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LAÇOS DE AMIZADE - CAPÍTULO 02

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CAPÍTULO 02
 
     
 
     

 

     
 

| CENA 01 | BAIRRO SANTA FELÍCIA / CASA DE CARLOS / SALA / INT. / DIA. 

Continuação do capítulo anterior. Carlos e Janaína estão na cama, apenas de roupas íntimas. Ele fuma um cigarro, enquanto ela levanta-se enrolada em um lençol branco para se vestir. Seus olhos estão vermelhos, sua expressão é de frustração. 

JANAÍNA: Eu tenho nojo de você.

CARLOS: Para com isso. Eu sei que no fundo você gosta quando eu te pego de jeito.

Ele solta mais um sorriso sacana, traga o cigarro e sopra a fumaça.

JANAÍNA: Eu te odeio, Carlos.

CARLOS: Você tem mais é que me agradecer, Janaína. Se não fosse por mim “tu” ainda estaria vagando por aí. Talvez já tivesse até morta. Eu te tirei da rua quando tu não tinha ninguém. Tu me deve isso e não tem que reclamar das coisas que eu imponho aqui dentro da minha casa.

JANAÍNA: Essa casa também é minha, afinal de contas, o dinheiro que paga as contas é fruto do meu esforço. E se você quer saber de uma coisa, talvez fosse melhor estar morta a ter que fazer as coisas as quais você me obriga. Maldita hora em que te encontrei naquela cafeteria e me deixei levar pelo tua conversa mole.

CARLOS: Tá reclamando de barriga cheia. Tem um monte de mulher por aí querendo isso que tu tem, um lugar fixo para fazer os programas e principalmente cliente cheio da grana.

JANAÍNA: Você acha que me faz um grande favor não é? Seu cachorro, isso não se faz com ninguém. Obrigar alguém a vender o corpo por dinheiro é desumano.

Carlos também se levanta da cama e começa a se vestir.

CARLOS: Desumano é ‘num’ ter o que comer. Nem onde morar. Eu ainda faço muito por ti sua mal agradecida, não deixo tu deitar com qualquer um. (debochado) Tu é exclusividade da classe média alta, Janinha doce prazer, né pra qualquer uma não. (sério) Agora vê se para de reclamar e vai limpar essa casa que tá uma sujeira.

JANAÍNA: Eu não preciso passar por isso. Eu não aguento mais isso. Vou embora pra bem longe daqui.

Carlos começa a ri da cara dela.

CARLOS: E vai pra onde, mulher? Pedir esmola na rua?

Ele se aproxima da mulher e segura fortemente seu queixo, lançando-lhe um olhar fixo e ameaçador.

CARLOS: Coloca uma coisa nessa tua cabecinha. Você é minha propriedade. Eu dou as ordens aqui dentro, tu só obedece e vai ser sempre assim. Se algum dia tu criar coragem pra vazar daqui, pode se preparar porque eu vou te achar nem que seja no quinto dos infernos. E quando eu achar... Eu te mato, sua vagabunda.

Ele a solta bruscamente.

| CENA 02 | CONDOMÍNIO ALMIRANTE / APARTAMENTO 209 / SALA / INT. / DIA.

Isabel encara os filhos esperando uma resposta. Jaqueline e Igor estão tensos.

ISABEL: Vocês ainda não me responderam. Por acaso teria motivos para desconfiar dos dois?

IGOR: Claro que não. A gente foi ao cinema, como falamos. Não tem motivo pra você desconfiar.

JAQUELINE: É mãe.

ISABEL: Tudo bem então. Vou acreditar em vocês. Mas espero sinceramente que vocês não mintam pra mim, sob hipótese alguma. Estamos entendidos?

IGOR E JAQUELINE: Entendido, dona Isabel.

| CENA 03 | REPÚBLICA / SALA / INT. / DIA.

É hora do almoço, todos estão reunidos à mesa grande fazendo a refeição no compartimento que divide sala e cozinha apenas por um balcão marrom.

CELINA: Te gusta la comida, Bruna?

BRUNA: Está maravilhosa. É a melhor macarronada que já comi na vida.

VALESKA: Deve ser a primeira que você come também ‘né’.

