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Relações Perigosas - Capítulo 42

Novela de Felipe Porto
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  NO CAPÍTULO ANTERIOR DE "RELAÇÕES PERIGOSAS":

Marcelo — (Cel) Oi Rudá. Agora eu não posso falar, to dirig/ (Pausa/Surpreso) O quê?! A Heloísa tá aí?! Não! Segura essa vagabunda aí que eu já tó chegando em casa.

Marcelo desliga o celular.

Marcelo — Você sumiu, mas hoje você não me escapa, sua ordinária.

E Marcelo acelera.

...

Gregório — O que tá acontecendo aqui, Leandro?

Leandro — Eu precisava de vocês dois juntinhos pra mostrar uma coisa.

Leandro tira de baixo da cadeira uma pasta, ele a coloca sobre a mesa, tira um envelope grande de dentro dela e o joga sobre a mesa.

Leandro — Vasculhando as coisas do meu pai eu acabei encontrando isso no cofre.

Bianca — E o que é isso?

Leandro — A prova de todas as falcatruas que vocês dois cometeram durante anos. Alguns chamam isso de dossiê, eu chamaria isso de uma bomba que tá prestes a explodir bem no colo de vocês dois. Principalmente em cima de você, Bianca.

Bianca olha para Gregório, incrédula.

Bianca — Dossiê, Gregório? Você tinha guardado um dossiê contra mim?

Na tensão de Gregório.

 
     
 
     
     
     

CAPÍTULO 42
 
     
 

CENA 01. restaurante. ambiente. Interior. Noite.

Continuação da última cena do capítulo anterior.

Bianca, Gregório e Leandro. Bianca espera uma resposta de Gregório.

Bianca — (Impaciente) Responde, Gregório! Por que você tem um dossiê contra mim?

Gregório — As coisas não são tão simples assim, Bianca.

Bianca — Eu não sou nenhuma burra. Pode começar a explicar.

Leandro — (Interrompe) Depois vocês discutem esses problemas de lealdade. (Ri) Se bem que essa não é a melhor qualidade de nenhum dos dois.

Gregório — (Para Leandro) Como você conseguiu isso?

Leandro — No cofre. Consegui abrir e achei isso. Fantástico, não? (Aponta para a mesa) Por que a gente não senta?

Todos sentam à mesa.

Gregório — O que você quer com tudo isso, Leandro?

Leandro olha para a pasta.

Leandro — Doissê Yellow Submarine... Interessante o nome.

Gregório — (Impaciente) Para de rodeios e fala logo! É dinheiro que você quer pra nos dar isso e esquecer esse assunto?

Leandro dá uma risada alta, mas logo se contém e continua rindo baixo.

Leandro — Desculpa, mas isso foi hilário.

Bianca — Eu não to vendo nada de hilário nessa cena.

Leandro — (Para Bianca) Pra você não tem mesmo.

Bianca — Se não é dinheiro, o que você quer pra esquecer essa... traição do Gregó/

Gregório — (Corta) Não foi traição!/

Leandro — Parem você dois! (Tom) Vocês não querem saber o que eu quero?

Gregório — Sim. Fala.

Leandro — Eu não quero dinheiro... Quer dizer, quero sim, mas não dá forma que vocês querem me dar.

Gregório — Não to entendendo.

Leandro — Achei muito interessante o esquema de vocês e parece ter dado muito lucro. (Pausa) Eu quero participar dele.

Na surpresa de Bianca e Gregório.

CENA 02. hospital. sala de espera. Interior. Noite.

Continuação da cena 27 do capítulo anterior.

Yasmim e Juliana conversando.

Juliana — (Perplexa) Você tá me dizendo que o Bernardo e o Leandro se conhecem?

Yasmin — Se conhecem não. São amigos, melhores amigos.

Juliana — Então ele devia saber daquele vídeo.

Yasmin — Provavelmente.

Juliana — (Alto) Filho da puta!

Yasmin — (Baixo) Fala baixo! Cê tá num hospital.

Juliana — Desculpa. (Tom) Ele deve tá de armação com o amiguinho dele pra cima de mim.

Yasmin — Aí eu já não sei. Ah amiga, ele pode tá gostando de ti de verdade!

Juliana — Tá nada! Não deve valer nada igual o Leandro. Mas eu vou marcar um encontro com o Bernardo e aí ele vai me explicar essa história direitinho.

Em Juliana.

CENA 03. casebre. ambiente. Interior. Noite.

Continuação da cena 31 do capítulo anterior. Otávio sorri de forma sarcástica para Jardel, que está todo ensanguentado, amarrado e com as mãos presas para o alto.

