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Talismã - Capítulo 18

Novela de Édy Dutra
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No capítulo anterior de Talismã:

ELIZABETH: - Eu não vou permitir que você se “aposse” do patrimônio de meus filhos.

ROSA: - Elizabeth, por favor. Foi um desejo do Tarcísio que/

ELIZABETH: - Eu não falei com você, Rosa. Embora nada me tira da cabeça que você esteja envolvida nesse golpe.

LÍVIA: - Não tem golpe nenhum aqui. Eu não seria capaz de ter algum interesse no patrimônio do Tarcísio.

ELIZABETH: - Me engana que eu gosto, sua/

ROSA: - Modere suas palavras, Beth!

ELIZABETH (controla-se): - Tudo bem. Veremos quem vai ficar com o quê aqui. (encara Lívia) mas saiba que não há dinheiro nesse mundo que mude sua essência baixa e vil. Pena que os últimos dias do Tarcísio tenham sido ao lado de alguém desse nível. Pena mesmo.

...

MARILU (indignada): - Como você deixou acontecer uma coisa dessas?! Como?!

PAULO: - E você queria que eu fizesse o quê? Que rasgasse o testamento na frente de todo mundo?

MARILU: - Sei lá. Poderia ter dado um fim naquela vadia da Lívia!

PAULO: - Eu não posso sujar minhas mão, Marilu. E a Lívia não pode morrer.

MARILU: - Como é que é?!

PAULO: - Ela está nos meus planos. Mas isso é outro assunto.

MARILU: - Não venha com segredinhos pra cima de mim, Paulo!

PAULO: - Não to com segredo nenhum. Só vou esperar o momento certo, pra não ter erro.

...

PAULO: - Calma. Calma porque eu vou dar um jeito de arrumar sua vida.

MARILU: - Ah vai? E eu posso saber como?

PAULO: - Simples. Você também vai entrar na Amaro.

Marilu se mostra surpresa.

MARILU: - Você ta bem, Paulo? Não ta falando coisa com coisa.

PAULO: - Grava o que eu to te dizendo. Você vai entrar na Amaro.

...

Alexandre presta atenção na TV.

REPÓRTER (NA TV): - Lívia Ribeiro da Silva foi a única pessoa incluída no testamento e que recebeu herança, mas que não era da família de Tarcísio Ferreira.

ALEXANDRE: - Como é que?! A Lívia?!

Na TV, mostram imagens da saída de Lívia da empresa, acompanhada por Rosa.

REPÓRTER (NA TV): - A família do empresário não quis se manifestar sobre o assunto.

Alexandre, incrédulo, bebe mais uns goles de cerveja.

ALEXANDRE: - Então ela foi pra São Paulo! (ri) Lívia, Lívia... Eu sabia que um dia eu iria encontrar você. E agora, rica! Me aguarde!

 
     
     
     
     

CAPÍTULO 18
 
     
 
 
 

CENA 01. RIO DE JANEIRO. BAR. EXT. NOITE. 

Continuação do capítulo anterior. Alexandre se anima ao saber do paradeiro de Lívia. MUSIC ON (Bella Ciao – Alok Bashkar, Jetlag Music e André Sarate)

ALEXANDRE: - Em São Paulo?... Quem diria que aquela vagaba ia se dar bem?!...

Nesse instante, a garota que ele estava esperando no bar aparece. MUSIC FADE OUT

NINA: - Tá aqui o dinheiro (entrega as notas para Alexandre). Desculpa a demora, mas o cliente disse que pagava mais se eu ficasse um pouco além do tempo, então eu/

ALEXANDRE (pega o dinheiro): - Tá bom, deixa assim. Agora eu preciso é me organizar.

NINA: - Se organizar? Pra quê?

ALEXANDRE: - Não te interessa.

NINA: - Desculpa! Não ta mais aqui quem perguntou... Olha só, só me dá a minha parte que eu já vou embora.

ALEXANDRE: - Que tua parte o quê, Nina? (saindo) Esquece.

NINA (pega Alexandre pelo braço): - Ei Alexandre! Que história é essa?

ALEXANDRE (encara Nina): - quer fazer o favor de largar o meu braço?

NINA: - Só largo quando você me der minha grana!

Alexandre empurra Nina, que cai na calçada chão. As pessoas no bar observam, um tanto surpresas.

ALEXANDRE: - Aprende uma coisa, sua idiota. Você é só um brinquedinho que serve pra satisfazer os homens. Não tem o direito de levantar a voz pra mim, ta ouvindo?

NINA: - Não é justo, Alexandre! Eu trabalhei, eu quero meu dinheiro!

ALEXANDRE: - Ah você quer? (tira do bolso 10 reais e joga no rosto de Nina)

NINA: - Só isso? Mas eu mal consigo voltar pra casa com dez reais!

ALEXANDRE: - Se ta achando ruim, me devolve então!... E se não dá pra voltar pra casa, fica aí na rua mesmo, feito lixo a céu aberto. Ridícula.

Nina chora.

ALEXANDRE: - Agora me deixa em paz porque eu vou cuidar da minha vida.

NINA: - Monstro!

ALEXANDRE: - Vadia! Vai te catá, Nina! E vê se aprende! A vida não é sempre como a gente quer. Neste caso a sua, porque a minha vai ser sim, um mar de rosas... (saindo)

Nina chora no chão da calçada, enquanto Alexandre vai indo embora. MUSIC STOP

CENA 02. MANSÃO TARCÍSIO. ESCRITÓRIO. INT; NOITE.

Rafael e Agda conversam.

RAFAEL: - Como é que é vovó?

AGDA: - Eu quero tirar tudo o que essa tal de Lívia ganhou injustamente no testamento. Ela ganhou mais que eu! E ta levando o que é de vocês também!

RAFAEL: - Não, vovó.

AGDA: - Claro que é isso sim, Rafael.Está no testamento! Ela/

RAFAEL: - Não, a senhora não vai fazer isso.

AGDA (surpresa): - O que você disse?

RAFAEL: - Eu disse que a senhora não vai fazer isso. É uma atitude totalmente errada.

AGDA: - Eu me nego a acreditar Rafael, que você está defendendo essa vadia que foi a responsável pela separação dos seus pais e consequentemente pela desunião da nossa família?

