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Estações da Vida - Capítulo 02

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CAPÍTULO 02
 
     
     
     
     
 
 
 

CENA 01. RUA. EXT. NOITE

Sai fumaça do carro em que Pato e Diego estavam. O veículo está com a lateral amassada. A porta se abre e Diego sai de dentro. Ele dá a volta.

DIEGO: Pato? Ta tudo bem, cara?

Ele vê o amigo desacordado.

DIEGO: Pato? Acorda, cara.

Ele vira o rosto de Pato, está sangrando.

DIEGO: Merda!

Pato vai acordando.

PATO: Que que houve?

DIEGO (aliviado): Nossa! Que susto tu me deu, moleque. Ainda bem que ta vivo.

PATO (saindo do carro): Meu pai vai me matar.

MULHER (O.S): Imagina só quando a conta do meu mecânico chegar na sua casa.

Eles se viram e se deparam com uma mulher (28 anos) alta, morena com um vestido decotado.

MULHER: Que foi? Vocês avançaram o sinal, vão ter que arcar com meu prejuízo.

DIEGO: Por você eu arco qualquer ‘prejú’, belezinha.

PATO (a Diego): E com que dinheiro, posso saber?

MULHER: A mim não interessa como, e sim quando. Ou preferem que eu ligue pro departamento de trânsito? Quantos anos vocês têm?

PATO: Não, não precisa se preocupar. Eu vou pagar o conserto do seu carro, tá tranquilo. Não precisa ligar pra ninguém.

MULHER: Foi o que eu pensei. Me dá seu celular.

Pato procura nos bolsos.

DIEGO: Não prefere o meu, não?

A mulher revira os olhos. Pato entrega o aparelho a ela. Diego cochicha no ouvido do outro.

DIEGO: Se liga: é ela.

PATO: O que?

DIEGO: A garota que tu vai ter que levar pra cama.

PATO: Que? Essa gostosa nunca vai me dá condição.

DIEGO: Se vira, moleque. Ou é isso, ou todo mundo vai saber o ‘virjão’ que tu é.

Pato respira fundo.

MULHER: Aqui! (devolve o celular) E eu acho bom você realmente me ligar. Meu namorado é policial.

DIEGO (ri): Ce tá ferrado!

Ela vai voltando pro carro.

PATO: Ei!

Ela se vira.

PATO: Não tá afim de uma festa?

MULHER: Festa?

PATO: É. Tá rolando uma na minha mansão, bebidinha, música boa, gente bonita. Pra desfazer a má impressão, sem maldade.

DIEGO: É, gata. Tá todo mundo lá.

Ela fica na dúvida.

PATO (incentiva): Vamo!

MULHER: Ok. Mas eu espero não me arrepender mesmo.

PATO: A gente ainda não se apresentou. Esse aqui é o Diego, e eu sou o Pato.

MULHER: PATO?

PATO: Na verdade é Patrício, mas as garotas gostam mais de Pato.

MULHER: Meu nome é Amanda.

DIEGO (brinca): Que prazer, Amanda!

Pato bate nele.

PATO: Ce pode dar uma carona pra gente? O ‘carango’ ali não tá em condições de rodar.

AMANDA: Tudo bem. Mas, não é melhor passar no pronto-socorro antes? (aponta pro machucado dele)

PATO: To de boa. No caminho eu ligo pro reboque.

Eles vão indo pro carro.

CENA 02. HOSPITAL. SALA DE ESPERA. INT. NOITE

Caio, Mirtes e Rubens esperam pelo diagnóstico do médico.

CAIO: E aí, doutor? A Paulinha tá bem, não tá?

O médico afirma com a cabeça.

MÉDICO: Podem ficar tranquilos. A Paula está fora de perigo.

Caio e Mirtes respiram aliviados. Rubens está mais contido.

MÉDICO: Neste momento ela está no soro para hidratação, podem vê-los, se quiserem.

CORTA:

CENA 03. HOSPITAL. QUARTO. INT. NOITE

Paulinha está no soro. Mirtes e Rubens entram.

MIRTES: Filha, o que aconteceu com você?

PAULINHA: Nada demais, mãe.

MIRTES: Como nada demais? Olha você aí nessa cama de hospital. Poderia ter acontecido coisa pior.

PAULINHA: Vocês iam adorar né?

MIRTES: Que absurdo, Paula!

RUBENS: Você não perde a pose não é, garota?

PAULINHA: Aprendi com você.

RUBENS: Insolente!

MIRTES: Não comecem vocês dois.

RUBENS: Essa garota não aprende, Mirtes. Tá sempre se metendo em confusão, é incapaz de fazer a coisa certa.

PAULINHA: E o que é fazer a coisa certa pra você, doutor Rubens?

RUBENS: Não me provoque.

MIRTES: Chega! Será possível que vocês não conseguem ter uma conversa civilizada de pai e filha? Rubens! Respeite o estado de saúde da nossa filha. Paula, seja mais tolerante com seu pai.

PAULINHA: Eu quero ficar sozinha. Como eu vim parar aqui? Cadê meus amigos?

RUBENS: Ótima pergunta. Cadê seus amiguinhos de farra numa hora dessas? Cadê? Por que eles não estão aqui pra te dar assistência quando você realmente precisa?

MIRTES: Tem um garoto aí. Acho que é Caio, o nome.