Jardel — (Sem forças) Água, pelo amor de Deus.

Otávio — (Sorri) Tá com sede? Eu vou te dar água.

Otávio vai até uma pequena geladeira que tem em um canto da peça e logo em seguida volta com um copo de água.

Otávio — Tá aqui a sua água.

Otávio joga a água no rosto de Jardel.

Otávio — (Sorri) Bebe tudinho. Não quero que o meu hóspede passe sede.

Jardel — Tudo isso é despeito porque a Giovanna preferiu ficar comigo do quê com você?

Otávio dá um soco no estômago de Jardel.

Otávio — Cala a boca, seu merdinha.

Otávio segura com fúria o rosto de Jardel e faz com que ele o encare.

Otávio — (Furioso) Cala essa boca ou então eu posso acabar perdendo a paciência contigo e acabar te matando.

Jardel — Pode matar. Se for pra ver você apodrecendo na cadeia, eu morro feliz.

Otávio — (Ri) Não seja ingênuo, Jardel. Ninguém vai saber que você morreu. Então se comporta... Quem sabe eu não poupo a sua vida.

E Otávio dá um soco no rosto de Jardel. Otávio sorri, ofegante. Em Jardel com a boca sangrando.

CENA 04. casa de ana carolina. sala. Interior. Noite.

Heloísa desce as escadas carregando uma mala, com certa dificuldade. Aparecida e Dolores a observam.

Heloísa — E vocês suas inúteis?! Não vão me ajudar a descer essa mala?

Aparecida — Se eu subir vai ser pra empurrar você escada abaixo.

Dolores — Não provoca, Aparecida.

Aparecida — Quê que é?! Essa mulher aí nem é mais patroa é já quer botar banca? Tipinho como ela não se cria comigo.

Heloísa — Proletariado petulante. Quer saber? Não preciso da sua ajuda. É até melhor porque assim a minha mala não fica infectada com essas mãos de pobre favelada.

Aparecida — Olha aqui sua/

Rudá entra da cozinha e vai falando por cima de Aparecida.

Rudá — Que mala é essa, Heloísa?

Heloísa — São as minhas roupas. O Marcelo pode ter me expulsado de casa, mas essas roupas são minhas e eu tenho o direito de levar elas.

Rudá — Você não tá autorizada a levar nada dessa casa.

Heloísa — Quem não autorizou? O Marcelo? Então diz pra ele vir até aqui me impedir. (Tom) Ou será que ele tá muito ocupado na cama com aquela vagabunda?

Rudá fica em silêncio.

Heloísa — Idiotas.

Heloísa sai carregando a mala. Tempo e Rudá vai atrás dela.

CENA 05. casa de ana carolina. jardins. Exterior. noite.

Heloísa coloca a mala dentro do porta-malas de seu carro. Rudá ali por perto.

Rudá — Você vai levar o carro também?

Heloísa — É meu! To no meu direito. (Tom) Aliás, o que ele tá fazendo fora da garagem?

Rudá — Hoje foi dia de lavar o carro.

Heloísa — Ah, percebi que tava bem limpinho e brilhando.

Rudá — É, eu passei cera e/ (Pigarreia) Eu não posso deixar você sair com nada dessa casa.

Heloísa — Nem vem! Eu to levando só o que é meu.

Rudá — Dona Heloísa...

Heloísa — Se o Marcelo quiser me impedir, que ele venha pessoalmente.

O carro de Marcelo se aproxima à toda velocidade e freia em cima de Heloísa, que se assusta. Marcelo desce do carro, furioso e vai até Heloísa.

Marcelo — O que você tá fazendo aqui, Heloísa?

Em Heloísa e Marcelo se encaram.

CENA 06. restaurante. ambiente. Interior. Noite.

Continuação da cena 01.

Gregório — (Confuso) Participar? Como assim participar?

Leandro — Quero participar do esquema. Quero entrar no negócio juntinho com vocês.

Bianca — Você só pode tá louco.

Leandro — To louco, não. Esse é o meu preço.

Bianca — Isso é impossível! Esse esquema foi desmontado há anos. A gente não faz mais isso.

Gregório — A Bianca tá falando a verdade. Há mais de 20 anos que ele não existe mais.

Leandro — To nem aí. Tratem que voltar com ele.

Gregório — (Se exalta) A gente não vai voltar com ele. (Se contém) A gente não vai.

Leandro — Pois deveriam, porque além de ser um esquema lucrativo, se vocês não fizerem isso... (Pega a pasta) Esse dossiê vai direto pra polícia.

