é o que nós vamos ver.

A arma fica entre os dois e não se consegue ver para onde está sendo apontada. Escuta-se um disparo. Closes alternados na agonia de Otávio e Jardel.

CENA 16. casebre. frente. Exterior. Dia.

Instrumental continua. O tiro ecoa. Giovanna sai desesperada de dentro do carro.

Giovanna — Foi tiro!

Nogueira — Se afasta! (Para os policiais) Vamos invadir.

Os policiais concordam com a cabeça. [Instrumental off].

CENA 17. pensão. recepção. Interior. Dia.

A dona da pensão ali no balcão da recepção. Heloísa, que aparenta estar um pouco alterada, passa por ela.

Dona — Espera!

Heloísa — (Impaciente) O que você quer?

Dona — Eu vi você conversando com um pessoal barra pesada. Você não tá metida com drogas, tá?

Heloísa — E desde quando eu tenho que dar satisfações da minha vida? Intrometida.

Dona — Escuta aqui, garota. Eu não quero confusão na minha pensão. Se quer andar com marginal e ficar se drogando, eu to nem aí. Mas não vem trazer confusão pra dentro da minha pensão que eu te coloco daqui pra fora.

Heloísa — Ai para de fazer draminha. Cuida da sua vida que eu cuido da minha.

Heloísa sai para a rua.

CENA 18. casebre. ambiente. Interior. Dia.

Jardel e Otávio em pé com a arma entre eles. Tempo e Otávio cai morto no chão, de olhos abertos. A polícia invade e Jardel levanta as mãos.

Nogueira — Coloque as mãos onde a gente possa ver!

Jardel — Calma! Eu sou o sequestrado!

Perceu checa o pulso de Otávio.

Perceu — Tá morto.

Giovanna entra no local e corre até Jardel.

Giovanna — Jardel!

E o abraça.

Nogueira — Eu disse pra senhora ficar lá.

Giovanna — (Para Nogueira) Eu sei, mas eu não ia conseguir. (Para Jardel) Por um instante eu pensei que o Otávio tivesse conseguido fazer o que ele queria.

Jardel — Foi por um triz.

Giovanna e Jardel se beijam. Enquanto isso, Nogueira fala com Perceu.

Nogueira — (Para Perceu) Chama a pericia e isola o local.

O beijo de Giovanna e Jardel cessa. Giovanna olha penalizada para o corpo de Otávio.

Giovanna — O Otávio foi um monstro, mas eu nunca desejei a morte dele.

Jardel — Muito menos eu. Mas era ele ou eu.

Giovanna — Eu sei disso. Eu só fico pensando como vai ser a reação da Juliana ao saber disso.

Jardel — Você sabe que pode contar comigo.

Giovanna — (Sorri) Eu sei. E tenho fé que tudo vai acabar bem. (Para Nogueira) O Jardel não corre o risco de ser preso, né?

Nogueira — Não. Legitima defesa. No máximo um processo vai ser aberto, mas garanto que vai ser arquivado. (Tom) Agora, por favor....

E Nogueira aponta para a porta. Um policial entende uma mortalha sobre o corpo de Otávio. Giovanna e Jardel caminham abraçados em direção à saída.

CENA 19. AP DE OTÁVIO. SALA. Interior. Dia.

Conversa já iniciada. Giovanna diante de Juliana, cheia de lágrimas nos olhos.

Giovanna — E foi assim que aconteceu, meu bem.

Juliana — Meu pai tá morto?

Giovanna — Você não sabe o quanto me dói ter que te dar essa notícia.

Giovanna abraça Juliana, que chora muito.

Juliana — Ele não era o melhor pai do mundo, mas era o meu pai.

Giovanna — Eu sei disso Juliana. É triste isso, mas você não pode esquecer que ele foi o único responsável por tudo o que aconteceu.

Juliana se afasta do abraço de Giovanna.

Juliana — Sabe o que mais me dói? É saber que ele morreu me desprezando por causa daquele vídeo/

Giovanna — (Corta/Sutil) Não pensa nisso. Tenta lembrar só dos momentos bons que você passou com o seu pai. Eu sei que tiveram muitos.

Juliana — Tiveram sim.