PAULINHA: Quero falar com ele. Saiam daqui me deixem em paz.

MIRTES: Filha...

PAULINHA: Vocês são surdos? Me deixem em paz!

RUBENS: Satisfeita, Mirtes?

Rubens sai de imediato. Mirtes fica encarando a filha reprovando a atitude, sai em seguida. Paulinha faz careta. Tempo e Caio entra.

CAIO: Que gritaria foi essa?

PAULINHA: Meus pais são uns chatos.

CAIO: Mas são seus pais.

PAULINHA: Preferia ser órfão.

CAIO: Fala isso porque não é.

PAULINHA: O que aconteceu comigo, afinal?

CAIO: Você não lembra?

PAULINHA: Lembro que bebi um pouco.

CAIO: Um pouco? Garota, você quase entrou em coma alcoólico. Que que te deu? Eu sei que você é meio maluquinha, mas sabe o que faz. O que te levou a passar da conta?

PAULINHA: Aquele idiota do Diego.

CAIO: Você gosta mesmo dele né?

PAULINHA: Detesto admitir. Pena que ele é tão tapado a ponto de não perceber, ou melhor, finge que não percebe. Pro Diego é tudo diversão sabe.

CAIO: Sei como é. Não acha que tá na hora de abrir o jogo com ele?

PAULINHA: E você acha que eu já não tentei?

CAIO: E aí?

PAULINHA: O Diego não me quer como namorada, Caio. Aliás, ele não quer nada sério com ninguém.

CAIO: Que chato.

Ele se aproxima dela pra consolar.

CENA 04. MANSÃO DE PATO. SALA DE ESTAR. INT. NOITE

(MUSIC ON: OPEN BAR PABLLO VITTAR)

Festa rolando. Amanda, Diego e Pato chegam no clima. Os streepers dançam em meio as pessoas. Muita diversão.

AMANDA (interessada): Uau, de quem é a casa?

DIEGO: Pai do Pato.

AMANDA: E quem é ele? O dono de Angra?

DIEGO: Tipo isso, gata. O pai do Pato é um importante empresário.

PATO: E um chato de galocha.

Eles riem. Pato puxa Amanda pra dançar, no momento em que Nanda aparece.

NANDA: Pato! Até que enfim vocês apareceram, como é que tá a Paulinha? (percebe Amanda) Quem é essa pu... Essa garota?

PATO: Essa aqui é a Amanda.

Elas trocam um sorriso falso.

NANDA: E a Paulinha?

PATO: A gente deixou ela lá com o Caio.

NANDA: Mas ela tá bem?

DIEGO: Vai ficar tudo bem, Nanda. Quando a gente saiu de lá o Caio tava ligando pros pais dela.

NANDA (mais tranquila): Menos mal. Gente, e o que são esses policias?

Pato ri.

PATO: Gostou, Nanda? Surpresas do papai aqui. Pelo visto geral curtiu, olha isso!

CAM mostra os convidados assediando os streepers.

NANDA: Eu vou ligar pro Caio.

Nanda vai indo em direção a porta.

DIEGO: Vou pegar uma cerveja.

PATO: Vou junto. Quer também, Amanda?

AMANDA: Claro.

Os dois se afastam. Amanda fica ali dançando, atenta a casa.

AMANDA: Hoje é meu dia de sorte. O patinho vai cair nas garras da raposa vermelha. (ri)

CAM vai buscar Pato e Diego num canto da casa.

DIEGO: Que risinho maroto é esse, cara?

PATO: Já sei quem tu vai traçar.

DIEGO: Vê lá hein.

PATO: A Nanda.

DIEGO: O que?

PATO: É, cara. A Nanda.

DIEGO: Mas ela não é virgem?

PATO: Mais um motivo pra ser ela. Já pensou, tirar o selo da virgenzinha da escola?

DIEGO: Não sei não, Pato. A Nanda é do nosso grupo, pode dar ruim.

PATO: Ih qual é, Diego? Tá amarelando?

DIEGO: Tu sabe que eu não sou de dá pra trás.

PATO: Então fechou. É a Nanda e não se fala mais nisso.

DIEGO: Missão dada é missão cumprida!

Eles fazem seu cumprimento pessoal.

MUSIC OFF.

CENA 05. HOSPITAL. QUARTO PAULINHA. INT. NOITE

O celular de Caio TOCA. Ele se atrapalha procurando nos bolsos, Paulinha ri. Ele vê quem tá chamando.

CAIO: É a Nanda.

PAULINHA: Atende.

CAIO (ao tel): Oi, Nanda.

NANDA (V.O): Oi, Caio. Como está a Paulinha?

CAIO: Fora de perigo.

NANDA (V.O): Graças a Deus. Me deixa falar com ela.

CAIO (irônico): Boa noite pra você também!

Caio oferece o celular a Paulinha que o pega e põe no ouvido.

PAULINHA: Fala, Nanda.

NANDA (V.O): Miga, sua louca! Que que você andou aprontando, guria? Quase tive um treco quando te vi jogada no sofá do Pato.

A cena se divide a partir daqui entre o quarto de hospital e o jardim da casa do Pato, onde Nanda está no celular.

PAULINHA: Passei dos limites.

NANDA: E existe limite pra você?