RAFAEL: - Sem dramas, dona Agda, por favor! A senhora bem sabe que a união da família já estava abalada há muito tempo, bem antes dessas amantes do meu pai surgirem. E eu não estou defendendo ninguém, ta legal? A única coisa que eu acho é que se a Lívia tem seu nome no testamento, foi porque meu pai quis e isso deve ser respeitado.

AGDA: - E você sabe até o nome dela!

RAFAEL: - Querendo ou não, ela fará parte da nossa vida agora.

AGDA: - Da minha não!

RAFAEL: - Ela estará dirigindo a empresa também.

AGDA: - E você só vai se incomodar com ela lá dentro. Escreva o que eu estou te falando: essa mulher vai ser um problema na sua vida e na de todos nós!... Pena que você que não tem pulso firme como eu, para extirpar de uma vez por todas esse tipo de gente do nosso meio. Pena...

Agda se retira. Rafael fica pensativo.

CENA03. CLÍNICA DR. FAUSTO. INT. NOITE.

Os funcionários se organizam pra ir embora. Gisa está empolgada, organizando suas coisas.

ADRIANA: - Mas que empolgação é essa mulher?

GISA: - Ai Adri! Hoje vai rolar uma festa daquelas na Age Aquarious. Tudo quanto é homem bonito vai ta lá.

ADRIANA: - É mesmo?... Sabe que, eu não sou muito fã daquele lugar não. Não vejo boas intenções por lá...

GISA: - Ah, mas eu hoje quero só as más intenções pra mim. Amiga, eu to na seca!

ADRIANA: - Então você acha que hoje/

GISA: - Hoje eu faço a fama e deito na cama, de preferência com um homem lindo e maravilhoso!

Nesse instante, Almir chega no local.

ALMIR: - E aí, ta pronta, Gisa?

GISA: - Ai, quase Almir!.. Mas antes a gente vai ter que passar lá em casa, porque eu esqueci de pegar meu vestido.

ALMIR: - Ah não, Gisa! Não vai demorar né?

GISA: - Não! É coisa rápida!...

ADRIANA: - Você também vai nessa festa, Almir?

ALMIR: - Vou né, sem nada pra fazer. E faz tempinho que eu não saio à noite. Você não ta afim de ir?

ADRIANA: - Não, obrigada. Daqui a pouco o Marcos ta aí pra me buscar/ (sinal de mensagem no celular. Adriana olha) Olha aí, é ele mesmo. Tá lá fora me esperando. (pega a bolsa) Boa festa pra vocês!

GISA: - Valeu amiga. Bom namoro pra você!

Adriana sai.

ALMIR: - Vamos logo Gisa!

GISA: - Ai, to indo! To indo!

Almir, um tanto impaciente, espera Gisa arrumar suas coisas para ir embora.

CENA 04. AGE AQUÁRIOUS. INT. NOITE.

MUSIC ON: WORLD HOLD ON – Bob Sinclayr

Imagens gerais da Age Aquárious. Festa bombando. Muita gente, música, pessoas se divertindo. No balcão, Henri, visivelmente alcoolizado, toma uns goles de uísque. Sarah se aproxima. MUSIC FADE

SARAH (animada): - Henri, que festa é essa? Nunca vi a boate tão cheia como hoje! Adorei!

HENRI: - Bom pra você.

SARAH: - O que foi Henri? Cê ta bêbado?

HENRI: - Não!...

SARAH: - Como não? Tá falando até enrolado aí... Já sei. Tá emocionado pelo sucesso da festa né?

HENRI: - Antes fosse!... Tô é afogando a minha tristeza... Você sabia, Sarah, que a Marilu me desprezou? Ela praticamente me chutou do apartamento dela outro dia? E nunca mais ligou pra mim!

SARAH: - Ah Henri, até que demorou pra ela fazer isso contigo! Eu te avisei né?

HENRI (chora): - Mas eu sou amigo dela! Sempre estive apoiando tudo o que ela faz, sempre ajudei... E ela me tratou feito um cachorro sarnento... Ai que dó! (chora)

SARAH (consola Henri): - Não fica assim, chefinho. A noite é de alegria!... (ao garçom) Serve uma dose desse aqui pra mim? (a Henri) Vou te acompanhar na bebida, mas tem que me prometer que vai ficar alegre!

HENRI: - Tá bom, eu prometo tentar...

Sarah consola o amigo. Enquanto isso, Mayra se diverte na pista de dança, sob os olhares de Plínio.

PLÍNIO: - Gatinha hein!... Acho que vou chegar.

Quando ele vai indo em direção à Mayra, esbarra em Tatiana, que está acompanhada de Kléber.

PLÍNIO: - Foi mal, mina! Desculpa aê.

TATIANA: - Foi nada não...

Os dois trocam olhares.

KLÉBER: - Tati, eu vou lá cumprimentar o DJ que é meu amigo, volto logo.

TATIANA: - Tá bom.

Kléber se afasta.

PLÍNIO: - Tatiana o seu nome?

TATIANA: - Como você sabe?

PLÍNIO: - Ué, seu namorado acabou de te chamar de Tati, deduzi que seja esse isso.

TATIANA: - Ah claro... Mas ele não é meu namorado não! O Kleber é só um amigo.

PLÍNIO: - Quer dizer que você ta solteira por aí?

TATIANA: - Como diz a música, na pista pra negócio. (risos)

PLÍNIO: - Falando em pista, borá lá dançar então.

Plínio leva Tatiana para o meio da pista. Os dois dançam.

CENA 05. RESTAURANTE EUROPA-BRASIL. INT. NOITE.

Roberto traz o café para ele e Onira, sentada à mesa. O restaurante está vazio. Apenas os dois no salão.

ROBERTO: - Confesso que fiquei surpreso com a sua ligação e com a visita. (senta-se)

ONIRA: - Estou precisando conversar... (olha em volta) Estranho ver isso aqui sem ninguém.

ROBERTO: - Estava resolvendo uns problemas de manutenção hidráulica. Não tinha como abrir... Mas amanhã, tudo volta ao normal.

ONIRA: - Ah, como eu queria que a minha vida voltasse ao normal.

ROBERTO: - Do que você está falando?