Giovanna — Guarda essas na memória e esquece os ruins.

Juliana sorri, entre lágrimas e abraça novamente Giovanna.

CENA 20. rio de janeiro. ambiente. Exterior. Dia.

Música: I'm Happy Just to Dance With You - The Beatles.

Stock-shot da cidade do Rio de Janeiro.

Legenda: Dias depois...

[Música off].

CENA 21. ap de luísa. sala. Interior. Dia.

Luísa e Bernardo conversando.

Luísa — Como é que tá com a sua nova namorada?

Bernardo — Tá tudo bem. Espero que continue assim.

Luísa — Que bom que você se acertou com essa menina, meu filho. Fico feliz que você tá conseguindo se encontrar nessa coisa tão complicada que é o amor.

Bernardo — É bom mesmo. Mas e você, mãe? Quando vai deixar se permitir de novo? Quando vai voltar a ser feliz?

Em Luísa mexida.

CENA 22. giacomelli exportações. sala de rogério. Interior. Dia.

Rogério trabalhando. O telefone toca e ele atende.

Rogério — (Tel) Sim? (Surpreso) Quem? Sim, pode deixar entrar.

Rogério desliga o telefone e se levanta. Luísa entra.

Rogério — Luísa? Entra.

Música: Dia Especial – Tiago Iorc.

Luísa e Rogério se aproximam um do outro.

Rogério — O que você veio fazer aqui?

Luísa — Eu não sei se aqui é o lugar mais adequando, mas acho que nós dois já sofremos demais e merecemos ser felizes.

Rogério — Concordo. E você sabe que eu quero ser feliz com você.

Luísa — Eu também.

Breve tempo. Luísa e Rogério se encaram, até que por fim se beijam. No beijo dos dois.

CENA 23. rio de janeiro. ambiente. Exterior. noite.

Música continua. Stock-shot da cidade do Rio de Janeiro.

[Música off].

CENA 24. rua deserta. ambiente. Exterior. Noite.

Perceu caminha por uma rua mal iluminada. Ele se aproxima do seu carro, quando é golpeado na cabeça por trás. Perceu cai desmaiado. Dois homens fortes e mal-encarados o arrastam para dentro do carro ao lado. Os homens também entram no carro e saem com ele a toda velocidade.

CENA 25. favela. ambiente. Exterior. Noite.

Música: Instrumental Suspense.

Ponto alto do morro. Abre em Perceu desacordado. Um dos homens joga um balde de água no rosto de Perceu e ele acorda, desorientado. Vemos agora que ele está amarrado à uma árvore. Perceu olha em volta.

Perceu — O que vocês querem comigo?

Homem 1 — Nós não quer nada. Quem quer é a dona aqui.

Vindo de um beco escuro, aparece Heloísa com um sorriso sádico.

Perceu — Você?

Heloísa — Saudade de mim?

Perceu — (Se debate) Me solta sua piranha! Você não sabe com quem tá mexendo!

Heloísa — Você que não sabia com quem tava mexendo, seu verme imundo. Achou o quê? Que ia fazer tudo aquilo comigo e ia ficar por isso mesmo.

Perceu — Você gostou que eu sei.

Heloísa — Adorei tanto que resolvi pegar o Big Black só pra mim.

Heloísa estende o braço e um dos homens dá uma faca pra ela. Heloísa alisa a faca e sorri para Perceu.

Perceu — (Nervoso) O que você vai fazer com essa faca?

Heloísa — Você não gosta tanto de mulher? Vou te transformar em uma.

Tensão de Perceu amarrado. No sorriso sádico de Heloísa.

CENA 26. gafieira. frente. Exterior. noite.

Jamal puxa Daiane para a rua.

Jamal — Vem, Daiane! Tem uma surpresa esperando por você aqui fora.

Daiane — Você sabe que eu não gosto de surpresas.

Jamal — Dessa eu tenho certeza que você vai gostar.

Daiane vê a rua coberta de pétalas de flores na calçada e Rudá ajoelhado com um buque de flores nos braços.

Daiane — Que palhaçada é essa, Rudá?

Rudá — Palhaçada? Como você é insensível. Eu tive o maior trabalhão pra fazer tudo isso.

Daiane — Tá, desculpa. Mas se levanta.

