Leonardo Médici
(Carmo Dalla Vecchia)- Pai de Ricardo e um dos mais importantes
industriais de São Paulo. Sua convivência com o filho não é tão pacífica.
Nathalia Médici
(Guilhermina Guinle)- Mãe de Ricardo e uma das mais respeitadas
economistas de São Paulo. Nutre grande afeto pela família e pela empregada
Jacira, a quem tem com fiel escudeira.
Jacira (Solange
Couto)- Empregada da família Médici, irreverente, capaz dos maiores atos de
bravura em nome de Ricardo, a quem viu nascer.
Márcia Médici (Charlize Theron)- irmã de Nathalia. Psiquiatra renomada. Nutre um ódio mortal
pelo cunhado.
Marcos (Vladimir
Brichta)- motorista da família Médici. Um homem enigmático, que apresenta
uma estranha devoção pelo patrão.
Anna Ferrara (Camila
Queiroz)- Namorada de Ricardo, com quem vive uma relação conflituosa.
Lícia Ferrara (Sílvia
Pfeifer)- Mãe de Anna. Dondoca falida, que vive das migalhas
ofertadas pela família Médici.
Giacomo Ferrara
(Gabriel Braga Nunes)- Pai de Anna. Presta-se a qualquer situação para
retirar alguma vantagem financeira de Leonardo.
Benício Ferrara
(Matheus Costa)- Irmão de Anna. Jovem, de caráter ilibado; o mais sensato
membro do clã dos Ferrara.
Gabriel (Christyano
Augusto)- Bombeiro apaixonado pela profissão. É capaz de qualquer coisa
para salvar o próximo.
Mãe do Gabriel (Cissa
Guimarães)- Mulher simples, lutadora, que está sempre ao lado do filho.
Jarbas (Cacá Amaral)
– motorista de Márcia Médici. Um homem sensato, que desaprova as atitudes da
patroa.
Jardineiro Luís (Tonico
Pereira)– Reivindicativo, acompanha de perto as tragédias que abatem a
família Médici.
Ricardo Médici (jovem / Fiuk)- Filho de uma das mais influentes família de São Paulo.
CURIOSIDADES
1. O Desbravador de Identidades é uma nova história, não é um remake; apenas teve como base a história original;
2. A história possui muitos flashbacks; na verdade, há, em média, dois momentos de volta ao passado por capítulo;
3. Para auxiliar na trama, o autor ouviu muitas canções da banda Evanescence, que, de alguma forma, o inspiravam;
4. Muitas reviravoltas apesar da trama possuir número reduzido de personagens;
5. Foi uma decisão difícil abordar alguns temas-tabus em O Desbravador;
6. Houve um grupo de leitores que acompanhou a produção da novela, lendo, diariamente, todos os capítulos enviados por WhatsApp. A cada capítulo, um questionário dissertativo sobre a trama. Com base nas respostas, novas cenas foram inseridas, assim como alguns personagens ganharam mais força, por serem amados pelo público.
7. Na versão original, a empregada Jacira não existia.
8. A tecnologia que se usava à época resumia-se a um celular restrito a ligações e mensagens e salas de bate-papos em provedores remunerados como o Uol e o Terra.
9. A história foi mantida em 2003; se trazida aos dias atuais, poderia perder sua essência, afinal, toda a trama se inicia numa sala de bate-papo no inverno daquele ano;
10. 99% da trama de O Desbravador de Identidades ocorre no inverno de 2003.
AGUARDE... CONECTANDO...
Alguns segundos e a tela se abre numa chamada virtual, onde Ritinha surge do outro lado.
ÉDY DUTRA: - Ritinha! Como você está? Quanto tempo, mulher!
RITINHA: - Oi, Édy! Estou bem, graças a Deus! Me cuidando né, tomando banho de álcool em gel todos os dias! E usando máscara até pra fazer chamada de vídeo em casa!
ÉDY DUTRA: - Eu estou vendo! Hahaha
RITINHA: - Desculpa a demora na conexão, o Gabo não trocou meu computador ainda. Então eu estou usando uma carroça e o sistema da emissora demora pra rodar aqui.
ÉDY DUTRA: - Mas ele precisa te fornecer o equipamento para o home office! Até porque, sem tu aí fazendo as operações, a WebTV para!
RITINHA: - Ah, seu Édy! Fala o senhor aí pra ele, porque se eu disser, é capaz dele nem me dar férias!
ÉDY DUTRA: - Deixa pra mim, Ritinha! Vou te ajudar. Mas agora eu preciso que você me ajude. Eu tenho a entrevista pra fazer, tá tudo certo aí na técnica?
