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Testemunha de um Crime - Capítulo 20

Novela de Luiz Gustavo
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  CAPÍTULO 20
 
 



*****

Quando estavam à 18 quilômetros de distância do ponto de tráfico e de prostituição. David desacelera o pálio cinza e estaciona na frente de um bar, descerra sua janela e respira aliviado.

Amanda o observa com um sorriso astuto estampado na face.

- Não devíamos ter fugido. 
- David, você está se protegendo. Acha mesmo que eles irão fazer algo com a Andressa? 
- Sim. – Ele disse receoso. 
- Para e pensa o que vão ganhar tirando a vida dela? Nada. 
- Eles apenas me querem vivo. 
- Isso, não assiste filmes de ação?
- Ás vezes.
- Se mantenha na linha garoto.
- Como assim?
- Haja com calma, a pressa é nossa maior inimiga.

Ele pega uma garrafinha de água e ingere com rapidez.

- Sinto falta dela, Amanda. Como se tudo parasse de ter algum sentindo. E agora tem esses caras na minha cola, sou apenas um garoto de dezessete anos porra. Não sou covarde, mas queria fugir, para um lugar bem distante e longe daqueles que amo. Só assim vocês vão continuar bem. 

Os olhos castanhos do garoto começam a marejar.

- É difícil a caminhada, pense assim... – Amanda começa a falar, na tentativa de tranquilizar o melhor amigo: Um dia você vai encontrar um mapa para todas as suas respostas, mas agora, temos que prosseguir, mesmo não sabendo onde Andressa se encontra.

O garoto tenta frustrado ligar para a professora de português, mas ninguém atendia, retorna para o carro e veste uma camiseta de manga cumprida devido ao frio da madrugada indo para o estabelecimento, Amanda permanece acomodada adiante do galpão, tomando uma dose de cachaça.

- Você é apaixonado por essa Andy né?

David assente com a cabeça.

- Nunca a traiu?

David fica nervoso com a pergunta, mas resolve contar a verdade.

- Teve uma vez num luau na praia, eu estava muito bêbado e apareceu uma garota misteriosa, sabe? Nos beijamos, mas pareceu uma mentira apesar do cheiro de seu perfume. Desmaiei e bem...

O adolescente observa o contexto do local, não tinha quase ninguém além dos funcionários. Ele se aproxima de Amanda e continua o diálogo baixinho:

- Escutei um barulho de tiro e posteriormente, despertei na casa de praia da minha família.

Amanda faz uma cara de assustada.

- Esses homens sempre estiveram na sua cola?
- Desde que fui testemunha de um crime.
- Caramba. 
- Aquela noite como um todo, parece um blecaute, cercada de enigmas que não consigo decifrar, como uma chave, tem horas que me vem em mente um homem me salvando, mas nunca consegui enxergar o seu rosto para agradecer.
- Vamos esquecer tudo agora, meu amigo? – Amanda oferece a bebida alcoólica ao garoto que recusa de primeira. – Bebe só um pouco você está estressado. 
- Não. Estou dirigindo e sou menor de idade. 
- Só um golinho. Vai fazer desfeita?

Amanda consegue me persuadir, estava com tantos problemas rodando pela minha cabeça, o álcool acabou me dando mesmo que momentâneo um pingo de felicidade, mas tão frio, que soava a ser falso, minha cabeça doía, procurávamos um hotel para passar a noite, encontramos ali próximo, que nem pediu o meu número de RG ou outros documentos, apenas pagamos a vista e já entramos, 70 reais, mais barato do que imaginávamos. Agora, só queria ver a Andressa, onde você está meu amor? 

*****

Andressa desperta de um longo entorpecimento, suas pernas e braços continuam amarradas, a boca amordaçada. Há mais de 15 horas não colocava nada na boca, sente fome e sede. Fita o quarto de particularidade ignóbil, sem centro de arejamento e uma lâmpada no teto quase esbraseando. Aqueles dias eram como um terror sem epílogo.

Escuta o barulho de chaves girando no trinco, logo depois um homem aparece em sua frente deixando-a abalada.

- O David, acha que está brincando conosco. – Disse Sávio pouco zangado, tirando a mordaça da boca da garota que pouco tinha forças. – Sabia que ele está com uma prostituta? Acho que já te esqueceu. 
- NUNCA! – Andressa sente uma dor na ponta do estômago, seus lábios estavam secos, mas não perde as esperanças. – Ele me ama. 
- Parece que não.