Rudá — Não posso, porque essa é a forma que eu encontrei de te mostrar que eu to jogado aos teus pés, to rendido à você.

Daiane — Quanto melodrama.

Música: Me Chama - Babi Hainni.

Rudá — Não é melodrama. É amor por você.

Daiane sorri. Rudá levanta e se aproxima dela.

Daiane — Não pense você que vai me convencer com meia dúzia de pétalas no chão e uma cara de cachorro sem dono.

Rudá — Eu também prometo que vou mudar, não vou ser mais tão ciumento. Vou aprender a me controlar. Me perdoa.

Jamal — Perdoa ele. (Puxa coro) Perdoa! Perdoa!

E logo, vários populares que estavam vendo a cena, começam a gritar em coro: “perdoa”.

Daiane — (Para Jamal) Para de puxar coro, Jamal!

Rudá — Escuta a voz do povo, Dai.

Daiane — O povo não manda em mim.

Rudá — (Ri) Eu adoro esse seu jeito.

Daiane — Vou te confessar uma coisa... Eu tava sentido muito a sua falta.

Rudá sorri. Daiane e Rudá se beijam. Aplausos de Jamal e dos populares. Tempos no beijo até que ele cessa.

Daiane — (Para os Populares) Agora que o espetáculo acabou, é hora de todo mundo ir pra casa cuidar da própria vida, né? (Para Rudá) Você vem comigo e espera a minha aula acabar. A gente perdeu muito tempo longe um do outro.

Rudá sorri e a beija. Os dois entram na Gafieira. [Música off].

CENA 27. favela. ambiente. Exterior. Noite.

Perceu olha tenso para Heloísa que está com uma faca em mãos.

Heloísa — (Pros Homens) Abaixa as calças dele.

Um dos homens vai até Perceu e abaixa as calças dele.

Perceu — (Nervoso) Sai sua vagabunda!

Lentamente, Heloísa se aproxima de Perceu. Ela passa a faca perto das pernas dele. Close na tensão de Perceu. Heloísa dá uma gargalhada.

Heloísa — Ah você imagina como é divertido ver essa sua cara de pavor.

Perceu — Louca!

Heloísa — To bem louca sim. E você ajudou bastante. (Sorri) Tá com medo de perder o brinquedinho, é?

Perceu — Me solta. Eu te dou o que você quiser.

Heloísa — Eu não quero nada seu. Aliás, quero sim: quero que você sofra da mesma maneira que eu. (Olha pra faca com desdém) Mas cortar esse seu negocinho insignificante é muito pouco.

Heloísa joga a faca longe.

Heloísa — Eu sei que posso fazer muito melhor do que isso. (Tom) Eu matei a minha irmã a pauladas e com certeza agora eu vou conseguir me superar.

Heloísa vai até os 2 homens.

Heloísa — Vocês topam mesmo?

Homem 2 — A gente vai adorar dar uma lição nesse policial filha da puta.

Perceu nervoso.

Perceu — O que vocês vão fazer?

Heloísa se aproxima de Perceu e sussurra perto dele.

Heloísa — (Sussurra) Agora eu vou transformar você na nossa putinha.

Heloísa dá um sorriso. Os 2 homens desamarram Perceu e o seguram de forma violenta.

Perceu — (Se debate) Me solta! Vocês não sabem com quem tão mexendo! Eu vou colocar todo mundo em cana!

Homem 1 — Cala a boca!

O homem 1 joga Perceu no chão e começa a abaixar a calça. O homem 1 se posiciona em cima de Perceu enquanto o homem 2 o segura. Close em Perceu sentindo dor.

Heloísa — Ta gostosinho? Responde! Eu sei que você tá gostando.

Closes alternados entre a dor de Perceu e em Heloísa sorrindo e se divertindo.

Corte descontínuo: Perceu exausto e muito machucado. Heloísa se aproxima dele, superior.

Heloísa — Você poderia ter me deixado em paz, mas não! Resolveu me enfrentar! Taí o resultado. (Para os homens) Coloca ele no micro-ondas.

Os homens levantam Perceu de forma brusca e o arrastam até alguns pneus.

Perceu — (Apavorado) Não! Micro-ondas, não! Pelo amor de Deus!