MARCELO: Não começa, Valeska.

VALESKA: (risonha) Desculpa. Não resisti.

FABIANA: Não liga não, Bruna. A Valeska é assim mesmo, “tá” sempre perdendo ótimas oportunidades de ficar calada.

Celina, prevendo o início de uma discussão levanta-se da cadeira e intervém rapidamente com seu sotaque, agora mais acelerado que de costume.

CELINA: Qué pasa, chicos? Esta es una hora sagrada, no quiero peleas en la mesa del almuerzo, compreendieron? [O que acontece com vocês, meninos? Esta é uma hora sagrada, não quero saber de brigas na mesa do almoço, entenderam?]

VANESSA: Sinceramente? Não, Celina!

Todos caem na risada. Ela então arrisca um Portunhol.

CELINA: Quiero que todos callen la boca na hora da refeição. Ok?

Todos permanecem calados. Fabiana quebra o silêncio.

FABIANA: Não vai comer, Luciano?

LUCIANO: Tô sem fome.

Ele levanta-se da mesa, muito estranho.

| CENA 04 | CONDOMÍNIO ALMIRANTE / APARTAMENTO 209 / QUARTO IGOR / INT. / DIA.

O local é bem espaçoso, uma cama de solteiro encostada à parede, do lado um criado-mudo e um abajur em cima dele. Do lado oposto da porta de entrada aparece um guarda-roupa grande na cor branca contrastando com o azul turquesa nas paredes. Igor está jogado de qualquer jeito na cama, sua irmã Jaqueline está em pé.

IGOR: Por que será que aqueles bananas não apareceram?

JAQUELINE: Deve ser Jesus na causa. Ainda bem que eles não apareceram, Igor. E eu espero sinceramente que depois dessa, você desista dessa história de racha.

IGOR: Tá maluca, garota? Claro que eu não vou desistir. O Cláudio vai me pagar.

JAQUELINE: Se alguém tem que pagar alguém aqui é você. O combinado era que quem perdesse da última vez pagaria ao outro dois mil reais não era?! E aí? O que você vai fazer pra conseguir esse dinheiro? Porque que eu saiba você não tem. E pedir pra mamãe também está fora de cogitação, ou você acha que depois de hoje ela não vai ficar de olho?! Ela já tá desconfiando, Igor.

IGOR: Por isso mesmo, Jaqueline. Uma revanche agora é tudo que eu preciso pra quitar essa dívida.

JAQUELINE: Você é louco. Esse lance de racha é muito perigoso. Dá outro jeito de pagar essa grana.

IGOR: Não. Eu vou correr de novo, e com muito prazer se você quer saber. Tô com aquela derrota entalada na minha garganta até hoje. Dessa vez eu vou vencer, custe o que custar.

JAQUELINE: Por que tem tanta certeza assim? Ele já te derrotou uma vez, derrotaria uma segunda...

IGOR: Dessa vez vai ser diferente, maninha. Eu vou sabotar o carro do Cláudio.

JAQUELINE: O quê?

Close na cara de espanto de Jaqueline.

| CENA 05 |REPÚBLICA / COZINHA / INT. / DIA.

Depois do almoço, Bruna lava a louça com a ajuda de Marcelo que está enxugando o que já foi lavado, enquanto Valeska e Vanessa estão no sofá com um olho na TV e outro na cozinha.

MARCELO: Muito engraçado, não?! A gente aqui se matando de trabalhar enquanto elas ‘tão’ lá se divertindo.

BRUNA: Não exagera. É só uma pilha de louça suja.

MARCELO: Tem razão. Então, Bruna, de onde você é?

BRUNA: Eu sou do interior. Mas eu não gosto de falar sobre, até porque não tem nem o que falar.

MARCELO: E por que veio para cá?

BRUNA: Ganhei uma bolsa na Campelo Costa. Vou cursar Gastronomia.

MARCELO: Que legal! Teremos uma cozinheira de mão cheia por aqui. Nunca conheci alguém que estudasse nesse ramo. Deve ser interessante estudar sobre refinamento dos alimentos, as técnicas de confecção, enfim...

BRUNA: Eu amo cozinhar. Desde pequena... Cozinhar é uma arte, e minha grande paixão.

