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Laços de Amizade: Capítulo 22

Novela de Diogo de Castro
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LAÇOS DE AMIZADE - CAPÍTULO 22

| CENA 01 | Continuação do capítulo anterior. Noite. República Universitária Laços de Amizade. Interior do corredor que dá acesso aos quartos. Frente a frente, Luciano e Fabiana estão tensos.

LUCIANO: Você só pode tá de brincadeira né garota?!

FABIANA: Eu não posso fazer isso, Luciano. É nosso filho.

LUCIANO: Não tem filho nenhum ainda. O que você carrega aí não passa de um feto em desenvolvimento. E é por isso que quanto antes tirar, melhor.

FABIANA: Olha o jeito que você fala de uma vida. Eu já sinto meu filho aqui dentro. Quê que aconteceu com você Luciano?! Tá completamente diferente daquele cara por quem me apaixonei. Eu não posso fazer isso.

LUCIANO: Eu não mudei, só estou agindo com a cabeça. Eu não posso ser pai ainda. E nem você! Vai ser melhor pra todo mundo. Pensa bem Fabiana.

Fabiana baixa a cabeça, em dúvida.

FABIANA: Eu...

LUCIANO: Não tem volta. Eu já consegui a grana e já sei onde podemos fazer isso. (pausa) Vamos jantar.

Luciano ergue a cabeça da namorada e a abraça.

| CENA 02 | Bar Ponto de Encontro. Interior. A casa está cheia. O som na pista de dança continua agitando o andar de cima, onde jovens dançam e bebem freneticamente. No andar de baixo, todas as mesas estão ocupadas. Corta para a mesa onde estão Vanessa e Ronaldo.

VANESSA: (nervosa) Oi...

RONALDO: Tava aqui te admirando. Você chamou a atenção dos marmanjos na pista. Dança muito, gatinha.

VANESSA: Brigada. Você é novo aqui? Nunca te vi.

RONALDO: Digamos que sim. Meu nome é Ronaldo, muito prazer.

VANESSA: Vanessa Peduzzi, o prazer é meu.

Ronaldo deixa escapar um risinho sacana.

RONALDO: Mas e aí, você...

O áudio do diálogo é cortado. O som ambiente aumenta. Corta para a mesa onde Marcelo está sentado, sozinho. Valeska surge de repente e senta-se sem ser convidada.

MARCELO: Valeska, na boa... Eu não to a fim de discutir com minha namorada por sua causa novamente.

VALESKA: (cara de pau) Prefere ficar sozinho?

MARCELO: Antes só que mal acompanhado.

VALESKA: Concordo plenamente. Mas como este não é o caso, eu fico.

Ela dá um sorriso descarado para ele, que está sério.

MARCELO: Sai daqui, Valeska, por favor.

VALESKA: Ai relaxa, gato. A Bruna não sai da cozinha tão cedo. Além do mais a Vanessa tá acompanhada.

Ela aponta para a mesa onde estão Vanessa e Ronaldo. Marcelo olha.

MARCELO: Aquele cara não é velho demais pra ela não?!

VALESKA: Que caretice, Marcelo. A idade é o que menos importa. To feliz por ela.

MARCELO: (provoca) Isso sim é novidade. Achei que você só ficasse feliz consigo mesma.

VALESKA: Que tipo de gente você acha que eu sou?!

Cláudio surge se intrometendo na conversa.

CLÁUDIO: Do tipo de gente chata, arrogante, mesquinha, autossuficiente e que só pensa em si mesmo.

Marcelo dá risada.

CLÁUDIO: (debochado) Esqueci alguma coisa?

VALESKA: (com ódio) Não tá vendo que tá sobrando aqui não, garoto?!

CLÁUDIO: Já pediram o rango? Tô varado de fome.

Cláudio senta-se. Marcelo não contém o riso.

CORTA PARA, mesa onde estão Vanessa e Ronaldo. Na mesa, duas cervejas e dois copos. Discretamente, ele põe mais bebida no copo de Vanessa.

RONALDO: Quer dizer que você cursa Pedagogia? Gosta de crianças?

Vanessa se empolga e fala sem parar.

VANESSA: (enfatiza) A-M-O! De paixão mesmo, cara. Meu pai ficou bolado comigo quando eu disse que faria Pedagogia. Ele falou que não tinha pagado escolas caras durante toda minha vida pra eu me tornar uma professorazinha qualquer sem era, nem beira. Com estas palavras. Vê se pode! Mas eu não dei a mínima, sempre tive uma paixão pela docência e é isso que eu quero fazer.

RONALDO: É... Seu pai não foi muito legal com você.