ONIRA: - Você sabe, Roberto, que, além de ser meu irmão, eu sempre te tive como um grande amigo. Embora às vezes com nossas desavenças...

ROBERTO: - Irmãos e amigos também brigam, Onira, discordam de algumas coisas. As relações são assim.

ONIRA: - Eu sei. Mas, agora, mais do que nunca, eu preciso de um ombro amigo.

ROBERTO: - Pode falar, minha irmã. Estou todo ouvidos.

ONIRA: - É o Marcos... Ele conseguiu manchar tudo aquilo que havia de bom na nossa família.

ROBERTO (surpreso): - Minha nossa, Onira! O que foi que meu sobrinho fez?! Faz tempo que não o vejo... A última vez ele esteve aqui com a nova namorada e pareceu feliz. Mas agora você falando isso, eu fico até preocupado.

ONIRA: - Ele esteve aqui com ela?

ROBERTO: - Esteve. É uma moça muito bonita, simpática.

ONIRA (seca): - E negra.

ROBERTO: - Sim. E negra. O que eu achei de muito bom grado.

ONIRA: - Por favor, Roberto, não seja hipócrita! A gente sabe muito bem que o Marcos não dará certo com essa mulher.

ROBERTO:- Ei, ei , ei! Eu não sei de nada!... Aliás, acho que agora estou sabendo o motivo dessa sua angústia. Você está mordida por dentro porque o Marcos está namorando uma mulher negra. Tudo o que você não desejava pra ele.

ONIRA (levanta-se): - Se é para zombar da minha profunda tristeza com relação a isso, eu vou embora.

ROBERTO: - Não vai não! Você vai sentar aí e conversar. Você veio aqui para falar, mas também estará disposta a ouvir.

ONIRA: - Não, eu não estou.

ROBERTO (firme): - Está sim!

Onira senta-se novamente.

ONIRA: - Essa mulher não é pro Marcos. Eu sei disso.

ROBERTO: - Quem tem que saber isso é ele e não você. Meu Deus, Onira! A gente não julga ninguém pelo tom de pele, e sim, pelo caráter.

ONIRA: - Mas eu preciso pensar no bem do meu filho, no futuro dele, Roberto. Eu penso nessa moça também. Imagina o constrangimento que deverá ser, quando ele for num jantar de negócios com ela, por exemplo. Ela não deve estar acostumada com isso... E se ele apresentá-la a algum cliente? É capaz de achar que ele casou com a empregada!

ROBERTO: - Mas quanta bobagem você está dizendo, Onira! Pare um pouco e pense nisso tudo que você está falando! Nada faz sentido!

ONIRA: - Tudo faz sentido, Roberto. Tudo. O Marcos tem um futuro profissional brilhante na publicidade e ele precisa de alguém que acompanhe esse sucesso e não que o trave!

ROBERTO: - Mas essa moça é trabalhadora. Médica, se não me engano.

ONIRA: - E você acreditou? Uma médica negra? (ri debochada) Nem em novela existe isso.

ROBERTO: - Acha que uma pessoa negra não pode estar numa profissão como essa?

ONIRA: - Poder até pode, mas a qualidade eu já não sei se é a mesma de uma pessoa normal.

ROBERTO (levanta-se, irritado): - Já chega! Cale a boca!

ONIRA (surpresa): - Roberto!

ROBERTO: - Eu não admito que você fale assim! Não admito!... Eu já disse e repito, que não devemos julgar as pessoas pela pele, e sim, pelo caráter. Eu tenho funcionários negros que são pessoas e profissionais maravilhosos. Os mais aplicados e qualificados aqui do restaurante. E é por eles que eu condeno esse seu preconceito, Onira.

ONIRA (levanta-se): - Eu não tenho culpa de ser dessa forma.

ROBERTO: - Tem sim. Você se acha superior por causa da pele clara... Mas sua alma é escura, Onira. Esse seu pensamento errôneo, deixa sua aura preta. Não negra, porque se fosse negra, seria linda. Sua aura está preta mesmo, encardida, por causa desse preconceito que você guarda aí no peito.

ONIRA: - Eu não quero ouvir mais nada! Insulto nenhum. Nunca pensei em ouvir tanta grosseria do meu irmão. (saindo)

ROBERTO: - Essa moça que você despreza tanto, ainda vai te estender a mão quando você mais precisar.

ONIRA (indo embora): - Deus me livre desse dia!

ROBERTO: - Será Deus mesmo quem fará isso.

Onira vai embora sem dar ouvidos à Roberto, que se mostra chocado com a atitude de Onira.

CENA 06. PENSÃO BEM QUERER. SALA. INT. NOITE.

Lívia conversa com Carla.

CARLA (surpresa): - Aos beijos?!

LÍVIA: - Ai Carla, eu tentei resistir, mas o Jonas consegue me envolver de uma tal maneira... Eu fico sem chão perto dele.

CARLA: - Isso é amor, Lívia.

LÍVIA: - Mas será que é possível amar duas pessoas ao mesmo tempo?... Eu sei que parece confuso mas eu amei o Tarcísio e amo o Jonas da mesma forma.

CARLA: - Eu acredito em você amiga. Mas também eu entendo o lado do Jonas. Pra ele deve ser difícil competir com o Tarcísio. Ainda mais agora que ele morreu e te deixou bem de vida.

LÍVIA: - Sabe Carla, que às vezes eu nem penso nisso, nesse dinheiro que o Tarcísio me deixou. Pra mim é totalmente indiferente. Seria até melhor se estivesse com o Tarcísio vivo, sem essa história de dinheiro, herança, sem nada!

CARLA: - Pois é amiga, mas ele infelizmente não está mais aqui. E agora você precisa pensar pra frente, com o dinheiro que ele deixou. Mas se você não quer pensar no dinheiro, tudo bem. Mas pensa no Jonas. Ele gosta de você, de verdade. Dá pra ver nos olhos dele. Eu acho que ele merece uma chance sim.

LÍVIA: - Eu também acredito nisso, Carla, mas, o Jonas vai ter que respeitar esse meu sentimento pelo Tarcísio. Não posso apagá-lo da minha memória da noite pro dia...