MARCELO: Eu curso administração, no começo eu não tinha certeza do que queria, mas depois de entender melhor como funciona esse universo eu tive certeza que é o que quero pra minha vida, sabe. A maioria das pessoas acha que fui influenciado por alguém ao escolher esse curso.

BRUNA: Imagino.

MARCELO: E sua família?

BRUNA: Me desculpa, mas é que eu também não quero falar sobre isso.

MARCELO: Tudo bem, então. Mas tá difícil hein.

Ela sorri timidamente. Os dois silenciam por um instante. Marcelo volta a quebrar o silêncio.

MARCELO: Você tem namorado?

A pergunta pega Bruna se surpresa, ela se engasga com a própria saliva, mas vai se recuperando aos poucos.

BRUNA: Namorado? Claro que não. Eu acabei de chegar à cidade. Mas e você e a Valeska?

MARCELO: A gente ‘é’ amigo. Tá, um pouco mais do que isso, mas nada sério. Pelo menos da minha parte. Na cabeça dela a gente namora né, mas eu nunca disse isso a ela. A Valeska é uma garota legal, mas tem coisas na personalidade dela que me irrita. De qualquer maneira, acho que ela é apaixonada por mim, então é uma forma de retribuir o carinho.

BRUNA: Você acha isso certo? Retribuir o carinho sem sentir algo mais que atração?

MARCELO: Não, eu não acho certo. Mas é que... Bom, não sei. Você me pegou, menina. Realmente não sei por que ainda estou com ela. Talvez eu precise rever algumas atitudes.

Corta para a sala principal. As irmãs espiam de longe a conversa, curiosas. A expressão de Valeska é de raiva, Vanessa está atenta.

VALESKA: O que será que eles tão conversando?

| CENA 06 | CONDOMÍNIO ALMIRANTE / APARTAMENTO 209 / QUARTO IGOR / INT. / DIA.

JAQUELINE: Você pirou? Bateu com a cabeça na parede, foi isso? Como é que você me diz assim na maior que vai sabotar o carro do Cláudio?

IGOR: Dizendo, oras!

JAQUELINE: (inconformada) Você pode até matar alguém com isso. Tira essa ideia absurda da cabeça.

IGOR: Relaxa maninha, eu sei o que tô fazendo. Vou falar com um amigo meu que entende do assunto e vai ficar tudo certo. Pode ficar tranquila que não vai acontecer nada. Só que eu vou ganhar a corrida.

JAQUELINE: Vê lá o que você vai fazer.

IGOR: Confia em mim.

| CENA 07 | REPÚBLICA / QUARTO GOIABA / INT. / DIA.

Cláudio está esparramado na cama, vestindo uma blusa regata, vermelha, e um short florido.  Celso, por sua vez, ouve música em seu mp4, deitado na cama de cima, de camiseta branca e calça jeans. Celso tira os fones do ouvido e pula da cama, ficando de frente para o amigo.

CELSO: Eu achei que aquele moleque tinha desistido dessa ideia de revanche.

CLÁUDIO: O cara tem uma dívida comigo. Vai ter que pagar, ou, me vencer na próxima corrida.

CELSO: Na boa, Cláudio. Deixa isso pra lá. Você sabe que ele não tem como arranjar essa grana, perdoa essa dívida.

CLÁUDIO: Tá de brincadeira? Essa eu não vou deixar passar de jeito nenhum. Além do mais aquele moleque é muito marrento, chamou a gente de ‘cagão’ mano. Ele tá precisando de uma liçãozinha.

CELSO: É tudo provocação, cara. Coisa de gente imatura. Você não precisa cair nessa.

CLÁUDIO: Eu faço questão. Tu sabe que meu esporte favorito é uma corrida, adrenalina pura. E se é isso que ele quer. É isso que ele vai ter.

| CENA 08 | REPÚBLICA / SALA / INT. / DIA.

Vanessa está com o controle nas mãos. Marcelo e Bruna ainda estão na pia lavando a louça. Celina aparece na sala com uns papéis em suas mãos, segue em direção a dupla de lavadores de louça. Na cozinha, que também é sala.