VANESSA: Ih meu filho, isso é o de menos... Você não sabe da missa, a metade! Hoje ele sequer se importa comigo e minha irmã. Vive fora do país, a negócios. Mas agora vamos falar coisas mais interessantes...

RONALDO: Como o quê, por exemplo?

VANESSA: Você...

Close em Ronaldo, desconfiado.

| CENA 03 | República Universitária Laços de Amizade. Interior. Reunidos à mesa, fazem a refeição Celina, José, Fabiana e Luciano. O silêncio paira no ar. Fabiana cabisbaixa, mal toca na comida. Luciano tenta disfarçar sua tensão, mas Celina e José percebem que algo está errado. Eles trocam um olhar. Celina toma a palavra.

CELINA: ¿Qué pasa con ustedes, chicos? [O que está acontecendo com vocês, meninos?]

JOSÉ: ¿La comida no les agrada? [A comida não está agradando?]

CELINA: Creo que es más que eso, mi amor. [Acho que é mais do que isso, meu amor.]

FABIANA: Não é nada. Só estou sem fome. Eu vou pro meu quarto, tenho que estudar pra uma prova amanhã.

Fabiana levanta-se desconfiada e sobe as escadas. Luciano permanece em silêncio

JOSÉ: ¿Y tu muchacho? [E você, rapaz?]

LUCIANO: Eu o quê, José?

JOSÉ: ¿Que te parece la comida? [O que está achando da comida?]

LUCIANO: Ah! Tá ótima.

Luciano volta a comer, de cabeça baixa. Celina continua desconfiada e troca mais um olhar de cumplicidade com José.

| CENA 04 | Bar Ponto de Encontro. Close na entrada do bar. Acabam de chegar ao local Igor e Jaqueline, ambos com cara de poucos amigos. Corta para a mesa onde estão Vanessa e Ronaldo. Ela, sorrindo, tenta pronunciar as palavras.

VANESSA: Cara, você é muito engraçado! Nem parece um quarentão.

RONALDO: Porque eu não sou. Ainda estou na casa dos trinta, mocinha. Pareço mais velho?

VANESSA: Ah, não é isso não. É como a gente costuma chamar os caras mais velhos sabe. Mas não, você não parece ter quarenta... Aliás, você é muito gato! Com todo respeito.

Ronaldo deixa escapar um risinho sacana, mas logo se torna sério. Olha fixamente no olho de Vanessa, que se desconcerta.

RONALDO: Nada, se comparado a você...

VANESSA (tímida): Brigada.

RONALDO: Você não gostaria de ir pra um lugar mais calmo?

Vanessa é pega de surpresa.

VANESSA: Hã... Não sei, acho melhor...

Ele a corta. Segura em seu queixo.

RONALDO: Garanto que não vai se arrepender.

MÚSICA: “Maré – NX Zero”.

Vanessa sorri demonstrando estar convencida. Ronaldo faz sinal para o garçom que se aproxima. Ele retira sua carteira do bolso e paga sua conta, levantando-se em seguida. Pega na mão de Vanessa que o acompanha em direção a saída. Discretamente ela olha pra trás tentando avistar a irmã que dá um “tchauzinho” da mesa onde está. Close em Marcelo, sentado à mesa com Valeska. Cláudio não está mais presente. Som agora é ambiente.

MARCELO: Você não vai fazer nada?

VALESKA: E estragar a noite da minha maninha, querida?! Claro que não, amore. Deixa ela se divertir. Tá mesmo precisando.

MARCELO: Sei não viu... Vanessa é muito inocente pro meu gosto. Esse cara não me pareceu confiável.

VALESKA: Você tem uma vocação pra pai careta que vou te contar viu!

Fim da sonoplastia.

| CENA 05 | Condomínio Almirante. Apartamento 209. Isabel e Janaína tomam um cafezinho na sala de estar, enquanto conversam.

ISABEL: Janaína, eu preciso falar uma coisa com você.

JANAÍNA: (toma um gole de café) Do que se trata?

ISABEL: É que eu tomei uma decisão em relação a sua estada aqui na minha casa.

JANAÍNA: (colocando a xícara de café na mesinha) Não vai me dizer que...

Isabel também coloca a xícara na mesinha.

ISABEL: Eu quero que você saia do meu apartamento.

JANAÍNA: Mas, Isabel... Eu não tenho pra onde ir.

ISABEL: Eu sei. Mas entenda que eu não posso travar uma guerra com meus filhos, por você. Igor e Jaqueline estão sumidos desde cedo! Daqui a algum tempo essa situação vai ficar insustentável. Você não pode mais ficar aqui. Me desculpe.