CARLA: - Sabe o que eu acho? Que ele só vai respeitar quando você mostrar que está disposta a se entregar pra ele, a aceitar esse amor que você tenta esconder.

LÍVIA: - Eu não escondo nada, Carla... Eu só acho tudo muito confuso.

CARLA: - E por isso você sufoca, Lívia. Não pode! Tem que deixar esse amor falar mais alto! (segura as mãos de Lívia) Você está livre pra começar uma nova vida. Deixa o Jonas fazer parte dela de vez.

As duas se abraçam.

MUSIC ON: Retratos e Canções – Paulinho Moska

CENA 07. RIO DE JANEIRO. IMAGENS GERAIS. EXT. NOITE.

Imagens do Rio de Janeiro à noite. Mostra o Cristo Redentor iluminado, as luzes dos prédios do centro da cidade.

CENA 08. APTO RITINHA. INT. NOITE.

MUSIC FADE

Rita em seu apartamento, assiste TV, quando alguém bate à porta.

RITA: - Deve ser a vizinha que veio devolver o pote.

Rita vai até a porta, abre.

RITA: - Oi Cláudia, não precisa/ (surpresa / espanto) Alexandre!

ALEXANDRE (entra no apto): - Demorou mas eu te achei...

RITA: - O que você está fazendo aqui, Alexandre?

ALEXANDRE: - Calma!... Eu só vim aqui conversar um pouco e fazer umas perguntas.

RITA: - Eu não tenho nada pra falar com você! Vai embora agora!

Alexandre fecha porta. Encara Rita.

ALEXANDRE: - Tem sim... Você sabe que tem. E eu vou direto ao assunto. Onde ta a Lívia?

RITA: - Eu não sei!

ALEXANDRE: - Sabe sim... Não vem me enganar porque eu não to com paciência!... Eu sei muito bem que você ajudou aquela vagabunda a fugir. Tu escapou logo depois também. Duas idiotas! Acharam que eu nunca ia descobrir! Mas eu sempre descubro, tudo!

RITA: - Eu não sei do que você está falando...

ALEXANDRE: - Ah sabe sim... Eu só quero uma informação, Ritinha, só uma e eu te deixo em paz. Eu já sei que a Lívia foi pra São Paulo. Eu quero saber onde ela está agora, onde se instalou, com quem... Só isso.

RITA: - Esquece, Alexandre. Eu nunca vou falar nada pra você.

ALEXANDRE: - Olha que eu perco minha paciência contigo, piranha!

RITA: - Você não vai encontrar a Lívia, nunca mais!

Rita tenta fugir do apto, mas Alexandre a impede. Ele tranca a porta. Rita empurra Alexandre, que lhe dá um tapa. Rita corre para a sacada, tenta pedir socorro, mas Alexandre a impede.

ALEXANDRE (tapa a boca de Rita): - Cala a boca! Não vai gritar não!

Rita tenta se soltar. Acerta uma cotovelada na barriga de Alexandre. Solta-se dele.

RITA (grita): - Socorro!

ALEXANDRE: - Eu mandei ficar quieta, vadia!

Alexandre empurra Ritinha, que perde o equilíbrio e cai da sacada de seu apartamento, no 4º andar do prédio. Alexandre fica apreensivo diante da cena. Observa o corpo de Rita, caído no chão, na calçada.

MUSIC ON: Bella Ciao – Alok Bashkar, Jetlag Music e André Sarate

CORTA PARA

CENA 09. PRÉDIO APTO RITINHA. EXT. NOITE.

Na frente do prédio de Rita, um aglomerado de pessoas em volta do corpo da moça. Alexandre sai do prédio, é abordado por um homem.

HOMEM: - Você tava aí no prédio, viu o que aconteceu?

ALEXANDRE: - Eu não vi nada não... Até fiquei surpreso quando saí agora. Que horror!

Alexandre disfarça e vai saindo, se afastando do prédio.

ALEXANDRE (caminha apressado): - Tinha que morrer a cachorra!... Agora vou ter que ir pra São Paulo e procurar a Lívia do zero. Mas eu encontro ela, nem que seja no inferno!

Alexandre segue, apressado. MUSIC FADE

CENA 10. BOATE AGE AQUÁRIOUS. INT. NOITE.

Na boate, muita movimentação. A festa está bombando. Na pista de dança, Tatiana e Plínio trocam olhares enquanto dançam um para o outro.

Enquanto isso, no balcão, Sarah acompanha Henri na bebida. Ele já está bêbado.

HENRI: - Ai Sarah, já chega...

SARAH: - Já parou chefinho? Eu ainda nem senti a tonturinha!

HENRI: - Mas eu já to sentindo uma coisa diferente... Um calor, uma sensação estranha...

SARAH: - Tá passando mal? Quer que eu te ajude a sair daqui?

HENRI (machão / sedutor): - Eu quero é sair daqui com você.

Henri lança um olhar sedutor para Sarah, que se surpreende.

SARAH: - Henri!... O que está acontecendo contigo?

HENRI: - Eu não sei Sarah. Só sei que eu to achando você bem gata, sabia?

SARAH: - E eu que pensei que você não gostasse da fruta...

HENRI (pegando na cintura de Sarah): - Mas se você me deixar provar, eu posso começar a gostar. (ri, malicioso)

SARAH: - Ai chefe, será?

HENRI: - Vem comigo pro escritório. Lá a gente pode conversar melhor...

Henri pega Sarah pela mão e vai saindo com ela por entre as pessoas. Num outro ponto, Almir e Gisa na festa.

ALMIR: - Eu pensei que isso aqui ia estar melhor.

GISA: - Você não ta gostando?! Não acredito, Almir! Olha quanto homem bonito aqui!

ALMIR: - E eu lá gosto de homem, Gisa?! Eu hein!...

GISA: - Ah, Almir, relaxa!... tem mulher bonita também. Você tem que ir pra pista, caçar. Ficar parado aí não vai adiantar de nada. Eu mesmo já to indo dar uma volta, ver se acho um gato aí pra mim... Fui!

Gisa sai. Almir fica a observar as mulheres. Enquanto isso, Mayra se exibe na pista para um rapaz, dançando sensualmente, quando Tatiana esbarra nela.

MAYRA: - Ô garota, você é cega por acaso? Não me viu aqui não?

