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Talismã - Capítulo 03

Talismã - Novela de Édy Dutra
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CAPÍTULO 03
 
     
     
     
     
 
 
     
 

CENA 01. APTO MARILU. SALA. INT. NOITE. 

Continuação do capítulo anterior. Marilu recebe Tarcísio em seu apartamento.

TARCÍSIO: - Posso entrar?

MARILU: - Claro.

Tarcísio entra. Marilu fecha a porta.

MARILU: - Não repara muito não. O lugar é simples, mas é limpo.

TARCÍSIO: - Não há como eu reparar em outra coisa, tendo você deslumbrante na minha frente.

MARILU: - Assim você me deixa sem jeito.

TARCÍSIO: - Mas é assim que eu quero que você fique. Sem jeito, sem vergonha... (se aproxima de Marilu, toca em seus cabelos)

MARILU: - Ninguém nunca me fez sentir assim...

TARCÍSIO (beijando o pescoço dela): - Assim como?

MARILU: - Desejada.

TARCÍSIO: - Eu quero você toda pra mim.

Os dois começam a se beijar intensamente, muito desejo, prazer.

CENA 02. CASA TARCÍSIO.JARDIM. EXT. NOITE.

Festa. Na parte do jardim, mais convidados, conversam, ao som de música tocada por um pequeno grupo de músicos. Algumas mulheres, bonitas (umas 3) conversam num ponto, sob os olhos atentos de Breno. Rafael se aproxima dele.

RAFAEL: - Escolhendo a presa, predador?

BRENO: - Que nada, to tranqüilo aqui.

RAFAEL: - Com esse olhar voraz sobre as moças? Não parece não.

BRENO: - Tá tão na cara assim?

Rafael concorda.

BRENO: - É, pode ser um pouco. Mas na verdade, eu nem to ligado nelas não. To noutra.

RAFAEL: - Não vai me dizer que o garanhão paulistano tá apaixonado?

BRENO: - Que nada! Eu pego, mas não me apego... Mas tá pintando um lance aí que... Bom, deixa pra lá. E você? Eu vi só a conversinha ao pé do ouvido com uma loira bem bonitinha.

RAFAEL: - É uma amiga. Beatriz, amiga da sua irmã também.

BRENO: - Beatriz? Nossa, tá tão linda que nem reconheci. Mas é só amizade mesmo?

Rafael sorri. Breno entende. Os dois se olham, cúmplices.  

CORTA PARA

CENA 03. SALA DE ESTAR. INT. NOITE. 

Beatriz e Vitória conversam. 

VITÓRIA: - Que bom que você veio! Tá linda!

BEATRIZ: - Obrigada, Vitória. Você também tá linda.

VITÓRIA: - Rafael já falou com você?

BEATRIZ: - Sim, ele veio me recepcionar logo quando eu cheguei. Me elogiou também, mas...

VITÓRIA: - Mas?

BEATRIZ: - Não senti firmeza. Não sei se hoje acontece alguma coisa. Ainda mais aqui na festa, cheia de convidados.

VITÓRIA: - Deixa rolar, Beatriz. Quando menos se espera, rola alguma coisa, uma conversa mais de canto...

BEATRIZ: - Deus te ouça, amiga! Não sei por que seu irmão é um homem tão difícil?

As duas riem. Num outro ponto, Agda se aproxima de Elizabeth.

AGDA (discreta): - Onde está o irresponsável do seu marido?

ELIZABETH: - Ele disse que ia sair, mas deve estar voltando.

AGDA: - Que desfeita. Falta de respeito, isso sim.

ELIZABETH: - Chega mamãe. Daqui a pouco o Tarcísio está aí e tudo fica bem.

AGDA: - E você acredita que ele vai vir?

ELIZABETH: - Claro que eu acredito! Ele me prometeu que não faltaria.

AGDA: - Eu às vezes sinto pena de você por ainda acreditar nas mentiras do Tarcísio. Depois de todos esses anos você ainda não conhece o seu marido.

Agda se afasta. Elizabeth fica pensativa, tenta esconder a chateação. CAM mostra os grupinhos de convidados, comentando a demora de Tarcísio. Close em Elizabeth, que se mostra entristecida.

CENA 04. RESTAURANTE EUROPA-BRASIL. INT. NOITE.

Mostra o restaurante com bom movimento de clientes. No palco, Kléber toca. A música é agradável (jazz / blues ou R&B). Numa mesa, Marcos, Plínio e Jonas conversam, quando Roberto se aproxima.

ROBERTO: - E então rapazes, como estão? À vontade?

MARCOS: - Melhor impossível, tio.

PLÍNIO: - Ih rapaz! Onde tá o respeito? Chamando o cara de tio!

Roberto e Marcos riem.

JONAS: - Ô cabeção, o seu Roberto é tio de verdade do Marcos, irmão da mãe dele.

PLÍNIO: - Foi mal então... (ri)

ROBERTO: - Não se preocupa. Sintam-se a vontade. Eu estou feliz em recebê-los aqui no meu restaurante.

JONAS: - É coisa fina mesmo, seu Roberto.

ROBERTO: - Vamos tirar o “seu” daí, pode ser? Me chamem apenas de Roberto. Eu vou cumprimentar uns amigos, qualquer coisa, é só chamar.

MARCOS: - Obrigado, tio.

Roberto sai.

PLÍNIO: - Que mancada a minha hein?