Em Gregório surpreso.

CENA 07. casa de ana carolina. jardins. Exterior. Noite.

Marcelo e Heloísa se encaram. Rudá mais afastado.

Rudá — Eu tentei impedir, mas ela não me deu ouvidos.

Marcelo — Tudo bem, Rudá. Tá tudo sob controle agora. Pode ir.

Rudá entra na casa. Marcelo se aproxima ainda mais de Heloísa.

Heloísa — (Toca nele) Que saudade de ficar assim, bem pertinho de você.

Marcelo afasta as mãos de Heloísa de cima dele.

Marcelo — Você tá toda cheia de gracinha, né sua vagabunda?

Heloísa — Sabe que apesar de tudo que você fez/

Marcelo — (Indignado) Eu fiz?!

Heloísa — Me enxotou dessa casa, me menosprezou, mas mesmo assim eu ainda te amo.

Marcelo — Sai pra lá sua louca!

Marcelo empurra Heloísa.

Marcelo — A sua mãe disse tudo o que você fez?

Heloísa — E o que eu fiz? Me conta que eu também quero saber.

Marcelo — Deixa de ser debochada, Heloísa. Você sabe muito bem do que eu to falando.

Heloísa — Não sei não.

Marcelo — To falando da morte da Clara.

Heloísa — Ah, mas isso todo mundo sabe. A Clarinha teve uma trágica morte naquele passeio de iate.

Marcelo — (Impaciente) Para de teatrinho, Heloísa! Eu sei que foi você quem matou a sua irmã!

Heloísa — (Finge surpresa) Eeeeeu? Mas de onde você tirou um absurdo desses?

Marcelo — A sua mãe nos contou. Pro seu pai, pro seu irmão e pra mim a sua confissão enquanto ela tava presa.

Heloísa — (Ri) E desde quando se assina o que aquela mulher fala?

Marcelo — Ela é de mais confiança do que você.

Marcelo segura firme Heloísa.

Marcelo — Você matou a Clara. Confessa.

Heloísa — Matei? Não sei. Se você tá com tanta vontade de me acusar da morte dela, prova... Prova que eu matei ela. Quero ver você conseguir.

Marcelo — Não duvide disso, Heloísa. Eu vou provar que você matou a Clara e vou fazer você passar o resto dos dias na cadeia.

Heloísa sorri e acaricia o rosto de Marcelo. Ele segura a mão dela, impedindo que continue o carinho.

Heloísa — Ô, meu amor. Você poderia ser tão feliz comigo.

Marcelo — Eu to muito mais feliz longe de você.

Marcelo ainda segura a mão de Heloísa, que está parada no ar. Marcelo olha para o dedo de Heloísa e vê o anel de Ana Carolina.

Marcelo — O anel da minha mãe.

Heloísa se solta de Marcelo e se afasta um pouco.

Marcelo — O que você tá fazendo com ele?

Heloísa — Você que me deu, esqueceu?

Marcelo — Não! Eu não dei pra você! Eu dei pra Clara e você deve ter tirado do dedo da sua irmã antes de atirar o corpo dela no mar.

Heloísa — Nossa! Quanta imaginação.

Marcelo — Imaginação ou não, você vai me devolver esse anel agora. Você não é digna de usar ele.

Marcelo vai pra cima de Heloísa, mas ela tenta fugir dele.

Heloísa — E quem é digna? Aquela putinha da Milena? Vai dar o anel que era da sua mãe pra sua amante?

Marcelo — A Milena não é minha amante.

Marcelo segura Heloísa e arranca o anel do dedo dela.

Marcelo — Ela é o amor da minha vida.

Heloísa — Achei que fosse a Clara o seu grande amor. Engraçado como você muda de paixões bem rápido.

Marcelo — Eu amei a Clara sim. Assim como eu amo a Milena. (Tom) Agora sai daqui, se quiser levar o seu carro, as suas roupas, pode levar. Só sai da minha frente.

Heloísa — Como você quiser, meu bem.

Heloísa abre a porta do seu carro e olha para Marcelo.

Heloísa — A gente ainda vai se encontrar. Eu, você e aquela vagabunda.

Heloísa entra no carro e vai embora. Marcelo vê o carro de Heloísa se afastar e logo em seguida olha para o anel.

CENA 08. restaurante. ambiente. Interior. Noite.

Continuação da cena 06.

Gregório — É isso mesmo? Eu to sendo chantageado pelo meu próprio filho? A que ponto chegamos.

Leandro — Acho a palavra chantagem um pouco forte. Prefiro dizer que to persuadido vocês a tomarem a decisão certa.