TATIANA: - Desculpa, me empolguei na dança...

MAYRA: - Ah se empolgou? Mas é bom baixar sua bola, ta legal? Não sabe dançar, sai da pista.

Plínio se mete na discussão.

PLÍNIO: - E você, se não sabe aceitar desculpas e curtir a fresta numa boa, pode voltar pra casa.

Mayra faz pouco caso de Plínio e se afasta.

TATIANA: - Obrigada por me defender. Pensei que ela ia se avançar em mim feito uma fera!

PLÍNIO: - Patricinha mimada.

TATIANA: - Vamos lá no bar que eu vou pagar um refrigerante pra você, em agradecimento.

PLÍNIO: - Eu tenho uma idéia melhor pra você me agradecer.

Plínio se aproxima de Tatiana, a beija.

CENA 11. APTO CONRADO. INT. NOITE.

Conrado está na sala, de pijama, assistindo TV, quando a campainha toca.

CONRADO: - Essa hora?...

Conrado vai até a porta, abre. É Isabela.

CONRADO (surpreso): - Isabela?

ISABELA: - Posso entrar?

CONRADO: - Entra, claro.

ISABELA (entrando): - Eu precisava falar com você, é importante.

CONRADO: - Eu sei. Se eu bem me lembro, você iria me entregar a entrevista com a Lívia hoje.

ISABELA: - Pois então, eu não fiz entrevista.

CONRADO: - Como? Não fez? Mas, por quê?

ISABELA: - Porque eu andei pensando muito e cheguei à conclusão que eu não ia conseguir, foi isso.

CONRADO: - Isabela, você precisa saber separar a sua profissão da relação de amizade que você tem com aquela família, por causa dos seus pais/

ISABELA: - Pois é, eu não consigo separar. E é por esse e outros motivos que eu venho até aqui pedir minha demissão do posto de editora da Flash Paulista.

CONRADO (ri): - Você é muito engraçada, Isabela, brincando desse jeito.

ISABELA (séria): - Não estou brincando, Conrado.

CONRADO: - Não?

ISABELA: - Não.

CONRADO: - Mas então você está ficando louca, querendo ir embora da revista. Só pode!

ISABELA: - Eu nunca estive tão sã em toda minha vida, Conrado.

CONRADO: - Mas Isabela, eu e você somos uma dupla perfeita na revista! Olha quanta coisa a gente conseguiu junto? Aliás, nós somos uma dupla e tanto fora da revista também.

ISABELA: - Ih, não sei do que você está falando, com esse papo de dupla fora da revista.

CONRADO (se aproxima de Isabela): - ah, sabe sim.

ISABELA (se esquiva): - Não sei não. Aliás, um dos motivos de eu estar indo embora da revista é esse mesmo. A sua prepotência e esse tipinho galanteador. Dá em cima de mim e com certeza, de outras funcionárias lá dentro. Safado!

CONRADO: - Opa! Opa! Não é bem assim, dona Isabela! Eu não dei em cima de ninguém lá na redação além de você!... (se aproxima de Isabela) Aliás, você é a única que mexe com a minha cabeça, me vira do avesso, me tira os sentidos.

Isabela tenta se esquivar, mas não consegue.

CONRADO: - Você é a única que tem a chave do meu coração.

ISABELA: - Não mente que é feio, Conrado!

CONRADO (pega no pescoço de Isabela): - E nada me tira da cabeça que você veio até aqui apenas pra me ver, sabia?

ISABELA: - Ainda por cima é convencido! Pois saiba que/

CONRADO (beija o pescoço): - Veio sentir meu cheiro...

ISABELA (tenta resistir, mas gostando): - Não, não é verdade...

CONRADO: - Veio aqui pra fazer aquilo que tanto você quanto eu estamos loucos de vontade...

MUSIC ON: Por Onde Andei – Nando Reis

Os dois se olham por um instante. De repente, se beijam calorosamente e freneticamente, caindo no sofá, em seguida, rolando pelo chão. MUSIC OFF.

CENA 12. APTO MARILU. QUARTO. INT. NOITE.

Marilu, dormindo, acorda quando seu celular toca. Ela atende, um tanto sonolenta.

MARILU (ao telefone): - Alô? (T) Alô?

Ninguém responde.

MARILU: - Vai passar trote pra sua avó. (desliga o aparelho e volta a dormir)

O celular toca novamente. Marilu atende, já irritada.

MARILU: - Dá pra parar com a palhaçada?!

De repente, Marilu muda de expressão. Parece estar apreensiva, nervosa.

MARILU: - Quem é que tá falando?! (T) É você não é, Romão?! (T) Como é que é? A história não chegou ao fim?! (T) Alô?! Romão?! (T) Alô! (desliga o telefone) Droga!... Só pode ser ele, me amedrontando... Essa história não chegou ao fim... Era só o que me faltava!...

CENA 13. PENSÃO BEM QUERER. QUARTO JONAS. INT. NOITE

Lívia conversa com Jonas.

JONAS: - Olha só, Lívia, desculpa por antes, aquele beijo, eu/

LÍVIA: - Tudo bem, Jonas. Não precisa se desculpar não... Confesso que eu gostei daquilo tudo.

JONAS: - Gostou mesmo?

LÍVIA: - Sim... você é um cara especial. E eu gosto de você. Só acho que devemos ir com calma nisso, sabe? Deixar levar com o tempo.

JONAS: - Mas se a gente se gosta, não tem porque esperar. Não acha?

LÍVIA: - Eu sei que a gente se gosta, mas também sei que tem muita coisa acontecendo na minha vida agora. Eu não posso dar conta de tudo, entende? Eu preciso de um tempo para me organizar. E queria que você compreendesse e me desse esse tempo. Vai ser bom pra mim e também pra gente, futuramente.

JONAS: - Tudo bem. Eu vou tentar me conter quando estiver perto de você.

Lívia sorri, carinhosa.

LÍVIA: - Obrigada.

JONAS: - Mas então, você veio aqui me falar que ia fazer algo importante amanhã...

LÍVIA: - Ia não, vou!... Amanhã terei um dia de compras com a Rosa e a Louise. Compras e outras coisas mais que elas vão me ajudar, pra que eu fique bem preparada pra participar do dia a dia da empresa.