MARCOS: - Relaxa, Plínio. Sente a música aí, vai ajudar.

PLÍNIO: - Esse cara que tá tocando é bom, hein? Mas eu ainda prefiro um meu hip hop, meus breaks.

JONAS: - É mesmo, o Kleber toca muito bem.

MARCOS: - Conhece ele?

JONAS: - Mora lá na pensão dos meus pais.

MARCOS: - Meu tio acertou na contratação então, porque o cara manda bem mesmo. A música dele combina com o ambiente do restaurante.

JONAS: - Cara, confesso que nunca tinha entrado num lugar tão bacana como esse.

PLÍNIO: - Não brinca, Jonas! Sério?

JONAS: - É sério. Nunca tive dinheiro pra me bancar num restaurante fino assim.

MARCOS: - E o que tá achando dessa primeira vez? (risos)

JONAS: - Inesquecível!

Os três riem.

CENA 05. RIO DE JANEIRO. CORTIÇO. QUARTO. INT. NOITE.

Lívia está dormindo, Alexandre entra no quarto e se aproxima de Pedro, que também está dormindo. Lívia acorda, se assusta.

LÍVIA: - O que você está fazendo aqui, Alexandre? Se fasta do meu filho!

ALEXANDRE: - Tu anda muito valente, Lívia, dando uma de corajosa... Pode baixar essa tua bolinha aí, senão quem vai levar a pior vai ser o garoto aqui.

Lívia parte pra cima de Alexandre, empurrando ele para longe de Pedro.

LÍVIA: - Você é um monstro! Tem a coragem de ameaçar, pensar em fazer mal para o próprio filho!

ALEXANDRE: - Cala a boca! Eu to cansado dessa tua conversinha! Se veste logo e vai faturar.

LÍVIA: - Tá louco? Mas eu não saio daqui nem morta! E você vai embora! Sai!

Os dois se encaram. Alexandre, ri debochado. Lívia não gosta e parte pra cima dele novamente. Lívia dá uns tapas em Alexandre, que tenta se defender. Ele a contém e consegue arrancar o colar com a pedra que ela usa no pescoço. Lívia se afasta, assustada.

LÍVIA: - Você arrancou o colar do meu pescoço!

ALEXANDRE: - Eu deveria era ter tirado o seu pescoço...

LÍVIA: - Me devolve Alexandre, esse colar a minha mãe me deixou. É a única lembrança que eu tenho dela.

ALEXANDRE: - Esquece, vadia. (guarda o colar no bolso da camisa) Agora é meu. Vai ser a lembrança da sua arrogância e desobediência comigo. Hoje eu vou te deixar livre. Mas amanhã, tu vai trabalhar, tá ouvindo? E só vai ter o colar da mamãezinha, quando me entregar dinheiro. Muito dinheiro, sua cachorra. Porque é só pra isso que tu presta. Pra me dar dinheiro.

Alexandre sai do quarto. Lívia fica aflita, chora. Se abraça ao filho, que continua dormindo.

CENA 06. APTO MARILU. QUARTO. INT. NOITE.

Tarcísio e Marilu deitados na cama, envoltos com o lençol, abraçados um ao outro.

MARILU: - Você não sabe há quanto tempo eu não fico assim, abraçada com alguém na cama.

TARCÍSIO: - Mas com essa sua vida agitada, eu até compreendo.

MARILU: - É, você conhece um pouco da minha vida, mas eu não sei nada da sua.

Tarcísio fica em silêncio. Ele se levanta da cama, começa a vestir suas roupas.

MARILU (surpresa): - Falei alguma coisa que não devia?

TARCÍSIO: - Não, claro que não. Apenas acho que devemos continuar assim como está.

MARILU: - Mas por quê?

TARCÍSIO: - Vai ser melhor.

Tarcísio termina de se vestir e sai do quarto. Marilu fica na cama, pensativa.

CORTA PARA

CENA 07. SALA. INT. NOITE.

Sarah entra e dá de cara com Tarcísio.

SARAH (surpresa): - Ai que susto! Quem é você?!

TARCÍSIO: - Desculpe, já estou de saída.

Tarcísio vai embora. Marilu aparece logo em seguida.

MARILU: - O que aconteceu?

SARAH: - Tinha um homem aqui dentro!

MARILU: - Ah, sim... Ele foi embora?

SARAH: - Foi... Marilu, você sabe que não pode trazer homem aqui pra dentro!

MARILU: - Sarah, vê se eu to na esquina e me deixa em paz.

SARAH: - Já é a segunda vez que eu vejo você com um cara aqui. O apartamento também é meu e eu mereço respeito. Eu vou falar pro Henri sobre isso tudo.

Marilu, irritada, se aproxima de Sarah. A encara firme.

MARILU: - Vai! Fala pra ele. Você abre a boca sobre isso e no outro dia você nem acorda mais, tá me ouvindo?

SARAH: - Você é desprezível.

MARILU: - Tá avisada.

Marilu se retira.

SARAH: - Mas o Henri vai saber disso sim.

Sarah fica pensativa, um tanto indignada.

CENA 08. RIO DE JANEIRO. CORTIÇO. QUARTO. INT. NOITE.

Lívia está aflita. Vasculha suas coisas dentro do guarda-roupas. Retira roupas até encontrar uma caixa pequena. Ela abre a caixa, retira papéis, cartões até encontrar um bilhete. Lívia olha esperançosa para o papel.