Gregório — Você não seria capaz de fazer isso com o seu pai.

Leandro — Não é o que eu quero. Por isso eu espero que vocês colaborem.

Leandro se levanta.

Gregório — Espera. Como você descobriu de nós dois?

Leandro — Desconfiei, fui ligando os pontos, segui vocês, enfim, acabei descobrindo tudo. Vocês precisam tomar mais cuidado. (Tom) E podem ficar com esse dossiê. É uma cópia.

Leandro sai. Bianca e Gregório se entreolham, perdidos.

Gregório — E agora?

Bianca — Nada disso estaria acontecendo se você não tivesse feito esse maldito dossiê. (Tom) Por que você fez isso? Você ia me denunciar?

Gregório — É claro que não, Bianca! Eu tenho esse dossiê há anos. Até tinha esquecido dele.

Bianca — Isso não é o tipo de coisa que se esquece. Mas o foco do problema é outro. (Tom) Eu achando que a gente ia se livrar desses fantasmas contando tudo pra Milena e pro Marcelo.

Gregório — Como a gente vai impedir que o Leandro entregue aquilo pra polícia?

Bianca — A gente vai ter que dar um jeito.

Gregório — (Reage) Eu não quero que esse jeito seja dado! Com o Leandro não!

Bianca — Calma, Gregório. Eu tava pensando em oferecer um dinheiro pra ele, dar uma enrolada enquanto a gente pensa numa saída.

Gregório — Acho que não vai dar certo. Ele já disse que não quer dinheiro.

Bianca — Não custa tentar. E isso é só enquanto a gente não organiza as coisas. Ele vai aceitar.

Em Bianca com ar misterioso.

CENA 09. casa de ana carolina. quarto de marcelo. Interior. Noite.

Milena e Marcelo deitado na cama, abraçados. Conversa já iniciada.

Marcelo — Que bom que o Rogério acordou do coma.

Milena — Bom mesmo. A Luísa tava lá quando tudo aconteceu.

Marcelo — Ela não comentou sobre isso quando eu falei com ela. Mas enfim, o nosso assunto era outro mesmo.

Milena — Posso saber qual é?

Marcelo — A Heloísa teve aqui.

Milena — (Surpresa) O quê? Ela teve a audácia de aparecer aqui?!

Marcelo — Veio pegar umas coisas dela. (Sorri) Esquece isso. Acho que a Luísa tá bolando alguma coisa contra a Heloísa.

Milena — Por que você tá dizendo isso.

Marcelo — Ela me pediu o endereço da Helô. Eu descobri pelo GPS do carro dela.

Milena — Onde ela tá?

Marcelo — Num hotel em Ipanema.

Milena — Que vontade louca de ir até lá e dar mais na cara dela.

Música: Pede a Ela – Tim Maia.

Marcelo — (Ri) Que tal usar essa energia toda em outra coisa.

Milena — (Sorri) Outra coisa? No que?

Marcelo — Nisso.

Marcelo começa a beijar Milena. Um tira a blusa do outro, Marcelo se posiciona sobre Milena e continua a beijá-la.

CENA 10. rio de janeiro. ambiente. Exterior. Dia.

Música continua. Stock-shot de ruas, avenidas e praias do Rio de Janeiro, ao amanhecer. [Música off].

CENA 12. hotel ipanema. frente. Exterior. Dia.

Luísa para diante do hotel, olha para ele e entra.

CENA 13. hotel ipanema. quarto. Interior. Dia.

A campainha toca em ritmo frenético. Heloísa caminha até a porta.

Heloísa — (Impaciente) Já vai!

Heloísa abre a porta e vê Luísa.

Heloísa — (Surpresa) Você? Como é que você descobriu o meu endereço.

Luísa — (Entrando) Isso não interessa. Eu queria conversar com você.

Heloísa — Ah eu não to afim de/

Luísa — (Corta) Eu não vim te humilhar nem nada. Eu quero só ter uma conversa de mãe pra filha. Tentar colocar um pouco de juízo nessa cabeça.

Heloísa suspira, revira os olhos e fecha a porta.

Heloísa — Tá. O que você quer?

Luísa — Se entrega pra polícia.

Heloísa da uma gargalhada.

Heloísa — Se era pra dizer isso, pode saindo.

Luísa — Eu contrato um bom advogado pra você e quem sabe em alguns anos você não consegue condicional.

Heloísa — Alguns anos condicional?! Você só pode tá tirando uma com a minha cara. Sabe quando é que eu vou ser presa? Nunca!