JONAS: - Legal! Que bom que você pode contar com elas pra isso né? A Rosa tem uma postura muito boa, sabe como se posicionar diante de qualquer situação...

LÍVIA: - E a Louise é totalmente louca! (risos) Mas eu gosto dela. É uma pessoa muito divertida!... Amanhã vai ser um dia e tanto!

JONAS: - Aproveita então!

LÍVIA: - Pode ter certeza que irei aproveitar tudo!... Agora eu vou é dormir do lado meu filhote... Amanhã ele vai comigo para este dia D!

JONAS: - O Pedro vai junto é?

LÍVIA: - Sim, vou aproveitar e comprar as roupas que ele precisa, e também vamos dar uma olhada em umas casas.

JONAS: - Então você vai se mudar... Isso é o que me deixa triste. Vou ficar mais longe ainda de você.

LÍVIA: - Imagina, Jonas. Pode escrever que isso vai nos aproximar ainda mais.

Lívia se aproxima de Jonas. MUSIC ON: Amado – Vanessa Da Matta

LÍVIA: - Agora preciso ir. Boa noite. (beija Jonas) Sonhe com os anjos.

JONAS: - Fique certa de que sonharei com você.

Lívia sai do quarto. Jonas fica pensativo, risonho.

CENA 14. TRANSIÇÃO DO TEMPO. AMANHECER

MUSIC CONTINUED. Imagens de São Paulo ao amanhecer. O sol nascendo por entre os prédios da cidade, o movimento dos carros nas rodovias.

CENA 15. MANSÃO TARCÍSIO. SALA DE JANTAR. INT. DIA.

MUSIC FADE/OFF. Café da manhã da família Ferreira. Rafael, Vitória, Fabrício, Agda e Elizabeth à mesa.

ELIZABETH: - Surpresa boa ter você conosco, Fabrício. Nem sabia que você estava aqui.

FABRÍCIO: - Obrigado, dona Elizabeth. Mas eu até peço desculpas por chegar sem avisar. Como saí tarde da clínica ontem, liguei pra Vitória e ela disse que não teria problema de eu vir pra cá.

ELIZABETH: - Não precisa se desculpar não, querido. Você já é praticamente da família. E a Beatriz, Rafael?

RAFAEL: - Está na casa dela, mamãe. Tinha que aprontar umas matérias pra revista... Mais tarde eu me encontrarei com ela.

Nesse instante, Nice entra na sala, acompanhando Alfredo e Inês.

NICE: - Com licença, o seu Alfredo e a dona Inês estão aí.

ALFREDO: - Bom dia!

INÊS: - Bom dia a todos!

Nice se retira.

ELIZABETH: - Alfredo, Inês! Que surpresa boa! Sentem-se, tomam café conosco?

INÊS: - Não amiga, obrigada. Já tomamos café.

ALFREDO: - Eu vim apenas para trocar uma palavra rápida com o Rafael.

RAFAEL: - Comigo?

ALFREDO: - Isso mesmo. Pode ser agora?

RAFAEL: - Claro...

Rafael sai da mesa, acompanha Alfredo até um espaço mais reservado.

AGDA: - E você Inês, passeando um pouco?

INÊS: - Aproveitei que o Alfredo estava de saída e vim junto, para ver vocês. Não nos falamos mais, não é?

ELIZABETH: - Pois fez bem, amiga. Tenho tanta coisa pra te falar. Sobre a viagem, sobre tudo o que está acontecendo...

Enquanto isso, Rafael conversa com Alfredo.

ALFREDO: - Está aqui. (entrega um cartão para Rafael)

RAFAEL (lê o cartão): - Jorge Trancoso. Quem é?

ALFREDO: - Ex-policial, amigo meu, que também trabalha como detetive particular. Estou te indicando, já que você queria mais agilidade na investigação da morte de seu pai.

RAFAEL: - Fez muito bem. Obrigado Alfredo.

ALFREDO: - Não esqueça que a polícia precisa saber de tudo o que acontece, Rafael. Não vá querer fazer justiça com as próprias mão. O Jorge é um profissional, mas eu aconselho que ele trabalhe integrado com a Justiça.

RAFAEL: - Pode deixar, Alfredo... Esse aqui é o telefone dele?

ALFREDO: - É sim. Eu já falei de você pra ele. Ele está esperando uma ligação sua, um primeiro contato.

RAFAEL: - Ligarei com certeza. Espero que ele me ajude a descobrir o que realmente aconteceu na noite da morte do meu pai e quem é o responsável por tudo isso.

CENA 16. APTO CONRADO. QUARTO. INT. DIA.

Isabela aos poucos se acorda, se espreguiça. Está deitada na cama de Conrado. Ela dá um pulo quando percebe que está na cama dele.

ISABELA: - Meu Deus! O que eu estou fazendo aqui?!

Isabela levanta, começa a se vestir, apressada. De repente, Conrado entra no quarto, trazendo uma bandeja de café da manhã, todo contente.

CONRADO: - Bom dia flor do dia!

ISABELA (seca): - Bom dia. (vestindo-se)

CONRADO: - Ué? Já tá colocando a roupa? Não vai tomar o café da manhã especial que eu preparei pra gente?

ISABELA: - Você tem noção do que aconteceu aqui ontem?

CONRADO: - Claro que tenho! Foi a melhor transa da minha vida!

ISABELA: - É mesmo? Pois fique sabendo que ela nunca deveria ter acontecido!

CONRADO: - Mas aconteceu, Isabela! E eu estou muito feliz com isso!

ISABELA: - Infelizmente eu já não posso dizer o mesmo.

CONRADO: - Você tá arrependida de ter dormido comigo, é isso?

ISABELA: - Estou. O que a gente fez aqui foi errado, foi a última coisa que deveria acontecer entre a gente.

CONRADO: - Não parecia isso que você está dizendo, ontem.

ISABELA: - Mas é isso sim... E fique sabendo que eu estou indo lá pra revista agora/

CONRADO: - Trabalhar já?

ISABELA: - Vou pegar minhas coisas. Eu estou indo da Flash Paulista, Conrado.

CONRADO: - Não, Isabela, por favor/

ISABELA: - Por favor digo eu, Conrado. A gente não pode mais...