CLOSE em seu rosto.

CENA 09. SÃO PAULO. HOTEL LUXO. QUARTO. INT. NOITE.

Carla sai do banheiro usando um micro vestido vermelho, totalmente sensual, usando leques e com uma maquiagem oriental. Na cama, um homem de meia idade (45/50 anos), chinês, aguarda por ela animado.

CARLA: - Até que ficou bacana a roupa que você me deu pra usar... Eu gostei!

O chinês fica todo animado.

CARLA: - Saionará! Arigatô!...

O chinês olha estranho para ela, não entende nada.

CARLA: - Ai meu pai, me ajuda... Acho que isso é japonês!

O chinês fala algumas coisas para Carla, mas ela também não entende.

CARLA (para si mesma): - Por que eu aceitei esse programa, hein? Não entendo nada que esse homem fala!

Carla começa a improvisar uma dança com os leques. O chinês observa, maravilhado. Ela faz alguns passos e o cliente se levanta da cama e se aproxima dela. De repente, ele pega os leques. Carla fica surpresa.

CARLA: - Não gostou da dança?

O cliente mostra que ela fez o passo errado e ele mesmo começa a dançar com os leques, porém, de forma um tanto mais feminina. Carla se surpreende.

CARLA: - Ai meu bem, o que é isso?

O chinês para de dançar, vai até a sua mala, abre. Retira um outro vestido.

CARLA: - Quer que eu troque de roupa?

O chinês vai sinal pra ela esperar e entra no banheiro. Carla vai até à mala dele, começa a vasculhar. Encontra mais vestidos, jóias, acessórios.

CARLA: - Não creio...

De repente, o chinês sai do banheiro, usando o vestido, todo maquiado e com os leques. Ele começa a dançar. Carla fica boquiaberta, assistindo.

CARLA: - E o chinês é chinesa!

O chinês convida Carla para dançar junto. E ela vai na onda, dançando junto com o cliente.

CENA 10. CASA TARCÍSIO. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.

PLANO GERAL do ambiente. Tarcísio chega. Festa já acabou. O local está à meia luz. Elizabeth está sozinha, sentada numa cadeira no meio da sala. Total silêncio no lugar. Tarcísio se aproxima aos poucos de Elizabeth, que está de costas para ele.

ELIZABETH: - Pena que você chegou tarde... Meu amor. A festa já acabou.

TARCÍSIO: - Eu sinto muito.

ELIZABETH (levanta-se, vira para Tarcísio): - Não. Não sinta. Não sinta para não ficar no fundo do posso. Para não ficar na lama, na vergonha, num túnel escuro de sofrimento, de falta de carinho, no qual eu estou... Não sinta, Tarcísio.

TARCÍSIO: - Eu sei que eu demorei, eu tentei ligar, mas/

Agda entra, acende a luz.

AGDA: - Você não vai acreditar nessa mentira, não é Beth?

TARCÍSIO: - Desculpa Agda, mas esse é um assunto entre eu e a minha esposa. Por favor não se meta.

AGDA: - Quando se trata da felicidade da minha filha eu me meto sim. Você nem sequer se importou com a festa de hoje, com a importância que isso tinha para ela, para a sua família. Aliás, você nunca se importou com a sua família.

ELIZABETH: - Mamãe!

TARCÍSIO: - Eu sei que eu errei, mas a minha família sempre teve prioridade na minha vida! Eu não admito que você fale assim de mim.

AGDA: - Eu é que não admito ver você enganando a Elizabeth!

ELIZABETH: - Mamãe, chega! Deixa eu resolver esse assunto com o meu marido, por favor?!

AGDA: - Mas Beth/

ELIZABETH: - Por favor, mamãe!

Agda encara Tarcísio e sai. Tarcísio e Elizabeth ficam a sós.

TARCÍSIO: - Eu imagino como você deve estar se sentindo...

ELIZABETH: - Sabe o que é todos os nossos amigos estarem aqui, nossos filhos... A festa estava tão linda.

Tarcísio observa Elizabeth falar, emocionada.

ELIZABETH: - Eu estava tão feliz. Eu tinha preparado tudo com tanto carinho, com tanto apreço... Cada convidado que chegava, desejava felicidades, paz e harmonia pra mim. Mas eu queria que eles desejassem isso para a gente, pra nós dois... Mas você não estava aqui. Você não estava.

TARCÍSIO: - Olha Beth, eu/

ELIZABETH: - Não diga nada, Tarcísio. Eu é que sou boba mesmo.

TARCÍSIO: - Não diga isso.

ELIZABETH: - Sou boba sim. Eu já deveria ter me acostumado a ficar sozinha. Nos últimos anos têm sido assim, mesmo do seu lado, eu estou sozinha. Já me perguntaram, várias vezes, porque eu não vou embora. Por que eu não desisto. É pelo dinheiro? Não, claro que não. Dinheiro nunca fez a minha cabeça, pra nada. Sabe porque, Tarcísio, que eu não desisti?

Tarcísio observa atento. Elizabeth se aproxima dele, ficam cara a cara, bem próximos.

ELIZABETH: - Por que mesmo com todos esses percalços no nosso casamento, eu sou uma boba. Eu ainda te amo.