CELINA: Bruna, aqui está la cópia del regulamento de la república.

BRUNA: Brigada, Celina. Deixa só eu terminar de lavar essa louça e depois eu dou uma olhada.

CELINA: Está bien.

De onde está Celina vira-se e se apoia no balcão que divide sala e cozinha, ela fala calmamente.

CELINA: Y las dos doncellas aí, no están interessadas en ayudar con los platos?! [E as duas donzelas aí, não estão interessadas em ajudar com os pratos?]

VALESKA: E correr o risco de quebrar minhas lindas unhas decoradas? Nunca. (inventando uma desculpa qualquer) Puxa, lembrei que tenho uma coisa muito importante pra fazer lá no meu quarto.

VANESSA: E eu lembrei que tenho que te ajudar, maninha. Tchauzinho, Celina.

As duas saem da sala, quase fugidas, rumo as escadas que dão acesso aos quartos.

CELINA: Que perezosas!

BRUNA: Quê?

MARCELO: Significa “preguiçosas”, em espanhol. Com tempo a gente vai aprendendo sabe...

Os três riem da situação.

| CENA 09 | REPÚBLICA / QUARTO UVA / INT. / DIA.

Alguém bate na porta. Luciano, vindo do banheiro vai em direção a porta, abrindo-a, se surpreende ao ver Fabiana. Ela veste uma camiseta cor de vinho que valoriza seu belo decote, e um short jeans.

LUCIANO: (surpreso) Fabi! Quê que você ta fazendo?

Ela vai entrando sem cerimônia, quase que se escondendo de alguém.

LUCIANO: Se a Celina te pega aqui dentro...

FABIANA: Tudo bem. Posso correr esse risco.

LUCIANO: Então, o que você quer?

FABIANA: Eu percebi, ou melhor, todo mundo percebeu você tava muito estranho no almoço. Quê que ta acontecendo?

LUCIANO: Nada demais, Fabi. É meu pai outra vez. Brigamos.

FABIANA: Ah ta. Seu misterioso pai. Qual é o teu segredo, garoto? Por que não consegue se entender com ele? 

LUCIANO: Isso não é da sua conta.

FABIANA: Tudo bem então. Não precisa se estressar. Já que você não quer falar no assunto, como sempre, e nem tá precisando de mim pra nada eu vou indo.

Ele a impede de sair segurando seu braço levemente.

LUCIANO: Não, fica. Você sabe que eu ‘tô’ precisando sempre de você… Se é que me entende!

Fabiana sorri maliciosa. Luciano se aproxima dela e segura sua cintura com as duas mãos tacando-lhe um beijo quente, ela se esquiva por um instante.

FABIANA: Mas e se a Celina/

Ele a interrompe novamente pondo dedo indicador na boca dela como se pedisse silêncio. Ele se afasta indo até a porta trancando a com a chave.

LUCIANO: Ela não vai saber. E ninguém vai nos incomodar. Eu tenho um código com o Marcelo, porta fechada, não incomode. Agora, vem cá vem.

Luciano aproxima-se novamente de Fabiana e a beija intensamente. Os dois vão em direção a cama de baixo do beliche sem desgrudar os corpos. Ela tira a camisa do rapaz que faz o mesmo com a dela em meio a troca de carícias. Ela joga Luciano na cama enquanto desabotoa seu short.

FABIANA: Você é meu...!

| CENA 10 | BAIRRO ONDE SE LOCALIZA A REPÚBLICA / EXT. / DIA.

MUSIC ON: (Tantinho – Carlinhos Brown)

Takes do bairro fictício onde se ambienta a história. A tarde vai passando aos poucos e lentamente o céu azulado de verão dá lugar ao brilho incessante das estrelas.

| CENA 11 | CONDOMÍNIO ALMIRANTE / APARTAMENTO 209 / QUARTO DELA / INT. / NOITE.

Ela veste uma camisola de seda azul, caminha pelo local de um lado para o outro sem sono, acaba por sentar-se na cama e lembrar-se do passado.