PAULINHA (ri): É o que dizem né. Mas relaxa, tá tudo bem agora.

NANDA: Promete pra mim que nunca mais vai colocar uma gota de álcool na boca.

Paulinha cruza os dedos.

PAULINHA: Prometo.

NANDA: Seus pais tiveram aí?

PAULINHA: Acabaram de sair.

NANDA: Como foi?

PAULINHA: Daquele jeito que você já sabe. Sermão por cima de sermão.

NANDA: Sério? Mas você tá hospitalizada.

PAULINHA: Nada é mais importante pra eles que me passar um sermão, tanto faz se eu to viva ou morta. Fico pensando que talvez era melhor eu ter morrido. Pelo menos não ia ter que ficar escutando o mimimi de sempre.

NANDA: Não diz besteira. Eles podem ser péssimos, mas são seus pais!

PAULINHA (ri): Você tá querendo me animar com isso?

NANDA: Ai, desculpa. Você sabe que eu não sou boa nisso.

PAULINHA: Tá perdoada. Mas me conta, como é que estão as coisas por aí?

NANDA: Ce não vai acreditar. O Patrício não tem mais o que inventar. Chamou uns streepers pra animar o pessoal e agora apareceu com uma mulher mais velha, mó cara de universitária, mas deve ser uma prostituta qualquer de esquina.

PAULINHA: E pelo seu tom você ficou incomodada.

NANDA (disfarça): Eu? Claro que não. To nem aí pro que ele anda fazendo. Só me preocupo porque ele as vezes passa do limite e acaba sobrando pra todo mundo.

PAULINHA: Sei.

NANDA: Olha, eu vou desligar. Ver se consigo convencer a galera de que essa festa já deu!

PAULINHA: Obrigada por se preocupar comigo.

NANDA: Fica boa logo.

Nanda desliga. Paulinha oferece o celular de volta a Caio, que pega.

CAIO: E aí?

PAULINHA: Tava preocupada. Mas tá mais preocupada ainda com o fato do Pato ter chegado com uma mulher mais velha na festa. Não sei porque ela insiste em esconder o que sente por ele.

CAIO: Talvez por saber que não é correspondida. Você devia saber. Não conversam sobre isso?

PAULINHA: Não muito. A Nanda é muito fechada pra esse assunto. Sei lá qual o problema dela.

Caio dá de ombros.

CENA 06. MANSÃO DO PATO. SALA. INT. NOITE

(MUSIC ON: SOMETHING JUST LIKE THIS - THE CHAINSMOKERS & COLDPLAY)

Pato e Amanda dançam de maneira sensual. Nanda ENTRA e observa. Não gosta. Diego chega junto.

DIEGO: E aí, Nandinha? Bora dançar?

Nanda encara Pato e Amanda. Olha pra Diego.

NANDA: Claro, vamo dançar!

Ela puxa Diego pra perto de onde estão Pato e Amanda. Os dois casais ficam ali se curtindo.

AMANDA: Até que você dança bem.

PATO: Espera só até você provar do meu beijo.

Pato agarra Amanda e lhe dá um beijo caloroso. Ao ver a cena, Nanda beija Diego no impulso. Tempo nos casais se beijando até que Amanda interrompe.

AMANDA: Vamos subir?

PATO (incrédulo): Que que você disse?

AMANDA (sussurra): Subir, pro seu quarto.

PATO (assimila): Pro meu quarto? Subir? Claro, claro gata. Vamo lá!

Eles vão indo em direção as escadas. Diego interrompe o beijo com Nanda.

DIEGO: Uau, Nanda! Eu não sabia que você tinha uma quedinha por mim.

Nanda procura por Pato e Amanda.

NANDA: Cadê eles?

DIEGO: Tá falando dos pombinhos ali?

E aponta pra escada onde Pato e Amanda estão subindo.

NANDA: Pra onde eles tão indo?

E vai atrás. Diego a impede.

DIEGO: Ei! Quem se importa com eles? Aqui tá melhor. Vem cá, vem!

Ele vai agarrá-la, mas Nanda o para.

NANDA: Eu preciso respirar.

E sai em direção a porta. Diego fica sem entender.

MUSIC OFF.

CENA 07. MANSÃO DO PATO. QUARTO DO PATO. INT. NOITE

Ele e Amanda vão entrando aos beijos. Ela tira a camisa dele e o empurra na cama. Amanda se inclina pra falar no ouvido dele.

AMANDA: Você já teve com uma mulher de verdade?

PATO: Não. Quer dizer, já, claro que já!

AMANDA: Você nunca mais vai esquecer do que a gente vai fazer agora.

Ele se levanta na cama super empolgado.

PATO: Ah é? E o que é que a gente vai fazer, hein?

Ela tira a roupa, sensual.

AMANDA: Você não sabe?!

PATO (pensa alto): Ah meu pai, eu não to acreditando nisso.

AMANDA: Não tá acreditando no que, gato?

PATO: Nada, esquece. Vem cá, vem!

Ele vai se aproximar. Ela faz gesto pra ele parar.

AMANDA: Calminha! Aqui eu mando e você obedece!

Ele dá um risinho sacana.

PATO: Eu faço o que você quiser.