Luísa — Mas você matou a sua irmã!

Heloísa — Tanta gente faz um monte de coisas erradas e tá aí solta. Por que justo eu tenho que pagar?

Luísa — Porque assim é a justiça.

Heloísa — Justiça não é pra todo mundo, mãe. E eu sou uma dessas pessoas que vai ficar impune. Eu matei a Clara sim, mas não tem corpo. E sem corpo, sem provas.

Luísa olha para Heloísa.

Luísa — Era o que eu precisava ouvir. Espero que você se arrependa disso um dia.

Heloísa — Isso nunca vai acontecer.

Heloísa abre a porta do quarto, vai sair, mas Heloísa a puxa para dentro e fecha a porta.

Luísa — O que você tá fazendo?

Heloísa começa a apalpar Luísa, a procura de algo.

Heloísa — Não sei, essa sua conversinha tá muito estranha. Desistiu muito fácil de me convencer a me entregar pra polícia. Principalmente depois que/

Heloísa tira de um bolso de Luísa, um pequeno gravador.

Heloísa — Olha! O que temos aqui! Tava gravando a nossa conversa, mãezinha?

Na tensão de Luísa.

CENA 14. casa de ana carolina. sala. Interior. Dia.

Abre em Marcelo olhando para o quadro pendurado na parede em que estão os seus pais e ele criança. Milena desce as escadas, abraça Marcelo por trás e o beija.

Milena — Bom dia.

Marcelo — Bom dia. Dormiu bem?

Milena — Como um anjo. (Tom) Eu nunca tinha visto esse quadro.

Marcelo — Era uma foto que eu mandei ampliar. Uma das poucas que têm nós três juntos.

Milena — Você ficou muito mexido depois que a minha mãe falou tudo aquilo, né?

Marcelo — Não vou negar que fiquei, Milena. É difícil acreditar que a minha mãe tenha tido um caso com o seu pai.

Milena — Eu também não consigo acreditar que o meu pai tenha feito isso. (Tom) Eu acho que eles ainda escondem algo. Essa história pode até ser verdade, mas não é toda a verdade.

Marcelo — O que mais você acha que eles escondem?

Milena — Não sei, Marcelo. Tem a morte do meu pai que ainda tá muito mal contada. (Tom) Bom, eu já vou indo.

Marcelo — Não vai tomar café comigo?

Milena — Outro dia. To indo no hospital ver o Rogério. Ele já deve tá no quarto.

Marcelo — Que ótimo. Manda um abraço pra ele.

Milena e Marcelo se beijam e ela caminha em direção à porta principal. Marcelo fica ali, olhando para o quadro.

CENA 15. hospital. quarto. Interior. Dia.

Abre em Yasmin abraçada em Rogério, na cama do hospital. Giancarlo ao lado dela e Bianca um pouco mais atrás. Bianca está com um semblante sério.

Yasmin — (Feliz) Fiquei tão feliz quando você acordou, pai. Pensei que você fosse morrer.

Rogério — Eu não vou morrer tão fácil, meu amor. Meu corpo é blindado.

Giancarlo — Você teve muita sorte. Isso sim.

Rogério — Isso é verdade. (Tom/Para Bianca) E você meu amor? Tá longe por quê? Não vai me dar um beijo?

Bianca dá um sorriso falso, se aproxima de Rogério e o beija.

Bianca — Você não lembra de como aconteceu o assalto?

Giancarlo — Agora não é hora, Bianca.

Rogério — Sabe que não. A última coisa que eu me lembro é daquela festa da casa do Marcelo Mascarenhas.

Yasmin — Ih! Aquela festa deu maior bafão depois. Cê nem sabe/

Milena entra com o médico.

Milena — Oi padrasto.

Rogério — Oi enteada.

Milena — Como é que você tá?

Rogério — (Brinca) Um pouco furado.

Milena — (Ri) E bem humorado. (Tom) Achei o médico no corredor.

Médico — Como você tá se sentido, Dr. Rogério?

Rogério — Bem, a medida do possível.

Bianca — Doutor, ele disse não lembrar do momento do tiro, aliás, ele apagou da memória uma boa parcela de tempo que antecedeu isso. É normal?

Médico — Com certeza. Pode ser que a memória volte ou não. É esperar pra ver. (Tom) Podemos conversar no meu consultório?

Bianca — Claro. (Para Milena e Giancarlo) Você vem junto?

Milena e Giancarlo concordam e saem junto de Bianca e do Médico. Yasmin fica ali com Rogério.

CENA 16. hotel ipanema. quarto. Interior. Dia.