JANAÍNA: Mas eu não tenho a quem recorrer, Isabel. Você não pode me deixar na mão justo agora que eu mais preciso.

ISABEL: Eu já fiz tanto por você te tirando daquela prisão...

JANAÍNA: (alterada) Como é que é? Foi isso mesmo que eu ouvi? Você fez tanto por mim?! Eu passei meses da minha vida pagando por um crime que VOCÊ cometeu e agora vem me dizer que já fez muito por mim?

ISABEL: Me entenda, Janaína...

Janaína se descontrola e levanta-se do sofá.

JANAÍNA: Quem precisa entender alguma coisa aqui é você, Isabel. Você tem uma dívida eterna comigo. Outra pessoa no meu lugar não teria feito o que fiz. Eu acabei com todas as esperanças de uma vida melhor quando assumi aquele crime.

ISABEL: Você vai me jogar isso na cara o resto da vida?

JANAÍNA: Não se trata de jogar na cara. Não estou te cobrando nada. Mas você precisa saber que me deve isso, e como preciso de ajuda nesse momento, você tem a obrigação de me ajudar.

ISABEL: Eu não vou colocar em risco a minha relação com meus filhos por você, Janaína. Sinto muito.

JANAÍNA: Ah, então é isso? Pois saiba que a partir do momento em que você me expulsar daqui a sua relação com Igor e Jaqueline corre muito mais perigo.

Isabel levanta-se do sofá.

ISABEL: Você está me ameaçando, Janaína?

JANAÍNA: Isso não é uma ameaça, Isabel. Isso é uma atitude desesperada de alguém que precisa da ajuda de uma amiga.

A campainha toca interrompendo o clima tenso do diálogo. Isabel vai atender, Janaína volta a sentar-se. Do outro lado da porta, Suzana.

ISABEL: Que surpresa, Suzana.

SUZANA: Perdoe-me pela hora, vizinha. Mas eu preciso de outro favorzinho.

ISABEL: Entre, por favor.

Suzana entra sem cerimônia e lança um sorrisinho para Janaína, que o devolve tentando se recuperar do estresse. Isabel troca um olhar com Janaína e faz sinal para Suzana sentar-se ao sofá, sentando-se em seguida.

ISABEL: Esta é Janaína, uma amiga. E esta é Suzana, minha nova vizinha.

JANAÍNA: Prazer.

SUZANA: O prazer é todo meu, querida.

Aperto de mãos.

SUZANA: Está tudo bem por aqui?

JANAÍNA: (disfarçando) Está sim.

ISABEL: Mas a que devo a honra de sua visita?

SUZANA: Açúcar. Eu sei que é muito inconveniente de minha parte, mas não tenho mais a quem recorrer. E não fica bem uma mulher ir desacompanhada ao supermercado a essa hora da noite, sim?! Por acaso o seu filho Igor não me acompanharia?

ISABEL: Ah, certamente acompanharia. Mas infelizmente ele não se encontra. Mas não se preocupe, querida. Eu providencio isso pra você. Afinal, é pra isso que servem os vizinhos, não?!

Isabel e Suzana riem, a segunda disfarça sua decepção. Janaína continua séria.

| CENA 06 | Bar Ponto de Encontro. Interior. Movimentação intensa. Mesa onde estão Igor e Jaqueline. Ambos ainda inconformados com a novidade.

IGOR: A nossa mãe passou de todos os limites.

JAQUELINE: Levar aquela assassina pra dentro da nossa casa é o cúmulo do absurdo.

IGOR: Como é possível que exista um laço de amizade entre elas depois de tudo que aquela mulher fez?

JAQUELINE: Isso é no mínimo estranho, não acha?

IGOR: O que você quer dizer?

JAQUELINE: Tem mais coisa sobre a morte do nosso pai que não sabemos, Igor. Algo me diz que nossa mãe esconde alguma coisa.

IGOR: Será, Jaque?

JAQUELINE: Não posso afirmar nada, mas a partir de hoje vou ficar de olhos bem abertos com a dona Isabel. (pausa) Vou ao banheiro.

Jaqueline se retira. Igor toma um gole de seu suco de uva. Cláudio surge inesperadamente sentando-se à mesa.

IGOR: Quem te convidou a sentar, cara?!

CLÁUDIO: Eu tenho uma proposta pra te fazer.

Close em Igor, curioso.

| CENA 07 | Rua. Sinal de trânsito. Exterior. Um corsa azul royal está parado diante da faixa de pedestres. As pessoas atravessam na faixa, apressadas. No interior do automóvel está Ronaldo ao volante, e Vanessa no carona.

VANESSA: Onde estamos indo?

RONALDO: Pra minha casa.