Ela se aproxima dele. Face a face. Beijam-se. Ela vai descendo lentamente beijando seu tórax, barriga. Suas mãos desabotoam a bermuda que ele usava, arrancando a cueca em seguida. PLANO MÉDIO dele que faz caretas de prazer.

CENA 08. MANSÃO DO PATO. JARDIM. EXT. NOITE

(MUSIC ON: BIRDY – WINGS)

Nanda está aos prantos caminhando na beira da piscina. Ela soluça de tanto chorar. Diego surge por trás dela.

DIEGO: Nanda?

Ela se apressa pra enxugar as lágrimas.

DIEGO: Tá chorando por que?

NANDA: Eu não to chorando.

DIEGO: Como não?

NANDA: Foi só um cisco.

DIEGO: Tá parecendo mais que alguém da sua família morreu!

NANDA (grossa): Que é que você quer, Diego? Será que dá pra deixar eu curtir a minha bad em paz?

DIEGO: Espera aí, você tá assim porque o Pato subiu com a Amanda pro quarto? Você gosta dele, Nanda?

NANDA: Não! Claro que não!

DIEGO: Então por que?

Ela não sabe o que dizer. Ele se aproxima, cínico.

DIEGO: Oh Nanda, fica assim não. O Pato não vale a pena.

Ela se abraça nele. Choramingando.

NANDA: Ele não me enxerga. Por mais que eu tente.  

DIEGO: O Pato não merece que você fique chorando por ele. Fica calma, eu to aqui contigo. Deixa eu limpar esse rostinho.

Ele limpa as lágrimas dela ficando bem próximos.

NANDA: Obrigada.

DIEGO: Você precisa enxergar quem realmente gosta de você.

NANDA: Do que você tá falando?

DIEGO: Nanda, você nunca percebeu?

NANDA: Percebi o que?

DIEGO: Que eu gosto de você.

Ele a beija. Tempo e ela se esquiva empurrando-o. Ele cai na piscina.

NANDA: Ce tá maluco? Nunca mais faz isso!

E sai irritada. Diego soca a água.

MUSIC OFF.

DIEGO: Merda! Isso vai ser mais difícil do que eu pensei. Enquanto isso o Pato deve tá lá no bem bom.

CENA 09. MANSÃO DO PATO. QUARTO DO PATO. INT. NOITE

Pato está em êxtase deitado na cama. Amanda ao seu lado, sob os lençóis.

AMANDA: E aí, gatinho. Foi bom pra você?

PATO: Foi incrível.

AMANDA: Você era virgem, não era?

PATO: Não pow, claro que não.

AMANDA: Não precisa mais mentir pra mim, Pato. Qualquer mulher experiente notaria. 

PATO (admite): É, tá bom. Eu era virgem.

AMANDA: Que fofo! Mas olha, pra alguém inexperiente, até que você se saiu bem.

PATO: Ce achou mesmo?

AMANDA: Claro. Aquilo que você fez foi o máximo!

PATO: Andei ensaiando.

Ela ri.

AMANDA: Bom, agora eu vou ter que ir.

PATO: Não, gata. Dorme aqui.

AMANDA: Melhor não. Já fiquei tempo demais, se a polícia bate e descobrem que eu sou a única maior de idade, to ferrada. (faz doce) E você não vai querer que sua patinha se prejudique, não é?

PATO: Não, claro que não. Mas, fica mais um pouco.

AMANDA: Você pedindo assim, não tem como dizer não.

Ele abre um sorriso maroto. Ela monta nele. Os dois se beijam entrando no clima novamente.

CENA 10. CASA NANDA. SALA. INT. NOITE.

O local está escuro. Nanda entra, liga a luz e se assusta com a presença de uma mulher (45 anos), morena, cabelos longos, vestida com roupa de dormir.

NANDA: Mãe? Que susto!

MULHER: Você quer me enlouquecer menina?

NANDA: Não começa.

MULHER: Onde você tava até essa hora da noite?

NANDA (olha no relógio): Nem é tão tarde.

MULHER: Eu te liguei milhões de vezes e você nem pra me atender! Eu já ia chamar a polícia!

Nanda pega o celular da bolsa. Olha pra ele.

NANDA: Desculpa, eu não ouvi as ligações.

MÃE: Não ouviu? E onde era que você tava que não ouviu?

NANDA: Na casa do Pato, você sabe. Acabou que a festa se estendeu, tinha muito barulho, tava todo mundo lá.

MÃE: Fernanda, você precisa ser mais responsável, minha filha.

NANDA: Até no fim de semana?

MULHER: Todo dia é dia de se responsabilizar pelos próprios atos.

NANDA: Ai mãe, por favor. Eu to com dor de cabeça daquela festa, me poupa do sermão, por favorzinho vai?!

Vai se aproximando dela. Se acariciam.

MULHER: Não falo por mal, você sabe. Eu me preocupo com você.

NANDA: Eu sei. Mas, dona Estela, a senhora/

ESTELA: Senhora está no céu!

NANDA: Você também sabe que eu não sou mais nenhuma criança.

ESTELA: Sei. Virou uma linda mulher, minha menina. Agora me conta vai, tinha muito gatinho nessa festa?

NANDA (reprova): Mãe!

ESTELA: Na próxima eu vou com você.

NANDA (chocada): O que? Nem pensar!

ESTELA: Por que não?

NANDA: Você tá brincando né?