Continuação da cena 13. Heloísa com o gravador, diante de Luísa. Heloísa dá uma gargalhada.

Heloísa — Que planinho mais mixuruca esse seu, hein? Achou que ia me vencer com esse gravador?

Luísa — Quase que eu consegui.

Heloísa — Falou bem: Quase. Mas eu sou mais esperta que você. Enquanto você ficou presa por um bom tempo por um crime que não cometeu, eu vou ficar livre.

Luísa — Você ainda vai cair.

Heloísa — Pode cair a Presidente, pode cair até o Papa. Mas eu mãezinha, eu não vou cair. (Tom) O que vai cair também é esse gravador. Quinze andares em queda livre. Quer ele? Vai buscar.

Heloísa joga o gravador pela janela.

Heloísa — Agora cai fora antes que eu resolva atirar você por essa janela.

Luísa encara Heloísa por alguns instantes e sai.

Música: Eu Sou Egoísta – Pitty.

Heloísa dá um sorriso, debochado.

CENA 17. rio de janeiro. ambiente. Exterior. Noite.

Música continua. Stock-shot da cidade ao anoitecer. [Musica off].

CENA 18. casa de gregório. quarto de leandro. Interior. Noite.

Leandro falando ao celular. Em frente o notebook aberto na cama.

Leandro — (Cel) Bianca? Que surpresa... Um encontro só nós dois?... Tudo bem eu vou, me passa o endereço... Sim, sei onde é. A gente se encontra em meia hora... Fica tranquila que eu não comento com ninguém.

Leandro desliga o celular e olha para o notebook.

Leandro — Acho que a reprogramação de postagem do vídeo da Heloísa vai ter que ficar pra depois.

Leandro abaixa a tela do notebook e sai do quarto.

CENA 19. casa de gregório. sala. Interior. Noite.

Karina mexendo no celular. Leandro desce as escadas e caminha em direção à porta principal.

Karina — Vai sair?

Leandro — Sim.

Karina — Posso saber pra onde?

Leandro — Não.

E Leandro sai.

Karina — Ui, adoro resposta monossilábica.

Tarsila entra vinda da sala de jantar.

Tarsila — Era seu irmão quem saiu?

Karina — Era. E não faço ideia pra onde ele foi.

Tarsila — Pelo visto ele não vai jantar em casa. (Tom) Pede pra Amélia tirar o prato dele da mesa.

Karina — (Reclama) Ah mãe!

Tarsila — Sem reclamar, vai.

A contragosto, Karina vai até a cozinha.

CENA 20. EDIFÍCIO GARAGEM abandonado. frente. Exterior. Noite.

Música: Instrumental Suspense.

O carro de Leandro se aproxima do prédio de 5 andares. Corta para o interior do carro: Leandro olha para o seu celular.

Leandro — (Lê) Te espero no último andar.

Leandro olha para o prédio.

CENA 21. EDIFÍCIO GARAGEM abandonado. último andar. Interior. Noite.

Instrumental continua. Bianca, vestindo uma blusa decotada e uma saia um pouco acima dos joelhos, ao lado de seu carro. O carro de Leandro sobe a rampa e para a poucos metros dela. Leandro desce do carro e vai até Bianca.

Bianca — Que bom que você chegou.

Leandro — To curioso pra saber o que você tem pra me dizer. (Tom) Vocês vão fazer o que eu mandei?

Bianca — Então, Leandro. Por mim eu voltaria a fazer aquilo sim. Mas o problema é que seu pai não quer.

Leandro — Diz pra ele que não tem querer. Ele esqueceu que eu tô com o dossiê?

Bianca — Ele não esqueceu, mas tá irredutível.

Leandro — Eu vou dar uma pressionada, aí vamos ver se ele não vai mudar de ideia.

Leandro caminha de volta em direção ao seu carro.

Bianca — Não faz isso!

Leandro — Por quê?

Bianca — Eu tenho uma proposta pra te fazer.

Leandro volta para perto de Bianca.

Leandro — Que proposta?

Bianca — Esquece o seu pai. Vamos fechar só nós dois.

Leandro — Como assim? Você quer tirar o meu pai da jogada?

Bianca — Exatamente! Se ele não quer, tudo bem! Ele não vai fazer falta. Você pode tomar o lugar dele. Você é safo, Leandro, enrolou a Milena durante anos, vai conseguir enrolar o seu pai.

Leandro fica pensativo.

Leandro — Interessante a sua proposta. Muito interessante.

Bianca — É interessantíssima! E vai ser muito lucrativa pra todos nós!