MUSIC ON: (Mentiras – Adriana Calcanhoto)

Elizabeth olha fundo nos olhos de Tarcísio e o beija (um selinho mais demorado, com bastante sentimento), se afasta logo depois. Vai em direção as escadas. Vira-se para Tarcísio, que fica pensativo. Elizabeth sobe as escadas. Tarcísio fica sozinho na sala, pensativo.

CENA 11. APTO RAFAEL. SALA. INT. NOITE.

MUSIC OFF.

Deitados no sofá da sala, abraçados um no outro, Rafael e Beatriz conversam.

RAFAEL: - Até agora eu não consegui entender porque meu pai fez isso. Minha mãe tava tão feliz com esse jantar.

BEATRIZ: - É complicado quem é de fora, como eu, ficar dando opinião, falando... Mas eu também não achei legal da parte do seu pai faltar numa data tão importante.

RAFAEL: - Eles já tiveram algumas crises antes, mas acho que dessa vez é mais sério.

BEATRIZ: - Sua mãe deve estar enfrentando uma barra enorme. É triste estar do lado de alguém e se sentir sozinha. Estar com um homem que não te nota... Eu me identifico com ela.

RAFAEL: - Como assim? Agora eu não entendi nada.

BEATRIZ: - Eu e sua mãe estamos com homens que não nos notam e isso é fato!

RAFAEL: - Eu não noto você?!

BEATRIZ: - Não nota, Rafael. Não nota. Se notasse, diria aos quatro cantos que eu sou sua namorada. Mas não, prefere deixar tudo por baixo dos panos... E a boba aqui aceita.

RAFAEL (abraçando Beatriz): - Oh, Bia, a gente já conversou sobre isso.

BEATRIZ: - Eu sei, Rafael. Mas é que eu me sinto uma palhaça, sabia? Sua irmã já sabe que a gente fica, seus pais... Não tem porque a gente ter que ficar assim, escondido.

RAFAEL: - Eu não quero me apressar nas coisas. Eu estou me dedicando na empresa, buscando novos desafios nos negócios e/

BEATRIZ: - Namorar comigo poderia atrapalhar seus planos, é isso?

RAFAEL: - Não, não é isso, mas é que/

BEATRIZ (levantando do sofá): - Não precisa dizer mais nada Rafael. (coloca os sapatos) se você prefere dar valor ao seu trabalho do que aos meus sentimentos por você, tudo bem. (pega a bolsa) Eu só posso lamentar por você.

Beatriz vai saindo.

RAFAEL: - Beatriz, espera!

BEATRIZ (vira-se para Rafael): - Eu cansei de esperar, Rafael.

Beatriz vai embora. Rafael fica pensativo.

CENA 12. SÃO PAULO. EXT. NOITE.

Takes rápidos da cidade na transição noite-dia.

CENA 13. CASA TARCÍSIO. QUARTO. INT. DIA.

Elizabeth está em frente à penteadeira, arrumando os cabelos, quando Tarcísio entra. Elizabeth o encara pelo espelho.

TARCÍSIO: - Eu pensei muito no que você me disse ontem.

ELIZABETH: - Esquece, Tarcísio, já passou, já foi/

TARCÍSIO: - Não, não foi, Beth. O que eu fiz foi um erro grave e o que você me disse ontem está mais do que certo. Eu te deixo sozinha, mesmo estando do seu lado.

ELIZABETH (se aproxima dele): - Não fala nada, não precisa.

TARCÍSIO: - Eu não dormi a noite inteira, pensando nisso.

Elizabeth se mostra surpresa/apreensiva.

TARCÍSIO: - Eu vou dar um tempo pra/

ELIZABETH: - Tempo?! Como assim? Eu não entendi direito. Você está pedindo um tempo, é isso?

TARCÍSIO: - Vai ser melhor.

ELIZABETH: - Não existe tempo num relacionamento de trinta e cinco anos, Tarcísio! Não! Quando se pede tempo, é porque já está chegando no fim.

TARCÍSIO: - Não, Beth. Eu quero esse tempo pra justamente evitar o fim.

ELIZABETH: - Isso não é verdade. Você não está falando sério.

TARCÍSIO: - Eu arrumei uma mala de roupas pra mim e já pedi pra Nice organizar mais algumas coisas.

ELIZABETH: - Pra quê? Você não vai sair de casa, Tarcísio! Não vai! (se abraça em Tarcísio) Eu não quero! Isso que você está dizendo, é bobagem, é inútil! A gente não precisa disso.

TARCÍSIO: - Beth, fica calma. Não dá mais pra ficar escondendo, negando.

Os dois ficam frente a frente.

TARCÍSIO: - Eu não quero mais te fazer infeliz.

ELIZABETH: - Você não me faz infeliz! Eu não me importo com o que os outros pensam, o que eles vão falar... Mas você se afastando de mim, me dá um vazio só de pensar... Parece até que você tem outra.

TARCÍSIO (firme): - Eu não tenho ninguém!

ELIZABETH: - Então por que tá indo embora?! Por que quer me deixar?!

TARCÍSIO: - Porque eu preciso!

ELIZABETH: - Você ou ela?

TARCÍSIO: - Não tenho ninguém, eu já falei.

ELIZABETH: - Claro... Eu realmente sou uma idiota! Você está afim de outra pessoa, não é?

TARCÍSIO: - Para, Elizabeth! Não tem ninguém, não tem outra pessoa.

ELIZABETH: - Então!