ESTELA: Ai, filha, o que é que tem demais? Tenho certeza que eu seria muito benquista pelos seus coleguinhas.

NANDA: Pra começo de conversa, se você usasse os termos “benquista” e “coleguinha” na frente da galera, você estaria perdida. Além do mais, meu pai não ia gostar nada disso?

HOMEM (V.O): Não ia gostar de que?

Estela olha pra fora da tela.

ESTELA: De ir na próxima festinha dos amigos da Nanda.

CAM revela um homem (50 anos), moreno, cabelos curtos, fechando a porta de entrada da casa. Ele traz sacolas de supermercado na mão.

HOMEM: Como não? Ia ser ‘dahora’!

Nanda revira os olhos, incomodada.

NANDA: Você não disse isso!

HOMEM: Não é assim que vocês falam? Dahora!

ESTELA: Isso! Também tem aquela, amor: “maneiro”.

HOMEM: Supimpa!

NANDA (brava): ‘Para’ agora vocês dois!

ESTELA: Ai Nanda, você precisa trazer mais seus amigos aqui pra casa.

NANDA: Pra que? Pra vocês me matarem de vergonha?

O homem coloca as sacolas no sofá azul e vai pro lado de Estela.

HOMEM (ofendido): Você tem vergonha dos seus pais, Fernanda?

NANDA: Não foi isso que eu quis dizer, gente.

HOMEM: Ah não? Pois foi isso que eu ouvi. E você, mulher? Também ouviu o que eu ouvi?

ESTELA: É. Eu ouvi.

NANDA: Olha, o que eu quero dizer é que... Sei lá, é que esse jeito de vocês, não sei.

ESTELA (sentida): Tudo bem, Fernanda. Nós entendemos exatamente o que você quis dizer. Não é, Celo?

CELO: Sim, meu bem. A ingrata da nossa filha, tem vergonha de nós! Que decepção!

Ele pega na mão de Estela e os dois sobem as escadinhas para o quarto. Nanda bufa, impaciente.

NANDA: Esses dois viu! As vezes parece que o adulto aqui sou eu!

Ela pega as sacolas no sofá e vai rumo a dentro.

CENA 11. MANSÃO DO PATO. QUARTO DO PATO. INT. NOITE

Amanda ao lado do Pato, constata que ele está dormindo e se levanta aos poucos. Pega a sua roupa do chão, veste, depois calça a sandália. Apanha a bolsa. Ela observa o quarto, muito luxuoso e aproxima-se do criado-mudo e vê um relógio de ouro. Coloca na bolsa.

AMANDA: Patinho, Patinho... Achei minha mina de ouro!

Ela dá uma risadinha enquanto caminha em direção à porta. SAI.

CORTA PARA:

CENA 12. MANSÃO DO PATO. SALA. INT. NOITE

Poucas pessoas restam na festa. Diego observa Amanda descer as escadas que dão acesso aos quartos. Ela passa pelas pessoas até chegar a porta principal e SAI. Diego se apressa em subir as escadas.

CORTA PARA:

CENA 13. MANSÃO DO PATO. CORREDOR. INT. NOITE

Diego bate na porta do quarto de Pato.

DIEGO: Pato, ta aí?

Ele espera um instante até que ENTRA no local. Pato continua dormindo. Ele se aproxima.

DIEGO: Pato! Acorda!

Chega mais perto, cutuca.

DIEGO: Acorda, Pato!

Pato vai despertando. Ele agarra Diego, que o empurra.

DIEGO: Sai fora, ow! Tá maluco?

Pato se dá conta.

PATO: Que que tu ta fazendo aqui, cara? Cadê a Amanda?

DIEGO: Vazou. O que não é um bom sinal.

PATO (deslumbrado): Cara, tu não vai acreditar. Aquela mulher é incrível, velho!

DIEGO: Sem prova eu não acredito mesmo. Afinal, tu já passou a noite com uma garota e não deu em nada. E aí? Cadê a prova?

PATO: Prova?

DIEGO: Claro zé. Ou tu acha que eu vou cair no teu papo furado de novo?

PATO: Eu não tenho prova.

DIEGO: Nada feito então.

PATO: Acredita em mim, Diego. Rolou! Rolou e foi mais de uma vez! Ela é maravilhosa. Tu precisava ver! Acho que to apaixonado.

Diego ri.

DIEGO: Apaixonado?

PATO: Olha, eu não tenho como provar, tá legal?

DIEGO: Sem prova, sem mérito.

PATO: Ah que se dane também. Tenho certeza que outras oportunidades virão e aí tu vai ver que eu to falando a verdade. Ela curtiu muito e vai me procurar, certeza.

DIEGO: Curtiu tanto que não quis passar a noite.

PATO: Acredite se quiser! Mas e você? Como foi com a Nanda?

DIEGO: Ela é mais difícil do que eu pensei.

PATO: Ih ficou no zero a zero.

DIEGO: Por enquanto, mas eu vou amansar aquela ferinha.

PATO: Essa eu quero ver.

DIEGO: Trato é trato. E esse eu não vou perder!

Diego sai.

PATO: Ih ficou irritadinho foi? (ri) Ai Amanda! Amandinha sua linda!

Ele se joga na cama, feliz. O sorriso vai se desfazendo. Ele adormece.

CENA 14. RIO DE JANEIRO. EXT. NOITE.