RITINHA: - Tudo em ordem! O convidado tá entrando aqui. Pode fazer a introdução em 3... 2... 1... No ar!
Édy vira para a câmera.
ÉDY DUTRA: O ano é 2003. O mundo acompanha a represália norte-americana ao Iraque, o projeto genoma é finalizado, nas telonas é exibido o último filme da trilogia Senhor dos Anéis, o Brasil ainda surfa na onda de ter sido pentacampeão mundial de futebol no ano anterior. Falando em Brasil, o país vê assumir a cadeira presidencial um Metalúrgico, pela primeira vez na história. Em meio a tantas mudanças políticas e sociais, a internet ainda engatinhava por estas terras, com a conexão discada e a única rede social possível – as salas de bate-papo. E é neste universo que o jovem Ricardo Médici tem transformada a sua vida. É sobre ele e todos os outros temas e personagens de “O Desbravador de Identidades”, a nova novela da WebTV que estreia dia 23. Quem vai bater esse papo comigo é o autor, Carlos Motta. Bem-vindo, Carlos!
ÉDY DUTRA: A primeira pergunta que faço pega mais o autor do que a obra, embora a obra traga suas referências, sua experiência de vida. O Desbravador vem ao ar retratando um período de quase 20 anos atrás no Brasil. O que você lembra desta época na sua vida e que você achou bacana retratar na novela?
CARLOS MOTA: A eleição do primeiro metalúrgico ao poder, o fascínio que as salas de bate-papo exerciam sobre as pessoas e como elas se desmascaravam diante de estranhos, expondo suas formas reais, aquelas que, na vida real, jamais seriam admitidas. Fascinava-me o interesse pelo celular, um artigo de luxo, apesar das empresas de telefonia - privatizadas em 1998, durante a era FHC - se esforçarem para que fosse acessível a todas as castas sociais. Lembro-me do alta expressiva do dólar, o risco Brasil bater o teto, o mundo estremecer com os primeiros atos assinados pelo Operário, a corrupção surgir por meio do mensalão...São tantas coisas! Mas não posso me esquecer dos preconceitos que margeavam uma sociedade moderna nos recursos, mas arcaica nos princípios.
ÉDY DUTRA: Você diz que a sociedade era ou estava se modernizando nos recursos mas seguia, ou segue, arcaica nos pensamentos. São Paulo sempre foi vista como uma cidade de vanguarda, mas ao mesmo tempo, conservadora. Há uma mistura de tipos nessa "Selva de Pedra". O Ricardo Médici, protagonista da história, ele é um reflexo disso? Um jovem com muitos recursos mas com atitudes e pensamentos arcaicos? Quem é esse rapaz?
CARLOS MOTA: Ele é o reflexo de uma elite que só pensa em si, que se mostra incapaz de se solidarizar com o sofrimento alheio. Isso fica evidente quando Ricardo se depara com um casal de nordestinos, com um bebê de colo debaixo da ponte, sofrendo com o frio e a chuva da madrugada de junho de 2003. Ricardo é arrogante, inconsequente, o que pensa o tempo todo é acalmar sua libido, porque se não sabem, ele é conhecido como o senhor das ninfetas de Alphaville, região onde mora, na grande São Paulo. Com o poder que tem, manipula a sociedade, como se todos fossem fantoches e só existissem para realizar seus caprichos. Aprendeu a ser assim. E permanece. Ainda que o mundo esteja em evolução e os muros dos preconceitos sendo derrubados aos poucos.
ÉDY DUTRA: O Ricardo é herdeiro da família Médici, filho de Leonardo e Nathalia. Ele, um dos maiores industriários de São Paulo e ela, uma renomada economista paulistana. Essa inconsequência do Ricardo tem raiz familiar?
CARLOS MOTA: Talvez. Ricardo sofreu muito, tem um passado alicerçado na perda da mãe; com poucos anos presencia uma das cenas mais tristes desta novela, que o faz mudar para sempre. E para pior. Mas como na vida real, a vida não carrega apenas algozes, há os anjos que surgem e nos amparam em todos os momentos e com ele não é diferente. Mesmo com a alma ferida, Ricardo não está só, porque Jacira, a empregada da família, que o viu nascer, está lá, sempre a postos, pronta para resgatá-lo das vilanias - seria este o termo correto? - que pratica. Se conseguirá trazê-lo para a "luz", isso é outra coisa, que o leitor fisgará das páginas de O Desbravador de Identidades.