TARCÍSIO: - Eu já disse o que tinha pra dizer. Não fique pensando bobagens. Não há outra pessoa entre a gente. Não há. Eu estou fazendo isso pelo nosso casamento.

Tarcísio sai. Elizabeth fica pensativa, entristecida.

CENA 14. APTO MARCOS. SALA. INT. DIA.

Onira está na mesa tomando café, quando Marcos entra.

ONIRA: - Pensei que eu fosse tomar café sozinha hoje.

MARCOS: - Bom dia, dona Onira! (senta à mesa)

ONIRA: - E então, como foi o jantar no restaurante do seu tio?

MARCOS: - Muito bom. Fazia tempo que eu não ia no Europa-Brasil. Continua espetacular. Aliás, o tio reclamou da sua ausência.

ONIRA: - Eu não tenho tempo pra ficar indo lá no restaurante jogar conversa fora.

MARCOS: - Custa nada ir visitar seu irmão, dona Onira.

ONIRA: - Tem razão. Eu vou ver se passo lá essa semana, dar um abraço nele.

MARCOS: - Ele vai ficar contente. Mas e aí, como foi a festa de ontem?

ONIRA: - Não fui.

MARCOS: - Não foi? Mas por que? Tinha ido até comprar a roupa e tudo.

ONIRA: - Não comprei a roupa. A menina da loja não me atendeu bem, eu fiquei irritada e acabei perdendo a vontade de comprar o vestido e de ir na festa também.

MARCOS: - Ô mãe...

ONIRA: - Depois eu ligo pra Charlote para me desculpar, invento uma dor de cabeça e fica tudo bem.

Os dois seguem tomando café.

CENA 15. RIO DE JANEIRO. CORTIÇO. QUARTO ALEXANDRE. INT. DIA.

PLANO GERAL do ambiente. Alexandre está dormindo. A porta do quarto se abre vagarosamente. Lívia entra procurando não fazer barulho. Ela vasculha por todos os lados, procura seu colar. Lívia vê o acessório numa mesinha, ao lado da cama dele.

Na mesa estão um copo e uma garrafa de cachaça. Aos poucos, Lívia vai se aproximando, sempre temendo que Alexandre acorde. Ela consegue se aproximar da mesinha e pega o colar, o segura firme. Com o mesmo cuidado, ela vai se afastando até se aproximar da porta.

Ela sai do quarto sem deixar vestígios. Alexandre permanece dormindo.

CORTA PARA

CENA 16. CORTIÇO. QUARTO. INT. DIA.

Lívia e Ritinha organizam as coisas de Lívia em malas, sacolas.

RITINHA: - Tem certeza que isso vai dar certo, amiga?

LÍVIA: - Vai sim, Ritinha. Agora que eu recuperei o colar da minha mãe, tudo vai ficar bem. Só vamos logo porque eu não quero que o Alexandre me pegue aqui ainda.

RITINHA: - Vamos sim. Eu já terminei essa mala aqui. E já deixei pronta a sacola do Pedro.

Lívia abraça Ritinha.

LÍVIA: - Obrigada amiga, pela força, por tudo!

RITINHA: - Não precisa agradecer não. Eu quero é que você seja feliz, muito feliz. Agora vamos rápido pra rodoviária.

LÍVIA: - Vamos sim. É hoje que eu me liberto do monstro do Alexandre.

Lívia se mostra confiante/esperançosa.

CENA 17. CASA CHARLOTE. SALA DE JANTAR. INT. DIA.

Charlote conversa com Demétrio. Ambos sentados no sofá.

CHARLOTE: - Eu nunca pensei que o Tarcísio fosse capaz de tanto desrespeito. Não falo nem por nós, convidados, mas pela família dele. Pela Beth... Coitada, ficou arrasada!

DEMÉTRIO: - Eu acho que desta vez é o fim mesmo. Tarcísio jogou a toalha.

CHARLOTE: - Uma pena. Eles formavam um casal tão lindo. Lembra do casamento deles, que luxo que foi? Ai Demétrio, eu tava pensando também, sabe... Eu tinha convidado a Onira para ir. Ia apresentá-la para a Beth, mas ela nem apareceu. Eu sei que o filho dela é amigo do Rafael.

DEMÉTRIO: - E até foi bom ela não ter ido. Você a poupou desse vexame todo. (levanta-se)

CHARLOTE: - Onde você vai?

DEMÉTRIO: - Vou ao Jockey Club. Hoje tem corrida.

CHARLOTE: - Mas você não vai apostar nada que eu sei.

DEMÉTRIO: - Claro que não! Só vou lá olhar, encontrar os amigos. (saindo)

CHARLOTE: - Divirta-se.

Demétrio sai. Charlote fica pensativa.

CENA 18. APTO MARILU. SALA. INT. DIA.

Marilu e Paulo.

PAULO: - Você não sabe o estrago que foi a falta do Tarcísio na festa de aniversário do casamento dele.

MARILU: - Ele deixou de ir na festa para ficar aqui comigo?! Paulo, será que o cara tá apaixonado por mim?

PAULO: - Calma, Marilu. Não vai se iludindo  não.

MARILU: - Mas pra ele deixar todo mundo lá esperando para passar a noite aqui comigo, só pode ser isso!

PAULO: - O casamento dele já tava em crise há um bom tempo... Mas olha só, não podemos desviar o nosso foco! Quanto mais afastado dos negócios o Tarcísio ficar, melhor pra eu poder controlar tudo lá na empresa.