Close em Vanessa, tensa.

| CENA 08 | Condomínio Almirante. Apartamento 209. Isabel serve café a Suzana que está sentada ao lado de Janaína no sofá central.

SUZANA: Seus filhos demoram, Isabel?

ISABEL: Quisera eu ter a resposta para essa pergunta.

SUZANA: Esses jovens não têm jeito. E você Janaína, tem filhos?

JANAÍNA: Tenho uma filha. Ela se chama Bruna.

SUZANA: Outro dia encontrei com Jaqueline e Igor no hospital onde meu filho está se recuperando, Isabel. Acabei esquecendo de te falar. Não sei se eles comentaram algo.

ISABEL: Não sabia que você tinha um filho, assim como também não sabia desse encontro de vocês.

SUZANA: E provavelmente não sabe que sua filha e meu filho são namorados.

ISABEL (surpresa): Não mesmo.

JANAÍNA: Do que ele está se recuperando, Suzana?

SUZANA: Acabou de acordar de um coma. Andou aprontando em minha ausência sabe. Se envolveu em um acidente de carro. O Celso sempre foi um garoto difícil.

JANAÍNA: (surpresa) Que mundo pequeno! Esse rapaz é morador da mesma república onde minha filha vive. Ela comentou comigo desse acidente. Muito triste.

SUZANA: Nossa, que coisa não?! Mas o pior já passou. Agora ele deve se recuperar em breve.

ISABEL: Espero que se recupere logo. Sendo ele seu filho, deve ser um bom rapaz. Aprovo o relacionamento dos dois. Seremos parentes, Suzana.

Elas riem amigavelmente.

| CENA 09 | Bar Ponto de Encontro. Interior. Mesa de Igor e Jaqueline.

IGOR: Tu tá me propondo uma aposta?

CLÁUDIO: É isso aí. ‘Vamo’ ver quem dois consegue deixar a coroa caidinha.

Igor dá risada.

IGOR: Cara tem certeza disso? Olha que ela já me deu prova de que eu sou muito bom, se é que me entende.

É a vez de Cláudio dá risada.

CLÁUDIO: Ela me deu condição no leito de hospital do próprio filho, ‘rapá’! Essa vai ser mole. A menos que ‘tu queira’ amarelar, como é de costume.

IGOR: Por falar em filho. Não se sente mal pelo Celso não?! Não se pega mãe de amigo, cara.

CLÁUDIO: Tu sabe muito bem como é difícil resistir aquela mulher... O Celso não precisa saber. Mas isso não vem ao caso, meu querido. Quero saber: topa ou não topa?

IGOR: Beleza. Vamos ver quem tem cacife suficiente pra conquistar o coração da dama de ferro.

Os dois sorriem em cumplicidade. Jaqueline volta do banheiro.

JAQUELINE: Que parte da novela eu perdi e os dois viraram amiguinhos?

CLÁUDIO: Amigo desse ‘zé mané’ aí? Não mesmo.

Cláudio se retira. Jaqueline encara Igor, desconfiada.

| CENA 10 | Bairro Santa Felícia. Casa de Carlos. Exterior. Ele acaba de passar pela porta, indo em direção à rua. O corsa azul Royal estaciona na frente da casa. Vanessa estranha.

VANESSA: Você mora aqui?

RONALDO: Digamos que sim.

Ele abre a porta e sai do carro. Dá a volta e abre a porta para Vanessa sair conduzindo-a até a porta de entrada da casa. Corta para o interior do local. Vanessa adentra, desconfiada da casa mal arrumada. Ronaldo fecha a porta com chave, para o desespero da garota.

VANESSA (tensa): Por que você trancou a porta?

O semblante amigável de Ronaldo se converte em um misto de malícia e maldade.

RONALDO: Porque agora somos só nós dois, belezinha. Eu e você.

Vanessa se desespera. Ronaldo se aproxima dela.

VANESSA: (tensa) Me deixa ir embora. Eu não quero ficar aqui.

RONALDO: Calminha, gostosa. A gente nem começou a se divertir ainda.

VANESSA (histérica): Abre essa porta. Eu quero ir pra casa. Não chega perto de mim.

Ronaldo a segura com força pela cintura. Ele cheira o pescoço de Vanessa, que treme de medo.

RONALDO (libidinoso): Quê que é isso... Assim eu fico louco!

Vanessa tenta se soltar, mas ele é mais forte.

VANESSA: Me larga. Por favor, me deixa em paz!

RONALDO: Quietinha. Caladinha. Você vai fazer tudo que eu mandar.

Ronaldo sorri malicioso. Close em Vanessa, apavorada.


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