(MUSIC ON: NEVER LET ME GO - ALOK, BRUNO MARTINI, ZEEBA)

Takes da orla. Pão de Açúcar. Cristo Redentor. A noite vai acabando, surgindo um novo dia.

MUSIC OFF

CENA 15. MANSÃO DO PATO. SALA DE ESTAR. INT. DIA.

A porta se abre e por ela passam um homem (38 anos moreno, cabelos curtos, barba), uma mulher (36 anos, morena, cabelos longos) e uma adolescente (14 anos, cabelos longos). Eles ficam horrorizados com o estado da casa.

MULHER: Oh meu Deus! Leonardo, esse garoto passou dos limites, Leonardo.

LEONARDO: O que aconteceu aqui?

ADOLECENTE: Mamãe, eu vou tomar banho.

MULHER: Não demore Lua. Não quero você chegando atrasada no colégio.

CAM passeia pelo lugar completamente desorganizado da festa na noite anterior.

CLOSE no rosto de Leonardo, nitidamente bravo.

CENA 16. MANSÃO DO PATO. QUARTO PATO. INT. NOITE

Pato está adormecido na cama toda bagunçada. Alguém BATE grosseiramente na porta. Ele acorda no susto.

PATO: Já vai! Não precisa quebrar!

Ele abre e o homem da cena anterior ENTRA feito um furacão.

LEONARDO: Qual é o seu problema, moleque?

PATO: Tava demorando.

LEONARDO: Você perdeu a noção do perigo?

PATO: Olha, são sete da manhã eu não to a fim de sermão. Volta outra hora.

Ele vai voltar pra cama, mas o homem o segura com força.

LEONARDO: Eu estou falando com você.

PATO (raiva): ME SOLTA!

LEONARDO: Você passou dos limites, Patrício.

PATO: Me deixa em paz!

LEONARDO: Você não vai fazer uma algazarra na minha casa e ficar por isso mesmo. Eu sou a autoridade aqui dentro e não vou permitir que esse tipo de atitude fique impune.

PATO (debocha): Olha só! Falou o dono da razão. Qual vai ser a sentença, senhor juiz?

LEONARDO: Não me faça perder a cabeça, moleque.

PATO: E vai fazer o que? Me bater? Acho que já to meio grandinho pra isso, não?

LEONARDO: Escuta bem o que eu vou te falar, porque eu não vou repetir: ou você começa a andar na linha, ou ponha-se daqui pra fora!

PATO: Como é que é? Você tá me expulsando de casa?

LEONARDO: Mais uma dessas suas festinhas e eu mesmo te coloco no olho da rua. Moleque insolente!

Leonardo se retira do quarto.

PATO (grita): Desgraçado!

CENA 17. MANSÃO PATO. SALA DE JANTAR. INT. DIA.

Leonardo e Kátia tomam café.

KÁTIA: Você ficou tão calado depois da discussão com o Patrício.

LEONARDO: To pensando.

KÁTIA: Pensando em que?

LEONARDO: Numa maneira de colocar esse garoto nos trilhos de uma vez por todas. O Patrício está passando de todos os limites possíveis e a maioria das coisas que ele faz é tentando me atingir, só pra me afrontar.

KÁTIA: Não seja tão rigoroso, meu amor. Ele tá na fase da rebeldia, vai passar.

LEONARDO: O meu filho me detesta, Katia. Você sabe. Desde que aquele episódio lastimável que ele presenciou entre nós que acabou culminando na morte da Isabel.

KÁTIA: Você se sente culpado, não é? No fundo você sente culpa pela morte da sua ex mulher!

LEONARDO: Não. Eu não me arrependo do que fiz. Mas não queria que as coisas tivessem acontecido daquela maneira.

KÁTIA: Aposto que se você pudesse, faria tudo diferente. Isso inclui me deixar fora da sua vida.

LEONARDO: Isso não. Eu amo você e você sabe disso. Mas eu não posso negar que depois do que aconteceu com a Isabel, o Patrício se afastou de mim, e desde então tem sido assim.

KÁTIA: Mas isso já faz tanto tempo, Leonardo! Nossa filha já tem 14 anos.

LEONARDO: O rancor de um homem pode durar pelo resto da vida.

KÁTIA: No caso, projeto de homem né, meu amor. O patrício não passa de um garoto imaturo, ainda tem muito o que aprender.

LEONARDO: Eu temo pelo que possa acontecer, se eu não intervir.

KÁTIA: E o que pretende fazer?

LEONARDO: Eu não sei. Mas espero que você possa me ajudar a enfrentar isso.

KÁTIA: Você sabe que pode contar comigo.

Ele sorri. Trocam uma bitoca.

KÁTIA: Você não vai pra empresa?

Ele olha no relógio.

LEONARDO: Bem lembrado. Tenho umas pendências que não podem esperar. E você, não vai pro escritório?

KÁTIA: Claro, mas primeiro vou terminar o café.

LEONARDO: Quer que eu te espere?

KATIA: Não precisa. Eu vou no meu carro.

LEONARDO: Como quiser.

Ele se levanta e se aproxima dela, beija.

LEONARDO: Tenha um bom dia.

Leonardo sai. Katia enfia o garfo com força em um pedaço de mamão.