Heloísa — Reza pro diabo porque Deus nenhum vai te ouvir.

Perceu — (Sem forças) Socorro.

Heloísa — Pode gritar a vontade, mas você não vai conseguir escapar do destino que eu tracei pra você.

Os homens colocam Perceu dentro de uma pilha de pneus e jogam gasolina em cima.

Perceu — Me deixa ir que eu juro que não falo nada. Eu te deixo em paz.

Heloísa — Era pra ter me deixado em paz antes. Agora é tarde demais.

Música: Eu Sou Egoísta – Pitty.

Heloísa tira um isqueiro do bolso e o acende.

Heloísa — Um pouquinho de fogo pra você já ir se acostumando com o inferno.

Heloísa joga o isqueiro aceso sobre os pneus. Perceu e os pneus começam a queimar imediatamente. Perceu começa a gritar. Heloísa olha fixamente para o fogo.

Heloísa — A próxima vai ser você Milena.

E dá um sorriso diabólico. Fecha nos olhos de Heloísa brilhando com o reflexo do fogo.

CENA 28. rio de janeiro. ambiente. Exterior. Dia.

Música continua. Stock-shot da cidade do Rio de Janeiro. [Música off].

CENA 29. barão do alambique. sala de marcelo. Interior. Dia.

Marcelo e Tarsila conversando.

Marcelo — Como é que estão as coisas lá na casa de vocês depois da morte do tio?

Tarsila — Tá indo. A Karina que tá sofrendo mais.

Marcelo — Podem contar comigo pra o que precisar.

Tarsila — Obrigada, Marcelo. E eu vim aqui justamente pra isso. Pra dizer que você também pode contar comigo aqui na Barão. Eu não entendo muito de negócios, mas eu quero ocupar a minha vida de alguma forma.

Marcelo — Claro, tia! Eu quando comecei também não sabia de nada, mas com o tempo a gente aprende.

Tarsila — Agora eu vou precisar ir. Tenho que ir até a delegacia.

Marcelo — Algum problema?

Tarsila — Espero que não.

CENA 30. delegacia. ambiente. Interior. Dia.

Nogueira e Tarsila. Conversa já iniciada.

Tarsila — Por que o senhor me chamou aqui?

Nogueira — Pra falar da relação entre Bianca Giacomelli e seu falecido marido.

Tarsila — Eram amantes. Dois cretinos que passaram anos me enganando.

Nogueira — Então a informação procede?

Tarsila — Procede sim, mas por que essas perguntas?

Nogueira — Porque o calibre do projétil que matou o seu marido é do mesmo calibre que atingiu Rogério Maciel.

Tarsila — E?

Nogueira — E ele reconheceu a esposa como a pessoa que apertou o gatilho.

Tarsila — (Surpresa) E por que essa mulher ainda não tá presa?!

Nogueira — Eu quero fazer uma acareação, mas se as minhas suspeitas se confirmarem, eu vou mandar expedir um mandando de prisão contra ela o quanto antes.

Tarsila — Que suspeitas são essas?

Nogueira — Sobre a morte do seu marido. Existiam sim restos de pólvora nas mãos, o que indica que ele disparou a arma. Entretanto a pericia apontou que o trajeto da bala foi irregular, dando a impressão que a arma foi forçada na boca.

Tarsila — Isso quer dizer que o Gregório não se suicidou?

Nogueira — Tenho fortes desconfianças de que a cena foi forjada.

Tarsila — Tá, mas e a Bianca?

Nogueira — Gregório ia fazer uma espécie de delação premiada. Ia entregar provas contra Bianca.

Tarsila — Cadela.

Nogueira — Eu to fazendo o meu melhor, mas tá uma confusão aqui na delegacia. Um dos meus policiais foi morto por traficantes. Estamos desfalcados.

Tarsila — E o que falta pra prender essa vagabunda?

Nogueira — A prova definitiva virá quando sair a análise bioquímica da autópsia.

CENA 31. hotel. quarto de bianca. Interior. Dia.

Bianca senta na cama com uma intimação em mãos.

Bianca — (Preocupada) O que será que o delegado quer falar comigo?

Bianca se levanta.