MUSIC OFF: (Tantinho – Carlinhos Brown)

FLASHBACK,

O ambiente é luxuoso e cômodo, observa-se que é um quarto pelos móveis que ali estão presentes: cama, guarda-roupas, cômoda. Isabel visivelmente nervosa está com um copo de vidro na mão contendo um líquido amarelado dentro, ela bebe compulsivamente enquanto observa a vista para o mar da janela de seu quarto. Alguém entra pela porta despertando a ira da mulher.

ISABEL: (brava) Onde você estava, Narciso?

Ele é um homem robusto, de cavanhaque, traja um terno.

NARCISO: Onde mais poderia estar?

ISABEL: (irada) Tava com ela, né?! Tava com a cretina da sua amante! Confessa. Eu já sei de tudo, eu já sei que você tá me traindo com aquela sua secretária de quinta.

NARCISO: Como você.../

ISABEL: A Janaína viu vocês dois no escritório. Quê que é? Achou que ela não ia me contar? Seu canalha!

NARCISO: (alterado) É verdade! E se você quer saber eu sou muito mais feliz com ela. É completamente diferente de quando estou com você que só me dá desgosto. Você não me satisfaz mais, Isabel. Eu quero me separar.

Isabel começa a chorar descontroladamente.

ISABEL: Seu cretino! Eu dediquei minha vida inteira a você, abri mão de tanta coisa por você. E é assim que você retribui? Isso não vai ficar assim.

NARCISO: (nervoso) O que é que você vai fazer?

Isabel vai até o criado-mudo colado na cama de casal e abre uma gaveta de onde tira uma arma calibri 38. Ela dispara a arma sem piedade, por três vezes. Os três tiros são certeiros em Narciso que cai no chão, jorrando sangue pela boca. Nesse momento, alguém entra no local apavorada com os tiros. Observa-se Janaína com os olhos arregalados ao perceber o que a amiga fez.

O som de alguém batendo na porta trás Isabel das lembranças para a realidade, ela se recompõe e vai atender.

JAQUELINE: Mãe, nós vamos dá uma saída.

ISABEL: E eu posso saber aonde vão?

IGOR: Você sabe, mãe. No “Ponto”, como sempre fazemos.

ISABEL: Está bem. Mas não voltem tarde, aquele lugar fica muito mal frequentado depois das doze. Eu já vou me deitar, estou indisposta.

JAQUELINE: Melhoras, então.

| CENA 12 | REPÚBLICA / QUARTO UVA / INT. / DIA.

Fabiana e Luciano estão na cama, adormecidos. Aos poucos Luciano desperta e chama por Fabiana que repousava o rosto sobre o peitoral do rapaz. Ela também acorda, ao perceber a situação em que se encontra se assusta, levantando-se rapidamente.

FABIANA: Nossa. A gente não podia ter dormido, Luciano. Já devem ter sentido nossa falta.

LUCIANO: Depois da canseira que você meu...

Os dois compartilham um risinho sacana.

FABIANA: A gente não devia ter feito isso.

LUCIANO: Por que não? Somos livres, maiores de idade, desimpedidos e vacinados. Relaxa, garota. Você gostou. Eu gostei. Tá tudo certo.

Ela volta a encostar-se ao peitoral de Luciano que a envolve com o braço.

FABIANA: Mas e se a Celina descobre? Com certeza a gente tá ferrado. Adeus república.

LUCIANO: Fala sério. Isso não é motivo pra Celina nos expulsar. Afinal, ela também deve transar ‘né’, eu acho.

O casal se olha, imagina a situação, fazem cara de nojo e riem à toa.

FABIANA: Não... Não mesmo! Melhor nem imaginar isso.

LUCIANO: Não esquenta com isso. Não tem como ela saber, a menos que eu ou você contemos.

FABIANA: É. “Cê” tem razão. Tô me preocupando à toa.

Ela o olha agora timidamente.

FABIANA: Você foi maravilhoso.

LUCIANO: Você também foi demais.

FABIANA: Mas e agora? Como é que a gente fica?

LUCIANO: Ficando?!

Mais risadas descontraídas. Ouve-se o som de alguém batendo violentamente na porta assustando o casal.

FABIANA: Ai, meu Deus! Ela descobriu...!

Close nos rostos dos dois, primeiro em Fabiana, depois em Luciano, assustados.

 
     

 

     
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