KATIA: Se depender de mim, essa relação entre pai e filho só vai se deteriorar.

Kátia olha para o relógio.

KÁTIA: Cadê a Lua? Ela vai chegar atrasada na escola.

CENA 18. MANSÃO DE PATO. QUARTO LUA. INT. DIA

Lua está deitada na cama. O celular emite um som fazendo com que ela acorde. Lua mexe no celular.

LUA: Uma nova solicitação de amizade. Quem será? (pausa) Hum... Iago Fonseca. (pausa) Não temos nenhum amigo em comum. Será que eu aceito? (pausa) Nossa ele tem poucas fotos. Essa do perfil está escura. Nem consigo ver direito o rosto dele. (pausa) Ah, quer saber vou aceitar, se eu não gostar eu deleto.

A porta é aberta. Kátia entra.

KÁTIA: Lua, você ainda não se arrumou?

LUA: Mãe, estou tão cansada. A viagem foi longa. Estou morrendo sono.

KÁTIA: Sim, a viagem foi longa, por isso, se você tivesse dormindo na hora estaria descansada. Mas vejo que passou a noite na internet.

LUA: Deixa eu faltar?

Kátia vê o celular nas mãos de Lua.

KÁTIA: Não. Você vai largar esse celular agora e vai tomar banho.

LUA: Mas eu tenho certeza que o Pato não vai para escola hoje.

KÁTIA: Se o Pato não for para a escola ele vai se acertar com o pai dele. Agora o seu caso é diferente, eu sou sua mãe e você vai me obedecer.

LUA: Porque você trata o Pato diferente?

KÁTIA: Porque ele me odeia e nunca me aceitou.

LUA: Você gosta dele?

Kátia fica em silêncio.

LUA: Mamãe? Não vai responder?

KÁTIA: Lua, chega de conversa fiada. Levante-se agora. Não vou repetir. Você tem dez minutos.

Kátia sai. Lua bufa de raiva

LUA (sorrindo): Olha só, já chegou mensagem dele.

Na tela aparece a mensagem dos dois conversando:

IAGO: “Oi gatinha, td bem?”

LUA:  Oi, tudo e com vc?

IAGO: Melhor agora. Qual a sua idade?

LUA: 14 e vc?

IAGO: Tenho 15. Vc estuda em que escola?

LUA: No colégio Fran Vicentini e vc?

IAGO: Sou novo na cidade, meus pais estão procurando uma escola

LUA: Que legal.

Os dois continuam conversando.

CENA 19. MANSÃO PAULINHA. SALA DE JANTAR. INT. DIA.

Paulinha, Mirtes e Rubens tomam café. A empregada retira da mesa as travessas vazias.

MIRTES: Como se sente, Paula?

PAULINHA: Pronta pra outra.

MIRTES: Não brinque com essas coisas.

PAULINHA: Não to brincando.

MIRTES: Hoje você pode ficar em casa.

RUBENS: Absolutamente. Como você mesma acabou de ouvir, Mirtes, nossa filha já está pronta pra outra. Então, está em perfeitas condições de ir à escola. Não é, Paula?

Ela não responde.

RUBENS: Eu tenho que ir pro escritório. Retorno no almoço.

Ele se levanta da mesa. Beija Mirtes e sai.

MIRTES: Vocês precisam se entender.

PAULINHA: Eu não faço questão.

MIRTES: Você também não é nada fácil, não é garota?

PAULINHA: Deve ser genético.

MIRTES: Vou avisar ao motorista pra leva-la.

PAULINHA: Tanto faz.

Mirtes se retira da mesa. Paulinha volta a comer.

CENA 20. APARTAMENTO DIEGO. CORREDOR. INT. DIA.

Uma senhora idosa (64 anos) bate à porta de um quarto.

SENHORA: Filho, acorde! Vai se atrasar pra escola.

DIEGO (O.S): Não enche, coroa!

SENHORA: Você não pode perder mais um dia filho.

Diego abre a porta do quarto. Está só de cueca. No constrangimento da senhora.

DIEGO (Bravo): Você tá surda, dona Naná? Eu não vou pro colégio hoje.

NANÁ: Mas, filho, você tá sentindo alguma coisa? Quer que eu chame um médico?

DIEGO: To sentindo sim. To sentindo raiva de você me azucrinando o ouvido a essa hora da manhã. Me deixa em paz!

Fecha a porta grosseiramente. Naná faz que vai bater, mas desiste. Retira-se.

CENA 21. APTO CAIO. QUARTO. INT. DIA.

Caio em frente ao espelho, penteia o cabelo. Ele está vestido com o uniforme da escola. A porta do quarto se abre e um homem (43 anos, moreno, cabelos curtos) põe a cabeça para dentro.

HOMEM: Tá pronto?

Caio guarda o pente na cômoda.

CAIO: Sim. Vamos.

Caio pega a mochila na cama e sai.

CORTA

CENA 22. COLÉGIO FRAN VICENTINI. EXT. DIA

CAM mostra a fachada do imponente prédio. Há movimentação intensa de estudantes por ali. Um carro estaciona na calçada.

CORTA

CENA 23. CARRO. INT. DIA

Caio no carona e o homem da cena 21 no volante.

CAIO: Obrigado por me trazer.

HOMEM: Não precisa agradecer, filho.