Ele a encara, Andressa pode sentir o sabor de seu hálito e cheirava e menta.

- Eu quero aquele garoto na palma das minhas mãos.
- Para que isso?

Andressa não queria chorar mais, para não demonstrar fraqueza a esses facínoras.

- Vingança, ou terei que explicar isso a você?
- Não. Sei que o David é forte. 
- Acho que este garoto fugiu porque é um covarde. 
- Fugir é para os fracos.

Sávio retirou-se da sala por alguns minutos, retornando depois com uma marmita e um copo de água, deixando no pavimento de cimento, quando saiu novamente, deixou Andressa solta no cômodo, para que ela pudesse se alimentar, a garota começa a comer cada grão de arroz e feijão, retirando a dor do apetite da barriga e engole a água, estava forte, mas não tinha como sair daquele lugar, a não ser que o namorado a tire dali.

*****

Adam Smith continua sentado no chão perto do túmulo de Bruno Lima, plantado naquele dia para sempre em terras paulistanas, longe da família em Fortaleza. A folha balançava em torno do jardim da paz e o vento começa a ficar frio. Ele queria o perdão do melhor amigo. Ouve alguns passos se aproximando, trata-se do filho, utilizando um sobretudo o protegendo da estiagem.

- Pai. Vamos ir embora? Está tarde.

Adam se levanta e caminha em direção de Nick, que o abraça, suas pernas tremias e a voz parece ficar meio trêmula.

Nick enxuga algumas lagrimas no rosto.

Adam começa a sussurrar:

- Ele morreu me odiando. 
- Não fale assim, o Bruno estava entregue aos sentimentos. Você foi certo, quem teve culpa neste caso foi aqueles miseráveis da facção, pense assim.

Adam tinha como filho, um garoto de sábias palavras, educado para fazer o bem, principal orgulho de sua vida. 

- Você é muito inteligente.
- Aprendi com meu maior professor. 
- A vida manda mais barreiras que podemos imaginar.
- E quando a mamãe morreu?
- Foi como uma facada no peito. No entanto, eu segui em frente por causa de você.

Os dois seguiram em frente, em direção do veículo. As flores estavam postas na lápide, perto das poucas palavras gravadas no granito, a vida e a lembrança de um homem.

*****

Um nó é dado no cérebro de David, deixando o resto de seu corpo completamente frágil. Ele acomoda-se na cama e tenta conter a sensação de náusea devido ao álcool.

- Tudo bem David? – Pergunta Amanda sentando-se ao lado do garoto. – A bebida não lhe fez bem? 
- É. – Fala meio ébrio. 
- Deu para perceber, devido a minha antiga profissão acho que meu estômago se acostumou, não sei se é estômago ou rim. 
- Fígado. – Responde o garoto, que sempre tirava notas azuis na escola.
- Sabe que quando eu estou bêbada eu penso em coisas boas? 
- Sério? 
- Eu queria ser feliz David, por um minuto na minha vida. – Amanda começa a chorar descontroladamente e acaba recebendo um abraço do amigo. 
- Calma. – Fala acariciando a amiga. – Você não está bem agora?
- Sim.
- Por pior que seja o momento, estou relaxado ao seu lado, Amanda. 
- David...

Amanda se cala por alguns minutos, olha para o rosto na sua frente. Não pensava na diferença de idade e sim no sentimento existente ali naquele instante, no quarto de hotel vagabundo de apenas 70 reais, localizado em uma rua que nem mesmo GPS do Google poderia encontrar, os dois acabam se entregando um ao outro. 

 





INSPIRADO EM UMA HISTÓRIA REAL

autor:
LUIZ GUSTAVO

elenco
DAVID ASSUNÇÃO

AMANDA LOPEZ
ANDRESSA YAMASHITA

HERBERT VIANA

NICK SMITH
ADAM SMITH

FRANK SALVATORE
BRUNO LIMA

PROFESSORA MARIA
ROBERTO ASSUNÇÃO

MATHEUS
JEFERSON

DONA HILDA
SÁVIO MESSIAS
JUNIOR BRANDÃO

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL:

MARCELO MIRANDA
MÔNICA VELARDO

TRILHA SONORA:
SAVE ME - REMY ZERO (abertura)

COLABORAÇÃO:
MÁRCIO GABRIEL
JULIANA CORDEIRO


PRODUÇÃO:
BRUNO OLSEN
CRISTINA RAVELA


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


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