Leandro — Tá, mas como é que a gente vai fazer pra enganar o meu pai?

Bianca — Isso é o de menos, eu dou um jeito. O que eu quero saber é se você topa?

Leandro encara Bianca por alguns instantes, até que por fim responde.

Leandro — Topo.

Bianca sorri, se aproxima de Leandro e toca em seus ombros.

Bianca — Ótima escolha, Leandro. Você não vai se arrepender disso.

Leandro — Espero que não.

Bianca — (Se insinua) Agora a gente bem que poderia comemorar essa aliança.

Leandro — (Faz que não entende) Comemorar? Como?

Bianca — Você sabe muito bem como.

Leandro — E o meu pai?

Bianca — Não era você quem traia a Milena mesmo dizendo que amava ela? A minha relação com o Gregório não tem nada a ver com o que tá acontecendo aqui. (Tom) A menos que você não queria.

Leandro — Quem disse que eu não quero?

Leandro segura Bianca com força e a beija com muito desejo. Leandro encosta Bianca no carro dela, enquanto ainda se beijam.

Leandro — Pra onde a gente vai?

Bianca — Pra nenhum lugar. Eu quero aqui.

Leandro — (Sorri) Adoro transar em lugar público. Dá mais adrenalina.

Bianca — Concordo com você.

Bianca consegue sair de perto de Leandro.

Leandro — Vai ficar nesse joguinho de gato e rato?

Bianca — Vem me pegar.

Bianca caminha para trás e se aproxima da mureta, que bate um pouco acima da altura da cintura dela. Leandro vai até ela e a prensa contra uma pilastra. Leandro a beija.

Leandro — Você é uma ordinária.

Bianca — Igual à você.

Bianca põe a mão dentro da calça de Leandro e começa a mexer lá dentro. Leandro a encara com muito desejo.

Bianca — Tá gostoso?

Leandro — (Excitado) Muito.

Bianca — (Sussurra no ouvido dele) Posso te contar um segredo?

Leandro — Mais um? Por mim você pode contar quantos quiser.

Bianca — (Sussurra no ouvido dele) Eu não gosto de pessoas que ficam no meu caminho.

Leandro — (Excitado) Por isso que eu me aliei à você.

Bianca olha para Leandro, tira a mão de dentro da calça dele e sobe com a mão até a sua nuca. Ela a beija e sussurra no ouvido de Leandro.

Bianca — Sabe voar?

Leandro, distraído e ainda um pouco excitado, olha para Bianca e entende. Tensão nos olhos de Leandro. Com muita força, Bianca empurra Leandro para fora da mureta. Leandro se desequilibra.

CENA 22. EDIFÍCIO GARAGEM abandonado. frente. Exterior. Noite.

Instrumental continua. Leandro se desequilibra e cai do último andar do prédio. Ele chega ao chão e uma poça de sangue é formada em volta do corpo dele.

Do alto do prédio: Bianca se aproxima da mureta e olha para o corpo de Leandro, lá em baixo. O celular toca e vê no visor o nome de Gregório. Bianca rejeita a chamada.

A última tomada é do corpo de Leandro estirado e ensanguentado no chão.

CENA 23. rio de janeiro. ambiente. Exterior. Dia.

Instrumental continua. Stock-shot da cidade do Rio de Janeiro ao amanhecer. [Instrumental off].

CENA 24. casa de gregório. sala. Interior. Dia.

A campainha toca. Amélia caminha em direção à porta e a abre. Um policial está do lado de fora.

Policial — Eu gostaria de falar com algum parente de Leandro Mascarenhas.

Amélia — Só um instante que eu vou chamar alguém.

Gregório se aproxima de Amélia.

Amélia — É pro senhor.

Amélia se afasta. Gregório se aproxima do policial.

Gregório — Pois não?

Tarsila desce as escadas e vê o policial. Ela vai até Amélia.

Tarsila — O que esse policial tá fazendo aqui?

Amélia — Não sei, dona Tarsila. Disse que precisava falar com algum parente do Seu Leandro.

Tarsila vai até Gregório e o Policial.

Tarsila — Eu não acredito! O Leandro foi preso, é isso?!

Gregório se vira para Tarsila com lágrima nos olhos.

Tarsila — Por que você tá assim, Gregório? O que aconteceu com o meu filho?!

Policial — A senhora precisa ser forte.

Tarsila — Forte, o cacete! Fala logo o que aconteceu com o Leandro!

Gregório — (Chorando) Nosso filho tá morto, Tarsila.

Tarsila — (Incrédula) Não! Não pode ser!