Isabela e Conrado se olham profundamente. Ela vai embora. Ele se chateia diante da situação.

CENA 17. BOATE AGE AQUARIOUS. ESCRITÓRIO. INT. DIA.

CAM mostra o escritório totalmente bagunçado. Mostra Henri e Sarah, caídos no chão, apenas com as roupas íntimas. Henri aos poucos se acorda e ao ver Sarah deitada em seu peito, levanta-se rapidamente, histérico.

HENRI (grita / aflito): - Minha Nossa Senhora! Ai Jesus, Oxalá, Krishna!

SARAH (assustada): - Pra quê invocar todos esses santos a essa hora da manhã? Tá pegando fogo na boate?

HENRI: - Você não tá vendo?!

SARAH: - Vendo o quê? O fogo?!

HENRI: - Não, sua lesada! A gente!

SARAH: - O que tem a gente, Henri?

HENRI: - Estamos aqui, sem roupas! Acordei com você no meu peito...

SARAH: - Sim, eu fiquei cansada e acabei dormindo...

HENRI: - Cansada do que?

SARAH: - Como do quê?! Da noite que a gente teve né? Do que mais seria!

HENRI (chocado): - Não!

SARAH: - Ai Henri, como você acordou estranho! Não tá falando coisa com coisa!

HENRI (apreensivo): - Sarah! A gente... Eu e você... Nós dois...?

SARAH: - Sim, Henri, nós dois transamos aqui no escritório. Não lembra? Foi tão ruim assim?

HENRI: - Pai eterno! Eu só deveria estar bêbado!

SARAH: - Tava um pouco, mas eu até me surpreendi sabia? Você todo machão...

HENRI: - Eu? Machão?!

SARAH: - Sim!... Me deixou praticamente sem ar... Nossa, que pique o seu, hein!

HENRI: - Eu não acredito nisso! Eu transei com uma mulher!

SARAH: - E qual a novidade?

HENRI: - Sou gay né sua bisca!... e praticamente virgem com mulher...

SARAH (surpresa): - Não me diga!

HENRI: - Ai, o que eu fui fazer, meu Deus!... (a Sarah) e você, por favor, não vai dizer nada do que aconteceu aqui pra alguém, está ouvindo? Nada! Se alguma pessoa ficar sabendo, eu juro que arranco toda sua pele com as minhas unhas, Sarah!

SARAH: - Ei, calma!... Pode deixar que ninguém vai ficar sabendo. Eu também não quero que alguém descubra que eu transei com uma biba.

HENRI: - Olha o respeito!

SARAH: - Tá bom... Mas uma coisa eu tenho que confessar. Depois do que eu passei com o Conrado, você abalou minhas estruturas, chefinho... (se aproxima) a gente podia combinar uns lances desses assim, não acha?

HENRI: - Ih, cai fora, Sarah! Vai indo, vai!

Sarah sai, rindo, debochada. Henri totalmente chocado com tudo.

CENA 18. CASA ROSA. SALA DE ESTAR. INT. DIA.

Louise e Rosa ensinam etiqueta para Lívia. Pelo chão da sala, as sacolas de compras que elas fizeram. Pedro brinca com algumas delas, enquanto Lívia se concentra para aprender as dicas.

LOUISE: - Primeira coisa, meu bem, é a postura ao sentar na cadeira. (demonstra) Sempre mantenha uma postura ereta, por mais cansada que você esteja.

LÍVIA (sentando-se): Assim?

ROSA: - Deixa a coluna um pouco mais reta.

Lívia se ajeita.

LOUISE: - Isso, Lívia!... olha, até que você está pegando bem as nossas dicas, hein! E com todas aquelas roupas que nós compramos, você já pode ser considerada uma verdadeira dama da sociedade paulistana.

LÍVIA: - Eu só acho que nós compramos roupas demais, sabia? Gente, eu não vou conseguir usar tudo aquilo!

ROSA: - Vai sim, meu bem. E vai até precisar de mais, se você quer saber. Os compromissos que você vai ter a partir de agora serão muitos! Festas, eventos beneficentes, ainda mais sendo diretora do setor de responsabilidade social da Amaro!

LÍVIA: - Taí uma coisa que me dá medo. Eu não entendo disso! Não sei onde o Tarcísio estava com a cabeça em me deixar pra esse cargo!

LOUISE: - Vai ver ele sabia da sua bondade e certamente apostou na sua dedicação. Eu também acho que você vai conseguir tocar tudo muito bem.

ROSA: - Mas não se preocupe, Lívia. Eu conheço pessoas que trabalham nessa área e que podem te dar um bom suporte para que você não se sinta perdida nisso tudo.

LÍVIA: - Ah, mas eu também quero vocês duas sempre do meu lado, tá? Não pensem que vão me ensinar as coisas e depois cair fora! Não vão não! (risos)

LOUISE: - Pode deixar flor, que a gente vai estar sempre com você... agora chega de papo e vamos voltar pra aula. Agora que você já sabe sentar-se à mesa, vai aprender a comer também.

LÍVIA: - Agora você falou em comer, me deu uma fome...

ROSA: - Vamos fazer assim. Você aprende como comer e depois vamos almoçar num restaurante pra você fazer tudo isso na prática. Que tal?

Pedro, que estava brincando, se aproxima.

PEDRO: - Eu posso ir junto? Também estou com fome!

ROSA (pega Pedro no colo): - Claro que pode, meu anjo!

LÍVIA: - Filho, mamãe também está morrendo de fome!

LOUISE: - Vamos lá mamãe, de olho aqui!

LÍVIA: - Professora rígida essa, hein!

Elas riem.

CENA 19. APTO MARILU. INT. DIA.

Marilu e Paulo conversam.

PAULO: - Pra quê tanta urgência em falar comigo?

MARILU: - Eu recebi uma ligação misteriosa na madrugada de hoje.

PAULO: - Ligação misteriosa?

MARILU: - É. E só pode ser do Romão.

PAULO: - Mas o Romão tá longe daqui, Marilu!... Sumiu do mapa. E levou o dinheiro dele já. Não temos mais com o que nos preocuparmos.

MARILU: - Ele não levou todo o dinheiro, Paulo. Não esquece disso!... Mas só pode ser ele.