MARILU: - Tá, mas você não disse que ele tem um filho lá, que o cara faz tudo pra ele?

PAULO: - Tem, mas o Rafael é novo, vai ser fácil dobrá-lo. Eu só preciso que você mantenha o foco nesse plano! Não vá fazer nada errado!

MARILU: - Deixa comigo, que eu sei fazer o meu trabalho.

PAULO; - Você deve é melhorar o seu trabalho.

MARILU: - Ih, já começou a encher o saco, Paulo? Não tem mais o que fazer não?

PAULO: - Eu só tenho um recado pra você. Abre o olho com essa sua companheira aqui, essa outra vadia.

MARILU: - A Sarah.

PAULO; - É... Tem jeito de bobinha, avoada, mas pode atrapalhar tudo. Ninguém pode saber de nada. Eu até acho melhor você mandar ela embora daqui, ficar com o apartamento livre só pra você. Assim até é bom, pro Tarcísio ficar a vontade com você e se entregar de vez.

MARILU: - Eu já tinha pensado nisso. Pode deixar que eu vou dar um jeito nessa situação.

Nesse instante, Sarah chega. Marilu e Paulo se olham.

PAULO: - Bom, vou indo nessa. Nos falamos.

MARILU: - Claro.

SARAH: - Já vai, amigo? Fica mais um pouco? Não quero atrapalhar a conversa de vocês.

PAULO: - Não, infelizmente não poderei ficar, mas agradeço o convite. Até a próxima.

Paulo sai.

SARAH (sentando-se no sofá): - Simpático esse seu amigo, Marilu.

MARILU: - E você totalmente sem noção. Mania de entrar aqui, ficar em volta de mim, tentando saber das conversas.

SARAH: - Mas eu nem fiz nada! Tá ficando louca, é? Eu hein! Para o seu governo, esse apartamento aqui também é meu!

MARILU: - Era seu! Porque você vai embora daqui.

SARAH (levanta-se/se impõe): - Acorda, Marilu! Você não pode me tirar daqui! Eu ajudo a pagar as contas do apartamento, eu ajudo a manter tudo aqui dentro, sem falar que a única pessoa que pode me tirar daqui é o Henri. E eu duvido e muito que ele queira fazer isso.

MARILU (encara Sarah): - Veremos então se você sai ou não sai.

Marilu se retira. Sarah fica pensativa.

CENA 19. RIO DE JANEIRO. RUA. EXT. DIA.

Lívia e Ritinha caminham apressadas. Lívia de mão dada com Pedro, pega o telefone e liga para Carla. Cenas alternadas entre elas (Carla na Academia).

LÍVIA: - Alô?

CARLA: - Quem está falando?

LÍVIA: - Carla, sou eu, a Lívia!

CARLA (para o exercício / surpresa): - Lívia?! Meu Deus, minha amiga! Como é que você tá?

LÍVIA: - Eu to precisando da sua ajuda, Carla. É muito importante. Só você pode me ajudar...

Reação de Carla, apreensiva, ao ouvir os dizeres de Lívia.

CENA 20. REDAÇÃO FLASH PAULISTA. INT. DIA.

Isabela trabalha em sua mesa, quando um funcionário da revista se aproxima, com um grande buquê de flores.

FUNCIONÁRIO: - Pra você, dona Isabela.

ISABELA (surpresa): - Pra mim?!

Isabela recebe as flores. O funcionário se afasta. Todos na redação comentam, olham curiosos.

ISABELA: - Vamos lá gente, todo mundo trabalhando...

As pessoas voltam aos seus afazeres. Isabela, curiosa, lê o cartão que acompanha as flores. Ela termina de ler, fica pensativa.

CENA 21. RIO DE JANEIRO. RODOVIÁRIA. INT. DIA.

Grande o movimento de pessoas. No Box de embarque do Ônbus, Lívia se despede de Ritinha. As duas se abraçam fortemente.

RITINHA: - Vai com Deus, amiga! Tudo de bom na sua vida!

LÍVIA: - Obrigada, Ritinha! Não sei o que seria de mim sem você. Que você também seja muito feliz.

RITINHA: - Obrigada! E cuida bem desse pequeno aí.

Lívia abraça Pedro.

LÍVIA: - Ele é tudo para mim. Pode deixar que farei de tudo para que ele cresça com toda felicidade do mundo.

O motorista guarda as malas de Lívia no Ônibus. Ela e Pedro entram no ônibus, sentam-se. Ritinha, do lado de fora, acena para eles. O Ônibus arranca, vai embora. No letreiro, o destino: SÃO PAULO.

CENA 22. SÃO PAULO. BAR. INT. DIA.

Tarcísio e Paulo conversam enquanto bebem alguma coisa.

PAULO (surpreso): - Saiu de casa?!

Tarcísio concorda com a cabeça.

PAULO: - Desculpe a surpresa, Tarcísio, mas eu não imaginava que a sua relação com a Elizabeth já estava nesse ponto.

TARCÍSIO: - Os problemas no meu casamento viraram uma imensa bola de neve, Paulo.

PAULO: - Confesso que na festa ficou evidente a crise de vocês.

TARCÍSIO: - Eu e a Beth tivemos momento felizes, mas foram poucos. Eu ainda gosto dela, mas a nossa situação hoje, não é nada boa. Não quero brigar com ela, terminar um casamento com inimizade.