Bianca — Eu é que não vou esperar pra saber. Preciso dar um jeito de sair do Brasil antes que as coisas se compliquem pro meu lado.

Bianca pega a bolsa e sai.

CENA 32. ap de luísa. sala. Interior. Dia.

Luísa e Wagner em clima de discussão.

Wagner — O que você quer que eu faça, Luísa?!

Luísa — Que conte o que você sabe pro Marcelo e pra Milena.

Wagner — E por que você não contou o que você sabe?

Luísa — Porque o que eu sei deve ser muito menos do que você sabe. Fala pra eles do dinheiro que você recebeu. Fala pra eles da tal Yellow Submarine.

Wagner — Você sempre se negou a saber dessa história! Por que isso agora?!

Luísa — Eu me neguei porque isso ajudou a destruir o nosso casamento, mas as coisas tão passando dos limites! Nada me tira da cabeça que a Bianca esteve envolvida na morte do Coimbra.

Wagner — Você sabe que dessa história do Coimbra eu não sei nada.

Luísa — Mas deve desconfiar porque ele foi assassinado.

Na tensão.

CENA 33. banco machado maciel. gerência. Interior. Dia.

Bianca sentada diante da cadeira do gerente vazia. Ela pega um cartão do banco, olha e larga sobre a mesa quando o gerente entra.

Gerente — Desculpe fazer a senhora esperar. No que podemos ajudar?

Bianca — Eu queria fazer uma retirada de 10 mil e transferir 80% do dinheiro da minha conta para uma conta no exterior.

Gerente — Certo e pra quando a senhora precisa?

Bianca — Quero que tudo isso seja feito ainda hoje.

Gerente — Impossível, senhora. O Banco Machado Maciel tem uma política em relação à transferência para bancos no exterior que/

Bianca — (Corta) Não quero saber das políticas do banco! Eu quero fazer isso o mais rápido possível.

Gerente — São tramites burocráticos. O máximo que a senhora consegue retirar hoje é 5 mil. O resto só amanhã. E quanto a transferência, eu vou fazer tudo da forma mais ágil possível.

Bianca — (Se levanta) Assim espero.

CENA 34. ap de seu coisinha. sala. Interior. Dia.

Tarsila sentada no sofá. Seu Coisinha vem da cozinha com duas taças de vinho. Entrega uma para Tarsila.

Seu Coisinha — Goste de tinto?

Tarsila — Gosto sim, obrigada. Mas não precisava se incomodar.

Seu Coisinha — Não é incomodo nenhum e eu fico feliz por você ter aceitado o meu convite.

Tarsila — Eu precisava espairecer mesmo. O seu convite veio a calhar. (Tom) Desculpa, mas eu não vou conseguir de chamar de Coisinha.

Seu Coisinha — (Ri) Pode me chamar de Duarte, então. Meu sobrenome.

Tarsila — E por que ninguém te chama assim?

Seu Coisinha — Porque as pessoas gostam de complicar as coisas. (Ergue a taça) Um brinde.

Tarsila — À que?

Seu Coisinha — À tempos melhores que virão.

Tarsila concorda, sorri e os dois brindam.

CENA 35. delegacia. ambiente. Interior. Dia.

Nogueira trabalhando. Entra o Médico-Legista, vestindo um jaleco branco e com um envelope.

Médico — Delegado. Chegou a análise bioquímica da autopsia do Gregório Mascarenhas.

Nogueira — O que deu?

O médico entrega o envelope.

Médico — Foi encontrada uma alta dose de sonífero no organismo dele.

Nogueira lê a analise.

Nogueira — Como eu suspeitava: a mesma substância que foi encontrada no corpo de Eduardo Coimbra, primeiro marido de Bianca Giacomelli. (Tom) Com isso e mais o depoimento do atual marido dela, não tem mais porque adiar a prisão dela. (Se levanta) Eu vou agora mesmo pedir pra um juiz expedir um mandado de prisão contra ela.

Em Nogueira.

CENA 36. ap de luísa. sala. Interior. Dia.

Luísa abre a porta para Milena.

Milena — Tudo bem?

Luísa — Tudo. Entra.

Milena vê Marcelo e Wagner sentados.