PAULO: - E como você tem tanta certeza assim?

MARILU: - Porque a voz me disse que essa história ainda não chegou ao fim.

PAULO: - Ah, Marilu, tá na cara que foi um trote. E você, sonolenta, entendeu tudo errado.

MARILU: - Você não tá acreditando em mim. É bom a gente ficar com o pé atrás, Paulo... Algo me diz que o Romão tá por perto e que de uma hora pra outra vai aparecer.

PAULO: - E se aparecer a gente dá um jeito nele e pronto, Marilu. Ainda mais que nós estaremos protegidos pela Amaro.

MARILU: - Do que você está falando?

PAULO: - Lembra que eu falei que você iria entrar na Amaro? Pois então, está chegando a hora.

MARILU: - O que você está pensando em fazer, Paulo?

PAULO: - Estou mudando a sua vida também, Marilu.

MARILU: - Então me fala! Qual o plano?

Paulo começa a dizer o plano dele para Marilu, que escuta tudo atentamente.

CENA 20. RESTAURANTE. INT. DIA.

Em um restaurante, Rafael entra e é recepcionado por um funcionário.

FUNCIONÁRIO: - Pois não?

RAFAEL: - Eu sou Rafael Ferreira. Tem uma mesa reservada em meu nome.

FUNCIONÁRIO: - Claro. Já tem uma pessoa esperando pelo senhor. É logo ali. Eu te acompanho/

RAFAEL: - Não precisa, obrigado.

Rafael se dirige até a mesa, onde um homem está sentado, de costas para ele. Rafael se aproxima, fica cara a cara com o homem.

RAFAEL: - Senhor Jorge Trancoso?

JORGE: - Ele mesmo.

RAFAEL (estende a mão): - Rafael Ferreira.

JORGE (levanta-se, cumprimenta Rafael): - Prazer, Rafael.

RAFAEL: - Acho que vamos nos dar bem.

JORGE: - Eu não tenho dúvidas, ainda mais tendo como ponto de referência o Alfredo.

JORGE: - Sente-se, por favor.

RAFAEL (sentando-se): - Eu não posso demorar muito tempo, ainda tenho alguns compromissos para cumprir.

JORGE: - Certo... O Alfredo não me disse muita coisa sobre você, apenas que queria que eu lhe ajudasse a resolver um problema...

RAFAEL: - Sim. Eu quero que você me ajude a desvendar o assassinato do meu pai, Tarcísio Ferreira.

Jorge se mostra surpreso.

CENA 21. MANSÃO TARCÍSIO. QUARTO. INT. DIA.

Elizabeth e Inês conversam no quarto.

ELIZABETH: - Ai Inês, você estava certa quanto a minha viagem. Os dias em que eu passei em Nova York me fizeram tão bem.

INÊS: - Ah Beth, você estava mesmo precisando. E Nova York tem tanta coisa boa pra se fazer, relaxar a mente.

ELIZABETH: - E eu fiz mesmo, muita. Fui à museus, galerias, cafés, feiras... Fiz compras, não é, porque ninguém é de ferro! (risos)

INÊS: - Não esperava outra coisa de você! (risos)

ELIZABETH: - Mas tem uma coisa que eu preciso falar pra você, que eu acho que você vai adorar saber.

INÊS: - Fala! Já estou até curiosa!

ELIZABETH: - Encontrei uma pessoa muito especial lá em Nova York.

INÊS: - Ai, meu Deus! Quem, Beth?

ELIZABETH: - Seu irmão, Eduardo.

Inês é surpreendida. Fica sem reação. Tenta esconder sua apreensão.

INÊS: - O Eduardo?!

ELIZABETH: - Sim! E você não sabe da maior. Nós estamos juntos.

Elizabeth se mostra feliz, enquanto Inês está um tanto apreensiva com a revelação da amiga.

Encerra com Pra Rua Me Levar – Ana Carolina
 
     
     


autor
Édy Dutra

elenco
Christine Fernandes como Lívia
Taís Araújo como Marilu
Zé Carlos Machado como Tarcísio
Fábio Assunção como Rafael
Bruno Ferrari como Jonas
Marcos Caruso como Paulo
Renata Domingues como Carla
Júlio Rocha como Breno
Bianca Castanho como Beatriz
Júlia Feldens como Vitória
André Bankoff como Fabrício
Danton Mello como Marcos
Lavínia Vlasak como Isabela
Caco Ciocler como Conrado
Janaína Lince como Sarah
César Mello como Alfredo
Aída Leiner como Inês
Luíza Curvo como Tatiana
Jonathan Haagensen como Plínio
Marco Ricca como Fausto
Sílvia Pfeifer como Lorena
Thaís Vaz como Mayra
Gisele Policarpo como Gisa
Guilherme Leme como Almir
Mônica Martelli como Louise
Sérgio Menezes como Kléber
Cyria Coentro como Nice
Ernesto Piccolo como Moisés
Natália Guimarães como Rita

Atrizes convidadas
Sônia Braga como Elizabeth
Regina Duarte como Rosa
Valquíria Ribeiro como Adriana
Ângela Leal como Agda
Mila Moreira como Charlote
Denise Del Vecchio como Onira
Beatriz Segall como Wanda
Arlete Salles como Alaíde

Atores convidados
Gracindo Júnior como Demétrio
Rodrigo Santoro como Henri
Juan Alba como Alexandre
Nill Marcondes como Eduardo
Roberto Bonfim como Roberto
Floriano Peixoto como Jorge

Participações especiais
Dudu Azevedo como Romão
Elisa Lucinda como Cidália
Antonio Pitanga como Tenório
Vanessa Lóes como Clair
Alexandre Slaviero como Hugo
Lui Mendes como Pereira
Mônica Martelli como Louise
Dudu Azevedo como Romão

Trilha Sonora
Pra Rua Me Levar – Ana Carolina (abertura)
Retratos e Canções – Paulinho Moska
Por Onde Andei – Nando Reis
Bella Ciao – Alok Bashkar, Jetlag Music e André Sarate
World Hold On – Bob Sinclayr


Produção

Bruno Olsen
Cristina Ravela
Diogo de Castro


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


REALIZAÇÃO


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Proibida a cópia ou a reprodução

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