Policial — Ele sofreu um acidente. Caiu de um prédio. Eu sinto muito.

Gregório e Tarsila se abraçam e choram.

CENA 25. CASA DE ANA CAROLINA. QUARTO DE MARCELO. Interior. Dia.

Milena falando ao celular com um semblante triste.

Milena — (Cel) Tá bom, obrigada por avisar.

Milena desliga o celular. Marcelo entra vindo do banheiro.

Marcelo — (Percebe) Quem era no telefone que te deixou tão tristinha?

Milena — O Leandro... O seu primo morreu.

Na surpresa de Marcelo.

CENA 26. hotel ipanema. quarto. Interior. Dia.

Heloísa caminha de um lado para o outro, com o celular no ouvido.

Heloísa — Não tá atendendo, mas se ele pensa que vai conseguir fugir de mim, ele tá muito enganado. Há essa hora ele deve tá na Barão.

Heloísa digita um novo número.

CENA 27. barão do alambique. antessala. Interior. Dia.

Adelaide atende o telefone.

Adelaide — (Tel) Barão do Alambique, em que posso ajudar?

Heloísa — (Off) Bom dia, eu gostaria de falar com Leandro Mascarenhas.

Adelaide — (Tel) A senhora não está sabendo? O Dr. Leandro sofreu um terrível acidente ontem e acabou falecendo... Alô?

CENA 28. hotel ipanema. quarto. Interior. Dia.

Heloísa desliga o celular, apavorada.

Heloísa — Não! Esse desgraçado não pode ter morrido! Eu não posso deixar que a droga daquele vídeo caia na net. Eu preciso fazer alguma coisa.

Em Heloísa apavorada.

CENA 29. igreja. ambiente. Interior. Dia.

Velório de Leandro com caixão fechado. Tarsila perto do caixão, chorando muito. Yasmin ao lado de Karina, Samuel se aproxima delas. Luísa, Bernardo, Wagner, Giancarlo e Otávio também estão no local. Além de vários outros amigos.

Samuel — Eu fiquei sabendo do que aconteceu. Eu sinto muito.

Karina — Obrigada, Samuel.

Samuel dá um abraço em Karina.

Milena e Marcelo observam Tarsila.

Marcelo — O Leandro foi um canalha, mas eu nunca desejaria a morte dele.

Milena — Nem eu, Marcelo. Nem a dele e nem a de ninguém. (Triste) Coitada da Tarsila. Ela não merecia tá passando por isso.

Yasmin se aproxima de Milena e Marcelo, com o celular em mãos.

Yasmin — (Para Marcelo) Marcelo, olha esse vídeo que acabou de cair na net.

Milena — Pelo amor de Deus, Yasmin. Agora não é hora.

Yasmin — (Insiste) Olha.

Música: Instrumental Suspense.

Yasmin entrega o celular para Marcelo e ele vê o vídeo de Heloísa matando Clara. Chocado, Marcelo mostra o vídeo para Milena.

Milena — Que horror.

Marcelo — Eu nunca poderia imaginar tamanha a brutalidade.

Milena — Fica calmo, Marcelo. Pensa pelo lado positivo: Essa é a prova que faltava pra gente colocar a Heloísa atrás das grades.

CENA 30. giacomelli exportações. sala de bianca. Interior. Dia.

Instrumental continua. Bianca trabalhando. Gregório invade a sala e ela se assusta. Rosa entra logo sem seguida.

Rosa — Desculpa, dona Bianca. Eu tentei impedir a entrada dele, mas não consegui.

Gregório — (Raiva) Manda essa mulher saí, que a conversa é entre nós dois.

Bianca — Pode ir, dona Rosa.

Rosa — A senhora quer que eu chame um segurança?

Bianca — Não precisa.

Rosa sai.

Bianca — Você tá louco?!

Gregório vai pra cima de Bianca e segura o pescoço dela.

Gregório — (Chora) Louca tava você! Com você foi capaz de fazer uma coisa dessas?! Eu pedi pra você não fazer nada com o Leandro!

Bianca — Eu não sei do que você tá falando.

Gregório — Para de fazer teatro, Bianca. Eu conheço a sua história, eu conheço o seu passado. Você não tinha o direito de fazer isso!

Bianca — (Grita) Eu não fiz nada! Eu juro!

Gregório — (Grita) Mentira! Foi você quem jogou o Leandro do alto daquele prédio! (Tom mais baixo/Em lágrimas) Você matou o meu filho da mesma forma que você matou o Coimbra.

Na tensão de Bianca. Fade Out.

   

 

     



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