PAULO: - Claro, eu te entendo.

TARCÍSIO: - Ela até desconfiou de que eu esteja traindo ela.

PAULO: - E você...?

TARCÍSIO: - Neguei, lógico. Eu passei a noite com a Marilu, a dançarina da boate.

PAULO (fingindo surpresa): - É mesmo?! Tarcísio, você me surpreende cada vez mais!

TARCÍSIO: - Mas ninguém pode saber disso, entendeu? Ninguém! Não quero comentários nem indícios. Pelo menos por enquanto.

PAULO: - Pode ficar tranqüilo que da minha boca não sairá nenhuma palavra sobre isso. Mas me diga, onde você está agora?

TARCÍSIO: - Estou hospedado num apart-hotel, perto da Paulista. Vai ser bom esse tempo pra eu poder me organizar e também pensar na Amaro. Temos muito trabalho pela frente com esse novo contrato.

PAULO; - Com certeza. Mas, me diga uma coisa. A tal dançarina é boa mesmo?

TARCÍSIO (sorri sacana): - Um espetáculo. Me senti um garotão de vinte e poucos anos!

Os dois riem. Paulo ergue o copo e entorna.

CENA 23. RIO DE JANEIRO. EXT. DIA.

MUSIC ON: (Joga fora – Grupo Benditos)

Takes alternados da cidade maravilhosa. Praia com ondas agistadas, banhistas de todos os tipos, galera jogando futevôlei. Corta para o centro, detalhe do trânsito e das pessoas nas calçadas. Corta para o Cristo Redentor, anoitece.

MUSIC OFF.

CENA 24. CORTIÇO. QUARTO. INT. NOITE.

Alexandre entra e se depara com o vazio.

ALEXANDRE: - Lívia?! Lívia!

Alexandre procura por todo canto, abre os armários, não vê as roupas, nada.

ALEXANDRE: - Vagabunda!

Alexandre sai apressado.

CENA 25. SÃO PAULO. BOATE AGE AQUARIOUS. CAMARIM. INT. NOITE.

Henri está no camarim, quando Sarah entra um tanto aflita.

HENRI: - O que foi Sarah?

SARAH: - A Marilu, Henri! Acredita que ela quer me expulsar do apartamento a troco de nada?!

HENRI: - Como é que é?

SARAH: - Isso mesmo! Ela quer me expulsar do apartamento, mas eu não fiz nada!

Marilu entra no local.

MARILU: - Pelo visto a biscate já foi fazer fofoca...

SARAH: - Fica na sua, Marilu!

MARILU: - Quem tem que ficar na sua aqui é você, ô piranha de quinta! Não tem nada que abrir a boca pro Henri não!

HENRI: - Que história é essa Marilu, que você quer expulsar a Sarah do apartamento?

SARAH: - É tudo verdade, Henri!

MARILU: - É verdade mesmo. Eu quero que ela vá embora de lá. Ela não tem noção das coisas, fica ouvindo minhas conversas, fica chamando atenção dos vizinhos com esses modelitos vagabundos. Não dá pra ficar morando com uma pessoa dessas, Henri!

SARAH: - É mentira, Henri! Eu nunca incomodei nenhum vizinho!

MARILU; - Isso porque não é pra você que eles reclamam, que eles fazem comentários.

HENRI: - Ai, olha só, chega, tá legal? Eu não quero saber dessa briga boba de vocês. Eu vou lá pra fora porque hoje tem cliente importante e eu preciso estar de bem com a vida para receber a todos. Outra hora nós conversamos sobre isso... (saindo) ai, isso cansa a minha beleza!

Henri sai.

MARILU: - Você vai se arrepender por isso.

SARAH: - E você vai fazer o que, Marilu? Me matar?

MARILU: - A ideia não é de todo ruim não.

Sarah se surpreende.

MARILU: - Não se mete comigo, Sarah. Você não sabe do que eu sou capaz.

Marilu vai para o closet escolher a roupa. Sarah fica apreensiva com as ameaças de Marilu.

CENA 26. CASA TARCÍSIO. QUARTO ELIZABETH. INT. NOITE.

Elizabeth, sentada na cabeceira da cama, se lamentando. Inês a consola.

ELIZABETH: - Tudo o que não queria era ter ele longe de mim, Inês.

INÊS: - Eu sei disso, Beth, mas, pensa por outro lado. Foi melhor ele ter se afastado um pouco. Vai ser bom pra você e pra ele também, colocar a cabeça no lugar, pensar mais no casamento de vocês...

ELIZABETH: - Ou pensar mais na outra.

INÊS (surpresa): - Como assim? Ele tem outra mulher? Você descobriu alguma coisa?

ELIZABETH: - Não tenho certeza. Mas eu desconfio. Nenhum homem sai de casa assim, se não for influenciado por outra pessoa, por outra mulher. O Alfredo não sabe de nada?

INÊS: - Não! O Alfredo nunca comentou nada comigo.

ELIZABETH: - Claro, ele e o Tarcísio são amigos. O Alfredo não contaria um segredo do Tarcísio pra você.

INÊS: - Eu e o Alfredo não temos segredos, Beth. Se ele soubesse de qualquer coisa, ele me falaria. Agora eu acho que você está vendo chifre em cabeça de cavalo. Vai com calma, Beth. Não vá se machucar ainda mais. Dá um tempo pra você também.