Milena — Marcelo? O que você tá fazendo aqui?

Marcelo — O Wagner me chamou.

Wagner — Na verdade eu chamei vocês dois. (Tom) Senta Milena, eu quero contar uma história pra vocês.

Milena senta, intrigada.

Milena — Que história.

Wagner — Daquilo que a sua mãe, Milena e seu tio, Marcelo chamavam de Yellow Submarine. E que eu acredito seja também a responsável pela morte do Coimbra.

Milena — Do meu pai? Mas o que é essa Yellow Submarine?

Wagner — Eu vou contar pra vocês como a Bianca e o Gregório quase colocaram a Barão do Alambique e a Exportadora nas páginas policiais de todo o Brasil.

Tensão. Closes alternados entre Luísa, Marcelo, Milena e Wagner.

CENA 37. casa de giancarlo. sala. Interior. Dia.

Sala vazia. Bianca entra da rua com a sua bolsa e sobe as escadas.

CENA 38. casa de giancarlo. quarto de bianca e rogério. Interior. Dia.

Porta entreaberta. Bianca revira as gavetas.

Bianca — Ele tá em algum lugar desse quarto.

Bianca procura um pouco mais, até que acha.

Bianca — (Sorri) Aqui. Meu passaporte.

Bianca larga a bolsa em cima da cama tira um revólver e coloca o passaporte dentro da bolsa.

CENA 39. casa de giancarlo. corredor segundo andar. Interior. Dia.

Yasmin espiando Bianca no quarto. Tempo e apressadamente ela vai para o seu quarto.

CENA 40. casa de giancarlo. quarto de yasmin. Interior. Dia.

Yasmin fecha a porta do quarto e tecla um número no celular.

Yasmin — (Cel/Nervosa) Milena, a mãe tá aqui. Eu não sei o que tá acontecendo, mas eu vi ela pegando o passaporte dela. (Tom) Ela tá armada, Milena.

CENA 41. ap de luísa. sala. Interior. Dia.

Marcelo, Luísa e Wagner, mais Milena ao celular.

Milena — (Cel) Armada? Você tem certeza? (Pausa) Cadê todo mundo dessa casa? E os empregados? (Pausa) Eu to indo praí agora. Não sai desse quarto e tranca a porta!

Milena desliga o celular e se levanta.

Marcelo — (Preocupado) O que foi?

Milena — A mãe apareceu lá em casa. Pegou o passaporte e tá armada. (Pra Wagner) A nossa conversa não vai mais acontecer, Wagner. Até porque eu quero que ela mesma me conte tudo.

Wagner — Mais do que justo.

Marcelo — (Se levanta) Eu vou com você.

Luísa — Vocês tem certeza disso? Ela é sua mãe, mas é uma mulher perigosa.

Milena — Eu sei Luiza. Mas eu preciso fazer isso.

Marcelo — Chamem a polícia.

Milena e Marcelo saem. Na aflição de Luísa e Wagner.

CENA 42. casa de giancarlo. quarto de yasmin. Interior. Dia.

Música: Instrumental Suspense. [Até o fim do capítulo].

Yasmin coloca o celular sobre a cama e chaveia a porta. Nela nervosa.

CENA 43. casa de giancarlo. sala. Interior. Dia.

Bianca desce as escadas carregando sua bolsa. Ela vê Milena e Marcelo ali.

Bianca — Vocês?

Milena — A gente precisa conversar.

Bianca — Agora não dá, Milena.

Milena — Agora sim! Eu quero saber da sua boca o que é essa Yellow Submarine.

Bianca — (Surpresa) Quem te falou isso?

Milena — O Wagner. Ele ia nos contar essa história, mas eu quero ouvir de você.

Bianca — Não tem nada pra ser contado. Agora sai da minha frente.

Milena — Não!

Bianca coloca a mão na bolsa e tira o revólver.

Bianca — Não me obriga a ter que usar isso, Milena.

Marcelo — Calma, Bianca.

Milena — Então usa. Porque eu não vou deixar você sair daqui até me contar sobre isso e sobre o que aconteceu no dia em que o meu pai foi atirado daquela janela.

Closes alternados na tensão de Marcelo, Milena e Bianca. Fade Out.

   

 

     



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