CAIO (saindo): Na volta eu vou de ônibus.

HOMEM: Não prefere que eu venha te buscar?

CAIO: Não precisa.

HOMEM: Por que, não? Tá de rolo com alguma gatinha, é?

Caio faz um gesto de cabeça.

CAIO: É. Pode ser.

HOMEM: Esse é meu garoto!

E bagunça o cabelo dele. O homem retira a carteira do porta-luvas, abre, retira uma nota de 50 e entrega a ele.

CAIO: Que é isso?

HOMEM: Você vai precisar.

CAIO: Não, pai. Guarda isso.

HOMEM: Pega, rapaz! Você não vai fazer feio na frente da menina, vai?

CAIO: Não vai te fazer falta?

HOMEM: Aceita, moleque.

Caio pega o dinheiro.

CAIO: Obrigado.

HOMEM: Se cuida.

CAIO: Pode deixar.

Caio SAI do carro, que segue caminho. Ele fica a observar. Pato e Diego conversam enquanto se aproximam.

PATO: Quer dizer que a velha te encheu até tu resolver vir?

DIEGO: Tipo isso.

PATO: Nem te conto. Meu pai ficou uma fera quando chegou hoje de manhã. Disse que vai me expulsar da próxima vez.

DIEGO: Sério, velho?

PATO: É. Mas é só papo. Ele não tem coragem. (avista Caio) Fala ae, Caio! Ce não voltou mais pra festa ontem, cara. Que houve?

CAIO: Como assim o que houve? Nossa amiga quase morreu, tua namorada inclusive, Diego.

DIEGO: Calma lá que eu e a Paulinha não somos namorados. A gente se pega de vez em quando, mas nada sério.

CAIO: Ela sabe disso?

Diego dá de ombros.

PATO: É. O foco do Diegão aqui é outro.

CAIO: Tanto faz. O fato é que por sua culpa, Pato, a Paulinha chegou muito mal no hospital e depois eu tive que segurar as pontas enquanto vocês curtiam a festinha na boa.

PATO: É pra isso que servem os amigos, né não?

DIEGO: Além disso já tá tudo bem com ela, não tá? Passou.

CAIO: Com amigos como vocês, ninguém precisa de inimigo né.

Caio sai irritado.

DIEGO: Que que deu nele?

PATO: Sei lá!

Eles acompanham Caio. Outro carro estaciona na calçada da escola. O motorista sai e vai abrir a porta. Paulinha SAI.

PAULINHA: Obrigada, Tulio.

TULIO: Ao seu dispor, senhorita.

O homem volta pra dentro do carro, dá partida, sai. Paulinha vai caminhando em direção a entrada.

NANDA (O.S/tensa): Miga, espera!

PAULINHA: Oi, Nanda.

Nanda abraça Paulinha.

NANDA: Ainda bem que você tá bem.

PAULINHA: Pronta pra outra.

NANDA: Espera. Eu preciso te contar uma coisa chata que aconteceu ontem a noite.

PAULINHA: Na festa?

NANDA: Sim.

PAULINHA: Hm, safadinha, ficou com alguém né

NANDA: Não, quer dizer, sim. Quer dizer, não!

PAULINHA: Desembucha, garota!

NANDA: Tá. Mas você precisa me prometer que não vai ficar brava.

PAULINHA: Fala logo.

NANDA: O Diego me beijou.

PAULINHA: Como é que é?

Em Paulinha séria.

 
     

 

     

autores
GABO OLSEN
DIOGO DE CASTRO


colaboração
IGOR FEIJÃO

elenco
NICOLAS PRATTES como PATO
ALICE WEGMANN como NANDA
JOSÉ VICTOR PIRES como DIEGO
LETÍCIA NAVAS como PAULINHA
JOÃO VITHOR OLIVEIRA como CAIO
LARISSA MANOELA como LUA
ERIBERTO LEÃO como LEONARDO
TALITA CASTRO como KÁTIA
JUAN ALBA como HEITOR
CAROLINA FERRAZ como SELMA
ÂNGELA LEAL como NANÁ
JANDIR FERRARI como MARCELO
ÂNGELA DIP como ESTELA
DALTON VIGH como RUBENS
LUCIANA VENDRAMINI como MIRTES
FILIPE BRAGANÇA como GREGO
LUCAS COTRIM como DJ
RAISSA CHADDAD como LARISSA
NICHOLAS TORRES como RICARDO
HESLAINE VIEIRA como ANDRÉIA
GABRIEL SANTANA como ISMAEL
CARLA FIORONI como JULIANA
MARCELLO AIROLDI como ARNALDO
VERA ZIMMERMANN como LÚCIA
SANDRA PÊRA como VANICE
WAGNER SANTISTEBAN como ALFREDO
MARISOL RIBEIRO como MILENA
JIDDÚ PINHEIRO como RAMIRO


trilha sonora
SIPPIN' ON SUNSHINE - AVRIL LAVIGNE (ABERTURA)
OPEN BAR - PABLLO VITTAR
SOMETHING JUST LIKE THIS - THE CHAINSMOKERS & COLDPLAY
BIRDY - WINGS
NEVER LET ME GO - ALOK, BRUNO MARTINI, ZEEBA

produção

CRISTINA RAVELA


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


REALIZAÇÃO


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Proibida a cópia ou a reprodução
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