ÉDY DUTRA: Então ele tem uma fonte de amor, que é Jacira. Um amor de acolhimento, de proteção. Mas ele encontra também uma fonte de perturbação, digamos assim, que é o Desbravador de Identidades. Esse encontro acontece numa sala de bate-papo, que era, digamos assim, a rede social da época. O Desbravador pode ser um reflexo das ações que o Ricardo pratica? Reflexo ou consequência dessas...?
CARLOS MOTA: As duas coisas. O Desbravador surge do nada, altas horas da madrugada, numa sala de bate-papo, onde se encontram dezenas de pessoas, todas encobertas pelo anonimato; com seu vocabulário peculiar, é repelido pelos internautas presentes, com exceção de Ricardo, que resolve desafiá-lo. O que surgirá a partir daí será uma trama construída numa velocidade semelhante a de uma série, em 220v. Cada capítulo uma revelação. E cada revelação uma bomba. E todas com um enorme poder de destruição. O Desbravador quer a cabeça do jovem, por isso o fisga com iscas bem escolhidas. É uma figura que despertará muitos sentimentos no leitor. Haverá quem o odiará e mesmo quem o amará. É neste misto de sentimentos, em cenários cuidadosamente escolhidos da selva de pedra, que as personagens transitarão por 30 capítulos.
ÉDY DUTRA: Eu comentei nos bastidores que gostei dos perfis das irmãs Nathalia e Márcia. Eu adoro trama com conflitos familiares e me parece que essa família Médici serve isso num prato bem cheio. O que o público pode esperar dessa família, onde a cunhada nutre ódio pelo marido da irmã?
CARLOS MOTA: O Desbravador de Identidades surgiu da necessidade de desmascarar algumas situações reais na sociedade do início do século. Uma sociedade que se dizia justa, igualitária, solidária, mas como tudo nesta terra, a encenação fazia parte do pacote e o que era deixara de ser de acordo com a conveniência. É justamente dessas situações que nasce o ranço entre Márcia Médici, a psiquiatra, e Leonardo Médici - nascido Leonardo Almeida, o seu cunhado. Tenha certeza, os motivos dessa desavença surpreenderão o leitor e o conduzirão a uma reflexão além da novela.
ÉDY DUTRA: Pra gente finalizar, Carlos, eu te pergunto o que você acha que mudou na sociedade de 2003 pra cá? Ainda há Ricardos e Desbravadores por aí? Ainda há muita relações de aparência, a encenação para a mídia/meios sociais?
CARLOS MOTA: Sim e isso machuca. Gostaria de dizer o contrário. "Ricardos" estão por todos os cantos, travestidos de anjos, agindo como cordeiros, quando as reais intenções se aproximam das de um lobo. E há como combater este mal? O Desbravador mostra que sim, mas tudo tem um custo, às vezes tão alto quanto o valor de uma vida, porque para estas pessoas, não há limite que não possa ser ultrapassado. Elas se julgam donas do mundo e das pessoas e que podem tudo, sem pensar nas consequências, como se a lei fosse uma letra morta, num livro sem valor. Pior, para elas, a lei só foca os mais humildes, aqueles que não têm um bom advogado para se defender. Óbvio que se inquiridas pela imprensa, dirão que não, que defendem a lei acima de tudo, que ajudam os mais pobres, que amam o próximo, mas sabemos, tudo é de fachada, para ilustrar boas fotos em grandes jornais ou matérias de cunho social no Jornal Nacional. Esta encenação sempre existiu e sempre existirá. Se Os Desbravadores conseguirão combatê-la com a mesma intensidade, ah, isso é outra história.
ÉDY DUTRA: Carlos, muito obrigado pelo bate-papo! Já estou ansioso para acompanhar sua nova novela aqui na WebTV! Dia 23 hein galera!... Meu amigo, muito sucesso pra ti nesta nova empreitada!
CARLOS MOTA: Eu que agradeço. Foi uma honra ser entrevistado por uma das figuras mais admiradas do MV. Um grande abraço.
ÉDY DUTRA: Ah querido! Valeu!...
Na tela mostra CARLOS MOTA – DESCONECTADO.
ÉDY DUTRA: Ritinha, muito obrigado pelo suporte!
RITINHA: Conta comigo sempre que precisar, Seu Édy! E fala pro Gabo me dar um computador novo, pelo amor de Jesus Cristinho!
ÉDY DUTRA: - Pode deixar que eu falo sim! Um beijo! Saudades!
RITINHA: Beijo!
CONEXÃO ENCERRADA.
apresentação
Édy Dutra
convidado
Carlos Mota
participação especial
Ritinha
direção
Gabo Olsen
entretenimento
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REALIZAÇÃO
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