ELIZABETH (segura a mão de Inês): - Obrigada, minha amiga. Você sempre me dando força.

INÊS: - Somos amigas, não somos? Amiga é pra isso. Estar presente na hora boa e na hora ruim.

ELIZABETH: - Meu pai sempre dizia que amigos são os irmãos que a gente escolhe.

INÊS: - E ele tinha razão.

As duas se olham, carinhosas.

CENA 27. APTO ISABELA. SALA. INT. NOITE.

Isabela vem da cozinha, trazendo as taças de vinho. Beatriz aguarda sentada no sofá. As duas conversam.

ISABELA: - E você foi embora e deixou ele sozinho?

BEATRIZ: - Fui.

ISABELA: - To passada, amiga.

BEATRIZ: - Ah, Isabela, cansei, sabe? O Rafa é legal, tudo de bom, inteligente, carinhoso, mas não se decide. Eu gosto muito dele, mas eu também quero ter a certeza que ele gosta de mim também... Essa ânsia dele pela empresa da família, é demais.

ISABELA: - Você com dúvidas do amor do Rafael e eu com certezas sobre o amor do Conrado.

BEATRIZ: - Como assim?

ISABELA: - Viu aquelas flores ali na mesa?

BEATRIZ: - O que tem?

ISABELA; - Ele que me deu. Hoje, lá na redação.

BEATRIZ (surpresa): - Na frente de todo mundo?!

ISABELA: - Não, mandou um funcionário da limpeza entregar. Eu fiquei surpresa, mas quando eu li o cartão, me deu uma coisa por dentro. Não sei ria, se chorava.

BEATRIZ: - Ai, Isabela, as flores são lindas!

ISABELA: - São mesmo.

BEATRIZ: - Por que você não dá uma chance pra ele?

ISABELA: - Tá louca? Nem pensar!

BEATRIZ: - Mas por quê? Ele tá todo na sua!

ISABELA: - Não dá, Beatriz. Conrado é meu chefe, imagina a relação depois lá dentro, no ambiente de trabalho. E outra, ele é cabeça dura, teimoso, não ia combinar comigo não.

BEATRIZ: - Será?

ISABELA: - Claro que... Escuta aqui, Beatriz, não vai ficar colocando minhoca na cabeça do Conrado pra ficar comigo, hein? É melhor você incentivar ele a não se aproximar de mim!

BEATRIZ: - Eu nem falei nada! (risos)

ISABELA: - Mas eu te conheço... Te conheço! (risos)

CENA 28. PENSÃO BEM QUERER. QUARTO WANDA. INT. NOITE.

Wanda está deitada na cama, dormindo. De repente, acorda e coloca-se sentada.

WANDA: - Ela chegou. A guardiã do amuleto chegou!

CENA 29. RODOVIÁRIA SÃO PAULO. INT. NOITE.

O ônibus chega na rodoviária. Carla está ansiosa, esperando por Lívia. A porta do ônibus abre, descem alguns passageiros. Lívia e Pedro descem em seguida.

CARLA: - Lívia! Lívia!

Lívia vê Carla, abre um sorrido. Carla corre e as duas se abraçam fortemente.

Encerra com Retratos e canções – Paulinho Moska
 
     
     

autor
Édy Dutra

elenco
Christine Fernandes como Lívia
Taís Araújo como Marilu
Zé Carlos Machado como Tarcísio
Fábio Assunção como Rafael
Bruno Ferrari como Jonas
Marcos Caruso como Paulo
Renata Domingues como Carla
Júlio Rocha como Breno
Bianca Castanho como Beatriz
Júlia Feldens como Vitória
André Bankoff como Fabrício
Danton Mello como Marcos
Lavínia Vlasak como Isabela
Caco Ciocler como Conrado
Janaína Lince como Sarah
César Mello como Alfredo
Aída Leiner como Inês
Luíza Curvo como Tatiana
Jonathan Haagensen como Plínio
Marco Ricca como Fausto
Sílvia Pfeifer como Lorena
Thaís Vaz como Mayra
Gisele Policarpo como Gisa
Guilherme Leme como Almir
Mônica Martelli como Louise
Sérgio Menezes como Kléber
Cyria Coentro como Nice
Ernesto Piccolo como Moisés
Natália Guimarães como Rita

Atrizes convidadas
Sônia Braga como Elizabeth
Regina Duarte como Rosa
Valquíria Ribeiro como Adriana
Ângela Leal como Agda
Mila Moreira como Charlote
Denise Del Vecchio como Onira
Beatriz Segall como Wanda
Arlete Salles como Alaíde

Atores convidados
Gracindo Júnior como Demétrio
Rodrigo Santoro como Henri
Juan Alba como Alexandre
Nill Marcondes como Eduardo
Roberto Bonfim como Roberto
Floriano Peixoto como Jorge

Participações especiais
Dudu Azevedo como Romão
Elisa Lucinda como Cidália
Antonio Pitanga como Tenório
Vanessa Lóes como Clair
Alexandre Slaviero como Hugo
Lui Mendes como Pereira

Trilha Sonora
Pra rua me levar - Ana Carolina (abertura)
Mentiras – Adriana Calcanhoto
Joga fora – Grupo Benditos
Retratos e canções – Paulinho Moska

Produção

Bruno Olsen
Cristina Ravela
Diogo de Castro


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


REALIZAÇÃO


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